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A COP30, que será realizada em Belém, promete movimentar quase 200 países e colocar o Brasil no centro das negociações climáticas globais. Carlo Pereira analisa os desafios e oportunidades econômicas de uma conferência que pode destravar trilhões em investimentos sustentáveis.

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Transcrição
00:00Quarta-feira, você já sabe, é dia de capital sustentável com o nosso notável especialista em sustentabilidade, Carlo Pereira.
00:13Falta pouco mais de um mês para a COP30 em Belém, quando quase 200 países vão se reunir às margens da floresta amazônica
00:21em mais uma rodada de negociações climáticas organizadas pelas Nações Unidas.
00:27Qual deve ser o principal resultado da conferência? É sobre isso que a gente vai falar hoje.
00:32Carlo, boa noite, sempre bom demais ter você aqui com a gente.
00:35Bom, Carlo, a COP30, na sua opinião, vai ser um marco positivo, vai celebrar os 10 anos do Acordo de Paris mesmo
00:42ou corremos o risco de repetir frustrações de cúpulas anteriores?
00:49Oi, Cris, boa noite. Está chegando.
00:51Está chegando.
00:52E que bom, minha mira estava certa.
00:55Minha mira estava certa no sentido de vai ser Belém, não vai ser Belém, a gente sempre cravou aqui.
01:01Sim, que seria.
01:02Hoje o Senado aprovou, então Belém será a capital do Brasil por um período.
01:09E aí, respondendo a sua pergunta, vai ser frustração ou não?
01:12Primeiro, eu gosto sempre de esclarecer, Cris, que quando falam em frustração nas COPs anteriores,
01:18eu, Carlo, eu fiquei frustrado uma vez, 2009, Copenhagen, porque de fato Copenhagen era para ser similar a Paris,
01:26no sentido de países levarem compromissos e tal, e flopou, não deu certo.
01:34Essa, para mim, foi uma grande decepção.
01:35Depois disso, Cris, eu, muito honestamente, entendo que o que a gente teve foi ali uma série de negociações que,
01:44como você bem comentou, quase 200 países.
01:47É a brincadeira que eu faço.
01:49Leva um tema para ser discutido na macarronada junto com o frango no domingo na tua casa.
01:5510 pessoas e bota um tema lá, eu quero ver você ter todo mundo satisfeito.
02:00Nem precisa ser um tema muito polêmico, não.
02:03Não precisa ser, né?
02:04E isso que, assim, a gente tem 200 países com interesses,
02:08interesses não necessariamente convergentes, né, muitas vezes divergentes,
02:13e são ali soberanos, né, tem o porquê de serem daquela maneira.
02:17Então, mas voltando ali para a tua pergunta, o que que eu acho?
02:20Eu acho que a gente vai ter muita frustração em alguns aspectos, tá?
02:26E por quê?
02:27Por conta do Brasil, da diplomacia brasileira?
02:30Não.
02:30Aquilo que eu venho comentando aqui, Cris, por conta de um momento de mundo.
02:36O ano de 2015, né, na Copa de Paris, não acontece nunca mais.
02:43Isso aí deve acontecer, deve ser um alinhamento dos astros, assim,
02:46o que a gente teve ali na geopolítica, o que a gente teve de alinhamento ideológico
02:51de presidentes e chefes de Estado dos países, né?
02:55Assim, eu acho muito difícil acontecer de novo isso aí, né?
02:58E o jeito que a gente está hoje, como a gente tem visto, né,
03:01a gente, de novo, traz aqui para os nossos telespectadores,
03:05quando a gente fala de G7, G20, né,
03:08e a gente vê toda a dificuldade de se tratar o tema do clima,
03:13Então, certamente, não teremos uma COP com compromissos muito vistosos, tá?
03:21Prova disso.
03:22Eu entendo que o grande objetivo dessa COP,
03:26escuto muitas vezes, falo assim,
03:27pô, mas essa COP não tem um objetivo muito claro?
03:30Tem, está escrito há muito tempo.
03:31O objetivo dessa COP é que os países tragam NDCs,
03:36ou seja, os compromissos que os países têm de redução de emissão de gás
03:40de efeito estufa, bastante ambiciosos, né?
03:42E aí, o que acontece?
03:44A gente deveria ter essas NDCs no início do ano,
03:47isso foi adiado para setembro,
03:49fato é que chegamos em outubro e a gente tem só uma parcela dos países
03:53que trouxeram as contribuições.
03:56Nem a União Europeia trouxe, Cris, né?
03:58Então, por isso, entendo eu que a gente vai ter, sim,
04:01uma frustração bem grande nesse sentido.
04:04É, como é que o país pode, estou falando do Brasil, evidentemente,
04:07equilibrar esse protagonismo diplomático com desafios internos?
04:12Aí, pensando em desmatamento, infraestrutura, política ambiental,
04:17para não comprometer esse sucesso da conferência,
04:20mesmo que não seja em todos os aspectos,
04:23mas que a gente saia com uma visão positiva para o resto do mundo.
04:26Fiz minha opinião nisso, né?
04:31Sei que nem precisa começar a falar isso,
04:32porque minha opinião mesmo, mas o que eu entendo aqui, né?
04:36Primeiro, muita coisa nesse sentido,
04:39eu acho que assim, muitas vezes, né,
04:41margem equatorial, pensando em petróleo, né?
04:43Sendo que ao mesmo tempo a gente está falando de clima,
04:46uma copa na Amazônia, então essas coisas são divergentes.
04:49Primeiro que assim, entendo que não são divergentes, tá?
04:52Minha opinião nesse sentido muito claramente.
04:54Segundo, a gente tem que lembrar que o país está liderando um processo
04:59que há 30 anos, ele não para um mês.
05:04Você entende?
05:05Então, desde a primeira copa, esse processo, ele não para.
05:12Então, semanalmente, mensalmente, se tem reuniões para discutir a questão do clima, né?
05:19Com o corpo técnico, então, por exemplo, a UNFCCC,
05:22que é o órgão da ONU que cuida disso, fica em bom na Alemanha,
05:26está ali, tem um corpo técnico enorme discutindo isso o tempo todo.
05:29Os países se reúnem o tempo todo para discutirem também.
05:33Então, é claro, vai muito da força diplomática de um país
05:38para conseguir alcançar objetivos fortes, tá?
05:42Mas o que eu quero dizer é que, assim, essa discussão, ela já está acontecendo, né?
05:47Então, se o Brasil, ele tem alguns problemas com relação à infraestrutura, né?
05:52Se até o presidente Trump, que, teoricamente, não é o mais preocupado em questão ambiental,
05:57falou de desmatamento, né?
05:58Está na famosa carta dele para o Brasil.
06:01Mas entendo que isso não vai ser prejudicial para as negociações, entendeu?
06:07Não é isso que vai prejudicar as negociações.
06:10Foi o que eu te falei.
06:11Para mim, é muito uma questão de contexto,
06:13é muito mais uma questão de um momento anticíclico da economia global
06:18e de ascensão de chefes de Estado que são contra essa agenda,
06:23que isso, sim, vai prejudicar.
06:25E de que forma essa COP na Amazônia pode fortalecer a ideia do Brasil
06:31como liderança ambiental global?
06:33O Brasil já é essa liderança, né?
06:37Então, aquilo que sempre trazemos aqui também,
06:40quando a gente olha combustíveis, né?
06:42Então, ninguém tem na matriz primária, né?
06:4830% de etanol na gasolina.
06:51Sim.
06:52Ninguém tem 15% de biodiesel, né?
06:56Ninguém tem a matriz elétrica que a gente tem.
06:59Então, a gente já é essa potência.
07:00Então, a gente tem que ter clareza disso.
07:02E aí, nas negociações, falam assim,
07:04ah, mas você está falando de desmatamento.
07:05Pô, desmatamento, além de ter caído, a gente é assim.
07:08É o que vocês querem ser em 2050, que é o caso da Alemanha, tá?
07:11Quando a Alemanha fala, por exemplo, de energia renovável,
07:14a meta da Alemanha, né?
07:16Que a gente tanto bate palmas com relação a questões ambientais,
07:19a meta para 2050 é o que a gente é hoje, né?
07:23Então, eu acho que o que o governo tem feito,
07:27e aí, sim, tem espaços para isso,
07:29por mais que não necessariamente vão ficar nas negociações oficiais,
07:33mas é trazer a sociedade civil, que é importante.
07:36Hoje, por exemplo, a ministra Sônia Guajajara,
07:39ela trouxe ali todo o governo lançando oficialmente
07:43que quer ter uma NDC para os povos indígenas,
07:47ou seja, que venham compromissos atrelados aos povos indígenas, né?
07:51Então, claro, o Brasil, por ser uma potência também florestal,
07:57então está colocando, sim, povos indígenas, povos tradicionais,
08:02povos originários, toda a questão ambiental, incluindo florestas, né?
08:07Uma das principais coisas da COP, que a gente tem que atingir,
08:11é a parte, então, de financiamento, né?
08:13O famoso 300 bilhões da COP passados,
08:16que viraram, então, agora 1 trilhão e 200, né?
08:20Então, como operacionalizar isso, como trazer esse dinheiro para dentro, né?
08:24Então, esse é um fator importante, um dos mecanismos é o TFFF, né?
08:29Que é um mecanismo, uma facility financeira para florestas tropicais, né?
08:34Então, o Brasil está trazendo essa pauta.
08:37Nesse sentido, eu acho que a gente está indo muito bem.
08:39Carlo, muito obrigada.
08:41É sempre um prazer receber você aqui às quartas.
08:43Até semana que vem.
08:44Vamos falar de COP aí, até chegar a COP, durante a COP também.
08:48Até semana que vem.
08:49Boa noite.
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