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A sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos afeta principalmente o setor de máquinas e equipamentos, responsável por 20% das exportações e com impacto direto em 20 mil empregos. José Velloso, presidente da Abimaq, detalha os desafios e as negociações diplomáticas para minimizar os efeitos do tarifário americano.

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Transcrição
00:00Vamos voltar a falar do tarifácio de Donald Trump que entrou em vigor essa semana sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
00:08Eu converso agora com José Veloso, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos.
00:16Veloso, boa noite. Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:19Bom, depois de um mês de uma expectativa nada positiva, essa sobretaxa de 40% entrou em vigor.
00:26A gente agora está falando de 50% sobre uma lista de produtos bem extensa.
00:33Qual é o impacto para o setor que a Abimac representa?
00:38Boa noite, Cristiane. Obrigado pelo convite. É um prazer estar aqui com a sua plateia.
00:45Bom, o problema do nosso setor é muito grande.
00:48Nós somos o setor mais atingido.
00:53Depois daquela exceção que foi dada pelo governo Trump, que tirou fora 45% dos produtos que nós exportamos
01:04e também tem uma lista de 20% de produtos que não são negociados com o Brasil, como por exemplo, aço, alumínio e cobre.
01:12Então, pegando os 20% mais os 45% da exceção, são 65% que saíram da negociação.
01:19Então, nós estamos falando agora do tarifácio de 50% para aproximadamente 35% do que a gente exporta para os Estados Unidos.
01:28O Brasil exporta para os Estados Unidos.
01:30Estamos falando aí de um universo de 18 bilhões de dólares.
01:34Desses 18 bilhões de dólares, o nosso setor responde com 3,6%, ou seja, 20%.
01:41Então, é o setor mais atingido.
01:44O nosso produto é um produto de alta e alta média tecnologia.
01:48Nós não temos como transferir essas vendas para outros mercados e para outros clientes,
01:54porque são vendas técnicas feitas sob norma e projeto específico lá nos Estados Unidos.
02:01Então, não tem como desviar.
02:04Então, a consequência é muito grande.
02:07Se a gente olhar o setor como um todo, é 7% do faturamento do setor.
02:11No entanto, nós somos aproximadamente 8 mil indústrias.
02:15E nós temos um universo de 150 a 200 empresas que vão ter um impacto muito grande.
02:22Muitas empresas vão ter um impacto de 50, 60, até 90% do seu faturamento.
02:28Então, a gente está colocando em risco aproximadamente 20 mil empregos diretos.
02:33E quando a gente olha os empregos indiretos, nós estamos falando de mais 80 mil empregos
02:38que são aqueles dos setores fornecedores para as empresas que exportam para os Estados Unidos.
02:46Então, estamos falando aí em risco aproximadamente 100 mil empregos.
02:49O que vocês estão esperando desse pacote que o governo deve lançar na semana que vem?
02:55Ele vai ajudar ao setor?
02:57E, além disso, tem como procurar ajuda de outras formas?
03:02Olha, existem algumas frentes.
03:04As principais são três.
03:06Uma é o pacote que a gente estava esperando para essa semana, foi adiado para a semana que vem.
03:12Eu vi agora na imprensa, que parece que já passou de segunda para terça-feira.
03:17Então, o tempo vai passando e esse pacote precisa ser anunciado, porque as empresas precisam ter visibilidade.
03:26Então, é importante.
03:27Isso já deu certo lá na época da Covid.
03:29São programas de capital de giro, financiamento, para ajudar na folha de pagamentos,
03:37adiando os impostos federais, inclusive, sobre folha, a questão de lay-off ou banco de horas
03:44ou facilidade para férias coletivas.
03:48Então, é um programa muito necessário, importante e com um impacto fiscal pequeno,
03:55porque, vamos comparar, lá na época da Covid, foi dado para toda a sociedade, para todos os setores,
04:01inclusive, para serviços.
04:02Agora, nós estamos falando só para as empresas que exportam para os Estados Unidos.
04:06Então, é um universo muito menor do que quando lá da Covid.
04:09Então, estamos esperando e é importantíssimo.
04:12Outra ação, nós estamos atuando lá nos Estados Unidos, com as contrapartes,
04:16com aquelas empresas que necessitam das importações, para elas fazerem o lobby lá no próprio Estados Unidos.
04:25E outra coisa, lembrando que, pegando todo o universo de empresas que vendem para os Estados Unidos,
04:32existem muitas empresas norte-americanas.
04:35E a gente acredita que existem aproximadamente 350 bilhões de dólares investidos no Brasil por essas empresas.
04:44E o terceiro caminho, que também está sendo feito, é o governo federal, na negociação com os Estados Unidos,
04:51o caminho diplomático.
04:52A gente tem visto o vice-presidente Alckmin muito envolvido com o problema,
04:58ele tem feito diversas reuniões com os setores, tentando entender cada setor, como ele está sendo afetado.
05:04No entanto, o que vai resolver o problema é sentar na mesa e fazer um acordo comercial com os Estados Unidos
05:13e reestabelecer a normalidade das exportações.
05:18O pacote aqui no Brasil é importante para fazer a travessia, é importante o lobby lá nos Estados Unidos,
05:24mas o que vai trazer o comércio de volta é sentar na mesa e resolver as pendências.
05:30O que os americanos estão esperando da gente, o que nós temos a oferecer e fazer um acordo comercial.
05:37Vou passar para a pergunta do Vinícius. Vinícius.
05:40Veloso, boa noite. Você disse que tem essa negociação com as contrapartes americanas de vocês
05:45e tem as empresas americanas aqui.
05:48Agora, o que a gente já sabe disso?
05:49Porque a gente ouve muito falar de negociações de empresas, contrapartes, até matrizes filiais.
05:56O que você tem de perspectiva? O que vocês ouviram?
05:59Que as empresas com quem vocês estão falando nos Estados Unidos acham que tem chance, tem canal,
06:04a negociação delas com o governo americano tem algum canal?
06:07Porque a do Brasil, por enquanto, do governo está meio fechada.
06:10Essas empresas estão achando um caminho? De que você tem informação a respeito dessa possibilidade?
06:16Sim. Nós já temos alguns casos de algumas empresas que conseguiram contatar políticos locais,
06:24a própria Casa Branca.
06:26E você tem alguns casos aí, não especificamente do Brasil.
06:30No Brasil, alguns casos tivemos sucesso, como, por exemplo, na questão da celulose, das aeronaves,
06:37alguns casos de sucesso.
06:39Enfim, a gente não tem, nós não tivemos acesso ao que foi negociado nesses casos,
06:44porque não são o nosso setor.
06:46Mas foi dito que alguns sucessos teve.
06:48E nós temos alguns outros casos de outros países, de outras negociações,
06:56que também tiveram sucesso.
06:58Agora, em contato com os lobistas nos Estados Unidos, com todos aqueles que nós conversamos,
07:04existe um histórico.
07:05Nos Estados Unidos, o lobby, ele é regulamentado, ele é corriqueiro, ele acontece e ele traz sucesso.
07:12Mas a gente sabe também que o lobby, ele pode criar uma ou outra exceção,
07:19tirar um ou outro produto que é muito importante para os americanos
07:23e que possa vir a prejudicar os americanos.
07:26Mas o que nós vamos conseguir ter visibilidade para o futuro
07:30é uma negociação entre os dois Estados, na diplomacia,
07:36e selar um acordo comercial.
07:37Numa crise como essa, é nessa crise que a gente pode sair melhor do que entramos.
07:44Nós tínhamos problemas, nós temos problemas, os Estados Unidos têm problemas,
07:48muitas vezes não são enxergados, porque nós estamos no nosso dia a dia,
07:53a coisa correndo normal, e é na crise que a gente enxerga.
07:56Então, os Estados Unidos, ele tem uma pauta de reivindicações para ser apresentada,
08:03não foi apresentada ainda ao nosso conhecimento,
08:05e o Brasil, ele quer ouvir, é a carta que o vice-presidente Alckmin mandou para os Estados Unidos,
08:12a gente quer ouvir para sentar na mesa e ouvir o que nós vamos negociar,
08:15o que o Brasil pode ceder e, lógico, o que a gente mais espera de exceção do outro lado
08:22é a redução do tarifácio de 50%.
08:25A gente sabe que reduzir para 10%, como já foi feito com aqueles que foram excetuados,
08:32é difícil, porque a gente vê os outros acordos comerciais girando em torno de 15%.
08:37Então, a gente imagina que de 50% para 15% a gente tem um espaço grande para avançar.
08:44O que nós não podemos é ficar com um pênalti tão alto que com 50%, no médio e longo prazo,
08:50os importadores não vão arcar com esse custo, porque quem paga é lá,
08:54e aí eles vão começar a desenvolver novos fornecedores.
08:58O nosso setor, o desenvolvimento de um novo fornecedor, como é alta tecnologia, ele demora,
09:05ele demora.
09:06Então, num período, eles vão continuar arcando com um custo maior,
09:11mas uma vez substituído o fornecedor, retomar isso depois é muito difícil.
09:17Então, nós estamos correndo contra o relógio e a gente precisa resolver,
09:21principalmente na questão da indústria de transformação,
09:24que o nosso setor, ele não pode ser comprado por corpos governamentais,
09:28ele não pode ser colocado em merenda escolar,
09:30e ele não pode ser facilmente levado para outros mercados,
09:35nós temos que resolver o problema definitivamente, que é um acordo comercial.
09:39Veloso, muito obrigada. Prazer te receber aqui. Bom fim de semana. Até a próxima.
09:44Eu que agradeço. Estou sempre à disposição de vocês.
09:46Obrigada.
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