Na véspera da Super Quarta, Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, analisou com Felipe Machado o cenário de juros no Brasil e nos Estados Unidos, destacando os sinais de política monetária e os impactos nas expectativas do mercado.
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00:00Seis e seis agora, hoje é dia de radar do mercado e véspera de super quarta, quando haverá decisões sobre juros aqui no Brasil e nos Estados Unidos.
00:15Agentes econômicos vão ficar de olho no tom dos comunicados que serão divulgados amanhã.
00:20Para trazer a leitura desse cenário, eu chamo o Felipe Machado com análise da economista-chefe da Galápagos Capital, Tatiana Pinheiro.
00:27Felipe, boa noite e boa noite também à Tatiana.
00:32Tudo bem, Turcio? Boa noite. Obrigado mais uma vez.
00:36Eu estou aqui, como você disse, com a Tatiana Pinheiro, economista-chefe aqui da Galápagos Capital.
00:40Tatiana, amanhã, uma super expectativa, super quarta, a gente fica sempre naquela, essa é a última do ano.
00:46Então, eu queria que você trouxesse um pouquinho de um panorama geral.
00:48A gente sabe, mais ou menos, em linhas gerais, que no Brasil a coisa vai ficar mais ou menos, vai ficar igual, quer dizer, não vai ter uma alteração.
00:55E nos Estados Unidos deve ter uma queda de 0,25.
00:58Queria que você desse um pouquinho dos bastidores por trás dessas decisões.
01:01É.
01:02Então, e aí, tanto lá como aqui, como as decisões estão mais do que precificadas, né?
01:08Então, lá nos Estados Unidos, 90% de chance, o mercado de juros dá 90% de chance de corte de 0,25.
01:15Aqui no Brasil, também, o mercado de juros precifica mais de 90% de chance de manutenção de taxa de juros aqui.
01:24O que vai estar todo mundo de olho é na comunicação.
01:27Tanto no comunicado pós-decisão nos Estados Unidos e também na coletiva, que o Paulo sempre dá depois da decisão, com perguntas e respostas com a imprensa,
01:39como aqui no Brasil, o que vai ser importante, que vai estar todo mundo de olho, é na comunicação.
01:44E aí, todo mundo pensando, todos os economistas pensando, e o que é mais provável, né?
01:51Pelo que eu vi, assim, de uma média geral entre os economistas, principalmente das casas lá fora, com relação à decisão dos Estados Unidos,
01:59o que é esperado é que seja um corte, mas um corte que a comunicação seja dura, ela não seja frouxa.
02:09Então, que mostre ali a preocupação com a inflação, que mostre a preocupação que os dados ainda estão muito defasados,
02:16que por conta do shutdown, eles estão vendo ainda, estão sabendo de como é que foi a inflação em setembro,
02:22como é que foi o mercado de trabalho em setembro.
02:25Então, falta dados para o Banco Central americano saber sobre a economia americana.
02:30Então, vai ser um comunicado que traz preocupação, mas um comunicado que cortou juros, mas traz preocupação.
02:36Por quê? Porque provavelmente para sinalizar e conter o mercado para a próxima decisão, que é janeiro, né?
02:43Para conter o mercado, para o mercado continuar contido e esperando uma pausa em janeiro.
02:50Por quê? Porque tem essa dúvida com relação a essa defasagem de dados que ainda não foram divulgados.
02:55Aqui no Brasil, a gente começa amanhã com o IPCA de novembro, com a inflação de novembro.
03:02Vai ser 0,20, vai ser uma inflação baixa, mas a abertura ainda não vai ser super confortável para o Banco Central.
03:08Então, vai ajudar ali a deixar cômodo a manutenção em 15% e todo mundo vai olhar o comunicado.
03:15E aí tem para todo gosto.
03:16Entre os economistas, tem economistas que acreditam que o período bastante prolongado,
03:23de manter a taxa de juros por um período bastante prolongado, esse bastante prolongado cai.
03:29Principalmente por conta da última fala do Galípulo, que falou assim, olha,
03:32o bastante prolongado não zera cada reunião.
03:34A gente já está em 15% já há algum tempo.
03:37Tem uma parte de economistas que acha que não vai ser tão explícito assim
03:41e que ele vai falar sobre o efeito da política monetária,
03:45que já está sendo visto tanto na inflação como na atividade econômica.
03:49E tem uns outros, menor grupo, achando que não vai ter alteração nenhuma
03:54e que ele vai continuar sinalizando para a próxima reunião 15%.
03:57A gente acredita que não vai ser tão explícito como tirar o bastante prolongado.
04:03Vai ser um mix ali falando do efeito da política monetária já sendo sentido
04:08na inflação e na atividade econômica e que aí ele vai deixar uma brestinha,
04:13uma brecha aberta aí para corte de juros em janeiro.
04:18Agora, 0,20 se vier o IPCA mesmo como 0,2,
04:21um IPCA baixo, uma inflação relativamente controlada.
04:25Quer dizer, chegando ali no teto da meta, mesmo isso não é um sinal
04:29de que o Banco Central pode dizer que vai já começar a baixar em janeiro,
04:33dar algum sinal de que vai começar a baixar em janeiro?
04:36Eu acho que ele dá o sinal num ponto que ele fala que ele já vê os efeitos defasados
04:42de política monetária agindo, tanto na inflação como na atividade econômica.
04:46Ele pode citar os núcleos caindo, cedendo, ele pode citar a economia estagnada
04:52do terceiro trimestre.
04:54Então, ele já vai abrir essa brecha se ele falar dos efeitos defasados
04:59de política monetária.
05:00Por quê?
05:00Porque aí, dado que a gente já ficou com política apertada há bastante tempo
05:05e começou a ter os efeitos defasados, tem um longo tempo pela frente
05:09para esses efeitos ainda, para a taxa de juros ainda fazer efeito nos indicadores.
05:14Então, seria uma indicação de que, olha, já pode parar.
05:16Mas, a gente tem que ver, se for uma cópia do comunicado anterior,
05:26aí realmente é mais janeiro de espera e talvez ali um corte em março.
05:32Mas a gente acredita que, como você bem colocou, a inflação no IPCA 15 já estava em 4,50.
05:39Essa inflação, ela vai continuar em 4,50.
05:42A pesquisa Focus dessa semana trouxe que os analistas econômicos estimam a inflação
05:49desse ano em 4,40, abaixo do teto.
05:52Então, não tem nem carta de justificativa do Banco Central.
05:56É um cenário muito melhor do que eles começaram no começo do ano.
06:00Então, tem sim espaço para corte de juros.
06:03A questão é quando que eles vão se sentir mais confortáveis.
06:06A gente acredita que essa sinalização já começa a aparecer desde já,
06:10que eles já estão ficando mais confortáveis em começar a flexibilizar,
06:15a reduzir o grau de aperto monetário.
06:17Agora, Tatiana, em relação aos Estados Unidos, o presidente Donald Trump falou
06:21que a escolha do próximo presidente do Banco Central americano
06:24vai depender dele abaixar os juros.
06:28Quer dizer, foi uma declaração praticamente explícita dizendo que vai escolher quem abaixar os juros.
06:33Isso não mexe com a credibilidade?
06:35Como é que o mercado vê isso?
06:36É isso, esse é um ponto, esse é o grande ponto, pelo menos durante o primeiro semestre inteiro do ano que vem.
06:43A credibilidade do Banco Central americano vai sendo testada por vários eventos.
06:49Começa, talvez, a finalização do julgamento da demissão da Lisa Cook, membro do FED,
06:57que a Suprema Corte vai se pronunciar.
06:59Muito provavelmente ela fica, mas é importante.
07:01Depois tem lá a recondução de todos os membros do FUNC, que acontece de 5 em 5 anos.
07:07Por último, tem a mudança do presidente, do Jerome Powell, para esse novo nome.
07:13Kevin Hassett, provavelmente.
07:14Kevin Hassett, que não tem uma história de Banco Central.
07:17Ele tem, ele é economista-chefe do Conselho Econômico da Casa Branca
07:22e é aliado de primeira ordem do Trump.
07:25Mas ele não tem uma história de Banco Central, por exemplo.
07:28O Greenspan tinha sido, antes, presidente de Banco Central regional,
07:33para depois ser presidente do FED.
07:35O Jerome Powell, agora atual presidente, ele foi presidente de FED regionais
07:41para ser presidente do FED.
07:42O Ben Bernanke, ele não tinha uma história com o FED,
07:45mas ele tinha uma história acadêmica de pesquisa de política monetária.
07:49Então, o Kevin Hassett, ele vem não ligado à política monetária.
07:54Esse é um primeiro ponto.
07:55que já dá uma desconfiança sobre credibilidade.
07:59Aí vem o presidente e fala que o novo chairman do FED,
08:05ele tem uma missão de cortar juros, aumenta essa dúvida.
08:10Então, essa credibilidade vai ser bem testada no ano que vem.
08:14E a fala do Trump não ajuda na credibilidade do Banco Central.
08:19Imagina se fosse aqui no Brasil, né, Tatiana?
08:21Não.
08:22Já vimos essa história antes aqui, né?
08:24Mas ser reserva, reserva, moeda, reserva do mundo ajuda bastante, né?
08:28Dá bastante.
08:29Dá, ser reserva, moeda, reserva do mundo,
08:33aguenta muita coisa na política monetária,
08:37aguenta muita coisa na política fiscal.
08:39Essa que é a diferença.
08:40Lá eles têm a moeda, reserva do mundo,
08:42e aqui o Brasil é um país emergente.
08:44É isso aí.
08:45Tatiana Pinheiro, economista-chefe aqui da Galápagos Capital.
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