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Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, comenta o impacto fiscal da derrubada do aumento do IOF e as estimativas de rombo no orçamento de R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026. Ele explica como o mercado está precificando o risco e por que medidas emergenciais não resolvem o problema estrutural.

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Transcrição
00:00E sobre os impactos econômicos e reações do mercado financeiro
00:03após o avanço dessa medida que derruba os aumentos do IOF,
00:08eu converso agora com o Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.
00:12Marcos, boa tarde para você, obrigado pela sua participação aqui com a gente.
00:16Marcos, como é que o mercado, como é que os mercados estão precificando
00:19o avanço, a aprovação da urgência na tramitação desse projeto do Legislativo?
00:26Boa tarde, Turci, todo o time da CNBC Brasil.
00:31Bom, Turci, o mercado viu com bons olhos, de maneira geral, a aprovação que nós tivemos ontem,
00:37principalmente porque o Hugo Mota, presidente da Casa, ele foi bem incisivo em dizer
00:44que não será tolerado medidas que tenham cunho unicamente buscando aumento de arrecadação
00:52e que para poder cumprir as metas fiscais.
00:57Porém, o que nós vemos, Turci, é que essa aprovação, por outro lado,
01:02ela transmite uma mensagem muito importante, de que, de fato, não é qualquer medida
01:09de cunho arrecadatório que será passado no Congresso e que, de fato, a atual equipe econômica
01:17terá que apresentar medidas mais estruturais no que tange corte de gastos,
01:24visto que essas medidas mais curto-prasistas, como nós temos visto, principalmente incluindo
01:30o IOF, que já vem se estendendo há bastante tempo, inicialmente o governo anunciou uma mudança
01:38muito expressiva, buscando arrecadar algo na Casa de 20 bilhões em 2025, 40 bilhões em 2026,
01:46desidratou um pouco e agora, após a aprovação da urgência, a Casa aguarda novas medidas,
01:55a gente deve ter mais ou menos umas duas semanas para a atual equipe econômica tentar negociar,
02:00tentar trazer um pacote mais crível, incluindo medidas de corte de gastos para eventualmente
02:07ser aprovadas. Então, a leitura que nós temos é essa, a gente acredita que a chance
02:12de derrubar essas medidas envolvendo o IOF, elas passam a aumentar, claro, não é um processo
02:22que deve acontecer facilmente, deve correr muitas negociações, diálogo entre a cúpula
02:29do Congresso e a equipe econômica, mas já deixa um caminho mais pavimentado para que
02:37isso possa acontecer. Por outro lado, o ministro Haddad, ele foi bem claro em dizer que se não
02:44for aprovado as medidas que foram enviadas, fica inviável revogar o IOF, mas tudo indica
02:53que pela aprovação da urgência ontem é que o cinto está apertando um pouco mais
03:00para o lado do Ministério da Economia e a gente eventualmente precisa ver medidas
03:05mais estruturais.
03:07Agora, esse IOF, esse aumento no IOF cobriria um buraco ali no orçamento, se de fato o aumento
03:14do IOF for derrubado, esse buraco volta a aparecer. E claro que medidas estruturantes, se vierem,
03:21também não são coisas que serão articuladas, planejadas e votadas num curto prazo.
03:28Como é que o mercado olha para a questão fiscal do governo federal a partir de uma eventual
03:34derrubada dos aumentos do IOF? Esse buraco voltando a aparecer e ficando ali por não se sabe
03:39quanto tempo?
03:42Turt, o curto prazo já está refletido nos preços. A gente não aguarda surpresas para
03:48eventuais derrubadas do IOF ou medidas curto prazistas que podem ser anunciadas.
03:55Até porque o grande problema fiscal brasileiro, ele não será uma bomba que de repente vai
04:00cair e de maneira inesperada vai explodir. Não. Já está ditado que se não houver mudanças
04:08estruturais, se não houver principalmente corte de gastos, o orçamento vai colapsar em 2027.
04:15Então o mercado como um todo, ele é um excelente instrumento de antecipação de movimentos.
04:22Então a nossa leitura é que o mercado está olhando muito mais lá para o futuro, olhando
04:27mais para medidas estruturais do que passos de curto prazo.
04:33Ou seja, a gente vem brincando que o governo vem trazendo alguns remendos.
04:40Não é bem uma reforma, não é bem uma mudança estrutural.
04:43Até porque, Fábio, se essas medidas curto prazistas se persistirem ao longo de 2025 e 2026,
04:52por exemplo, simplesmente o problema fiscal nunca será solucionado.
04:58Então nós vemos que o mercado está tentando de fato precificar um movimento estrutural que
05:04não possa acontecer a médio e longo prazo.
05:06Então nós não esperamos um impacto marginalmente elevado caso as medidas do IOF não sejam,
05:15não prossigam, caso seja de fato derrubado.
05:19Agora, se houver corte de gastos, se vier ganhando pauta medidas como desinfexações,
05:27redução de estímulos, o próprio Fernando Haddad vem há um bom tempo adotando o discurso
05:36de que existe uma caixa preta de R$ 800 bilhões em renúncias fiscais.
05:42Então, caso eles venham realmente buscando outras medidas que possam minimamente colocar o orçamento
05:50no eixo e reduzir o nível de aceleração do crescimento da dívida pública,
05:58isso sim pode refletir em preços no mercado.
06:02Agora, no curto prazo, nós acreditamos que o mercado já projeta um cenário mais negativo.
06:09A gente não tem visto esse cenário tão negativo se refletir nos preços,
06:14porque do outro lado da balança, nós tivemos algumas boas notícias.
06:19Nós tivemos um fluxo de capital estrangeiro voltando a entrar aqui para o Brasil,
06:25isso contribuiu para um dólar mais baixo,
06:28o que, consequentemente, vai trazer um ar mais positivo para as decisões de juros
06:34que vamos ter amanhã, inclusive.
06:37Nós estamos esperando uma manutenção na taxa Selic.
06:40Então, esse juro que ele para de subir, lembrando que há uns 3, 4 meses,
06:47o mercado esperava uma Selic chegando a algo perto de 16%.
06:52Agora, a mediana do mercado é que não chega nem 15%, deve estacionar nos atuais 14,75%.
07:00Os dados de inflação vieram também um pouco mais benignos,
07:04Então, isso alivia um pouco esse fator tão pessimista,
07:10tão depreciativo que vem assombrando os ativos brasileiros.
07:15Já há um bom tempo, o fiscal não é um problema que entrou no radar agora,
07:19ele vem se agravando, mas já é um problema que o mercado já vem monitorando há um bom tempo.
07:24E, novamente, sem ser repetitivo, mas se não houver mudanças estruturais,
07:30se não houver corte de gastos, e a atual equipe tem ficado bem resistente com relação a isso,
07:38o problema fiscal vai continuar no radar, ao menos ao longo de um horizonte relevante de dois anos,
07:46porque o grande problema, Turs, ele está em 2027.
07:50O próprio governo, ele vem nas suas projeções apontando que em 2027 o orçamento fica muito mais engessado
08:00e se a gente anda mais um pouquinho no tempo, em 2029, por exemplo,
08:05100% do orçamento ele estará comprometido com despesas obrigatórias,
08:10ou seja, não há nenhum tipo de espaço para ajustes,
08:15por isso que a medida estrutural vem sendo discutida com muita frequência.
08:20Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.
08:23Obrigado, Marcos, pela sua participação aqui.
08:27Obrigado, Fábio, e todo o time da CNBC pelo convite.
08:29Valeu.
08:324h48.
08:33Sobre a articulação da oposição para derrubar o aumento do IOF,
08:36a gente vai agora voltar para Brasília,
08:38dessa vez com a nossa analista de economia e política, Júlia Lindner.
08:42Júlia, boa tarde para você.
08:44Bom, não foi surpresa nenhuma a derrota do governo ontem na votação dessa urgência,
08:49na tramitação do PDL.
08:51Agora, de que maneira o governo se articula a partir desse momento?
08:58Turci, boa tarde para você, boa tarde para todos que nos acompanham.
09:01Realmente, a votação de ontem, na verdade, não foi surpresa.
09:06E se fosse colocado em votação o mérito dessa proposta,
09:10a expectativa geral, tanto de governistas quanto de oposicionistas,
09:14é que o governo teria sido derrotado.
09:17Por isso, a principal estratégia é postergar a votação do PDL,
09:21do mérito que vai ser apreciado e que pode derrubar o decreto original
09:26do governo que trata da alta do IOF.
09:29O que acontece agora? Vários parlamentares estão em dúvida ainda
09:32sobre qual vai ser a postura efetiva do presidente da Câmara, Hugo Mota,
09:37porque na semana passada o governo já sentiu que não pode confiar 100% nele
09:42e é ele também o responsável por definir a pauta de votações da Câmara dos Deputados.
09:47Então, tem muita expectativa para saber quando ele deve pautar isso
09:51e é nisso que a oposição também trabalha, vai pressioná-lo muito
09:55para que isso seja pautado o quanto antes.
09:57A gente já sabe que nessa semana isso com certeza não vai acontecer por causa do feriado.
10:02Na semana que vem também tem as festas de São João.
10:05Então, o governo trabalha nesse cenário, nesses próximos dias,
10:09para tentar negociar uma postergação da análise desse decreto,
10:13para daí conseguir negociar com os líderes e tentar preservar o decreto do governo.
10:18Além disso, tem uma expectativa muito grande dos governistas
10:21sobre a liberação de emendas parlamentares que estavam paralisadas.
10:25Até o momento, pouquíssimas emendas, proporcionalmente falando em relação ao montante total,
10:30foram liberadas esse ano.
10:32Então, a gente fala num montante total de 50 bilhões de emendas
10:35e até o momento foram liberadas menos de 500 milhões.
10:39Então, proporcionalmente, a gente está no mês de junho,
10:41é um número inferior ao que costuma acontecer.
10:43E o governo considera que, ao fazer essas liberações ao longo do mês,
10:48ainda que num montante também proporcionalmente menor,
10:51deve ser ali na casa de 2 bilhões,
10:53o clima pode melhorar e o governo teria um pouco mais de facilidade
10:57para trabalhar nessas articulações.
11:00Mas, realmente, ainda tudo muito incerto.
11:02Eu conversei com aliados do governo, por exemplo, de partidos do MDB, do PSD,
11:06que são partidos que têm ministérios na esplanada,
11:09são aliados do governo,
11:10mas nem eles, no momento, garantem que o governo não seria derrotado
11:15e também eles aguardam para saber qual vai ser a postura do governo.
11:19O líder do governo, que é José Guimarães, do PT, do Ceará,
11:23fala que não tem possibilidade do governo enviar uma nova proposta,
11:27um novo pacote, que o governo vai trabalhar com o que tem.
11:31Então, vai tentar defender tanto o decreto do IOF,
11:34como a medida provisória também, que muda algumas regras,
11:38como também as letras de crédito do agronegócio,
11:41que têm sido muito questionadas.
11:43Isso tudo, segundo ele, fica assim.
11:45E ele também manifestou muito otimismo.
11:47Ele acha que é possível continuar as negociações,
11:50agora com mais tempo, com mais cautela.
11:52E aí, como eu falei, a bola também fica com o Hugo Mota,
11:55porque existe uma desconfiança.
11:57Se o Hugo Mota está, de fato, aliado ao governo,
12:00ou se ele age mais aliado a outras pessoas que são próximas a ele,
12:04que também são seus padrinhos políticos,
12:06como é o caso do presidente do PP, Ciro Nogueira,
12:09que já manifestou ser totalmente contrário ao pacote do governo,
12:13à alta de impostos.
12:14E o Hugo Mota vem frisando várias vezes
12:16que o resultado de ontem foi um recado para o governo,
12:20não só dos parlamentares,
12:22mas, segundo ele, da sociedade também,
12:24porque ele fala que ninguém quer alta de impostos nesse momento.
12:27Então, agora, a maior concentração do governo é o Hugo Mota,
12:30mas se não conseguir segurar aqui na Câmara,
12:33a expectativa do governo é que no Senado a vida vai ser mais fácil
12:36com o Davi Alcolumbre,
12:37que tem um alinhamento mais claro com o governo.
12:40Turci?
12:41Vamos seguir acompanhando.
12:42Obrigado, Júlia, pelas suas informações.
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