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Reuniões com setores da indústria e do agro marcam a resposta do governo brasileiro à tarifa de 50% imposta pelos EUA. A medida pode afetar o PIB e até 110 mil empregos. Julia Lindner analisa ação do governo e traz os bastidores das negociações.

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Transcrição
00:00O governo federal faz amanhã duas reuniões com representantes dos setores mais afetados pela tarifa de 50% anunciada por Trump sobre os nossos produtos.
00:11Claro que a medida que está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto preocupa empresários e autoridades.
00:18Essas reuniões fazem parte das ações do comitê criado para discutir estratégias e buscar soluções para minimizar os impactos do tarifaço.
00:27Eu vou conversar com o repórter Eduardo Geyer lá em Brasília.
00:30Geyer, boa noite para você. Qual é a expectativa do governo para essas reuniões?
00:37Oi Cris, boa noite para você, boa noite a todos que nos acompanham.
00:41Começam amanhã as reuniões de um comitê interministerial que vai discutir junto a empresários a tarifa de 50% prometida por Donald Trump a todos os produtos brasileiros.
00:53A ideia do governo é justamente medir o impacto desse tarifaço no setor privado brasileiro e também calcular qual vai ser a resposta mais assertiva que o governo pode dar à tarifa de 50% caso de fato ela entre em vigor no dia 1º de agosto.
01:09Então é uma espécie de solução conjunta que o governo quer encontrar.
01:13Governo junto ao setor privado.
01:15A primeira reunião já está prevista para amanhã às 10 horas e será com os representantes da indústria.
01:20A reunião será comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin que também é o ministro do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços e que vai ser o presidente desse comitê.
01:30Quem que vai participar dessa reunião? A lista ainda está sendo fechada, mas o que nós já sabemos de acordo com o próprio vice-presidente é que serão convidados representantes dos setores de avião, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados e móveis, melhor dizendo, e autopeças.
01:45Isso porque esses setores dentro do grupo da indústria são os que mais exportam para os Estados Unidos e que portanto teriam um impacto maior das tarifas.
01:54Também amanhã, no caso do período da tarde, às 14 horas, haverá uma segunda reunião, desta vez com o agronegócio, outro setor que, claro, tem impacto muito relevante.
02:05No caso, vão ser convidados empresários, olha só, dos setores de suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescado, também que vendem muito para os Estados Unidos.
02:16A expectativa é que os ministros da Casa Civil, Rui Costa e da Fazenda, Fernando Haddad, também participem, porque eles vão fazer parte desse comitê que será instalado a partir de amanhã e que não tem data para terminar.
02:28Numa coletiva de imprensa que foi dada hoje, o vice-presidente ainda negou duas informações que circularam ao longo do dia.
02:34Primeiro que o governo iria pedir uma redução das tarifas de 50% para 30% e depois que o governo iria pedir um adiamento do início dessas tarifas.
02:44As pedidas dos Estados Unidos, é claro, por mais 90 dias.
02:47Bom, o vice-presidente negou que isso esteja em discussão, esteja à mesa, mas o fato é que essa, sim, é uma demanda dos empresários.
02:55Hoje, a Confederação Nacional da Indústria, a CNI, fez uma reunião à tarde, inclusive com uma representante do Ministério do Desenvolvimento,
03:02que é o Ministério do Vice-Presidente, que é a secretária Tatiana Prazeres, e nessa reunião o pedido foi para que o governo fizesse essa solicitação de um adiamento de 90 dias até para o setor privado conseguir se organizar.
03:13A CNI soltou uma nota sobre isso, que eu vou trazer aqui um trecho, para a gente ter um pouco do termômetro dessa crise.
03:20O trecho diz o seguinte, abre aspas,
03:21Esse prazo, ou seja, o adiamento de 90 dias, é considerado essencial para que a indústria brasileira possa analisar de forma mais aprofundada os efeitos da medida,
03:32além de buscar soluções diplomáticas para evitar perdas mais amplas.
03:36A estimativa preliminar apresentada durante a reunião aponta para uma possível perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho,
03:44caso a medida entre em vigor nos termos anunciados, além de um forte impacto no PIB, fecha aspas, é o que diz a nota da CNI.
03:54De acordo com o Alckmin, nada disso está em vigor, mas o fato é que o governo quer discutir uma solução com o setor privado.
04:00Na coletiva de imprensa de hoje, o vice-presidente também foi questionado sobre a reunião que Tarcísio de Freitas,
04:07governador de São Paulo, fará amanhã, praticamente no mesmo horário da reunião aqui em Brasília,
04:13também com o setor privado e também para discutir o tarifácio.
04:16Fontes aqui do Palácio dizem que é uma forma que o Tarcísio tem encontrado para rivalizar com o governo na resposta à crise.
04:22De qualquer forma, nessa reunião com o Tarcísio,
04:24quem estará por lá é o representante da Embaixada dos Estados Unidos do Brasil,
04:29o encarregado de negócios Gabriel Escobar, informação confirmada pela Embaixada.
04:33Questionado sobre o assunto, o vice-presidente diz que não se importa com a reunião,
04:37que ele não vê problema nenhum que isso seja discutido.
04:41Vamos ouvir então um trecho do que disse o vice-presidente da República,
04:44e também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin,
04:48a respeito das conversas entre Tarcísio de Freitas e os Estados Unidos, por meio do encarregado de negócios.
04:54A mim não procurou, eu não vejo nenhum problema que haja reunião, enfim, vejo nenhum problema nisso.
05:03É importante destacar que nós já víamos fazendo um diálogo.
05:10Eu estive, através de videoconferência, com o Howard Lutnik e com o embaixador Grier,
05:18os dois juntos, que é do USTR, depois as conversas continuaram.
05:27Aí, no dia 16 de maio, foi encaminhado, até em caráter confidencial,
05:34uma proposta para os Estados Unidos, de negociação, que não foi respondida ainda.
05:42Isso foi feito no dia 16 de maio.
05:45E até sexta-feira, antes do anúncio, sem ser essa sexta,
05:52a outra sexta-feira estava tendo reunião no nível técnico.
05:57O governo não pediu nenhuma prorrogação de prazo
06:02e não fez nenhuma proposta sobre alíquota, sobre percentual.
06:10O que nós estamos fazendo é ouvindo os setores mais envolvidos
06:15para o setor privado também participar e se mobilizar também com seus congêneres
06:25e parceiros nos Estados Unidos, porque você está vendendo para uma empresa americana
06:31para você fazer essa articulação também, e o governo também o fará.
06:38A responsabilidade é todo o empenho em rever essa questão.
06:46Primeiro porque ela é totalmente inadequada.
06:49O Brasil não tem superávit com os Estados Unidos.
06:54Aliás, o contrário.
06:55Dos dez produtos que eles mais exportam, oito.
07:00A tarifa é zero.
07:01É o que se chama de ex-tarifário.
07:04Então nós vamos trabalhar junto com a iniciativa privada.
07:09Eu vou conversar agora sobre esse assunto com a nossa analista de política,
07:12Júlia Lindner.
07:14Júlia, estão previstas novas reuniões para essa semana em Brasília,
07:18como a gente viu, para tratar da tarifa.
07:20Quais medidas são de fato esperadas e o que deve ser discutido?
07:27Cris, boa noite novamente.
07:29Em primeiro lugar, é curioso porque o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin
07:33disse que o governo brasileiro não fez nenhum pedido de prorrogação,
07:37mas não fez ainda, porque qual que é a estratégia do governo?
07:40A ideia não é entregar todas as cartas logo no início,
07:43até porque integrantes do governo brasileiro sabem do perfil de negociação
07:47de Donald Trump e sabem que ele gosta não só de jogar pesado,
07:51mas também que os adversários também atuem com uma postura firme.
07:54E essa é a ideia, inclusive foi uma das orientações do presidente Lula,
07:58segundo eu ouvi, para ministros,
08:00de que tem que ter essa postura muito assertiva e muito resistente nesse início.
08:05Até porque as negociações agora estão só começando ou recomeçando.
08:10Como o ministro Geraldo Alckmin falou,
08:11até agora o governo não teve nem mesmo a resposta da proposta inicial que foi feita,
08:16quando essa tarifa ainda era de 10%.
08:19Então, agora que as negociações de fato vão começar com o retorno por parte dos americanos,
08:25conforme espera o governo brasileiro,
08:27e também para entender até onde isso tudo pode chegar,
08:29qual que é a disposição para o diálogo.
08:31Então, num primeiro momento, a ideia realmente é essa,
08:34é ouvir não só os empresários brasileiros,
08:36inclusive o governo conta com a ajuda deles para tentar esse diálogo mais firme
08:41com os estadunidenses nesse momento,
08:44com até uma ida talvez para os Estados Unidos para negociar.
08:47Então, eles esperam que isso vai ajudar,
08:49dar uma força para essas conversas,
08:51mas também para pensar nessas soluções que ainda estão só começando a ser desenhadas.
08:56O que vai ser muito importante também agora?
08:58O governo espera que os técnicos possam fazer cálculos,
09:00não só do impacto que essa tarifa de 50% vai ter para o Brasil,
09:04mas também o impacto que teria, caso entre em vigor, para os Estados Unidos,
09:09porque, é claro, o país compra vários produtos brasileiros
09:12e pode ter uma dificuldade grande, inclusive, no preço de alguns desses produtos internamente,
09:17e o governo quer ter todas essas informações para poder negociar, de fato, de maneira igualitária.
09:24Então, agora tem essa fase preliminar, essa conversa que vai ter com os empresários,
09:29e, de outro lado, tem uma outra estratégia, que é por parte do próprio presidente Lula.
09:33Se, de um lado, a gente vê Alckmin muito mais ponderado,
09:36defendendo o diálogo, como ele tem feito constantemente,
09:38e também buscando essa conversa mais direta,
09:41do outro, a gente tem o discurso do presidente Lula, que é muito mais combativo,
09:45ele não vai se furtar, segundo eu ouvi, de continuar esse tom,
09:49até disso, uma certa provocação em relação ao presidente dos Estados Unidos,
09:53Donald Trump, também vai tentar rivalizar com isso,
09:56tem uma estratégia toda da equipe de comunicação também,
09:59de reforçar muito isso, pensando internamente,
10:02e aí, de outro, a gente vê os negociadores, os diplomatas,
10:05o próprio vice-presidente Geraldo Alckmin,
10:07todos eles costurando uma possível saída.
10:10E aí, para isso, é claro, a ideia do governo é não pedir ainda essa prorrogação do prazo,
10:15mas eles contam com isso, Cris, porque acham que vai ser muito difícil
10:18chegar a um entendimento até o dia 1º de agosto,
10:21então a ideia é que, aos poucos, conforme essas conversas forem evoluindo,
10:25seja possível, ao menos, adiar esse prazo do dia 1º.
10:28Obrigada, Júlia, pelas suas análises.
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