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Alguns integrantes do Tribunal vem endossando a decisão do ministro Gilmar Mendes de praticamente inviabilizar impeachment no STF.

Meio-Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

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Transcrição
00:00E ainda falando sobre este assunto, o ministro Flávio Dino se manifestou mais cedo a este respeito, como havia dito o Rodolfo Borges. Vamos ver o que ele disse.
00:09A questão central não é a existência de freios e contrapesos, mas sim a deturpação dígito, quando há excessos. Os 81 pedidos, evidentemente, são um óbvio excesso.
00:22Basta lembrar que o campeão é apenas um ministro, Alexandre de Moraes, responde por metade desses pedidos.
00:28Então, ou se cuida de um serial killer, ou se cuida de alguém que está sendo vítima de uma espécie de perseguição, de uma chantagem.
00:40Estas são as palavras. Exatamente essas.
00:44E, portanto, nós precisamos equilibrar todos os vértices do triângulo de Niemeyer e Luskofta, que descrevi, e é uma tarefa de todos.
00:54Às vezes, nessa política e vida pública, de modo geral, ultra espetacularizada, tem gritaria de mais e reflexão de menos.
01:05Então, talvez o primeiro passo seja inverter essa equação.
01:09Mais serenidade, mais ponderação, para permitir que os acertos possíveis sejam adotados.
01:16Agora, quero dizer a todos que não vejo o Brasil numa quadra especialmente catastrófica.
01:24Pelo contrário.
01:26Quem...
01:27O Milton escreveu recentemente um texto belíssimo sobre o poder civil, o poder militar.
01:34Quem viveu este momento, por exemplo, da história?
01:38Quem, como eu, teve na sua infância todas as doenças, sarampo, catapora, cachumba, qualquer lucha, etc.,
01:46não pode achar que o Brasil está num momento de catástrofe, de insegurança jurídica, de imprevisibilidade, de caos institucional.
01:53Não, definitivamente não.
01:56Garanto a vocês, comparem com os outros países da OCDE.
01:59Estou falando da OCDE.
02:00Não estou falando de outras partes do planeta.
02:03Então, acho que, de um modo geral, os poderes têm, daqui e da colar com problemas, têm cumprido o seu papel
02:11e a harmonia é algo a ser construído todo dia.
02:15Uma das melhores instituições humanas se chama casamento ou união estável.
02:23A harmonia é construída como?
02:26Aprioristicamente, metafisicamente, normativamente?
02:30Não, é todo dia, no diálogo e no amor.
02:32Acho que é por aí.
02:33É ter reflexão, menos gritaria e busca constante de diálogo e acho que esse é o espírito do Supremo.
02:42E para participar também do debate desse assunto, temos o nosso querido Wilson Lima.
02:47Muito boa tarde, Wilson.
02:50Boa tarde para você, meu caro Zé Inácio.
02:54Boa tarde, Rodolfo.
02:55Boa tarde, Ricardo.
02:56Mas, principalmente, boa tarde para você, meu amigo e minha amiga de um antagonista e também do canal BMC.
03:00Eu gosto das falas do Flávio Dino porque eu pinço o meu comentário a partir do que ele fala e justamente a partir das contradições.
03:11O ministro Flávio Dino falou sobre a questão da instituição casamento.
03:17Eu concordo com ele nesse sentido, só que o problema é o seguinte.
03:20O problema é que o STF se divorciou da sociedade.
03:23O problema é que o STF, ultimamente, tem tratado a sociedade como se fosse aquele marido que é autor,
03:34aquele marido de um relacionamento tóxico, sabe?
03:37Aquele marido protagonista de um relacionamento tóxico.
03:39E é isso que a gente tem vivido ultimamente.
03:42A sociedade brasileira tem vivido um relacionamento tóxico com o Supremo Tribunal Federal pelos excessos do Supremo Tribunal Federal.
03:49Então, não dá para a gente normalizar uma situação como essa.
03:52Não dá para a gente normalizar uma decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes,
03:57que colocou ali para debaixo do tapete a manifestação de milhares de pessoas por meio do voto.
04:02Porque o grande problema da decisão do Gilmar, meus caros, é que ao tirar o poder do Senado,
04:09automaticamente o ministro Gilmar também tirou o poder da população, também tirou o poder do eleitor.
04:17Eu quero aproveitar ainda essa fala do ministro Flávio Dino para fazer outras ponderações.
04:21Primeiro, não dá para se falar que antes dessa decisão do ministro Gilmar Mendes
04:25havia um desequilíbrio no sistema de freios e contrapesos, muito pelo contrário.
04:29Havia ali uma forma, havia ali algo, um certo descalibramento desse sistema,
04:38mas, mas, mas, porém, todavia, é bom lembrar que em outros anos
04:44houve sim dezenas de pedidos de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal.
04:48Só que o presidente do Senado, vendo, enxergando que as denúncias não tinham o menor cabimento,
04:57o que ele fez, ele arquivou todas. Ele não deu seguimento para as denúncias.
05:03Então, já há hoje no sistema de freios e contrapesos, essa trava,
05:09essa trava que se chama presidente do Senado Federal.
05:13Então, não há cabimento nessa situação, não há, não há algo que de fato justifique
05:20essa antecipação de um mérito que sequer estava sendo discutido.
05:26Outra questão que eu vinha conversando com algumas operadoras do direito,
05:29Inácio, Rodolfo e Ricardo, é que esse caso do Gilmar Mendes, ele se antecipou um caso concreto.
05:36Não havia um caso concreto em curso que ensejasse um pedido de liminar.
05:41Liminar, ela tem uma questão muito específica.
05:45Você, juiz, concede uma liminar para poder evitar algum prejuízo maior para a sociedade.
05:51Esse é o ponto.
05:52Mas não havia um caso concreto.
05:54Nenhum ministro do Supremo Tribunal Federal estava sendo alvo de impeachment.
05:58Em nenhum momento o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
06:01havia determinado o início de um processo de impeachment.
06:05Então, o que se viu aí, na verdade, foi um mecanismo de prevenção,
06:08de fato, pensando em 2026.
06:11E ainda na tônica do ministro Flávio Dino, eu vou além.
06:16Quando o Supremo Tribunal Federal se antecipa nessa discussão,
06:19quando toma uma decisão como essa, de caráter monocrático,
06:23você cria, sim, via Supremo Tribunal Federal, uma instabilidade nos três poderes.
06:29Aí, sim, você cria um desequilíbrio.
06:31Aí, sim, você tem o poder usurpando o outro.
06:34Porque agora, eu, desde ontem, conversando com vários parlamentares,
06:38sabe o que eles mais me falam, Rodolfo e Ricardo?
06:42O que a gente vai fazer agora?
06:45O que nós vamos fazer?
06:47Porque a própria decisão do Gilmar Mendes,
06:49ela já dava o indicativo de que, se a solução vier via PEC,
06:53ela vai ser derrubada e questionada no Supremo Tribunal Federal,
06:56porque, na visão do Gilmar, ela atacaria uma cláusula pétrea.
06:59E aí?
06:59Vão reclamar para o Papa.
07:03Então, é esse que é o problema.
07:05Você criou essa decisão do Gilmar, ela criou tantos problemas para o Congresso,
07:10que o Congresso se viu agora de mãos atadas.
07:12E sem nenhuma solução nenhuma.
07:14E a única solução poderia vir do próprio Gilmar Mendes,
07:18de um recuo do próprio ministro Gilmar Mendes.
07:20O que não me parece que deve ser esse cenário.
07:23Muito pelo contrário.
07:23A tendência é que, no julgamento desse caso, no plenário virtual,
07:28os demais ministros corroborem com a tese do ministro Gilmar Mendes.
07:32Então, é esse que é o grande problema dessa decisão.
07:35E foi uma mudança na lei do impeachment.
07:37Ah, e eu ainda vou pegar um pouco,
07:40um outro comentário que o ministro Flávio Dino fez,
07:43acho que há uma semana ou duas,
07:46quando ele falava de ativismo judicial,
07:49que essa é uma expressão cunhada dos Estados Unidos,
07:52que foi importada de forma indevida ao Estado para cá para o Brasil.
07:56Essa decisão do Gilmar Mendes não é ativismo judicial?
07:59Não é um ministro de Suprema Corte tentando legislar,
08:03passar por cima de uma prerrogativa do poder legislativo?
08:07Se isso que nós vimos ontem não for ativismo judicial,
08:12eu, o Wilson Lima, não tenho a mínima ideia do que seja judicial.
08:16Rodolfo?
08:17Olha, sempre muito divertido, né, o ministro Flávio Dino,
08:19muito irreverente, fazendo aí suas comparações.
08:22Agora, ele falou em chantagem ali, né, ele usou o termo chantagem.
08:26Os ministros do STF estão sendo alvo de chantagem,
08:28e eu não vejo nem a consumação dessa chantagem,
08:30porque nenhum pedido sequer foi aceito.
08:33Agora, o que essa decisão do Gilmar Mendes fez,
08:36foi indicar, e eu quero bater bem nessa tecla aqui,
08:39já falei no comentário quando estava o Leonardo,
08:42não só uma indicação de blindagem,
08:45como uma mensagem para o Congresso Nacional.
08:48nós vamos fazer aqui no STF essa mensagem que o Gilmar Mendes está passando,
08:53o que a gente quiser.
08:55E se vocês mudarem a legislação, a interpretação final vai ser nossa.
09:00Então, de fato, não é uma questão só de recuar, possivelmente, dessa medida agora,
09:04porque ele pode recuar agora e fazer uma outra depois.
09:08Essa foi a mensagem que o ministro Gilmar Mendes passou para o Congresso Nacional,
09:13para a Presidência da República e para o Brasil inteiro.
09:16Não é só esse, essa liminar específica, né,
09:19não é só esse assunto específico do impeachment.
09:22É mais do que isso.
09:23E o próprio Flávio Dino,
09:24é mais amplo que o Flávio Dino falou nesse seminário agora,
09:30mas o que ele está dizendo é que ele admitiu,
09:33Gilmar Mendes, ele fez uma análise, né,
09:34que o Gilmar Mendes, ele estendeu a interpretação dele, Gilmar Mendes,
09:38sobre o que é o impeachment do presidente da República
09:40para o que deve ser o impeachment do ministro do STF,
09:43como a gente tinha falado aqui ontem na decisão do Gilmar Mendes.
09:46Então, é, de fato, uma criação.
09:48Ele está legislando.
09:50E ele está admitindo que está legislando na decisão.
09:54Isso está previsto na lei do impeachment, né?
09:59Não era para ele estar fazendo isso.
10:01Agora, quem define é o PGR e olhe lá.
10:05É como o Leonardo falou,
10:06se o PGR próximo for indicado com a perspectiva de aceitar um pedido de impeachment,
10:12aí o Gilmar vai pedir firma reconhecida,
10:16vai pedir para...
10:18vai ter que...
10:18o Wilson mencionou o Papa,
10:20a assinatura do Papa.
10:21Ele que vai botar quais são os critérios
10:26para conseguir encaminhar o que parece, aparentemente,
10:32o impossível impeachment do ministro do STF.
10:35Ricardo?
10:38Olha, gente, é impressionante, né?
10:40Fica parecendo que nós aqui,
10:42e talvez 70, 80, 90% dos analistas do Brasil,
10:46e até mesmo da população que entende alguma coisa a respeito disso,
10:49parece que a gente vive em outro planeta,
10:51e o Gilmar Mendes e o Flávio Dino
10:53vivem em lugares diferentes da gente.
10:57A cegueira é tamanha,
11:00parece que estão encastelados dentro de um universo paralelo,
11:05que só eles enxergam,
11:07e nesse universo só eles têm razão.
11:09Eu acho que é importante
11:10a gente sempre lembrar
11:12que toda tragédia,
11:14quando a gente brinca de tragédia anunciada,
11:17toda hecatombe política e econômica,
11:19ela não é planejada.
11:21Não tem nenhum político,
11:23nenhuma autoridade que senta um dia,
11:25junta meia dúzia de pessoas,
11:26e planeja passos e uma estratégia
11:29para depois de 15, 20, 30 anos,
11:31dar tudo errado,
11:32e tudo explodir.
11:33Não, não é assim.
11:34É uma construção de décadas,
11:36é uma construção de muitas mãos,
11:37de pessoas com cegueira,
11:39cegueira histórica,
11:41ou cegueira dos fatos,
11:42como o Flávio Dino se mostra,
11:44como o Gilmar Mendes se mostra.
11:46Se a gente pegar a história recente do Brasil,
11:48a gente sai de uma ditadura,
11:50depois de 21 anos,
11:51entra numa profunda crise política e econômica,
11:54com hiperinflação e tudo mais,
11:56aí quando vem Fernando Henrique,
11:58talvez a partir dali a gente comece a desenhar
12:01essa tragédia que está em curso,
12:04porque o Fernando Henrique vai
12:05e compra, o Fernando Henrique manobra
12:08para poder ser reeleito,
12:09o que não era previsto,
12:11e aí tem a conivência do Congresso,
12:13tem a conivência do Judiciário,
12:15e aí depois de Fernando Henrique,
12:16vem o Lula,
12:17com o nós e ele,
12:18começa, nós contra eles,
12:19começa ali a dividir a sociedade
12:22e politizar o Judiciário,
12:25aí na sequência vem o Aécio Neves,
12:27que politiza, não reconhece
12:29a vitória da Dilma,
12:31transforma aquilo num cabo de guerra,
12:33e aí vem o impeachment da Dilma,
12:35que piora ainda mais,
12:37e leva para o âmbito do Judiciário,
12:39toda a politização,
12:40quem não se lembra do Ricardo Lewandowski,
12:43ao lado do Renan Calheiros,
12:44rasgando, fazendo picadinho da Constituição,
12:47quando mantém os direitos políticos da Dilma,
12:49contra a Constituição,
12:52e aí na sequência a gente tem a Lava Jato,
12:55sendo, em primeiro lugar,
12:56tentando varrer a corrupção generalizada do país,
13:00mas depois tomando o troco
13:02do próprio sistema judiciário,
13:04que ataca e destrói a Lava Jato,
13:07com a conivência do sistema político,
13:09Jair Bolsonaro e companhia,
13:11dizendo que estão defendendo a democracia,
13:13aí vem Jair Bolsonaro,
13:15e tenta, efetivamente,
13:17durante todo o seu governo,
13:18e principalmente no fim,
13:20dar um golpe,
13:21ou seja, gente,
13:22é uma história que está sendo contada,
13:24e aí agora vem o STF,
13:25e joga mais gasolina nessa fogueira,
13:29porque traz por si
13:30prerrogativas indevidas,
13:32prerrogativas inconstitucionais,
13:34politiza ainda mais,
13:36algo que já está indevidamente
13:38para lá de politizado,
13:39e isso tudo, sabe,
13:40onde pode descambar,
13:42foi a pergunta que eu fiz ao Léo,
13:43e é isso que a gente está falando aqui,
13:45com a devida preocupação,
13:47com a devida severidade,
13:49coisa que o Dino acabou de não demonstrar
13:51na sua fala,
13:52é que isso abre espaço
13:54para algo que a gente vê acontecer
13:56já há algum tempo,
13:57principalmente no leste europeu,
13:59vamos pegar Hungria,
14:00vamos pegar Polônia,
14:00vamos pegar Turquia,
14:03putz,
14:03em muito menor grau,
14:04mas a gente tem um embrião disso
14:06nos Estados Unidos com Donald Trump,
14:07a gente vai abrir margem
14:09para um político extremamente autoritário,
14:12extremamente populista,
14:13mas com cabeça,
14:15que consiga olhar para frente
14:17e planejar junto a outros
14:19com cabeça também,
14:20não de forma tabulhada
14:21como a gente teve agora,
14:23a gente vai dar espaço
14:24para poder vir um político desse
14:25e através de uma eleição
14:27começar a corroer de uma vez
14:30a democracia por dentro,
14:31a mudar leis,
14:32a mudar o sistema judiciário,
14:34que é isso que a gente vê
14:35o tempo todo acontecer,
14:36é isso que o senhor Gilmar Mendes,
14:38o senhor Flávio Dino
14:39e todo mundo
14:40que comungam da mesma ideia
14:42estão caminhando
14:42para poder permitir
14:43que aconteça no Brasil.
14:51e aí
14:56o senhor Flávio Dino
14:57e aí
15:02o senhor Flávio Dino
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