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Diego Barreto, CEO do iFood, detalhou como o setor de delivery gerou R$140 bilhões em 2024, representando 0,64% do PIB brasileiro, e como a inovação e a inteligência artificial impulsionam crescimento, eficiência e renda dos entregadores. O mercado ainda tem grande potencial de expansão.

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Transcrição
00:00O nosso assunto agora é o mercado de delivery e o impacto do setor no PIB brasileiro.
00:05Para falar sobre isso, eu converso nesse momento com o Diego Barreto, que é CEO do iFood.
00:09Boa noite para você, Diego. Seja muito bem-vindo.
00:11Prazer.
00:11Bom, a gente está falando aqui de números muito grandes, né?
00:14140 bilhões de reais aí na economia brasileira no ano passado.
00:17E isso representa, como eu disse agora há pouco, 0,64% do PIB.
00:22Como é que o iFood chegou a essa dimensão?
00:25A resposta é simples, é inovando.
00:28Ou seja, o mercado foi criado porque a gente foi conseguindo construir situações,
00:33a partir de tecnologia e inteligência artificial, que fazem você, como usuário, dizer, vou considerar.
00:39Então, essa foi uma mudança muito grande nesses últimos 10 anos.
00:42E a gente continua, por meio da inovação, ainda crescendo bastante.
00:46Vocês também têm um braço de banco, né?
00:49Que vocês trabalham, que é o banco do iFood, que se chama...
00:51iFood Pago.
00:52iFood Pago, né?
00:53Isso já representa uma receita considerável dentro da organização?
00:57Já, ela já é superior a 2 bilhões de reais.
00:59Só para você ter uma ideia, a gente antecipa para restaurantes por mês, próximo de 5 bilhões de reais.
01:06E a gente empresta, sem garantia, sem nada, um empréstimo muito simples, mais de 160 milhões de reais todos os meses para restaurante.
01:13A garantia é a expectativa de venda daquele restaurante.
01:16Exatamente.
01:16Num prazo de 18 meses.
01:18Você imaginar que o empréstimo está indo para um pequeno comerciante com prazo de 18 meses, isso é muito incomum no Brasil.
01:23Como é que é inadimplência?
01:24Baixa. Baixa por quê?
01:26Porque o empréstimo, ele é definido por um algoritmo que fala sobre a sua capacidade de operar o negócio.
01:31Então, o que ele diz é, esse comerciante é bom, ele dificilmente vai quebrar.
01:36Então, é em cima disso e não de informações financeiras que a gente toma as nossas decisões.
01:40Você falou de algoritmo, isso é muito importante porque a gente sabe que as grandes empresas que surgiram na internet, como o iFood,
01:46elas dependem de estar sempre inovando na tecnologia.
01:48Exato.
01:49Você define hoje o iFood como uma empresa mais tecnológica do que, por exemplo, sei lá, de varejo?
01:54Com certeza.
01:55Se imaginar, eu tenho 8 mil pessoas no iFood hoje.
01:58Dessas 8 mil pessoas, 5 mil são engenheiros ou cientistas de dados.
02:04O iFood hoje, se ele desligar todos os seus modelos de inteligência artificial proprietários, a empresa para.
02:10Não é possível operar o iFood sem os seus modelos de IA funcionando.
02:16Então, é uma empresa hoje de IA e tecnologia comparado com uma típica empresa de varejo.
02:23Eu queria que você explicasse para a gente como é que está posicionado o iFood.
02:26Eu não digo só o iFood, todo o setor de delivery no Brasil, na comparação com o resto do mundo.
02:31Olha, a gente já tem a cultura há muito tempo.
02:33Você vai se lembrar, ainda jovem, do seu pai pedindo pizza, sexta-feira à noite, lá na pizzaria do bairro.
02:38Então, o delivery no Brasil já faz parte da cultura do brasileiro.
02:43Ao longo desses últimos anos, a gente conseguiu aumentar muito a frequência do usuário e a penetração.
02:49E isso colocou o Brasil nos cinco principais mercados do mundo.
02:53Então, apesar de não termos a quinta maior população do mundo, apesar de não sermos um país rico,
02:58que tem uma renda muito concentrada, ainda assim o Brasil é o quinto maior mercado do mundo.
03:03Então, você diria que o Brasil é um país muito relevante para o delivery em geral, né?
03:07Sem dúvida alguma.
03:08Bom, está vindo aí competição forte da China, pelo menos a propaganda é boa da Meituan.
03:14É algo que, desculpa eu fazer uma brincadeira, mete medo no iFood?
03:18Não, não.
03:19Primeiro, competição faz parte, né?
03:20Você sempre está competindo, não só contra empresas.
03:22Você está competindo contra outras empresas que buscam talento, não necessariamente concorrentes diretos.
03:28Você está competindo contra discussões regulatórias.
03:31Você sempre está competindo.
03:31Mais uma vez, não é o primeiro que está vindo e a gente se apega muito a uma coisa.
03:37A minha capacidade de construir inovação ao longo do tempo e fazer a empresa ficar mais eficiente e gerar mais proposta de valor.
03:44Enquanto a gente tiver essa capacidade, e isso é determinado pela nossa cultura,
03:47a gente não tem que ter medo de concorrência.
03:49A gente tem que ter humildade para olhar o que está acontecendo no entorno.
03:51Mas a preocupação é muito mais interna do que externa.
03:54Eu tenho números aqui sobre geração de emprego, né?
03:57Vocês geram aí um milhão de postos de trabalho.
03:59Imagino que dentro desse número aí estejam os entregadores, né?
04:04E vocês têm enfrentado aí um grande desafio na questão trabalhista no Brasil,
04:09porque é um tipo de trabalho ao qual o nosso sistema não estava acostumado.
04:13Tem uma grande discussão aí de se eles mereceriam ter mais proteção, por exemplo.
04:18Como é que vocês têm encaminhado essa questão?
04:21Acho que primeiro a gente precisa, tem vários ângulos aqui para essa resposta.
04:25O primeiro deles é, para a sociedade brasileira, está cada vez mais claro que esse é um trabalho digno e que ele veio para ficar.
04:33Quando a gente olha para o judiciário, a maioria das decisões no judiciário já são a favor das plataformas.
04:39Então o judiciário está cada vez mais entendendo este tema.
04:42Quando a gente olha para o Congresso e para o Executivo, a gente já vê também essa direção.
04:47O governo Lula, quando trabalhou na regulação para motoristas de carro,
04:51já indica que não existe o vínculo trabalhista no projeto de lei que foi ali definido.
04:56As relações com o Ministério do Trabalho, com o ministro Luiz Marinho, são boas.
05:00Nós temos divergências e faz parte de uma relação madura ter divergência.
05:02Mas é uma relação boa, relação de construção.
05:05Esse é um ângulo.
05:06Existe um segundo ângulo que é o iFood como líder de mercado, ele defende a regulação.
05:12Ele é a favor da regulação.
05:14E essa regulação tem que ter seguro, que a gente já dá, independente da regulação.
05:19Ela tem que ter uma estrutura de ponto de apoio, que a gente já faz, independente da regulação.
05:23Ela tem que ter um salário, uma renda baseada no salário mínimo,
05:27obviamente organizado por horas, porque tem uma relação diferente, mas tem que ter esse lastro.
05:33Eu tenho que amortizar o gasto de uma moto, de uma bicicleta.
05:37E eu tenho que fazer previdência.
05:39De tudo isso aqui, eu só não faço uma coisa, a previdência.
05:42Porque por lei, eu não posso depositar em nome de terceiro fundos para a previdência.
05:47Mas a gente apoia e apoia pagar por ela.
05:49Então, a regulação está chegando e ela vai vir para ser algo muito bom.
05:54E não existe um vento contra.
05:56A gente apoia isso.
05:57Então, é uma questão de tempo agora, é uma discussão legislativa, ela é complexa, mas ela vai chegar.
06:01O presidente Hugo Mota, inclusive, da Câmara, ele criou uma comissão especial
06:07que nesse momento está discutindo o tema.
06:08Você diria que a vida desses entregadores hoje é melhor do que era há cinco anos?
06:12Olha, tem várias formas de você ver isso.
06:15Então, eu vou pegar duas aqui para a gente falar.
06:16A primeira delas é, o entregador, uma pessoa hoje que quer complementar a renda,
06:21ela complementa com mais facilidade.
06:23Você volta dez anos no tempo, a pessoa queria complementar 500 reais naquele mês porque ele teve um imprevisto,
06:28como é que ele fazia?
06:29Hoje ele fala, poxa, eu vou entrar no carro do Uber, eu vou pegar uma moto para poder ir ao iFood.
06:33Ele consegue complementar a renda.
06:34Isso é bom, é positivo.
06:36Além disso, ao longo desses últimos anos, as empresas amadureceram.
06:39A gente, por exemplo, hoje tem todos aqueles benefícios que eu mencionei que vieram desse amadurecimento.
06:43E a gente passou cada vez mais a se preocupar com uma renda média maior.
06:47O entregador hoje que se dedica cinco, seis horas por dia, cinco, seis dias por semana,
06:52ele recebe líquido da despesa da moto, dois salários mínimos.
06:56Esse é um valor importante.
06:57Diego, podia ser melhor.
06:59O mercado tem que crescer para ter mais pedido e a gente ter uma renda média melhor ainda.
07:04Mas ela é boa.
07:04Bom, a gente falou aqui de um ecossistema gigantesco, 140 bilhões de reais na economia brasileira por ano.
07:12Vocês conseguem crescer muito mais ainda?
07:14Onde vocês querem chegar?
07:15Com certeza.
07:16A gente só está começando o crescimento.
07:18Esse ano vai ser mais um ano de crescimento muito forte e a gente vai continuar.
07:21E o motivo é simples.
07:22Esse processo de digitalização dos serviços,
07:26impulsionado por uma capacidade que ia atrás num outro patamar,
07:31ele vai cada vez mais permitir o restaurante ser inteligente para gerar tráfego,
07:36ele vai permitir cada vez mais o entregador ser eficiente para gerar mais renda com menos tempo.
07:41Quando isso acontece, o consumidor se encanta mais,
07:44porque o serviço fica melhor, fica mais óbvio
07:46e as pessoas cada vez mais vão ajustando o seu hábito para sobrar mais tempo.
07:50Tem muitos passos.
07:51Pega só um exemplo aqui.
07:53Os clientes que hoje estão no iFood e fazem parte do nosso programa de fidelidade, que é o clube,
07:58esses clientes consomem em média oito vezes por mês.
08:01Mas você come noventa vezes por mês.
08:03Então tem oitenta e uma ocasiões ainda que eu consigo.
08:06Por esse ponto de vista, tem muita oportunidade ainda, né?
08:08Diego Barreto, CEO do iFood, foi um prazer falar com você.
08:11Obrigado. Prazer enorme.
08:12Muito obrigado pela participação.
08:13Valeu.
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