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O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, alertou para o impacto do aumento do IOF, que pode elevar custos em R$ 39 bilhões até 2026 e afetar diretamente empresas e consumidores. A medida preocupa o setor produtivo e coloca em risco empregos e competitividade.

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Transcrição
00:00E uma das entidades que assinaram a nota crítica ao aumento do IOF foi a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
00:09Eu converso agora com o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
00:13Felipe, boa noite. Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:16Felipe, a expectativa de vocês é pela anulação da medida no Congresso?
00:21Sim. Primeiramente, boa noite, Cristiane. É um prazer estar aqui com vocês. Obrigado pelo convite.
00:26Sim, a gente espera que caia a medida, que seja anulada, dado esse efeito trágico e muito transversal e negativo sobre a economia brasileira.
00:34O IOF é um imposto de natureza regulatória, não arrecadatório.
00:40Então, isso quer dizer que ele é feito muito para tentar regular, incentivar, desincentivar atividades específicas do mercado.
00:47Então, com o aumento dessa alíquota, isso pode ter um peso muito grande sobre a estrutura de capital das empresas,
00:54a oferta de creche e assim por diante.
00:57A nota das confederações fala num aumento de custos de R$ 19,5 bilhões nesse ano e de R$ 39 bilhões no ano que vem, em 2026.
01:07O que isso pode representar para o setor produtivo, principalmente para o consumidor?
01:12Ainda se tem que olhar o efeito final que a medida vai ter, mas o efeito do consumidor é um aumento de inflação, sem sombra de dúvidas,
01:21e você pressionar muito a nossa atividade econômica, podendo pôr em risco até alguns empregos.
01:26Porque o IOF, com esse aumento de custos sobre a estrutura de capital das empresas,
01:31ele vai pressionar muito a atividade em si da empresa e, consequentemente, ameaça a viabilidade econômica dessa atividade.
01:39E aí, com isso, às vezes, algumas empresas podem deixar de fazer sentido do ponto de vista econômico,
01:44podem passar por dificuldades e ter que reavaliar a sua estrutura de pessoal e de operação.
01:49Então, é bem complexa, realmente, essa medida e a utilização do IOF com essa perspectiva arrecadatória.
01:58Se a gente olhar pela perspectiva do governo, na sua opinião, que outras alternativas poderia haver para elevar a arrecadação?
02:07Acho que, na minha opinião, o governo deveria parar de tentar aumentar a arrecadação.
02:11Acho que já chegou nesses instrumentos, todos eles já foram utilizados em algum nível.
02:17A própria reforma tributária, que aí tem uma expectativa de melhoria do nosso ambiente de negócio,
02:23já vai contratar um aumento de impostos quando ela estiver em pleno funcionamento, com grande peso no comércio.
02:30Acho que o governo tem que realmente apostar agora na redução de despesa,
02:34porque não tem mais como aumentar a arrecadação sem gerar cenários trágicos na nossa atividade econômica.
02:41E muitas das apostas do governo nessas tomadas de decisão saem com um efeito totalmente contrário.
02:49Porque uma das justificativas da equipe econômica para essa tributação, aumento do IOF,
02:55foi você tentar melhorar a situação do câmbio brasileiro via uma maior dificuldade para a expatriação de recursos.
03:03Só que o resultado é completamente ao inverso.
03:05Porque quando você cria incerteza, você aumenta o custo e torna o nosso ambiente de negócio mais hostil,
03:11o fluxo de capital estrangeiro cessa, ele diminui muito.
03:14E aí isso aumenta a nossa taxa de câmbio.
03:17Então, às vezes, algum objetivo da equipe econômica nessas medidas arrecadatórias
03:21tem efeitos completamente invertidos na prática.
03:27Vou passar para a pergunta dos nossos analistas, começando pelo Vinícius Torres Freire.
03:31Vinícius, por favor.
03:32As grandes empresas, muita grande empresa que toma dinheiro no mercado de capitais
03:39podem até se livrar ou driblar esse aumento de IOF.
03:44Empresas intermediárias, principalmente aquelas que pegam crédito com a relação de fornecedor com varejo,
03:51pode ter uma tributação nova, quer dizer, deve ter essa tributação nova,
03:55ainda tem gente que tem dúvida se vai incidir ou não, principalmente na antecipação de recebíveis.
03:59No final de contas, quem sofre mais imediatamente?
04:03A grande empresa diz que consegue driblar um pouquinho.
04:07Mas aquelas que pegam, vamos dizer assim, crédito comercial via antecipação de recebíveis,
04:12isso vai estrangular?
04:13Que tipo de empresa?
04:14Pequena e média vai sofrer mais, Pedro?
04:16Como é que vai ser?
04:17Quem está sofrendo de maneira mais radical e mais imediata?
04:21Esse é um ponto crucial, uma ótima pergunta.
04:26E nisso a gente tem um ponto que é medidas ruins, todo mundo sofre com medidas ruins na economia.
04:31A diferença é que as grandes empresas podem achar ali um acesso diferente e conseguir minimizar esse impacto.
04:38Só que lembrando que nessas grandes empresas, você captar via mercado de capitais com IPO,
04:43um follow-on, coisas do tipo, hoje o mercado brasileiro não está muito propício.
04:46Faz aí dois, três anos que a gente não tem nenhuma nova oferta de ações na Bolsa brasileira.
04:51Então a gente não está tendo esse ambiente de negócios hoje.
04:55As micro e pequenas, por outro lado, essas com certeza sofrem muito mais,
04:59porque elas não têm por onde ir, elas não têm tamanho e escala para suportar custos
05:04numa tomada, numa oferta de ações no mercado de capital.
05:08Então realmente todo esse peso do IOF cai sobre elas.
05:11E tem um outro ponto, que é o varejo brasileiro é quem mais vai sofrer em todas essas empresas.
05:17Porque a operação de risco sacado e trabalhar com essa antecipação de recebíveis para mitigar risco,
05:22ela é uma operação muito característica e cotidiana do varejo.
05:26E sem isso, você aumenta muito o risco de operação.
05:30E isso pode diminuir muito a atividade dessas empresas,
05:33a oferta de insumos pelos seus fornecedores,
05:37a formação de estoque pode ficar muito mais cara.
05:39Então a gente tem realmente uma preocupação de inviabilizar vários negócios no varejo brasileiro.
05:47Alberto Azental, pode fazer sua pergunta.
05:49Felipe, quando a gente fala das instituições, entidades, a sociedade produtiva,
05:55a sociedade civil trabalhando nesse sentido e se opondo a esse aumento da IOF,
06:02você diria que é um basta com aumento de novos impostos?
06:09É um basta em relação ao desgoverno no que tange a administração do déficit fiscal?
06:17Ou é um basta em relação a eventual má gestão, estratégia e comunicação do próprio Ministério da Fazenda?
06:28Como a gente viu lá atrás, em 27 de novembro, que foi um desastre.
06:33E a gente está vendo de novo agora com essa divulgação na quinta-feira passada.
06:38Acho que como a própria nota das confederações já começa o texto falando,
06:44a gente vê com muita preocupação.
06:46E o intuito da gente fazer esse tipo de nota e trazer o debate ao público,
06:51expondo ali os pontos principais de preocupação com a atividade econômica como um todo,
06:56lembrando que não existe como uma medida ruim afetar só empresas.
07:00Se a medida é ruim, todo mundo sofre, empresas e consumidores.
07:03Todo mundo paga essa conta e no final do dia sempre é o consumidor na última linha que paga.
07:08A gente vê com preocupação.
07:10E a gente não quer ficar nesse ambiente de buscar a partidarização, a politização da briga.
07:16A questão é muito técnica, é muito econômica.
07:19A gente está preocupado com o ambiente de negócio brasileiro,
07:22com a estrutura do custo dessas empresas, da competitividade do nosso setor produtivo.
07:27E a medida do IOF e aumento de impostos em geral, infelizmente, está chegando no limite.
07:34O setor produtivo não tem muito mais como lidar com esses aumentos de impostos
07:38sem ameaçar significativamente a viabilidade de negócios no Brasil.
07:43Isso significa desemprego, isso significa geração de renda.
07:46E tem várias consequências econômicas e sociais disso.
07:51Felipe, muito obrigada pela sua participação aqui no nosso jornal.
07:55Volte mais vezes.
07:56Muito obrigado, Cristiano. Foi um prazer.
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