O Ibovespa B3 encerrou o pregão em alta de 1,32%, aos 141.049 pontos, após superar os 142 mil durante o dia. Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, analisou os fatores que impulsionaram o mercado, como commodities, cenário político e expectativa de corte de juros nos EUA.
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00:00Agora a gente vê a Bolsa aqui no Brasil, a Bolsa brasileira teve uma alta expressiva hoje, já começou os negócios subindo e se manteve no nível de alta,
00:11embora perdendo um pouquinho de força ao longo do pregão a partir das 3 horas da tarde, acabou encerrando com valorização de 1,32% aos 141.049 pontos.
00:24O Ibovespa B3 chegou a passar dos 142 mil, portanto nova marca histórica, depois acabou cedendo então e fechou de volta a faixa dos 141 mil pontos.
00:37Quem volta aqui agora, já entrou mais cedo, antecipou sua participação, mas volta mais uma vez, é o Felipe Corleta, sócio da Delinque Investimentos.
00:47Corleta, o que acabou fazendo o Ibovespa B3 perder um pouquinho do ímpeto aí nessas últimas horas de negociação?
00:54Boa tarde, turce, boa tarde para todo mundo aqui no Times Brasil, novamente.
01:00A gente teve um... é normal que quando o mercado atinge níveis historicamente altos, como foi o que aconteceu hoje,
01:07haja uma certa realização de lucros ali no final do pregão, com investidores colocando parte desses ganhos aí de estar comprado no mercado no Bolsa.
01:16Então eu vejo isso como uma realização natural de um dia que somou vários fatores positivos, entre eles o novo recorde também na Bolsa Americana, commodities para cima, pesquisas eleitorais sinalizando ali uma fraqueza do governo.
01:31Então tem várias frentes aí para se olhar para esse otimismo que tomou conta do mercado financeiro hoje aqui no Brasil.
01:40Tem tudo para que haja uma continuidade disso amanhã na sexta-feira.
01:43Lógico que tem esse número de inflação importante para sair nos Estados Unidos, que pode acabar mexendo com o sentimento global,
01:51mas a expectativa é por um final de semana aí ainda positivo para o nosso mercado.
01:56Você se refere ao PCI, que é o índice de inflação americano que vai sair amanhã, o índice que é mais olhado pelo FED na hora de decidir sobre os juros
02:04e dada toda a expectativa dos mercados, não só nos Estados Unidos, mas aqui no Brasil também, de que o FED comece a reduzir os juros em setembro,
02:14a questão amanhã é se esse índice vai confirmar esse otimismo ou se de alguma forma vai trazer algum elemento que possa afetar um pouco essa perspectiva, Curleta?
02:24Perfeito. O que a gente tem visto nos Estados Unidos são dados econômicos que animam bastante o investidor,
02:31porque a economia permanece resiliente, a taxa de desemprego permanece baixa e estabilizada,
02:37ao mesmo tempo que há queda nos indicadores de inflação e se percebe pouco impacto do tarifácio nos números de inflação até aqui.
02:47Então a inflação segue convergindo de acordo com o que espera o Banco Central dos Estados Unidos,
02:53enquanto a economia permanece bastante resiliente.
02:57Então esses são dados que sustentam o mercado, sustentam essa bolsa fazendo recordes históricos atrás de recordes históricos,
03:04ao mesmo tempo que com o advento da adoção da inteligência artificial, as principais empresas de tecnologia estão na bolsa americana,
03:11isso também sustenta o mercado por lá.
03:13O que o mercado não quer ver é efetivamente a gente ver um número de inflação que seja de fato impactado pelo tarifácio,
03:21um número de inflação que surpreenda ao consenso dos analistas,
03:24porque isso pode fazer com que os investidores pensem que o Banco Central dos Estados Unidos
03:29vai segurar um pouco mais essa taxa de juros elevada antes de iniciar os cortes.
03:33Hoje a expectativa é de que agora em meados de setembro, na reunião de decisão de juros do Federal Reserve,
03:40haja esse primeiro corte de uma sequência de cortes que pode levar o juro americano para perto de 3%, 3,5%,
03:46a depender de como se comportarem os indicadores econômicos.
03:50Nesse sentido, amanhã, se o número de inflação sair acima do esperado pelo mercado,
03:54a gente pode ver os investidores corrigindo esses recordes das bolsas,
03:59as bolsas operando no campo negativo e o apetite por risco um pouco mais reduzido nos mercados globais.
04:06Por outro lado, se esse número vier em linha com o consenso ou mesmo abaixo do consenso dos analistas,
04:12isso deve voltar a estimular esse apetite por risco, esse desempenho mais positivo dos mercados de risco,
04:20seja os mercados de bolsa nos próprios Estados Unidos, como, por exemplo, ativos de países emergentes,
04:25caso do nosso Real, caso da nossa Bolsa, dos nossos produtos de renda fixa no Brasil também.
04:30Então, amanhã, esse indicador acaba definindo um pouco o norte do dia,
04:36e se a gente vê um número de inflação controlado que reforça essa expectativa pelo corte de juros,
04:41há tudo para que esse clima de otimismo continue prevalecendo aqui na B3 também,
04:46embora a gente saiba que a semana que vem reserva bastante volatilidade e riscos,
04:53especialmente vindo do exterior, na medida que começa o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro,
05:01e a gente sabe que o Trump, na sua própria carta, abertamente disse que considera esse julgamento uma caça às bruxas,
05:07então esse avanço efetivo do julgamento poderia trazer algum tipo de reação por parte do Trump ou da Casa Branca
05:15em relação ao Brasil, que naturalmente traz volatilidade e incerteza para os mercados.
05:20Então, esse risco segue no radar, mas a semana é muito positiva até aqui, Turci.
05:24Correleta, vou te pedir um minutinho e a sua análise na sequência,
05:27porque acaba de sair um balanço de uma marca importante do varejo americano.
05:31A Gap divulgou resultados mistos no segundo trimestre fiscal.
05:44A receita, de US$ 3,73 bilhões, ficou ligeiramente abaixo do esperado,
05:50mas o lucro por ação superou as projeções de Wall Street em R$ 0,57.
05:55Old Navy, Gap e Banana Republic tiveram avanço nas vendas comparáveis,
06:02com destaque para Banana Republic, que superou em muito as expectativas.
06:07Já a Atleta recuou 9%, prejudicando o balanço consolidado.
06:12A empresa manteve a previsão de crescimento de até 2% nas vendas anuais
06:17e segue ajustando a cadeia de suprimentos para enfrentar custos extras com tarifas.
06:24Com esses dados da Gap, então, eu volto a chamar o Felipe Corleta.
06:29Corleta, nessa temporada de balanços, a gente dá uma atenção especial também para o varejo americano.
06:35Como é que você vê a Gap, esses dados da Gap, nesse primeiro momento,
06:39e no contexto dos outros dados de varejo que a gente já acompanhou nas últimas semanas?
06:45Perfeito, Turci. Quando a gente quer olhar para o mercado financeiro,
06:48a gente vai olhar sempre para as empresas de tecnologia, no caso dos Estados Unidos,
06:51porque elas têm ganhado um protagonismo e um peso muito grande no índice.
06:54Mas quando a gente quer olhar para a economia americana,
06:56a gente olha muito para as empresas de varejo,
06:59na medida que a economia americana é uma economia muito baseada no consumo de bens.
07:05Então, o que a gente viu nessa temporada de balanços,
07:08e eu imagino que seja isso também que a gente vê agora nos balanços da própria varejista de moda Gap,
07:16é uma estabilidade, um crescimento bom de top line, de receitas.
07:22As empresas continuam vendendo bem, o que mostra que a economia está resiliente,
07:26mas elas têm apresentado uma compressão de margens,
07:29na medida que estão sendo, sim, impactadas, de alguma forma, por um aumento de custos,
07:35advindo do tarifácio, porém, esse aumento de custos ainda não sendo repassado integralmente
07:41para o consumidor apertando as margens das varejistas.
07:45Eventualmente, isso pode se traduzir em inflação,
07:48caso as varejistas façam esse repasse de preços,
07:52ou a gente pode ver, caso os preços voltem a se comportar,
07:56e esse tarifácio não gere, efetivamente, uma inflação de custos duradoura,
08:01aí essa retomada das margens das empresas no varejo.
08:04Mas o cenário é esse, a economia mostra resiliência,
08:07mas as empresas do varejo estão segurando um pouco os preços nos Estados Unidos
08:11para tentar manter essa demanda aquecida por lá.
08:15A gente falou há pouco aqui, Corleta, da divulgação do PIB americano,
08:19e com dados contaminados, tanto no primeiro trimestre quanto no segundo trimestre,
08:24a gente ainda tem que esperar o PIB do terceiro TRI,
08:27claro, além de todos os outros indicadores que o mercado vai acompanhando,
08:30mas isso vai ter que ir sendo filtrado ao longo do tempo
08:34para a gente ter mais clareza exatamente de há quantas andas a economia americana?
08:39Isso é algo que chama muita atenção, porque a gente tem visto os números econômicos,
08:44especialmente nos Estados Unidos, com muitos ruídos.
08:47Se a gente lembrar, recentemente a gente teve uma revisão brutal
08:50de dados do mercado de trabalho, onde se esperava meses seguidos
08:54foram divulgadas criação de novas vagas de emprego
08:56e depois, em uma revisão de dados, esses empregos simplesmente sumiram da estatística.
09:01Então, isso é decorrente em parte da política econômica do Trump,
09:08que é uma política econômica de um vai e vem, de um mordia só,
09:11para as negociações acontecem dessa forma muito volátil,
09:15um dia está tudo bem, e o Trump manda o investidor comprar a Bolsa,
09:21no outro dia ele está subindo uma nova tarifa,
09:23num dia ele vai resolver uma guerra, no outro dia não, volta a financiar as guerras.
09:29Então, realmente, essa política externa, a política econômica comercial do Trump
09:32tem trazido muito ruído para todos os números econômicos dos Estados Unidos
09:37e o investidor precisa conviver com isso.
09:40Agora, o que tem atropelado toda essa incerteza do governo
09:44é efetivamente a adoção da inteligência artificial,
09:48que está cada vez atingindo recordes novos
09:52e superando as expectativas dos analistas mês a mês
09:56e, com isso, as empresas que estão atuando nesse setor
09:59sustentam a Bolsa americana em recordes históricos atrás de recordes.
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