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José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, detalhou os impactos das tarifas de 50% dos EUA no setor de máquinas e equipamentos, responsável por 25% das exportações brasileiras para o país. Paralisação de pedidos, queda de vendas e negociações políticas marcam o cenário.

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Transcrição
00:00E a gente vai conversar agora com mais um empresário que foi aos Estados Unidos para participar dessas conversas aí.
00:06Nosso convidado é o José Veloso, que é presidente executivo da Abimac,
00:10Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos.
00:13Boa noite para você, Veloso. Seja bem-vindo.
00:16Boa noite. Um prazer falar com vocês mais uma vez.
00:19Eu queria ouvir a sua perspectiva. Como é que vocês foram recebidos aí? Como é que foi o clima das conversas?
00:24Olha, o clima foi amistoso, foi bom. Como foi dito aí pelo presidente Albânia e pelo embaixador Roberto Azevedo,
00:34foi dentro daquilo que se esperava.
00:39A gente sai, logicamente, que ninguém tinha o objetivo de sair daqui dos Estados Unidos com os nossos problemas resolvidos,
00:46mas pelo menos com as soluções mapeadas, por onde vão sair as soluções,
00:54e orientar o nosso trabalho do oravante.
00:58O que a gente enxerga é que hoje a principal opção das empresas que querem manter comércio com os Estados Unidos,
01:05porque veja bem, 50% de tarifa é o embargo, né?
01:09Isso você no médio e longo prazo não vai sobreviver com essas tarifas, não vai sobreviver o comércio.
01:15Então, a principal alternativa que nós verificamos aqui realmente vai ser o trabalho junto às contraspartes,
01:24junto aos nossos clientes, e os nossos clientes demonstrando para as autoridades norte-americanas
01:30a importância da compra dos produtos brasileiros.
01:35E aí, quem sabe, conseguir mais exceções.
01:38Mas isso não vai resolver definitivamente a questão do tarifaço.
01:42Bom, o seu setor, o setor que você representa das máquinas e equipamentos,
01:46foi um setor muito atingido pelas tarifas.
01:49Imagino que vocês tinham muitas vendas também direcionadas para os Estados Unidos.
01:53E eu queria que você explicasse para a gente em que pé estão os problemas de vocês nesse momento.
01:58O setor de máquinas e equipamentos é o mais atingido.
02:02Para você ter uma ideia, se a gente pegar os números do ano passado,
02:04do total dos produtos brasileiros que vão sofrer o tarifácio,
02:10o nosso setor representava aproximadamente 20% de tudo isso.
02:15O comércio, ele já está anormal.
02:20A tarifa, ela não está efetiva. Por quê?
02:23Porque o governo americano, ele deu um prazo para tudo que saísse do Brasil
02:28até o dia 6 de agosto e chegasse nos Estados Unidos até o 5 de outubro,
02:34que ainda não teria tarifa.
02:36Então, esse produto que está chegando nos Estados Unidos,
02:39ainda está com a tarifa antiga.
02:40No entanto, a visibilidade do empresário é de um novo cenário.
02:46Então, os pedidos estão sendo cancelados.
02:48Nós temos muitos produtos que estão parados nas fábricas do Brasil
02:54e prontos para serem embarcados e que foi pedido o adiamento
02:59e também a negociação de contratos.
03:02Então, paralisação de entrega, queda de vendas e cancelamento de pedidos.
03:10Com isso, vem a segunda onda, que é já algumas empresas já estão falando em demissão,
03:15algumas já demitiram e outras estão negociando com o Sindicato dos Trabalhadores
03:22para poder fazer demissões mais coletivas.
03:26Vinícius.
03:28Peloso, você disse que vocês perceberam alguns caminhos,
03:32o caminho das pedras para conseguir alguma redução de danos,
03:37especialmente por meio da negociação com suas contrapartes.
03:40Agora, por outro lado, o vice, o número 2 do Departamento de Estado,
03:44o Christopher Landau, disse que o assunto é político.
03:48Os 40 pontos adicionais de tarifação é político.
03:54E aí, como é que ficam as duas coisas?
03:56Dá para ter, ainda assim, com esse tipo de declaração, alguma conquista?
04:00Qual o tamanho dessa conquista pode ser no sentido de entrar na lista de exceções?
04:06Ou então, essa história de que é política fecha muita porta?
04:10Então, isso realmente foi dito.
04:14O subsecretário Landau, ele é do Departamento de Estado,
04:20e logicamente, quando a gente fala de tarifa, de comércio,
04:24a primeira coisa que vem à cabeça é o Departamento de Comércio,
04:28mas não o tema está na Secretaria de Estado,
04:32e ele deixou muito claro que a solução do problema,
04:36obrigatoriamente, terá que passar pela questão política.
04:40No entanto, nós que viemos aqui,
04:42somos entidades de classe e empresários.
04:47Empresário e o setor produtivo, nós não somos diplomatas.
04:52Quer dizer, não está ao nosso alcance resolver a questão política.
04:58Então, isso tem que ficar para as alçadas competentes.
05:02No entanto, o que nós desejamos, e é o que nós vamos trabalhar,
05:08é que essa questão política, ela se encontre uma solução para ela.
05:13Porque, veja bem, o tempo corre contra nós.
05:18No meu caso, eu sou um setor de alta e alta média tecnologia.
05:21A substituição de um produto, numa situação dessa, ela demora,
05:28porque você, para desenvolver o novo fornecedor, demanda tempo,
05:32eu preciso ter distribuição aqui, o novo fornecedor vai ter que ter assistência técnica,
05:37estoque de peças, estoque de produto acabado, tudo isso leva tempo.
05:41No entanto, o empresário daqui, ele vai ter que ter uma previsibilidade,
05:48e ele vai começar a desenvolver nossos fornecedores.
05:49Uma vez desenvolvido um novo fornecedor e substituindo o nosso produto, não tem volta.
05:57Então, nós estamos correndo contra o tempo.
06:00Embora essa questão política, ela não está na nossa alçada,
06:04nós não temos ferramentas para resolver o problema político.
06:08O que nós vamos fazer é trabalhar junto aos nossos clientes aqui nos Estados Unidos
06:12para procurar alternativas no sentido de que eles, com as suas bases políticas,
06:18eles consigam convencer da importância, mas aí é produto a produto, setor a setor.
06:24Quer dizer, não é a solução definitiva do problema.
06:27A solução definitiva do problema passa pela política e pela diplomacia
06:32que não está ao alcance dos empresários.
06:34O Veloso, nesse momento, como é que fica a prospecção para novos mercados?
06:38Porque a gente sabe que muitas máquinas e equipamentos, como você citou aí,
06:41são produzidos até sob demanda, para colocar em setores muito específicos lá dos Estados Unidos.
06:46Ainda assim, é possível pensar em exportar mais máquinas para outros mercados?
06:50Olha, o setor de máquinas e equipamentos é um dos setores que mais exporta dentro da indústria de transformação.
06:58Nós exportamos no ano passado 14 bilhões de dólares.
07:03Estados Unidos é o principal destino com 3,6 bilhões de dólares, ou seja, 25% das nossas exportações.
07:11Mas a gente já vende para muitos países, como o México, países do Mercosul, Europa.
07:15Então, a ideia é, sim, sempre prospectar mercado.
07:20Por exemplo, semana passada, o vice-presidente Jardim Alckmin esteve no México,
07:24nós estivemos acompanhando ele.
07:26Agora, a prospecção de novos mercados, ela é algo que demora.
07:31Porque quando você vai num novo mercado, é como eu falei na resposta anterior,
07:35eu vou ter que ter assistência...
07:36Primeiro, eu tenho que tirar alguém que está vendendo.
07:39Ou seja, eu tenho que chegar com uma condição melhor do que quem já está vendendo.
07:43Eu vou ter que atender uma especificação técnica desse potencial cliente.
07:49Eu vou ter que investir em marketing.
07:50Eu vou ter que colocar equipes de assistência técnica, equipes de montagem,
07:55fazer estoque de matéria-prima, fazer, desculpa, de peças sobressalentes,
08:00estoque de produto acabado.
08:01Então, tudo isso são barreiras que são transponíveis,
08:05tanto que o nosso setor exporta muito, mas isso exige tempo.
08:10Então, é um trabalho que nós vamos continuar fazendo.
08:12A gente tem um convênio muito importante com a Apex,
08:15a Apex sempre foi uma grande parceira do nosso setor,
08:18mas são soluções importantes que não podemos abrir mão,
08:23mas que ela não vai resolver o problema no curto prazo.
08:25Então, perda de faturamento, diminuição da nossa produção
08:29e, consequentemente, desemprego,
08:32ele não vai resolver através de desenvolvimento de novos produtos,
08:37de novos mercados, desculpa.
08:38José Veloso, presidente executivo da Abimac,
08:41muito obrigado pela sua participação e boa noite.
08:44Eu que agradeço, sempre à disposição de vocês.
08:46Obrigado.
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