EUA criam 147 mil vagas de emprego; estrategista-chefe da Avenue analisa

Name: EUA criam 147 mil vagas de emprego; estrategista-chefe da Avenue analisa
Uploaded: 2025-07-04T01:49:34+00:00
Duration: 9 min 32 s
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00:00Para a gente entender aí o que foi divulgado ontem, as diferenças com os números de hoje sobre o mercado de trabalho,

00:07esses impactos na Bolsa, o que a gente pode esperar, eu convido para essa conversa o Will Castro Alves,

00:13que é estrategista-chefe da Avenue e também um notável aqui do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.

00:18Vamos falar sobre a aprovação da lei orçamentária e os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, na Bolsa.

00:26Muita coisa para a gente discutir com o Will hoje.

00:28Will, muito boa noite, obrigado por participar aqui da nossa programação, como já é uma tradição semanal nossa.

00:35Vamos começar com essa diferença que chamou a minha atenção e de muita gente.

00:39Ontem tivemos o chamado ADP, que é uma prévia aí do payroll, muito diferente dos dados que foram apresentados hoje.

00:48O ADP está defasado, é uma outra lógica de computagem dos números.

00:54O que explica essa diferença e principalmente o que explica essa resiliência e esse mercado de trabalho nos Estados Unidos,

01:01tão aquecido em meio a essas tarifas, uma incerteza do mercado privado, será que eu invisto ou não, não sei como é que vai ser a tarifação,

01:10mas mesmo assim houve bastantes contratações.

01:12As perguntas estão aí, o especialista é você, desvenda esse nó para a gente.

01:17Obrigado, Favale, boa noite, obrigado pela participação e por dar a oportunidade de explicar esse tipo de coisa.

01:24Porque de fato são metodologias diferentes, a forma com que a ADP, que mede exclusivamente vagas criadas no setor privado,

01:32ela mede o emprego e o payroll, que pega além do setor privado, setor mais amplo, tira o agrícola, mas pega também governos.

01:40E a gente viu uma diferença e um volume forte de contratações de governos estaduais.

01:46Vale lembrar que a gente está ali na virada de semestre, na mudança de semestre, junho é o último mês do semestre,

01:54já se preparando para o próximo semestre, então houve uma forte contratação por parte de governos estaduais.

02:00O governo federal, na administração do Trump, com um departamento de eficiência, apesar de não ter mais o Elon Musk,

02:06ele continua cortando vagas de emprego, foram 7 mil a menos, mas os governos estaduais e municipais contribuíram positivamente,

02:16a parte de educação e saúde também contribuiu positivamente, aí teve uma criação maior, bem maior do que aqui estava sendo esperado.

02:24Agora, no Fugir dos Ovos, eu acho que esse payroll não foi super forte, porque salários cresceram menos do que o esperado,

02:30a taxa de desemprego caiu, mas é porque a taxa de participação também diminuiu,

02:36isso quer dizer que menos pessoas procurando emprego, e isso fez a taxa de desemprego cair.

02:41Mas, em geral, o que eu acho que fica é que a fotografia da economia americana é muito robusta, ela é muito sólida.

02:47Veio desacelerando, é normal, a expectativa do próprio FED aponta para um crescimento de 1,4% esse ano,

02:55veio de 2,5% ano passado, tem as incertezas, tem as tarifas, mas a gente já teve tanta incerteza ao longo da história dos Estados Unidos

03:03e não foi por isso que essa máquina continua a rodar.

03:07Então, acho que esse é o ponto importante e principal, a despeito dessas incertezas e desses nuances da economia,

03:15a economia continua rodando, acontecendo nos Estados Unidos, e o mercado de trabalho continua criando postos de trabalho

03:22e a máquina continua girando.

03:25Will, outra coisa que chama a atenção, principalmente de leigos, é o seguinte,

03:30essa subida acentuada, se a gente olhar nos últimos 10 anos, por exemplo,

03:36ainda mais acentuada nos últimos 5, pós-pandemia, do teto da dívida dos Estados Unidos.

03:42Então, a relação PIB com a dívida, mais de 120%, agora o teto da dívida encostando em 40 trilhões de dólares.

03:53Pode chegar a um ponto do impagável e isso gera uma preocupação, talvez a médio, longo prazo?

04:01Não me parece porque aqueles Yel Bonds, os títulos da dívida, que aqui no Brasil nós chamaríamos de tesouro direto,

04:08de mais longo prazo nos Estados Unidos, voltaram a ficar aquecidos.

04:13Parece aí contraditório, mas outro enigma que eu dou para você desvendar, por favor.

04:21Não, claro que a situação fiscal, ela preocupa, e até uma correção importante,

04:25muito se fala que essa Big Beautiful Bill do Trump vai adicionar 3 trilhões de dólares de déficit.

04:30Esse é um cálculo, é uma estimativa, baseado nas receitas, nas projeções de receitas e despesas,

04:37e para os próximos 10 anos.

04:39Não é que ano que vem a conta aumenta em 3 trilhões, não.

04:42Estimado em 10 anos que gere esse déficit adicional.

04:48Não estou querendo diminuir em 3 trilhões, mais 3 trilhões de dólares é muito dinheiro,

04:52mas tem que sempre, pelo menos, entender do que se está falando.

04:56Então, acho que assim, em relação a essa questão do déficit fiscal, dívida, teto de dívida,

05:03essa é uma realidade do mundo.

05:05A gente vê a Europa, sérios problemas, a gente vê o Japão, então nem se fala.

05:09A gente discute sobre isso no Brasil.

05:12A questão fiscal é um problema no mundo inteiro.

05:15Ela foi acentuada, ela foi um modelo que foi, de certa forma, acelerado em 2008,

05:21ou criado, aumentado em 2008 e depois acelerado em 2020.

05:26Você joga dinheiro na economia, dá estímulo fiscal e a economia volta a crescer.

05:31Mas a gente sabe que isso tudo tem um limite, que você tem que fazer um grande ajuste.

05:35Esse ajuste não é só nos Estados Unidos, é na Europa, no Japão, no Brasil, é no mundo inteiro.

05:40Então, esse é um ponto.

05:41E aí, quando você olha isso, os fluxos de capitais buscam locais para você investir.

05:47Todos os locais têm os seus problemas.

05:48A gente fala muito do problema dos Estados Unidos,

05:51mas esquece de olhar também os problemas que tem na Europa, nos outros lugares.

05:55E aí, quando você olha, você vê que, bom, ainda assim, os títulos de dívida americana pagam bem mais que os títulos europeus.

06:02Então, apesar de estar correndo risco de investir para os Estados Unidos,

06:05que tem uma situação fiscal que é melhor, inclusive, do que a Europa,

06:09mas que tem uma trajetória de dívida que preocupa,

06:12eu ainda sinto que estou sendo mais remunerado para investir num título de dívida americana.

06:16Quando eu invisto num título de brasileiro, é verdade, a taxa é alta,

06:20mas eu tenho risco da moeda, do câmbio, investir em real, em contexto global,

06:24é um investimento tático, de curto prazo.

06:29Então, por isso, os Estados Unidos continuam atraindo capitais,

06:32e por isso, inclusive, os yields dos títulos de dívida de 30 anos

06:36até deram uma recuada das máximas que tinham atingido aí há cerca de 30 dias atrás.

06:42E é um pouco daquilo que a gente sempre fala, né?

06:45Ou seja, você não tem tanta alternativa ao dólar,

06:48e o dólar continua sendo a moeda de reserva de valor global.

06:52Agora, Will, que do dia 20 de janeiro, na posse do Trump até agora,

06:57houve uma, mais do que uma oscilação, uma queda nos índices da Bolsa,

07:02se a gente pegar aí, principalmente, o Dow Jones, o SP500.

07:05Já vimos uma subida de recuperação.

07:09Com a concretude do orçamento aprovado amanhã, no feriado, vai ser sancionado,

07:16e na segunda-feira passa a valer,

07:18então, isso deve animar ali os investidores mais cautelosos?

07:22Pronto, já tem uma solidez, já sei para onde olhar com mais concretude.

07:27Você enxerga essa previsão?

07:29Eu acho que o mercado já vinha antecipando um pouco isso, né?

07:33De que ia ser aprovado, que apesar dos pesares,

07:35depois de ter passado no Senado, né?

07:37Que deveria ser sancionado pela Câmara, como foi,

07:40o receio que se tinha em relação às tarifas

07:42veio cada vez mais reduzindo.

07:44A expectativa de que no frigir dos ovos, no final do dia,

07:47a Casa Branca, ela vai entrar em algum consenso,

07:50ela vai conversar, ela vai dar mais tempo

07:53para essas negociações acontecerem.

07:54E hoje mesmo foi anunciado um acordo com o Vietnã, por exemplo, né?

07:59Então, essas coisas estão acontecendo.

08:01E eu acho que a gente fala muito desses assuntos,

08:04mas no paralelo tem uma coisa acontecendo,

08:06que é a revolução da inteligência artificial.

08:08Tem investimentos em data center nos Estados Unidos inteiro,

08:12ganhos de eficiência,

08:14empresas cada vez mais animadas com os ganhos de eficiência

08:16que podem ter.

08:18E ganho de eficiência acaba sendo lucratividade maior.

08:22E lucro é o que manda o preço da ação, né?

08:25Se o lucro sobe, as ações tendem a subir.

08:27Então, eu acho que é um pouco desse conjunto, né?

08:29Se, de fato, você ficar olhando muito

08:31para essa questão das tarifas e tal,

08:33o governo Trump,

08:34o governo Trump tem mais três anos e meio aí, né?

08:37Muita coisa pode mudar depois, inclusive, do governo Trump.

08:41Agora, esses investimentos que estão sendo feitos

08:44em inteligência artificial,

08:45essa revolução que está acontecendo,

08:47ela vai perdurar por muito mais tempo, né?

08:49Então, e quando você olha, assim,

08:51quais são as empresas, enfim,

08:54e os setores que estão se beneficiando disso,

08:56os Estados Unidos já estão na ponta, né?

08:58Então, acaba que, por isso, acaba...

09:00Isso ajuda, né?

09:01Obviamente, retira um pouco essas incertezas,

09:03as tarifas que acalmaram,

09:06a Big Bill e Fobil, que agora foi aprovada,

09:08retira as incertezas e isso tem já ajudado a Bolsa Americana.

09:11Queria agradecer a conversa que eu tive com o Will Castro Alves,

09:15estrategista-chefe da Avenue,

09:18conversa com a gente direto do sul dos Estados Unidos,

09:20conhece os Estados Unidos de dentro para fora,

09:23é um dotável aqui do Times Brasil,

09:25licenciado exclusivo CNBC.

09:26Obrigado mais uma vez, Will.

09:28A gente já tem um encontro marcado na semana que vem.

09:31Até lá.

09:31A gente já tem um encontro marcado na semana.

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