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Com 14% da receita atrelada ao mercado americano, a Tupy alerta que a nova tarifa de Trump pode gerar perdas bilionárias e prejudicar 6.500 empresas dos EUA. O CEO Rafael Lucchesi analisa impactos para o setor produtivo e cobra diplomacia.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00O Money Times está de volta para falar sobre os possíveis impactos do aumento da tarifa de 50%
00:05imposta pelo presidente americano Donald Trump ao Brasil.
00:09Uma das empresas que serão afetadas com esse aumento é a Tupi, multinacional que atua nas áreas de produção de ferro,
00:16transporte, infraestrutura e agronegócio.
00:19E para discutir esse assunto, a gente conversa agora com o CEO da empresa, Rafael Luquezzi.
00:25Oi, Rafael, boa tarde para você. Seja bem-vindo ao Money Times.
00:30Rafael, você nos ouve?
00:37Ouço perfeitamente, alto e claro.
00:40Perfeito. Bom, Rafael, você é economista com uma sólida atuação na indústria brasileira
00:46e assumiu este ano o cargo de CEO na Tupi, num ciclo de crescimento muito grande da empresa.
00:53Como foi para você, como você recebeu essa notícia das tarifas nesse momento de tanta prosperidade para a sua empresa?
01:00Olha, com muita apreensão, até porque a administração norte-americana criou a nova política comercial.
01:09E ela se propõe a mitigar o déficit comercial estrutural que os Estados Unidos têm com diversos países.
01:22Os Estados Unidos têm um déficit comercial de 1 trilhão e 200 bilhões de dólares.
01:29E aí adotou um conjunto de medidas com tarifas acima de 10% com 57 países.
01:39E com os demais, adotou uma taxa mínima de 10% como tarifa.
01:47E o Brasil ficou nessa faixa mínima.
01:51Até porque, se nós pegarmos os últimos 15 anos, os Estados Unidos tiveram um superávit comercial de mais de 400 bilhões.
02:05Nos últimos 10 anos, só na área de bens, eles tiveram um superávit de 90 bilhões.
02:13Na conta de serviço, Paula, é ainda mais intenso.
02:18É de 170 bilhões.
02:20Então, não faz o menor sentido a própria tarifa de 10%.
02:26Agora, elevar para 50%, ela significa, na prática, um embargo comercial
02:34que vai prejudicar muito o sistema produtivo brasileiro, mas também o sistema produtivo norte-americano.
02:42vai criar um encarecimento de produtos, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos,
02:49o que é muito ruim para ambos os países, que têm uma história de comércio, de cooperação e de relacionamento de 200 anos.
03:00E o mais interessante é que essa relação vai se dar, sobretudo, de forma muito complementar.
03:09Por exemplo, hoje, nos Estados Unidos, 70% dos caminhões médios e pesados,
03:16eles circulam com blocos e cabeçotes, que é o que faz o motor norte-americano, com blocos e cabeçotes da Tupi.
03:26Motores que são da Camis, da DAF, da Caterpilla, da Ford, circulam hoje nos Estados Unidos com um produto de uma empresa brasileira
03:37que tem fábricas, três fábricas no Brasil, duas no México e uma em Portugal.
03:43Então, isso impacta muito.
03:45E foi isso que o setor produtivo, liderado pela CNI, pela Confederação Nacional da Indústria,
03:52levou como mensagem ao vice-presidente Geraldo Alckmin.
03:57E o compromisso do governo brasileiro é tentar, ao máximo, com muita diplomacia e serenidade,
04:06criar canais de negociação para que a boa informação possa construir uma solução negociada para essa situação,
04:20a partir dessas medidas unilaterais tomadas pelo governo norte-americano.
04:25Rafael, boa tarde para você.
04:29Rafael, a Tupi, essa relação que a Tupi tem com grandes empresas americanas, como você citou bem, na questão dos caminhões,
04:36eu imagino que vocês devem estar em contato com eles também.
04:40Como é que está sendo visto pelas empresas americanas esse tarifácio para o Brasil?
04:45Olha, de forma negativa.
04:46Inclusive, a posição da Câmara de Comércio norte-americano, que é a maior entidade de representação empresarial dos Estados Unidos,
04:54a White Chamber, ela normalmente coloca notas e posicionamentos muito positivos e não tão claros.
05:04Dessa vez, a White Chamber colocou, de maneira muito clara, ser contra essa taxação,
05:11dizendo que não faz nenhum sentido,
05:13que isso vai prejudicar diretamente a mais de 6 mil e que entram as empresas norte-americanas,
05:21que vai se traduzir num aumento da inflação, que vai prejudicar a população norte-americana
05:31e que, claro, isso vai prejudicar uma relação que está assentada de maneira muito positiva
05:40para os Estados Unidos enquanto país, na medida em que os Estados Unidos têm um superávit.
05:48Há muita controvérsia nessa questão no próprio Estados Unidos.
05:51recentemente, uma corte de arbitragem do comércio internacional considerou ilegal,
05:58dado que essas leis se baseiam numa lei de 1977,
06:03isso é um assunto interno lá dos Estados Unidos,
06:05mas está havendo, como você perguntou,
06:09uma certa polêmica interna nos Estados Unidos.
06:13O Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, fez uma grande, uma grave crítica ao governo norte-americano,
06:22o primeiro mandatário, por conta dessa iniciativa também, Felipe.
06:28Rafael, quantos por cento da receita de vocês está exposta hoje ao mercado americano
06:34e como que vocês devem, se essa tarifa de fato for concretizada,
06:39a gente pode voltar a dizer, como você respondeu na sua primeira resposta,
06:44que vai provavelmente inviabilizar, embargar todo tipo de negociação?
06:50Olha só, para você homologar um motor, um bloco, um cabeçote, fabricação em qualquer lugar,
06:57isso demora de 18 a 24 meses.
07:00São contratos, Paula, muito longos.
07:03Nós temos relações com essas empresas que já duram 40 anos,
07:07o que é muito importante.
07:10A tupi, ela vende em 40 países.
07:14É claro que o principal mercado são os Estados Unidos,
07:17onde nós temos 23% das nossas exportações.
07:2270% da produção da tupi é exportada para 40 países.
07:2823% disso é nos Estados Unidos.
07:30Ou seja, da nossa receita total, 14% vem dos Estados Unidos.
07:35E é claro que a gente vê com preocupação.
07:39Evidentemente, como eu falei, a tupi tem três plantas no Brasil,
07:44duas no México, uma em Portugal.
07:46E estamos torcendo e tentando co-construir com o governo brasileiro
07:52canais de comercialização, de negociação,
07:56para que essa situação seja mitigada, se construa uma ponte do entendimento.
08:02A entrevista com Rafael Luquezzi, CEO da Tupi.
08:08Rafael, muito obrigada pelos seus esclarecimentos, pela gentileza
08:11e uma boa semana, bom restinho de semana para você.
08:16Obrigado, Paulo. Obrigado, Felipe.
08:17Prazer estar com vocês aqui na CNBC.
08:21Até a próxima. Tchau, tchau.
08:22Tchau, tchau.
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