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Juliana Benvenuto, coordenadora da Avenue, explica por que as bolsas dos EUA e de Londres (ING) seguem em alta mesmo após as tarifas de Donald Trump contra o Brasil. Entenda como o mercado brasileiro reage e o papel da diversificação internacional para investidores.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00As bolsas de Nova York e Londres não refletiram a mais recente rodada do tarifácio de Trump.
00:07Os índices de Wall Street, inclusive, perto de novos recordes.
00:11Já a B3 segue recuando depois de também registrar recorde de pontos mais recentemente.
00:18E quem nos ajuda a entender essa relação que aparentemente não faz o menor sentido
00:22é a Juliana Benvenuto, sócia e coordenadora de conteúdo da corretora Avenue.
00:27Juliana, muito obrigado por ter vindo aqui aos nossos estudos porque o seu conhecimento hoje
00:32ele é fundamental para a gente entender esse nó a começar por esse baile de números.
00:38Então a gente tem o B3 que teve uma queda, fechou o dia 136 mil pontos,
00:44mas convenhamos que nenhuma surpresa porque ontem nós já observávamos o que chamamos de B3 futuro
00:51que já estava caindo, isso aqui já era uma tragédia anunciada.
00:55Por outro lado, o Brasil pertence ali aos 15 maiores importadores de produtos para os Estados Unidos.
01:04Estamos na 12ª posição, tem insumos importantes para parte da indústria.
01:08Só que o SP500 nem sentiu, subiu pouco hoje, mas mantém os mais de 6 mil pontos
01:15registrando um recorde de acúmulo de pontos.
01:17E do outro lado do Atlântico, nadando de braçada, completamente alheio a isso que está acontecendo,
01:24o principal índice da Europa Ocidental, o FUTSE de Londres.
01:28Voltando isso, o que isso tem a ver com aqui e com lá?
01:33Essas histórias hoje, depois do tarifarço, Juliana, estão completamente desconectadas?
01:38Boa, Marcelo. Primeiro, boa noite. É um prazer estar aqui com você novamente.
01:41Realmente, realmente, a gente está vendo o Trump voltando a falar de tarifas.
01:48Então, a gente passou por um período onde as tarifas estavam quietinhas.
01:52Falou-se muito da guerra, Irã, Israel, enfim.
01:55E agora a gente volta ao tema, o Brasil agora como foco.
01:59E a gente não pode esquecer que o Brasil é um país emergente, enfim.
02:02Ainda acho que faz pouco barulho.
02:04Se a gente estivesse falando de uma China, de uma Europa, no primeiro momento, de volta com tarifas mais elevadas,
02:10a gente talvez visse um movimento mais forte por parte dos investidores.
02:13O investidor externo, ele ainda tem aquele ponto que foi falado aqui recentemente,
02:18de, poxa, será que o Trump não vai voltar atrás?
02:21Enfim, ninguém sabe ao certo se ele está falando sério, se é só uma jogada, se vai voltar.
02:27Então, os investidores realmente parecem um pouco céticos com relação a isso.
02:31e agora a gente sofre, por quê?
02:34Porque, como eu falei, somos um mercado emergente, a gente, a nossa bolsa, o Ibovespa,
02:40ele vive muito de fluxo externo.
02:42Então, infelizmente, a gente aqui no Brasil não consegue fazer muito preço para a bolsa.
02:46O que faz é um investidor externo.
02:48Então, quando a bolsa sobe muito, geralmente, é entrada muito forte de estrangeiro.
02:52Quando a bolsa cai, é saída de estrangeiro.
02:54Então, quando você tem essa questão, você aumenta o nível de incerteza de risco local
03:00e isso faz com que o investidor estrangeiro, que entra aqui,
03:06para a gente é muito, um fluxo alto, mas quando a gente fala de alocação global,
03:10é pouquíssimo dinheiro que vem para cá e mexe com a nossa bolsa.
03:14E isso, naturalmente, mexe com o nosso mercado.
03:17Então, a gente viu essa saída de recursos natural, a bolsa cai.
03:21E o que aconteceu com o dólar?
03:22O dólar subiu.
03:24Subiu fortemente.
03:25Exatamente.
03:25Juliana, deixa eu olhar a metade cheia do copo, deixa eu fazer o papel do otimista aqui.
03:30Houve uma queda.
03:32Perdemos aquele patamar dos 140 mil pontos, que é um marco para o Ibovespa, claro.
03:39Mas tudo bem, não caiu tanto, não é que despencou.
03:42Teve um recuo e tem tido um recuo ao longo da semana.
03:45Mas ainda estamos aí com uma margem para voltarmos a esses 140 mil pontos?
03:53Resumindo a pergunta, quer dizer, a gente não está em nenhuma grande preocupação com esse valor aqui, não, né?
04:00Olha, eu acho que tudo vai depender dos próximos passos.
04:02Eu sei que parece prático, todo mundo fala isso, né?
04:04Mas, de fato, é o que acontece.
04:07A gente depende, enfim, do posicionamento do Trump, se ele vai ou não vai voltar atrás,
04:10se o Brasil vai retaliar, conforme a lei de reciprocidade que o nosso presidente comentou.
04:16Enfim, então, há ainda muita incerteza do que vai acontecer.
04:19Se, por exemplo, o Brasil, ele entra com uma retaliação, você pode ter uma pressão inflacionária,
04:25isso pode ser negativo e aí a gente pode ver um índice indo ainda mais para baixo e um dólar subindo.
04:30O dólar para cima geralmente traz mais inflação.
04:32Então, se isso acontecer, se a gente tiver uma escalada dessa guerra comercial entre o Brasil e os Estados Unidos,
04:41o índice pode ceder.
04:42Agora, se as coisas se acalmarem, se o Brasil for para uma conversa,
04:46se a gente vê essa redução de tarifas, aí, eventualmente, você tem espaço para recuperar.
04:53E, assim, pensando em questões especialmente financeiras, de PIB, por exemplo,
04:58o impacto hoje com essas tarifas de 50% não é muito relevante com relação à PIB,
05:04porque o comércio com os Estados Unidos representa por volta de 2% do PIB brasileiro.
05:10Então, os economistas estão falando de um impacto de 0,1% a 0,3% no PIB se se mantiver dessa forma.
05:16Então, não é tão relevante, mas, de novo, o que aumenta à medida que a gente tem uma escalada desse conflito
05:22é o risco e a percepção de risco local.
05:25E aí, o investidor, ele costuma ir embora.
05:28O dólar sobe e aí a gente já sabe o resultado.
05:31Boas explicações desse fluxo.
05:33Agora, é claro que eu vou aqui fazer uma mistureba de grandezas diferentes.
05:39Estamos com uma bolsa crescendo, mas ela não chega nem perto do tamanho do que é a maior bolsa de valores do mundo,
05:44lá de Nova York, em que o SP500, chamado Índice Industrial, bateu os 6 mil pontos.
05:50É uma outra medida.
05:51A gente está na casa dos 130 mil pontos.
05:53Não é comparável, mas o que eu quero chegar aqui é, as indústrias de tecnologia estão puxando esse índice.
05:59A gente viu, NVIDIA vale 4 trilhões de valor de mercado, grandes magazines.
06:06Mas parte da indústria dos Estados Unidos, Juliana, vive do aço, do ferro que a gente manda, do alumínio, de café, aviões da Embraer.
06:19Alguns setores serão impactados.
06:21O SP500 ainda não sentiu isso.
06:24É pelo tamanho ou é pelo taco?
06:27Para quem está chegando agora, o tal do taco é Trump always chicken out.
06:33Que é, resumindo a mim, o Trump sempre amarela, fazendo uma comparação com galinha, no sentido da covardia.
06:41Ele se acovarda e dá um passo atrás.
06:45Isso já virou uma expressão no mercado financeiro.
06:46A Bolsa está reticente a essa nova ameaça ou nós não chegamos a impactar o tamanho que é o SP500?
06:56Eu acho que tem os dois pontos, tá, Marcelo?
06:58Você tem a questão do tamanho.
07:00Então, são poucos setores que são impactados e num percentual muito baixo.
07:04Então, naturalmente, mexe muito pouco.
07:06Acho que o principal ali, o que tem o maior impacto, seria o café.
07:09Porque os Estados Unidos importam por volta de 15 a 20% do café do Brasil, que eles consomem.
07:16Então, acho que seria o maior impacto.
07:18Mas o resto, você consegue buscar outros parceiros, enfim.
07:22Tem outras negociações para justamente diminuir esse problema.
07:26Então, acho que você tem os dois pontos.
07:27Tamanho da Bolsa e essa questão de que os produtos em si, eles não têm esse impacto tão grande.
07:34E você consegue buscar outros parceiros comerciais.
07:36E aí, uma pergunta, né, porque sempre existe essa corrente ou uma corrente que defende de
07:42é bom dolarizar os seus investimentos para ter um porto seguro.
07:48Embora o SP500 esteja, entre aspas, caro, subiu bastante, ainda pode ser o momento de investir nos Estados Unidos?
07:56Ou de quem tenha essa dúvida, migrar os investimentos do Brasil para os Estados Unidos?
08:02Ou não é mais o momento, Juliana?
08:04Olha, quando a gente fala de S&P, especificamente Bolsa Americana, a gente escuta falar que a Bolsa já está nas máximas históricas há anos.
08:13Ah, sim, sempre.
08:14E ela continua batendo as máximas históricas.
08:16Quando você pega os resultados das empresas, elas continuam superando as projeções de lucro.
08:23E, assim, mais de 70% nas últimas divulgações das empresas superaram as expectativas de mercado.
08:29Então, enquanto isso continua acontecendo, é natural que a Bolsa suba.
08:33Porém, quando a gente fala de investir além das fronteiras brasileiras, a gente não está falando só de empresa americana e só de Bolsa.
08:41A gente está falando de renda fixa, a gente está falando de um portfólio que representa 99% das opções de investimento.
08:47Porque a gente não pode esquecer que o Brasil representa só 1% do mercado, tanto de ações quanto de renda fixa.
08:54Então, é aquela história, quando eu concentro todos os meus recursos no Brasil, eu não estou realmente diversificado.
08:59O mercado americano é um hub de investimentos global.
09:04Eu consigo, através do mercado americano, acessar teses na Europa, na Ásia, em outros países emergentes.
09:11Então, quando a gente fala de investir através do mercado americano, não necessariamente significa colocar recursos em Bolsa Americana.
09:19Você vai acessar e alocar em uma carteira extremamente diversificada, em vários outros locais.
09:25Só que você não precisa ficar abrindo uma conta na Ásia, uma conta na Europa, enfim.
09:28Essa questão de investir nos Estados Unidos te dá acesso a muitas possibilidades.
09:32E é muito importante para nós brasileiros, porque lembra, em todos os momentos de estresse, de volatilidade,
09:37seja no mercado local, seja lá fora, o dólar sobe e a nossa Bolsa cai.
09:44Juliana, a gente não sabe o que vai acontecer amanhã.
09:46Lidar com o Donald Trump é sempre tirar uma cartola de mágico.
09:50Você não já sabe o que vai sair de dentro.
09:53A nossa única certeza, que é a Avenue, sempre disponibiliza aqui os seus melhores cérebros para ajudar a gente a entender.
10:00O que eu tenho certeza absoluta é que nós vamos nos falar muito brevemente.
10:05E eu acho que, olha, os temas vão ser esses aqui envolvendo o tarifácio, Bolsa, Donald Trump e tudo mais.
10:11Juliana, bem-venuto da Avenue.
10:13Mais uma vez, eu agradeço publicamente aqui o tempo dela e os conhecimentos compartilhados.
10:19Até uma próxima oportunidade, Juliana.
10:20Até, Marcelo. Foi um prazer. Muito obrigada.
10:22Todos nós. Tudo nosso, pode ter certeza.
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