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No primeiro dia da COP30 em Belém, o economista e ex-secretário de Comércio Exterior Roberto Gianetti analisou como o Brasil combina desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Ele destacou a importância da mineração responsável, o papel do agronegócio sustentável e como a produtividade na pecuária pode atender à crescente demanda global por proteínas.

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Transcrição
00:00Sobre esse primeiro dia de Copa e 30 em Belém, a gente vai conversar agora com Roberto Janete,
00:05economista e ex-secretário de Comércio Exterior.
00:07Janete, boa noite.
00:09É sempre um prazer enorme ter você aqui com a gente.
00:12Bom, nós...
00:13Boa noite, Cristiane.
00:14Obrigada.
00:15Nós vimos o presidente Lula criticando os negacionistas dessas mudanças climáticas
00:21e o presidente da Copa, embaixador André Corrêa do Lago, falando em urgência para
00:25as ações voltadas ao clima.
00:27Esse discurso corresponde, de fato, à prática?
00:31Eu acho que sim.
00:33Eu acho que ambos discursos, levar a fundo o que eles anunciaram ou produziram como mensagem,
00:43eles têm convergência na questão climática, na questão das mudanças climáticas, na medida
00:48em que tentam combinar uma relação positiva entre defesa do meio ambiente e o desenvolvimento
01:00econômico, que não são incompatíveis.
01:03Ao contrário, eu acho que são até necessários, é necessário que haja desenvolvimento econômico
01:10para que se possa ter uma preservação ambiental.
01:13Primeiro lugar, vamos começar, por exemplo, falando de uma atividade que é muito criticada,
01:19muito questionada, que é a mineração.
01:24A mineração é parte essencial da solução climática global.
01:28Se nós não tivermos os minerais estratégicos, os chamados minerais críticos, para a produção
01:34de baterias, de painéis fotovoltaicos, o cobre que é usado em todas as questões de
01:41eletrificação, tanto do automóvel quanto de vários outros equipamentos, nós não teríamos
01:47essa possibilidade de descarbonização que hoje está sendo pleteada e necessária para o mundo.
01:54Então, a mineração é absolutamente necessária e ela, evidentemente, tem que ser responsável.
02:00Estamos falando de uma mineração que avalia seus impactos ambientais, que regenera a vegetação
02:07depois do uso do solo para a extração dos minerais e que possa dar continuidade a esse processo
02:14de uma maneira sustentável.
02:16Do mesmo lado, o agronegócio.
02:18O agronegócio brasileiro é extremamente sustentável.
02:21Eu diria até que, ao contrário das críticas que nos vêm, às vezes, do exterior, ele é
02:26um exemplo, uma referência, porque a gente tem hoje, de cada 0,9 hectares de propriedade
02:35dentro das unidades rurais, 2,1 hectares de vegetação nativa total, são preservados.
02:43Então, existe uma combinação, sim, entre desenvolvimento e proteção ambiental.
02:49E que medidas, Janete, os países poderiam adotar de forma mais imediata, exatamente para
02:55reduzir os impactos no meio ambiente, mas sempre tendo em vista o crescimento econômico,
03:01o desenvolvimento econômico?
03:03Olha, é assim, as novas tecnologias que a gente tem, elas têm impacto ambiental.
03:11Por exemplo, na hora que você fala data center, data center é um tema que está muito na moda
03:16hoje.
03:16O que o data center usa de energia e de água é um volume colossal.
03:22Mas ele é necessário.
03:24Se nós não tivermos data center, apague o seu telefone, seu celular e seu laptop e
03:29até essa televisão, porque nós não vamos ter condição de eletrificar o mundo.
03:33O data center é que guarda todas as informações e transmite essa internet imediata e instantânea
03:39que a gente usa hoje em todas as atividades econômicas e que, para o futuro do mundo, a inteligência
03:45artificial está se mostrando uma evolução tão forte quanto foi a invenção da máquina
03:50do vapor no século XIX ou a eletricidade no início do século XX.
03:56Então, como é que nós vamos fazer a eletrificação?
03:59As energias renováveis, especialmente solar e eólica, elas têm essa missão hoje de
04:05descarbonizar a energia fóssil.
04:07Paramos de usar óleo combustível, gás natural e também na mobilidade urbana, as baterias
04:16e o etanol, tanto para o motor elétrico quanto para o motor a combustão, a solução
04:22está dada.
04:23O que temos que fazer é implementar essas soluções.
04:28Por isso que é uma cópia da ação e não mais a teoria e do discurso, porque nós temos
04:32que colocar todos os países do mundo alinhados em algumas políticas de descarbonização que
04:39são evidentes e necessárias.
04:42Meio ambiente não é um tema nacional, é um tema transversal a todas as economias do
04:47mundo.
04:48Ninguém dá a solução sozinho, porque meio ambiente não tem fronteira.
04:52Quando nós falamos de meio ambiente, nós estamos falando de uma política global que interessa
04:57a todos os habitantes do planeta Terra, dos quais nós somos habitantes.
05:02e não de um país ou de outro.
05:04Portanto, a ausência de um país importante como os Estados Unidos é absolutamente lamentável.
05:09É como se ele se fosse um negacionista mesmo, como é chamado, daquilo que está evidente.
05:16Nós temos que salvar o planeta da intervenção humana que tem sido tão danosa nos últimos
05:22séculos.
05:22É a primeira vez que não tem uma comitiva oficial dos Estados Unidos numa cópia.
05:27O presidente Lula está certo, na sua opinião, a afirmar que a emergência climática é
05:33uma crise de desigualdade?
05:34Sim, não há dúvida.
05:36Sim, não há dúvida.
05:37Por quê?
05:38Porque quem são os principais poluidores do mundo são os países desenvolvidos.
05:43Além da China, que eu não vou chamar de desenvolvido ainda, mas já é um país dominante na economia
05:48mundial.
05:49Então, eles são os grandes poluidores.
05:52Nós, países em desenvolvimento, temos uma poluição muito reduzida comparada com os países
05:58desenvolvidos, mas nós pagamos o preço, porque as mudanças climáticas afetam a nossa
06:04população e especialmente, pensa, por exemplo, de países da África, vivendo secas ou vivendo
06:11inundações ou vivendo situações de perda de alimentos.
06:15Eles que vivem com uma situação de segurança alimentar da mão para a boca, qualquer problema
06:23que tem de mudança climática, quem sofre mais são os países pobres.
06:26E, portanto, essa divisão de responsabilidade, ela está longe de ser bem equilibrada.
06:34Os países mais ricos teriam que pagar, sim, pelos serviços ambientais que os países
06:38mais pobres prestam à questão do equilíbrio ambiental, da segurança ambiental.
06:46No caso do Brasil, por exemplo, a manutenção das nossas florestas não é simplesmente a nossa
06:52consciência, que é importante ter também, de preservar o ambiente, mas preservá-las tem custo.
06:58É justo, é legítimo que a gente queira dividir esses custos com os países envolvidos,
07:03que têm o benefício da nossa atitude responsável.
07:06Vou passar para as perguntas do Vinícius Torres Freire.
07:09Vinícius.
07:10Dona Nete, boa noite.
07:11Sobre gases de efeito estufa.
07:15No Brasil, a coisa é um pouco diferente do resto do mundo.
07:18Aqui, 71% no ano passado foi...
07:22Veio da onde?
07:23A emissão veio da onde?
07:2549% de desmatamento.
07:27Mudança de uso da terra, desmatamento, basicamente, e 29% de agropecuária.
07:35Mas só que no ano passado era uma redução.
07:36Era 52% de desmatamento, mudança de uso da terra, caiu para 42%.
07:40Mas os gases de efeito estufa, oriundos, de desmatamento, caíram 32%, quase um terço.
07:48Então, a gente tem muita coisa para fazer por aí.
07:51Agora, a gente tem poucas medidas sistemáticas.
07:53Aumento da fiscalização já foi uma grande vitória.
07:58Agora, o governo lançou esse ano, por exemplo, um plano de reuso,
08:01de recuperação de terras degradadas para evitar desmatamento.
08:06Tem mais o que fazer, porque o nosso problema é maior.
08:08Claro que a energia é importante, mas o nosso problema maior é desmatamento e agropecuária,
08:13como grandes emissores de gases de efeito estufa.
08:16Qual é a grande sacada que falta aí nesse processo?
08:19Além de fiscalização ambiental melhorada, que já deu muito resultado,
08:23e ainda mais no caso da agropecuária.
08:26O que dá para fazer, além de reformar, recuperar a terra degradada?
08:30Muito obrigado pela pergunta, Vinícius.
08:33Muito boa e eu vou ter, sim, como responder de forma muito objetiva.
08:38Eu acho que a palavra-chave chama-se produtividade.
08:43Na nossa pecuária, nós temos uma avaliação do seu desempenho
08:50por dois indicadores que são, às vezes, muito pouco divulgados ou aferidos pela população em geral,
09:00enfim, mesmo pelos analistas que, às vezes, elogiam ou criticam a pecuária brasileira.
09:06Um é o chamado a taxa de suporte, ou seja, quantas cabeças por hectare
09:12eu consigo ter numa pastagem que já foi, portanto, uma área que já foi desmatada,
09:19que está em uso pastoril para engorda ou cria de gado.
09:23Normalmente, no Brasil, há muitos anos, tem sido 1,2 cabeças por hectare.
09:30É muito baixo.
09:32Nós temos capacidade de melhorar as pastagens para carregar até duas cabeças por hectare,
09:37que ainda é pouco, mas já é o dobro, quase o dobro, quase o dobro do que é hoje.
09:43A outra taxa é chamada taxa de desfrute.
09:47O que quer dizer taxa de desfrute?
09:49É quanto tempo uma cabeça de gado passa na pastagem, na cria, recria, engorda,
09:55até estar no ponto de abate.
09:57No passado, era 4, 5 anos.
10:00Hoje, com a imposição do mercado, especialmente da China,
10:03de ter uma carne mais jovem, chamada novilho precoce,
10:07essa idade baixou para 2,5 anos.
10:102,5 anos significa que a gente tem uma rotatividade do rebanho muito maior
10:16para 200 milhões de cabeças que nós temos no Brasil.
10:19Em vez de abater 40 milhões de cabeças, nós podemos abater 60 milhões de cabeças,
10:25porque a gente tem uma produtividade, uma rotação do rebanho mais rápida
10:30em cima de uma área que, como eu falei, se fosse, não 200, mas 300 milhões de cabeças
10:36nos mesmos 200 milhões de hectares, com essa taxa de desfrute de 30%,
10:44a gente poderia abater até 90 milhões de cabeças ano
10:47na mesma área de pastagem que nós temos hoje, sem adicionar um hectare.
10:52E nós vamos ter que fazer isso.
10:54Sabe por quê, Vinícius?
10:55Porque a demanda de proteína animal cresce exponencialmente.
11:00Quanto mais urbanização nós temos no mundo, e quero lembrar que só em 2017,
11:05no mundo, em termos globais, a população urbana superou a população rural,
11:11mas segue crescendo essa mudança também exponencial.
11:15Nós vamos chegar em 2050 com 75% de população urbana.
11:20E aí a demanda de proteína animal é muito maior.
11:23Como é que o país do mundo vai ter condição de suprir essa demanda?
11:27Chama-se Brasil.
11:28Como?
11:29Produtividade.
11:31E aí entram todos esses fatores de melhoria de pastagem,
11:35a questão toda zootécnica, melhoria da raça, da parte genética,
11:42da taxa de suporte, melhor qualidade do gado para abate,
11:49e a produção de proteína animal poderá ser um dos grandes fatores do Brasil no século XXI,
11:55garantindo a segurança alimentar do mundo.
11:57Janete, muito obrigada.
11:59É sempre um prazer mesmo ter você aqui com a gente.
12:02Volte mais.
12:02Boa semana para você.
12:04Obrigado, Cristiane.
12:05Obrigado, Vinícius.
12:06Até breve.
12:06Obrigado, Vinícius.
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