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Donald Trump anunciou o fim das tarifas de 40% para produtos como café, carnes e suco de laranja. Vito Villar, líder de política internacional na BMJ Consultores Associados, analisou os impactos para o agronegócio brasileiro e os desafios ainda pendentes para setores industriais.

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Transcrição
00:00Seis meses das tarifas sobre importações brasileiras, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o fim das tarifas para alguns produtos importantes aqui para o Brasil, na nossa balança comercial, como café, carnes, algumas frutas e suco de laranja.
00:15E a gente vai saber mais, então, sobre os impactos dessa retirada das tarifas para esses produtos, como é que ficam os setores que ainda sofrem com a influência das tarifas.
00:24A conversa é com o Vitor Vilar, que é líder de política internacional na BMJ Consultores Associados.
00:31Oi, Vitor, tudo bem? Boa tarde, bem-vindo mais uma vez ao Fast Money.
00:36Boa tarde, Natália. Boa tarde, Felipe. Muito feliz de estar aqui de volta.
00:40Ô, Vitor, começa contando para a gente como é que você recebeu essa informação.
00:45Foi ontem à noite ainda, correu lá para esmiuçar a listinha de 237 produtos, acho que foi isso, né?
00:51E alguma surpresa? Sentiu falta de alguma coisa por ali? Traz uma avaliação geral?
00:59Pois é, Natália. A gente estava já numa expectativa de que o governo brasileiro e o governo americano tivessem encontrado algum ponto comum
01:06e, na esteira daquela redução dos 10% para os produtos agrícolas da última sexta-feira,
01:12tivesse alguma atualização com relação às tarifas brasileiras,
01:15uma vez que o Brasil, não é segredo para ninguém, é um dos maiores exportadores de produtos agropecuários do mundo inteiro,
01:21inclusive para os Estados Unidos, né?
01:23Então, a gente já estava com uma expectativa de que isso fosse acontecer mais cedo ou mais tarde.
01:28Isso aconteceu no finalzinho do feriado de ontem, né?
01:30Então, pegou algumas empresas, associações surpresas,
01:33mas a gente já estava lá no finalzinho da noite avaliando quais seriam os riscos,
01:37quais seriam as possibilidades que estariam abrindo para o Brasil.
01:39E, bem como você comentou, os principais produtos ali, carne, café, frutas em geral, né?
01:46Alguns fertilizantes também foram adicionados.
01:49E, enfim, acho que de surpresa mesmo, acho que não tem grandes surpresas na realidade, né?
01:57Uma vez que tinha a expectativa que os produtos industriais não fossem entrar,
02:01por conta que não impactam tanto a questão da inflação nos Estados Unidos,
02:05como o Felipe estava comentando, mas alguns produtos agrícolas ficaram de fora
02:10e isso gerou um regulício internamente no Brasil, né?
02:15Talvez um destaque aqui é o café solúvel, né?
02:18Que é um dos produtos que o Brasil mais exporta dos produtos agropecuários para os Estados Unidos
02:22ficou de fora dessa lista, dando um destaque que o governo americano, de fato,
02:26está liberando para produtos agrícolas de primeira ordem,
02:30commodities, de fato, e sem nenhum tipo de valor agregado em princípio.
02:34Certo, obrigada, Vitor.
02:37É curioso essa questão do café solúvel, porque a gente fala de produtos agrícolas,
02:40mas o café solúvel já é um produto de indústria, né?
02:42Já não é um produto do agro, né?
02:45Já passou ali pela indústria.
02:46Exatamente.
02:46Felipe, seu ponto agora.
02:47Legal.
02:48Vitor, boa tarde para você.
02:49Vitor, a gente viu, a gente está acompanhando essa coisa das tarifas há muito tempo e tudo mais,
02:54e a gente vê que esses produtos realmente fazem uma diferença muito grande, né?
02:58Agora, o Brasil conseguiu desenvolver, criar, encontrar novos mercados para algum dos seus produtos,
03:08diante desse tarifácio, acabou buscando algumas soluções.
03:11Como é que é essa volta para os Estados Unidos?
03:13Agora, quando eu tiro as tarifas, como é que acontece em relação, por exemplo, aos exportadores de café?
03:19Eles automaticamente voltam para os seus contratos anteriores ou eles precisam agora buscar novos clientes?
03:24Qual foi o grande problema de todo esse prazo de ter ficado fora dos Estados Unidos?
03:32É, infelizmente, né, Felipe, não é tão fácil assim, né?
03:34Não é um interruptor que você liga e desliga conforme você quiser para esse tipo de negociação.
03:41Inclusive, muitos desses grandes exportadores brasileiros, grandes importadores dos Estados Unidos,
03:46têm muitas vezes cláusulas nos contratos para grandes mudanças comerciais
03:50ou grandes mudanças políticas nos seus países que possam intercorrer na alteração de contratos.
03:56Ou seja, algumas empresas brasileiras que tinham contratos longos de exportação já com os Estados Unidos,
04:02tinham cláusulas nos seus contratos que recomendavam.
04:06Olha, se tiver uma grande mudança política, a gente vai poder renegociar esse contrato aqui
04:10sem grandes prejuízos para ambas as partes.
04:13Então, muitos dos exportadores brasileiros viveram esse momento, ainda vivem esse momento,
04:17e, de fato, detecção muito de renegociação.
04:21Obviamente, da mesma forma que não é um interruptor de liga e desliga
04:24para você parar de exportar e voltar a exportar,
04:27também não é um interruptor de liga e desliga para os importadores dos Estados Unidos.
04:30Não é como se eles conseguissem substituir as importações brasileiras de café,
04:35de carne, de água de coco, de suco de laranja,
04:39que foi, por um pequeno momento, também afetado fortemente,
04:43da noite para o dia.
04:44Muitas vezes, esses produtos não têm mercados que conseguem substituir as exportações brasileiras.
04:49Embora, como a gente está falando aqui do tópico de café,
04:52embora o café tenha importantes competidores no Sudeste Asiático,
04:56o blend, por exemplo, é completamente diferente.
04:58A torra, a espécie do café são diferentes e isso impacta.
05:02Quando a gente fala de alimentos, isso impacta no gosto do consumidor norte-americano
05:06e não é do dia para a noite que ele consegue substituir essa sensação.
05:12Então, é um pouco difícil a substituição.
05:14Mas, obviamente, esses contratos foram, muitos deles, interrompidos
05:18durante esses três, quatro meses que a gente teve as tarifas aplicadas ao Brasil,
05:23de forma maior, a partir de julho, mais determinantemente.
05:27Agora vai ter um esforço grande das empresas das vezes em retomar o antigo de contratos,
05:31em retomar novas linhas de exportação.
05:36Mas também tem o outro lado, Felipe.
05:38Embora muitas empresas não tenham conseguido diversificar suas exportações,
05:42algumas conseguiram sim.
05:43Então, a gente olha, por exemplo, os exportadores de carne, por exemplo,
05:46que conseguiram aumentar suas exportações para outros mercados, especialmente da Ásia.
05:50Agora, se o importador americano querer voltar a importar no Brasil,
05:55provavelmente ele vai enfrentar um preço maior.
05:58Uma vez que você tem uma maior demanda para esse produto.
06:00Vitor, em comunicados desse tipo, como esse que veio ontem, claro que a gente lê o que está escrito
06:07e tenta ler o que não está escrito, mas que está ali nas entrelinhas, na escolha das palavras, etc.
06:12E essa comunicação da Casa Branca fala em progresso inicial nas negociações
06:17e ajuste do escopo da declaração de emergência contra o Brasil.
06:22Quero saber qual que é a sua leitura sobre essa menção e esse posicionamento, esse gesto.
06:30É bom para a diplomacia brasileira?
06:33Tem aí uma pitada de uma pressão e coisas para serem resolvidas ainda?
06:38Tem muita coisa que se é resolvida ainda, Natália.
06:42Muita coisa de verdade.
06:44O Brasil conseguiu liberar agora as exportações agrícolas, o tarifácio.
06:48Boa parte delas, não a totalidade, isso é importante dizer.
06:51Mas a economia brasileira, especialmente a economia industrial brasileira,
06:55é complementar a economia dos Estados Unidos.
06:57Isso quer dizer que, muitas vezes, além da matéria-prima que é exportada no Brasil,
07:01muitas vezes um produto semi-manufaturado também é feito aqui na região,
07:04exportado para uma indústria complementar nos Estados Unidos e, muitas vezes, reimportado ao Brasil.
07:08Por isso que a gente fala que o Brasil tem uma balança comercial bastante deficitária com os Estados Unidos.
07:15Porque, embora sim a gente exporte bastante, Estados Unidos é nosso segundo maior parceiro comercial ainda,
07:19ainda a gente importa muito.
07:21Porque é uma economia altamente mecanizada, tecnológica, isso aqui sem contar os serviços também.
07:26Então, obviamente, há uma sinergia, uma complementaridade muito grande entre os dois países,
07:32especialmente olhando do lado brasileiro.
07:35Então, não está tudo resolvido.
07:36O governo brasileiro ainda vai buscar uma exceção, uma redução das tarifas, especialmente para o setor industrial,
07:43para aqueles produtos agrícolas que não foram incluídos agora nessa negociação
07:48ou nessa proclamação dos Estados Unidos, como a gente queira colocar.
07:52E, enfim, acho que ainda tem muito plano para manga, no bom português, Natália,
07:57para ainda ter uma negociação bastante abrangente do Brasil com os Estados Unidos ainda.
08:01Ainda vale lembrar que, quando o presidente Lula se encontrou, pela primeira vez com o presidente Donald Trump,
08:06ele ainda mencionou outros termos relacionados a outros temas que não sejam puramente comerciais,
08:12como a sanção a brasileiros dentro da lei Malitzki, a pressão dos Estados Unidos na América do Sul,
08:17principalmente na Venezuela.
08:19Então, há outros temas em que a agenda bilateral deve discorrer nas próximas semanas ainda.
08:23É, está certo. E lembrando que a gente vai ter a coletiva do vice-presidente Geraldo Alckmin,
08:29que estava diretamente envolvido nessas negociações sobre esse tema, logo mais às três da tarde.
08:34Então, vamos acompanhar.
08:36E eu quero agradecer o Vito Vilar, que é líder de política internacional na BMJ,
08:40consultores associados pela entrevista ao vivo aqui mais uma vez.
08:43Muito obrigada, viu, Vito? Volte sempre.
08:46Obrigado, Natália, Felipe, a todos que nos assistiram. Um abraço.
08:49Tchau, tchau.
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