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Álvaro Machado Dias, neurocientista, explicou como a inteligência artificial está concentrando o mercado em gigantes e startups especializadas, eliminando empresas genéricas. Ele também abordou o fim das gerências médias e como a carreira corporativa precisa se transformar para sobreviver.

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Transcrição
00:00O mercado de inteligência artificial entra na chamada era do enxugamento.
00:05Menos empresas e mais foco em nichos.
00:07Para entender o que significa esse movimento para o mercado,
00:10a gente recebe agora um dos notáveis do nosso canal, o Álvaro Machado Dias.
00:15Boa tarde, professor. Seja muito bem-vindo.
00:17Tudo bom, Marcelo?
00:18Só uma explicação agora, né?
00:19O Álvaro Machado Dias é neurocientista e eu falei agora há pouco que ele era futurologo.
00:24Mas ele me corrigiu, gente. Não é futurologo, é futurista.
00:27Ele me disse que futurologo lembra um pouco tarólogo, por todo respeito aos tarólogos, né?
00:32Mas o Álvaro Machado Dias também não mente jamais.
00:36Genial.
00:37Agora, fala para a gente, então, como é que o mercado de IA está se concentrando?
00:42A gente está vendo um cenário aí, Álvaro, de que novas startups estão surgindo todos os dias,
00:47mas parece que elas estão meio que se especializando, né?
00:50Pois é.
00:51Empresas como OpenAI, que faz o famoso chat EPT,
00:55ou Antropic, com o Cloud, que aliás lançou ontem uma nova versão do Sonnet,
01:01agora o melhor modelo do mercado.
01:04E o Google com o Gemini estão cada vez mais ampliando o seu escopo
01:09e matando startups que tinham propósito geral.
01:13Por exemplo, startups que ajudariam a fazer design,
01:16startups que estariam ajudando a fazer compras com IA e coisas do gênero.
01:19Por quê? Porque elas estão dominando tudo que é muito genérico.
01:24Do outro lado, nas verticais importantes da produtividade,
01:30como, por exemplo, na medicina, na área da saúde, no direito e assim por diante,
01:35estão surgindo empresas cada vez mais especializadas.
01:38O que a gente vai vendo é que as startups genéricas aqui do meio do caminho vão desaparecendo,
01:43vão morrendo em função dessa competitividade que é determinada pelo aumento do escopo
01:49dessas empresas que têm muito capital, que dominam hoje em dia parques produtivos de chips e servidores imensos
01:58e, evidentemente, já têm aí uma máquina de atração de consumidores gigantesca,
02:03como, por exemplo, no caso do Google.
02:04Então, é isso que a gente está vendo, uma concentração que não é uma eliminação de todas as empresas que não sejam as gigantes,
02:11mas há uma especialização necessária para que alguém possa sobreviver nesse mercado,
02:15o que não era tão verdade há um ano atrás.
02:17É, inclusive, a gente está vendo uma queda no número de empresas listadas nos Estados Unidos, né, Álvaro?
02:22Pois é, é interessante isso, né, porque são dois movimentos paralelos a princípio não relacionados,
02:28mas que têm, sim, relações profundas.
02:31Então, se a gente pegar da década de 90 até agora,
02:34as empresas listadas nas bolsas americanas se reduziram em cerca de 50%,
02:40de mais ou menos 8 mil empresas para 4 mil empresas.
02:43Olha que coisa mais surpreendente.
02:45E essa redução no número de empresas vem, entre outras coisas,
02:49associada a uma metodologia menos vertical, mais horizontal, mais típica das empresas de tecnologia
02:56e também ao, vamos dizer, amadurecimento do capital de risco,
03:02que agora investe em empresas que não estão listadas com muito mais desenvoltura e velocidade.
03:08Esse investimento fora das bolsas é muito orientado à tecnologia
03:13e explica a relação entre as duas coisas.
03:16Ou seja, na prática, você pega aquele venture capital que busca startups
03:21que podem dar 10x, 100x, 100 vezes o quanto que ela está faturando por ano
03:27e aí você vai levar essa empresa até um momento muito distante no horizonte
03:33fora da estratégia de bolsa.
03:36É esse o movimento que está transformando o mercado e conecta as duas coisas.
03:42Em inglês tem uma frase famosa que é
03:44The winner takes it all, que foi até uma música do ABBA, né?
03:47Que pode ser traduzido aí como o vencedor leva tudo.
03:50Você acha que essa é a lógica nesse movimento que a gente está falando aqui?
03:53E se for a lógica, que impacto que isso tem, essa concentração toda tem para o mercado?
03:58Eu diria que é lógica mais ou menos.
04:01Eu diria que os vencedores levam quase tudo.
04:05A gente está tendo de um lado cada vez mais empresas gigantescas no domínio da tecnologia
04:10como NVIDIA e Google, que estão capitalizando muito daquilo que é essa transformação
04:17para a inteligência artificial e do outro lado muitas oportunidades para as hiper especializadas.
04:23O que está sumindo é esse meio do campo, que é o meio do campo das empresas tradicionais,
04:28das empresas médias com metodologias conhecidas do ponto de vista administrativo.
04:33Isso que é um negócio que, se você está nesse ponto aqui, é bom você se preocupar
04:37e fazer também a sua transformação para não terminar na poeira.
04:41É mais ou menos por aí que eu vejo a coisa, mas há muitas sutilezas também.
04:45Agora, você acha que o avanço da inteligência artificial está fazendo com que cargos corporativos sejam eliminados?
04:53Sim, e eu acho que parte das tais sutilezas tem a ver com isso.
04:56Olha só, as gerências médias nas empresas estão desaparecendo gradualmente.
05:03Por que isso acontece?
05:05Porque essas gerências funcionam como hubs de transmissão de informação.
05:10O que vem de baixo é processado e enviado para a alta gestão.
05:15E do outro lado, a alta gestão manda seus comandos que são processados pelas gerências intermediárias
05:21e assim chegam na equipe como um todo.
05:24Pois bem, a inteligência artificial e antes dela, aplicativos como Notion, Slack e assim por diante,
05:29fazem essa intermediação e permitem uma visibilidade muito maior da alta gestão
05:37em relação ao que a empresa como um todo está fazendo.
05:40Então, essas gerências intermediárias aos poucos vão desaparecendo
05:43e com elas a própria perspectiva de uma cadeia de cargos
05:47que permite que você planeje a carreira a partir de um plano estratégico típico do século XX.
05:53Isso também está indo para o beleléu, Marcelo.
05:55Então, vai ter que treinar de novo os jovens executivos aí, né?
05:58Porque eles não têm mais o que se esperava há cinco anos.
06:01Eu acho que sim.
06:02E eu nem sei se é só uma questão de treinamento.
06:04Eu acho que é muito uma questão de mentalidade.
06:07A premissa de que você entra numa empresa e segue nela e assim será a sua carreira até a aposentadoria,
06:12a gente já sabe que morreu.
06:14A questão é o que entra no lugar.
06:16A tese dominante é que o que entra no lugar é um pula-pula de galho em galho.
06:21Eu não acho que seja isso.
06:22Eu acho que muito mais importante é a premissa de você ter uma espécie de portabilidade.
06:28Eu desenhei esse conceito que é o seguinte.
06:31Você captura competências e habilidades baseadas no uso de tecnologia
06:36que fazem com que você mesmo funcione como uma grande equipe,
06:39assim, usando ferramentas.
06:41E a partir desse know-how próprio, que tem uma maneira própria de funcionar,
06:46que você atua no mercado e assim você porta para as empresas as suas competências,
06:50tal como se você fosse um grupo de pessoas.
06:54Ou seja, é uma espécie de, vamos dizer assim, processo de administração de competências usando ferramentas.
07:01Elas vão com você para onde você quiser e você toca a sua carreira,
07:04não só estando especificamente em empresas pré-determinadas,
07:07como também construtivamente empreendendo.
07:11Interessantíssimo.
07:11Álvaro Machado Dias, muito obrigado por mais uma participação aqui.
07:14Eu que agradeço.
07:15Eu que agradeço.
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