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Juliana Benvenuto, sócia e coordenadora de alocação e inteligência da Avenue, explica por que o mercado brasileiro reagiu com calma ao início das tarifas de 50% dos EUA. Ela comenta exceções concedidas, impacto no comércio internacional e o peso do mercado americano na economia global, mesmo em meio a riscos de estagflação.

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Transcrição
00:00que recebo aqui no estúdio, Juliana Benvenuto, que é sócia e coordenadora de
00:04alocação e inteligência da Avenue. Juliana, obrigado mais uma vez, sempre um
00:11prazer de receber aqui, ainda mais num momento difícil de entender pra mim, né,
00:17que eu tô na parte deste lado do balcão da imprensa, você como especialista em
00:22finanças, diz uma coisa, tarifácio de Trump entrou já em funcionamento.
00:2950% pro Brasil. Parecia o fim do mundo com data e hora marcada. B3 hoje, indo de volta
00:39aos, ao patamar de 140 mil pontos, tivemos uma subida bastante confortável hoje, dólar
00:46caindo. Nos Estados Unidos, não vou dizer que Wall Street teve no melhor dia, mas tem
00:52a tal realização de lucro dos investidores, deu uma quedinha, ou seja, o mundo tá
00:58caminhando, o mundo dos negócios tá caminhando a verdes mares. Por quê?
01:05Bom, Marcelo Primeiro, é um prazer estar aqui com você de novo, sempre bom estar aqui
01:09podendo conversar contigo e, realmente, hoje a gente teve o início das tarifas pra diversos
01:18países, só que é aquela história, né, o mercado ele precifica no boato. Na hora que
01:26realmente acontece, todo mundo já sabia. Então, você não vê esse movimento que, às
01:33vezes, quem não é de mercado espera. Poxa, mas não era pra cair hoje, justamente porque
01:36as tarifas entraram em vigor.
01:39Em vigor? Em vigor? E não, porque quando você tem a divulgação das tarifas é quando
01:46o mercado mexe. Obviamente que, se você tem alguma nova informação, algum novo posicionamento
01:52do Trump, por exemplo, ou de algum outro país, daí sim o mercado vai reprecificando, mas isso
01:59aí já tava dentro dos preços, é muito normal de acontecer. E aí o mercado começa a olhar
02:07pra outras coisas. Então, no caso do Brasil, por exemplo, que você mencionou, a gente viu
02:11isenção pra vários produtos. Isso também tranquilizou bastante o mercado. Hoje, por exemplo,
02:17você teve um Trump falando das tarifas pra semicondutores e chips de 100%, poderia causar
02:24um estresse no mercado, porque é algo que, bom, assusta, é uma tarifa elevadíssima, mas
02:30ao mesmo tempo a gente viu isenção pra várias empresas, principalmente as grandes empresas.
02:35Então, Apple, a NVIDIA, Taiwan, semicondutores, todas elas ficariam dentro da isenção por
02:43estarem se propondo a fazer investimentos dentro dos Estados Unidos, levar a produção
02:48pra dentro de casa e com isso ficariam isentas do imposto. Então, acabou que foi um momento
02:55positivo, a própria Bolsa Nasdaq subiu, cedeu um pouquinho, obviamente, porque aí você começa
03:01a ter outros ruídos, o mercado começa a olhar pra outras coisas e no final é sempre isso
03:07que faz preço. E acho que o que eu gosto sempre de falar, Marcelo, é a questão da incerteza,
03:11né? Quanto mais incerteza você tem do que pode acontecer, mais o mercado fica volátil.
03:19Quanto mais as coisas se acalmam e você tem um pouco mais de previsibilidade, independente
03:23se as tarifas são altas ou não, mas você sabe o que vai acontecer, o mercado também
03:27dá aquela acalmada.
03:29Juliana, eu tava saindo de casa e eu percebi que eu tinha esquecido de deixar minha bola
03:33de cristal carregando, não trouxe. Vou pedir pra você usar a sua. Porque, tudo bem, a gente
03:38entendeu alguns movimentos, o tarifato 50%, quase 700 produtos de exceção, outros 3 mil e
03:46tantos dentro da regra de tarifação de 50% para o Brasil nos Estados Unidos e algumas
03:53perguntas aí no meio do caminho. A exemplo do café, que é um produto valioso nos Estados
03:58Unidos, exportamos muito e entrou na tarifação. Suco de laranja saiu, a carne ficou. E teve
04:06um outro movimento, que eu não vou usar essa palavra de curioso, era até previsto do governo
04:14brasileiro, falando com a Índia, tentando uma reaproximação. É um gigante do outro
04:19lado, aqui nós estamos unidos pelo BRICS, mas a balança comercial entre os dois países
04:24é de 12 bilhões de dólares. Com os Estados Unidos, Brasil e Estados Unidos, mais de 90
04:29bilhões para todo mundo entender a diferença. Tá bom. Então, vocês analistas estão olhando
04:35para essa opção, opa, a comodidade do café pode subir, porque talvez estejamos achando um
04:41novo cliente. É que aí os indianos não tomam tanto café, gostam mais de chá. Como é
04:47que vocês balizam essas variáveis dessa equação? E aí por isso que eu estou pedindo
04:51a sua bola de cristal emprestada.
04:54Pois é, bola de cristal muito complicado a gente realmente cravar alguma coisa, mas
05:00é um pouco do que você disse. Obviamente, uma vez que você tentar ir fazer elevadíssimas
05:04no mercado americano e fica quase insustentável exportar para lá por conta do custo, é natural
05:10que esses países vão procurar outros parceiros comerciais para mandar sua produção.
05:17Mas um ponto importante, acho que até esse é um dos principais motivos pelo qual a maioria
05:22dos países quer sim sentar com os Estados Unidos e negociar, a gente não pode esquecer
05:27que os Estados Unidos hoje, eles representam mais ou menos 4,2% da população mundial, só
05:34que eles representam mais de 30% do consumo global.
05:37Claro. Então, se você não senta para negociar com os Estados Unidos, você perde acesso
05:43ao maior mercado consumidor do mundo.
05:46Sem dúvida.
05:46Então, é difícil você achar parceiro, tudo bem, porque às vezes se você tem um produto
05:51que você consegue diversificar, enfim, você vai ter que conversar com vários países,
05:55foi o que você falou, às vezes toda produção que ia para lá não vai para um país só,
05:58você vai ter que sentar com um, com dois, com dez, com quinze, para compensar aquele mercado
06:03americano que você deixa de acessar. Então, assim, é natural a gente ver esse movimento,
06:09mas se vai conseguir suprir toda a exportação de café brasileiro, por exemplo, aí precisaríamos
06:15da bola de cristal. Eu também não trouxe a minha.
06:20Juliana, tudo bem. O Donald Trump bagunçou o comércio internacional, está fazendo todo mundo
06:26repensar um monte de coisa, deixa mais perguntas do que respostas, mas aquela frase clássica,
06:35célebre do investidor que é, jamais aposte contra os Estados Unidos, ainda está valendo?
06:42Eu acho que no final das contas sempre vale, como eu trouxe aqui, é o maior mercado consumidor
06:46do mundo. A gente não pode esquecer que 27% do PIB global está nos Estados Unidos, 60% do mercado
06:52de renda variável acontece nos Estados Unidos, as grandes empresas, as grandes teses estão
06:57no mercado americano e o dólar continua sendo a moeda de reserva global. Não sei se você
07:05já ouviu falar daquele acrônimo que fala, é o China, there's no alternative, então se
07:10fala muito, hoje infelizmente não temos uma alternativa para o dólar. Então, continua
07:15tendo lá 60% das reservas globais, quase 90% das transações de câmbio são em dólar
07:22e para você ver uma mudança muito grande, no curto, médio prazo, é inviável, quase.
07:30Então, acaba que apostar contra os Estados Unidos hoje é muito complicado.
07:35Obviamente que você tem um cenário ali também desafiador dentro do mercado americano, acho
07:40que eu não posso deixar de ressaltar esse ponto. Você estava comentando agora há pouco
07:43a questão da estagflação, voltou a se falar muito de estagflação, porque realmente a gente
07:49tem um cenário bem complicado, com toda essa questão das tarifas, você tem um potencial
07:54de inflação subindo alto e você tem também um risco de a economia desaquecendo. Os últimos
08:02dados do mercado de trabalho americano mostram o desaquecimento desse mercado, a economia
08:07então mostra esse sinal de desaquecimento, ao mesmo tempo que não sabemos ainda qual vai
08:13ser o impacto real da inflação. O mercado não entra num consenso, essa é a verdade, por
08:17que a gente vê também esses movimentos de bolsa, sobe um pouquinho, depois cai, porque
08:22tem gente apostando num cenário só de recessão, onde o Fed desceria a taxa de juros ao longo
08:28ainda de 2025, provavelmente na próxima reunião ali em setembro, tem muita gente que aposta
08:33nesse cenário, e aí o mercado fica feliz, a taxa de juros começa a cair, enfim, mas
08:39você tem uma outra vertente que acredita que não. A inflação pode ser muito mais persistente,
08:45a gente ainda vai sentir essa alta da inflação nos próximos meses, o Fed não vai ter tanto
08:53poder para descer juros porque você vai ter um cenário de recessão com uma inflação
08:59mais alta, que seria essa estagflação. Então assim, é um cenário desafiador dentro
09:02dos Estados Unidos, mas o contexto global nos faz voltar ao ponto de que ainda assim
09:09é a maior economia, é o maior mercado consumidor e não dá para esquecer e deixar isso de lado.
09:18Diante de tantas dúvidas, eu só tenho uma certeza que a Juliana Benvenuto ainda volta
09:24muito aqui para ajudar a gente a entender. Juliana Benvenuto, sócia e coordenadora de
09:29alocação e inteligência da Evnil, sempre um prazer recebê-la, espero que a próxima
09:34vez seja em breve. Com toda certeza, o prazer é sempre meu. Obrigado.
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