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O superintendente da FIEB, Vladson Menezes, comenta os impactos da tarifa de 50% imposta pelos EUA. A entidade estima perda de R$ 1,3 bilhão no PIB baiano, afetando setores como cacau, frutas, pneus e químicos. A FIEB propõe diálogo técnico com autoridades e medidas de apoio a exportadores para reduzir os prejuízos.

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Transcrição
00:00E a Federação das Indústrias do Estado da Bahia, mais conhecida como FIEB,
00:05projeta uma perda de 1,3 bilhão de reais no PIB baiano,
00:09com essa tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.
00:13E entre os setores mais atingidos está a produção de pneus, cacau
00:17e produtos não industriais, como café, frutas, peixes e também o mel.
00:23Sobre esse assunto, eu converso agora com o Vladsom Menezes,
00:26que é superintendente da FIEB.
00:28Oi, Vladsom, boa noite para você. Obrigada pela sua participação e bem-vindo ao Conexão.
00:35Boa noite, Paula. Boa noite a todos que assistem ao Conexão.
00:40É um prazer estar com vocês.
00:43Vladsom, a gente que agradece muito a sua participação.
00:47Bom, Vladsom, falando desse assunto que está prejudicando tanta gente aqui no Brasil
00:52e agora falando exclusivamente aí da Bahia,
00:55qual que vai ser o real prejuízo previsto, na sua opinião, para o PIB baiano,
01:00levando em consideração aí que esse novo cenário, aliás,
01:04se não houver uma nova lista de restrições?
01:06Então, o nosso impacto previsto para a Bahia é algo em torno de 0,27%,
01:16eu vou aproximar 0,3% do PIB.
01:19Aparentemente, isso é pouco, mas quando a gente vai olhar setor a setor,
01:29impactos específicos e, às vezes, regiões da Bahia ou municípios da Bahia
01:37são fortemente impactados.
01:40Eu estou vendo aí na tela aparecendo os pneus, por exemplo,
01:46que é um setor impactado pelo seguinte,
01:49aqui na Bahia nós exportamos 60% dos pneus para os Estados Unidos.
01:58A tarifa de pneus ficou, no caso de pneus de caminhão e ônibus, motocicletas, em 50%.
02:10E no caso de pneus de veículos de passeio, que é a maioria que a gente exporta, 25%.
02:17De todo modo, acima dos 10%, que era a tarifa que foi anunciada lá em abril.
02:27Isso impacta empregos, isso impacta a competitividade das empresas,
02:34porque não é fácil, no caso dos pneus, você simplesmente modificar o destino para outro mercado.
02:43Muitas vezes, os pneus são específicos para determinados mercados.
02:49Para você ter uma ideia, a maior parte das vendas de pneus se concentra no segundo semestre.
02:55E no segundo semestre, por quê?
02:57Porque são pneus feitos na Bahia para o inverno americano.
03:02Se eu não conseguir colocar isso nos Estados Unidos,
03:05a nossa possibilidade de colocar em outro mercado se restringe ao hemisfério norte,
03:11mesmo assim, a contratos, a rearranjo logístico, ou seja, não é fácil esse ajuste no caso dos pneus.
03:21No caso dos derivados de cacau, também é parecida a situação.
03:26Embora a gente não tenha uma alocação tão grande dos recursos,
03:32dos produtos para o mercado americano,
03:37jogar em outros mercados significa rearranjo logístico.
03:44E se eu não consigo isso, diminui minha escala de produção.
03:48Diminuindo minha escala de produção, cresce o custo médio.
03:53Então, eu perco competitividade, isso não só para cacau, para pneus, para os petroquímicos,
03:59não somente no mercado americano,
04:01mas no conjunto dos demais mercados, já que minha escala cai.
04:08Minha ansiosidade cresce.
04:11E quando falo de cacau, eu falo de toda uma região do estado da Bahia,
04:17no entorno de Ilhéu, que ficou famosa pelas obras de Jorge Amado,
04:23e a gente não quer que ela continue famosa por mais uma crise econômica.
04:28É muito complexo, é muito difícil a situação dessa região.
04:34Mas não é só isso.
04:35Eu tenho petroquímicos, a maior parte dos petroquímicos,
04:41ela vai pagar 50%.
04:45E alguns produtos, como o benzeno, que é um produto específico aqui,
04:51praticamente do polo de Camaçari, ele exporta 100% para os Estados Unidos.
04:59Então, são setores que já vêm sofrendo dificuldade, Paula,
05:05porque tem uma concorrência aí de importados, processos anti-dumping,
05:11em andamento, etc.
05:13E, ao mesmo tempo, eles vão sofrer mais ainda.
05:20Então, a situação aqui na Bahia, ela não é, obviamente, favorável,
05:27mas eu diria um pouco pior do que a média nacional nesse sentido,
05:33porque, quando houve o anúncio da ordem executiva do Trump,
05:41cerca de 45% do valor das exportações brasileiras para os Estados Unidos
05:48foi excluído do tarifácio.
05:51Ficou com os 10%.
05:54No caso das exportações baianas, foi um terço que foi excluído.
06:00Dois terços permaneceram ou com a tarifa de 50%, que é 55%,
06:07ou mais 11% com a tarifa de 25%.
06:11Então, a Bahia está sendo afetada e afetada em várias regiões do Estado,
06:20setor calçadista também.
06:22Ou seja, vários setores permaneceram na tarifa cheia,
06:28que não faz nenhum sentido, mas que tem um impacto econômico forte
06:33para nós, para o Brasil, mas, em particular, para a Bahia.
06:38Agora, Vlad, em relação a...
06:40Você mencionou, né, Cacau, você mencionou o pneu
06:44e outros setores também que estão sofrendo com isso.
06:48Vocês estão pretendendo ou já estão fazendo alguma coisa?
06:52Tem alguma pauta em mente?
06:53Como é que vocês estão agindo diante desse cenário desolador?
06:58Veja, nós tivemos duas reuniões com o governador.
07:02A segunda foi hoje pela manhã, com a participação, inclusive, do ministro Alckmin,
07:08que participou de forma virtual, mas ficou boa parte da reunião.
07:12E nessas reuniões, nós não só mostramos o quadro, que é ruim,
07:21como também fizemos sugestões.
07:24Eu vou me concentrar aqui nas sugestões nacionais,
07:28até porque a discussão mais geral está acontecendo,
07:34e o próprio ministro disse que algumas coisas são bem factíveis.
07:39Então, o que a gente sugeriu?
07:43Primeiro, continuar negociando.
07:45Não parar de negociar e excluir outros setores
07:49que podem ser não tão importantes no PIB brasileiro,
07:53mas são importantes para regiões menos desenvolvidas
07:57e são importantes na geração de empregos.
08:00Segundo, avançar nos processos anti-dumping já existentes,
08:09existem processos na petroquímica, existem processos no setor de pneus,
08:18só que esse avançar passa por uma concessão imediata do direito provisório,
08:25enquanto o processo continua.
08:27Não podemos esperar chegar até o final e os prejuízos se mantiverem por um longo tempo.
08:37Aí o vice-presidente apontou positivamente para essa alternativa.
08:44Uma outra alternativa foi a devolução de créditos tributários,
08:54falando aqui no plano federal, isso está sendo examinado.
09:00Bem como reintegra, vocês sabem que quem exporta acumula resíduos tributários
09:06ao longo da cadeia, a gente está pedindo 3% do reintegra.
09:11Essa análise vai ser feita setorialmente,
09:15porque o impacto nas finanças públicas, segundo o ministro, seria mais elevado,
09:22mas é uma possibilidade.
09:25Da mesma forma, os bancos oficiais concederem crédito privilegiado
09:31para os setores atingidos, é uma pauta extensa.
09:35Eu queria citar aqui também uma que o ministro apontou favoravelmente,
09:44que foi a possibilidade, naquele mecanismo de drawback,
09:50quando você importa um determinado insumo para exportar,
09:55você tem a isenção tributária.
09:59Primeiro a suspensão, depois a isenção.
10:01O que a gente pede?
10:04Quem estava fazendo isso para exportar para o mercado americano
10:07vai ter dificuldade de colocar o produto lá.
10:10Qualquer outra alternativa, principalmente se for para o mercado interno,
10:15exige o pagamento desses tributos e a multa.
10:19A gente pediu o prolongamento do prazo do drawback para o cacau,
10:25para os derivados de cacau, que são um setor aqui na Bahia
10:28que utiliza esse mecanismo, de forma a eles buscarem outros mercados.
10:35E, obviamente, com liberação de multa e por aí vai.
10:39Então, existem alternativas.
10:42Não é o ideal, nada disso é o ideal.
10:44O ideal seriam as tarifas de antes do primeiro tarifaço, lá de abril.
10:51Mas a gente não está lidando com o cenário ideal, é o cenário possível.
10:56E vamos trabalhar medidas para ver se a gente melhora isso, Paula.
11:01A gente achou muito boa a fala do vice-presidente Alckmin na reunião,
11:07abrindo portas de uma maneira séria e, ao mesmo tempo,
11:12comprometida com as contas públicas.
11:15Caminhos existem, não são fáceis.
11:17A gente espera estar contribuindo.
11:20Você acompanhou, então, a entrevista com o Vladsson Menezes,
11:24que é superintendente da FIEB.
11:26Vladsson, muito obrigada pela gentileza em participar com a gente aqui ao vivo do Conexão.
11:31Uma boa noite para você e até a próxima.
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