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Ricardo Martins, presidente da Abimetal, analisou os impactos do tarifaço norte-americano sobre o aço brasileiro e destacou a importância da siderurgia para a economia e soberania nacional. Ele avaliou os desafios de exportação e defendeu políticas industriais que fortaleçam toda a cadeia produtiva.

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Transcrição
00:0010 horas, 1 minuto. A missão empresarial brasileira em Washington encerrou a agenda de reuniões sobre o tarifácio.
00:08Mesmo sem participar da comitiva, o setor do aço acompanha de perto os resultados e tem expectativa de avanços nas negociações.
00:16Para falar sobre essas expectativas ou da expectativa da indústria metalúrgica e os próximos passos,
00:22eu converso agora com o Ricardo Martins, ele que é presidente da Abimetal.
00:26Oi, Ricardo, muito bom dia para você. Seja bem-vindo aqui ao Real Time. Tudo bem contigo?
00:31Muito bom dia para você também, Eric, e para todos aqueles que estão nos ouvindo. Obrigado pela oportunidade.
00:38É um prazer tê-lo aqui.
00:39Ricardo, como que você avalia o desfecho da missão empresarial brasileira lá nos Estados Unidos,
00:44sendo que a receptividade não foi muito boa lá, não, né?
00:48A gente trouxe até que o vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau,
00:54disse que era para a missão fazer lobby em Brasília e não em Washington, que eles estavam batendo na porta errada.
00:59Então, como é que o senhor avalia esse desfecho?
01:03Olha, Eric, a gente tem sempre que ver o lado bom da situação que nos oferece, né?
01:11Eu diria para você que, do ponto de vista comercial, do ponto de vista dos objetivos da CNI,
01:19e está participando da missão, né?
01:23Eu acho que foram todos eles satisfeitos.
01:27Foi possível conversar com contrapartes, foi possível também conversar com agentes do governo americano,
01:38só que, lamentavelmente, né, como todo noticiário já deixa, já informa,
01:45as decisões estão todas na mão do presidente, presidente Trump.
01:49E essa declaração aí, por último, né, para finalizar do Landau, né,
01:56acaba desestimulando em parte, mas não nos tira a intenção de estar brigando
02:05por mostrar as vantagens e ser parceiro comercial do Brasil.
02:09Eu acho que a CNI e todas as federações insistem no fato de que a gente tem que deixar de lado
02:17esse aspecto político e trabalhar, sim, para que aquilo que nos interessa seja efetivado.
02:25Eu vou lembrar aqui, Eric, um tema que acho que é importante, uma fala que é importante, né?
02:30Não existem nações amigas, existem interesses das nações.
02:35Então, o Brasil tem que começar a defender os interesses deles, né?
02:39Nós não temos aí nenhuma vantagem em estar defendendo amizades,
02:47e aí nós temos que começar a enfrentar a coisa defendendo os interesses do Brasil,
02:52principalmente defendendo os interesses para exportação, né?
02:55É importante também frisar o seguinte, quem gera a riqueza é a indústria,
03:00quem gera a riqueza agropecuária e tudo mais.
03:03Nós precisamos exportar, esse país precisa crescer, e é justamente com esse tipo de ação,
03:10crescimento da indústria, que nós vamos fazer com que a gente acabe com aquela grande disparidade
03:16da renda per capita, né, Eric?
03:18A gente vive insistindo nesse assunto, né, e a renda per capita brasileira continua muito baixa,
03:24nós precisamos melhorar isso, né?
03:26E acho que, então, dessa forma, a CNI colocou muito claro que a gente pode estar trabalhando
03:33um acordo do etanol, é muito importante para os Estados Unidos as terras raras, né?
03:38Um grande patrimônio de Minas Gerais, e acho que tudo isso daí foi demonstrado de forma clara.
03:44Passando por cima desse assunto político, né, particularmente desse assunto que é levantado
03:52pelo presidente Trump, eu acho que a missão conseguiu bons resultados, Eric.
03:58Ricardo, a gente sabe que o setor do aço, né, ou produto, ficou, entrou naquela lista de isenção
04:05dos 50% em relação a produtos brasileiros, porém, ele ainda enfrenta a tarifa setorizada,
04:12né, para o aço, continua pagando 50% de qualquer forma.
04:16Isso também causa preocupação, porque já está fora da lista do Brasil, mas continua
04:22uma lista global de setor, sendo taxada em 50%.
04:25Então, como negociar isso de forma global?
04:29Então, na verdade, o que acontece é que o aço acabou ficando no final com os 25%
04:35que já tinha sido anunciado por aço, né?
04:39Existe um interesse muito grande do governo americano em estar reativando a indústria siderúrgica
04:46americana.
04:47É muito comum se falar, né, naquele cinturão da ferrugem, aquelas grandes siderúrgicas,
04:53as indústrias, as grandes indústrias americanas que acabaram, né?
04:56Os Estados Unidos fez uma opção, errada ou não, de transferir sua produção para outros
05:02países, né, principalmente para a Ásia, e hoje vê a necessidade, né, voltando àquela
05:07história, quem cria a riqueza é a indústria.
05:09Então, hoje você vê uma preocupação exacerbada até, por parte do governo americano, de trazer
05:15de volta a indústria para os Estados Unidos.
05:19Mesmo os 25% atrapalham muito, Eric, atrapalham demais.
05:23Lembro a você que o Brasil exporta semi-acabados para os Estados Unidos, né?
05:29Nós somos, provavelmente, o segundo maior fornecedor de semi-acabados.
05:34O que significa isso?
05:36A indústria americana compra o semi-acabado, aquilo que nós chamamos de placa, né, para
05:41depois aquecer e, dali, tirar os subprodutos dessas placas, né?
05:47O que nós chamamos aqui de acabados.
05:50Então, nós somos forte no fornecimento de semi-acabados, mas nós deveríamos também
05:57trabalhar e trabalhamos firme para isso, para estar defendendo a utilização, a exportação
06:04do produto acabado, né?
06:06O semi-acabado acaba trazendo um déficit comercial para o Brasil, né?
06:12E o que preocupa mais, Eric, tanto esse assunto da falta de exportações, a gente está falando
06:20aí de 10 milhões de toneladas anuais, né?
06:24Mas nos preocupa muito mais a importação do aço no Brasil.
06:29A importação do aço no Brasil.
06:31Ela pode inviabilizar a indústria siderúrgica nacional em curto espaço de tempo.
06:36A gente só tem que lembrar o quê?
06:38Se os Estados Unidos estão tão preocupados com a siderurgia, se os demais países do mundo
06:43todo estão preocupados com a siderurgia, porque a siderurgia, ela é muito importante
06:49para a segurança nacional, Eric.
06:52Graças a Deus o Brasil não é um país belicoso, né?
06:56A gente não tem guerra, graças a Deus.
06:58É uma grande vantagem nossa, mas a soberania nacional, na parte da siderúrgica, ela tem
07:05que ser defendida, não só pelo fato de que amanhã você possa sofrer uma agressão
07:10ou qualquer coisa do tipo.
07:11Ela tem que ser defendida porque ela garante para você o fornecimento daquilo que é básico
07:18para o desenvolvimento do país.
07:20E a gente aprendeu com a pandemia, né?
07:22É que não é muito bom você depender de um outro país, né?
07:27Que por um evento não político, acabou trazendo uma série de complicações para o Brasil
07:33e para todos os países do mundo.
07:34Nós não estamos livres de uma nova pandemia ou de um fato que acarrete os problemas que
07:41a pandemia nos trouxe.
07:43Então, eu diria para você que nós temos que enxergar sempre siderurgia, ponto estratégico
07:48para o crescimento dos países e, principalmente, do Brasil.
07:52E, em função disso daí, nós temos que adotar medidas que permitam que a gente continue
07:58trabalhando como sempre trabalhou.
08:00Eu vou citar um fato que é muito comum, é rotineiro e que a gente costuma ouvir dos
08:08economistas, né?
08:10O Brasil é um país fechado, economia fechada.
08:13Ex-participantes de governos anteriores que defendiam essa ideia, hoje acabam aceitando
08:28o fato de que a carga tributária brasileira, o custo Brasil e tantos outros entraves ao
08:35nosso crescimento atrapalham demais a nossa competitividade.
08:39Então, de certa forma, nós não queremos proteção, Eric.
08:43O que a indústria siderúrgica brasileira precisa é de zonomia.
08:47Nós temos que lutar com as mesmas armas e não simplesmente pedir do governo ações
08:53específicas de proteção.
08:56Isso já vem sendo feito há muito tempo, mas é hora, é necessário que a gente pare e
09:02pense numa política industrial que possa atender a toda a cadeia produtiva brasileira.
09:09Eu vou dizer para você uma coisa que eu acho que é importante.
09:13O agro, isso é normal entre nós, porque o agro, ele se combina tão bem.
09:21O agro, ele é uma cadeia bastante curta, né?
09:27Você tem produtor, aquele que comercializa, consumidor final.
09:32No caso da indústria, os produtos são de cadeia longa.
09:34E aí você tem uma série de interesses que, muitas vezes, para defender a isonomia da
09:41indústria siderúrgica, vá atingir a isonomia ou a competitividade de outros setores.
09:49Então, é por isso que, normalmente, essa discussão, ela suscita, é o tema acalorado,
09:56mas que a gente precisa, de certa forma, tratar ele com uma política nacional.
10:01Não adianta resolver o problema só da siderurgia, nós temos que resolver o problema da indústria
10:05no Brasil, Eric.
10:07Ricardo Martins, queria muito agradecer a sua participação aqui no Real Time.
10:10Um grande abraço, um bom final de semana para você, viu?
10:13Eu que agradeço a oportunidade.
10:15Também para você.
10:15Muito obrigado.
10:16Obrigado.
10:17Obrigado.
10:18Obrigado.
10:19Obrigado.
10:20Obrigado.
10:21Obrigado.
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