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A economista-chefe da Lifetime, Marcela Kawauti, analisou a volatilidade de novembro, marcada pelo setor de tecnologia e pela paralisação do governo americano. Ela destacou a superquarta, o impacto das decisões dos bancos centrais e as perspectivas para câmbio, inflação e início do ciclo de cortes de juros no Brasil.

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Transcrição
00:00Eu vou conversar agora com a Marcela Kawat, ela é economista-chefe da Lifetime Gestura de Recursos.
00:06Marcela, boa noite para você. Obrigada por ter aceitado o nosso convite, estar aqui com a gente
00:11para falar desse noticiário que a gente vem trazendo aqui desde o começo do jornal.
00:16Então, quero começar sabendo, apesar do otimismo dos mercados globais nos últimos dias,
00:22novembro foi de fato um mês de muita instabilidade, com pressões partindo do setor de tecnologia
00:28e até pouco tempo quanto ao rumo dos juros americanos. Qual é a sua leitura desse mês e o que você espera de dezembro?
00:38Quando a gente fala do mês de novembro, a gente de fato teve um fluxo de notícias muito grande.
00:45Além desses itens que você citou, eu quero acrescentar também o fim da paralisação do governo americano.
00:51Essa paralisação começou em outubro e terminou ali em meados do mês de novembro.
00:57E é por conta dessa paralisação que fica tão difícil a gente olhar para frente quando a gente fala da economia americana.
01:05A gente está com os dados nos Estados Unidos, estão todos represados,
01:10porque essa paralisação prejudicou o trabalho do escritório de estatísticas americano.
01:16Então, a gente tem ali dificuldade de enxergar o que foi de fato a economia ao longo desse ano,
01:23ao longo desse último mês. A gente está com um fluxo grande de notícias, mas não um fluxo grande de dados.
01:29E aí, olhando para o mês de dezembro, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil,
01:35eu quero chamar a atenção para a superparta,
01:38que é aquele dia que a gente tem a coincidência de datas da reunião do Banco Central americano e do Banco Central brasileiro.
01:43Por que é tão importante? Porque essas reuniões podem dar para a gente também um pouco de indicação do que pode ser o ano de 2026.
01:54O Banco Central brasileiro deve falar isso, vai começar a cortar juros em janeiro,
01:59ou se tem a intenção de começar a cortar juros em janeiro.
02:02E no caso do Banco Central americano, a gente vai ter o que a gente chama de DOTS,
02:05que são as projeções dos membros do colegiado.
02:09E aí, eles vão dizer para a gente quão longe vai esse ciclo de queda de juros que começou lá no mês de dezembro.
02:16Ou melhor dizendo, quão longe eles imaginam que deve ir esse ciclo de queda de juros.
02:22Bom, aproveitando que você já falou dessa questão da queda dos juros aqui no Brasil,
02:27vocês estão trabalhando com que data?
02:30Deve começar a cair na reunião de março ou na reunião de março?
02:34E de fato, na sua opinião, já deve ter uma sinalização, como você disse, na ata da reunião de dezembro?
02:42Acredito que sim.
02:44A gente teve algumas notícias importantes aqui para o Brasil que me levam a crer
02:49que a gente pode ter o início do corte de juros já no mês de janeiro.
02:54Ainda que eu esteja tentada, em alguns momentos, a mudar esse call para o mês de março.
02:59Esses dados que vieram, as boas notícias que vieram, tem muito a ver com a inflação.
03:05A inflação, o IPCA, que a gente chama de inflação corrente, voltou para dentro do intervalo da meta.
03:11Isso é muito importante.
03:13E a inflação, também as expectativas de inflação, também voltaram para dentro do teto da meta.
03:21Isso deve dar algum conforto para o Banco Central.
03:24Mas mesmo que o Banco Central comece a cortar os juros agora no mês de janeiro,
03:29esse corte deve começar de uma maneira muito tímida, ou seja, com 0,25 pontos percentuais.
03:36Por quê?
03:36Porque a gente tem ali um contraponto, que é o mercado de trabalho muito aquecido.
03:41E esse mercado de trabalho aquecido coloca a pressão de inflação de demanda.
03:46E é essa preocupação que o Banco Central tem expressado ao longo de todo esse ano
03:51e que funciona como um limitador para essa queda de juros no ano que vem.
03:55O que você espera do câmbio nesse mês de dezembro e começo do ano que vem, 2026 já, Marcela?
04:05No final desse ano, o câmbio ainda deve se manter ali muito favorável para a moeda brasileira,
04:12assim como tem sido ao longo de todo esse ano.
04:16E ele deve ficar ali ao redor de 5,40, 5,50.
04:19Agora, para 2026, existe uma preocupação bastante importante.
04:25O que fez o câmbio vir do começo do ano que estava lá acima de 6 para agora,
04:31em alguns momentos flertando com 5,30, mas mais estava ali perto dos 5,40,
04:36foi o fato de que as incertezas ao longo desse ano vieram muito dos Estados Unidos,
04:41o que tirou o valor do dólar e a moeda brasileira acabou se beneficiando a reboque.
04:45Agora, a questão fiscal, que foi a crise que a gente teve no final do ano passado,
04:50que levou o câmbio ali para cima de 6 reais, não foi resolvida.
04:55E, geralmente, quando a gente tem um ano eleitoral, o ciclo eleitoral,
04:59a questão fiscal volta ali para o radar dos analistas.
05:03Se isso for verdade para o ano que vem, e como a questão fiscal ainda está muito ruim,
05:08a gente pode ter, então, o câmbio sofrendo um pouco,
05:12porque a nossa moeda acaba se desvalorizando.
05:15Então, para o ano que vem, é possível que o câmbio feche acima dos 5,50.
05:20Mas, de novo, vai depender de quão forte vai ser essa preocupação do mercado
05:25em relação à questão fiscal doméstica, olhando para o Brasil.
05:30Eu vou passar para a pergunta dos nossos analistas, Marcela.
05:34Vamos começar pelo Vinícius Torres Freire.
05:36Vinícius.
05:36Marcela, boa noite.
05:39O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem dito e disse ontem,
05:43enfaticamente, que a política está dependente, mais do que nunca, de dados,
05:47a política monetária.
05:49A gente sempre fica imaginando que dados.
05:51A gente sabe que o Banco Central está preocupado ainda com inflação de serviços,
05:56que o Banco Central quer ver expectativas inflacionárias caindo mais rapidamente,
06:01especialmente para 2027,
06:03e que o Banco Central também não pode deixar o arrocho aumentar.
06:06Não pode deixar a taxa real de juros aumentar.
06:09E isso pode começar a acontecer se a gente tiver uma queda de expectativas,
06:13mesmo ligeiras, mas um pouquinho mais rápidas a partir de agora, começo de 2026.
06:19Então, que dados você acha que vão mover o Banco Central?
06:22E lembrando que, apesar de o mercado de trabalho estar robusto, estar forte, aquecido,
06:27a gente viu hoje na PNAD que a taxa de crescimento do pessoal empregado diminuiu,
06:33para um ritmo que a gente não via há dois anos,
06:35embora o salário esteja crescendo quase 4% em termos reais.
06:39Então, tem o mercado que está dando um pouquinho de sinais contraditórios,
06:44um de queda e um de aquecimento, como a gente viu no Cajé de outro,
06:48e por outro tem o BC esperando dados.
06:50Está aí também, no mercado de trabalho, da inflação,
06:53da expectativa de inflação e da inflação de serviços.
06:56Nesse conjunto, o que vai levar o Banco Central a começar a se mover e mudar,
07:01pelo menos, o discurso?
07:03Se eu tivesse que escolher uma única variável ali entre essas que você falou,
07:08eu escolheria a inflação de serviços.
07:11Ela é reflexo do mercado de trabalho aquecido,
07:14mas ela é justamente o reflexo na ponta para o consumidor.
07:19E é ela que tem sido o calcanhar de Aquiles do Banco Central.
07:23A inflação tem vindo para baixo, para dentro do intervalo da meta,
07:28principalmente por causa do câmbio.
07:30Enquanto isso, a inflação de serviços segue rodando ali,
07:33perto dos 6%.
07:34Então, isso é uma preocupação muito grande para o Banco Central.
07:38Com relação ao mercado de trabalho,
07:40a gente disse que o mercado de trabalho está trazendo sinais mistos.
07:44Como você falou, está cheio de massa.
07:46A gente viu hoje os dados do IBGE trazerem o desemprego
07:51para o menor patamar da série histórica,
07:53mas com o crescimento da população ocupada desacelerando.
07:58E também, mesmo que a massa salarial esteja crescendo ao redor de 4%,
08:03já em termos reais,
08:05a velocidade de crescimento também está desacelerando,
08:09o que é uma boa notícia para o Banco Central.
08:12Portanto, o mercado de trabalho ali está na iminência de começar a ajudar
08:16essa inflação de serviços.
08:18Os modelos indicam que já, no começo do ano que vem,
08:21isso já deve começar a ajudar um pouco mais.
08:23Então, é aí que está o ponto que deveria deixar o Banco Central um pouco mais confortável
08:29para conseguir cortar juros.
08:31E vale deixar claro que a reunião de janeiro está quase dois meses à frente,
08:37porque ela acontece no final do mês de janeiro.
08:39Então, aí você já teria tempo para ter um fluxo de dados
08:42que deixaria o Banco Central mais confortável para começar esse ciclo.
08:46Mas é verdade que o Galípolo tem mantido o seu discurso ainda muito duro.
08:51Ainda tem dito que o patamar atual de juros é um patamar suficiente
08:56para trazer os juros, desculpa, a inflação para baixo.
08:59E ele parece confortável com isso por enquanto.
09:03Vou passar para a pergunta do Eduardo Gair lá em Brasília.
09:06Gair, boa noite para você.
09:09Marcela, boa noite.
09:10Boa noite também para você, Cris, Vinícius, todos que nos acompanham.
09:14Marcela, ainda falando um pouco de inflação,
09:16queria te ouvir a respeito da decisão da Anel hoje,
09:19que rebaixou a bandeira tarifária de vermelho patamar 1 para amarelo agora no mês de dezembro.
09:26Isso significa a energia mais barata para o consumidor, conta de luz mais barata.
09:31Qual que deve ser o impacto na inflação, nas contas de vocês?
09:34Pode ter ali uma influência no IPCA nesse finalzinho de ano?
09:39Ou era uma... nas projeções de IPCA, evidentemente.
09:42Ou se já era uma mudança precificada pelo mercado, essa redução na bandeira tarifária?
09:50Boa parte do mercado imaginava que a gente pudesse ter aí uma melhora da bandeira tarifária
09:56para o final do ano, que, portanto, ajudaria a inflação.
10:00Ele tira aí 0,1, 0,2 de inflação ao longo do mês de dezembro,
10:06mas ele já meio que estava na conta.
10:08Isso também acaba reforçando as expectativas de que o IPCA vá terminar o ano de 2025
10:15dentro ali da banda de tolerância do Banco Central.
10:21Mas vale deixar claro que isso acaba ajudando, a confirmação dessa expectativa acaba ajudando.
10:29O Banco Central, quando ele faz as suas decisões de juros, ele não está mirando no preço da conta de luz,
10:37porque, afinal de contas, ele não tem muita ingerência sobre isso.
10:40Isso tem mais a ver com o fluxo de chuvas, enfim, e com a forma como o governo calcula esses reajustes.
10:49Mas, quando o Banco Central vê a demanda crescida, qualquer aumento que a gente veja nos preços monitorados,
10:56como a conta de luz, pode se transformar em inflação generalizada,
11:00e é nesses efeitos de segunda ordem que ele acaba mirando.
11:04Então, é bem-vindo, porque o efeito de segunda ordem para baixo também pode ser positivo
11:10para a inflação inercial do ano que vem.
11:13Marcela, muito obrigada. Prazer te receber aqui. Boa noite e bom fim de semana.
11:17Muito obrigada. Bom fim de semana a todos.
11:20Obrigada.
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