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Em entrevista ao Papo Antagonista nesta quinta-feira, 4, Renan Santos, fundador do MBL e do partido Missão, falou sobre os próximos passos da sigla e do afastamento de Cristiano Beraldo do movimento.

Assista:

Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.

Apresentado por Madeleine Lacsko, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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Transcrição
00:00A entrevista de hoje aqui do Papo Antagonista é com um dos fundadores do MBL, presidente do partido Missão, Renan Santos.
00:10Renan, muito boa noite pra você, tudo bem?
00:13Tudo ótimo, uma honra estar com vocês, sempre um prazer estar aqui no Antagonista.
00:17Ô Renan, eu fui ao festival do MBL, nós já falamos, eu falei disso aqui, o Wilson Pedroso também falou do festival.
00:26Você está no meio de uma transição entre um movimento e um partido, e um partido sem fundo eleitoral.
00:36O que vai ser a eleição do Missão esse ano? Já estão me corrigindo que não é o Missão, é a Missão.
00:42Como é que fala? É menino, é menina ou é menine o seu partido?
00:48Menina, menina.
00:49É menina, é o Monsinha.
00:51É a Missão.
00:52É a Monsinha.
00:53Então, o que você vai fazer na eleição desse ano, Renan, sem fundo partidário, na prática?
01:00Igual no processo de montagem do partido, a gente vai compensar a ausência de recursos com tecnologia, trabalho e militância.
01:09Então, naturalmente a gente sabe que o modelo eleitoral brasileiro, em termos clássicos,
01:14se a gente vai falar o modelo de eleição, como os caras do Centrão usam, eles usam muito dinheiro,
01:18esse dinheiro usado para comprar apoios, lideranças, que eles chamam, às vezes é um pastor que você compra,
01:23às vezes vai ser um, sei lá, até um cantor, tem uns caras que compram cantor, vai ser comprar líderes comunitários em geral,
01:29e aí esses caras vão militar por você e você vai amelhando os votos com eles.
01:33Esse não será, nunca foi, na verdade, nosso modelo, é o modelo de ativação de pessoas que acreditam nas causas,
01:38e aí a gente tem que construir uma espécie de um exército de candidatos, a gente está falando de quase coisa de 2 mil candidatos,
01:44tanto para deputado federal quanto para deputado estadual, e aí treinar as pessoas,
01:49oferecer instrumentos de tecnologia que elas possam se gestionar, em termos de campanha, sem gastar muito,
01:54então ter, por exemplo, uma contabilidade boa, disposição, automatizado, um jurídico automatizado,
02:00uma espécie de um funil de conversão, um CRM, toda disposição, e aí ter esses instrumentos de tecnologia
02:05com muita inteligência aplicada, que vai compensar a ausência desse dinheiro bruto.
02:09Então, ir para uma eleição sem dinheiro, que é o caso, só através de muita inteligência e muito trabalho,
02:16e enfim, a gente vai varar, a gente varar as noites e vai virar o ano trabalhando nisso.
02:22Essa coisa que você está falando do CRM, que é um ativo importante na geração de qualidade de leads,
02:31que, na verdade, é o que vocês têm que chegar falando para quem vocês querem recrutar para a campanha.
02:37Quantos por cento do mundo político e quantos por cento do eleitor entendem do que você está falando?
02:43Você tem uma estimativa?
02:45Porque eu fiz um teste, falar de qualidade de lead e de CRM no mundo político.
02:53Eles não sabem, não, o que é isso?
02:54Eles não sabem, é porque os políticos apostam ao seguinte, você imagina que uma chapa de deputado federal em São Paulo
03:01são 72 candidatos.
03:04Para 72 candidatos, os políticos naturalmente vão falar, olha, se eu estou num partido médio,
03:08eu posso fazer quatro, cinco deputados.
03:10Logo, eles oferecem as principais vagas, as seis, sete primeiras vagas para os grandes,
03:14e aí o resto eles preenchem.
03:15Eles preenchem, botam umas mulheres lá para cumprir a cota,
03:18botam uns caras para ficar na rabeira, uns vereadores pedidos pelo interior,
03:21e não olham para a campanha dessas pessoas.
03:23E essas pessoas, vamos dizer, fazem campanha meio largada, e é um modelo meio largado,
03:28é muito dinheiro para os cabeças de chapa que vão puxar, e aí o resto largado.
03:33Trazer a ideia de CRM, de contato direto, de ter uma rotina de contato para a política,
03:37é qualificar o contato que o político tem com o eleitor,
03:40para fazer com que o eleitor e o político, dentro da lógica que os aproximou,
03:44estejam sempre tratando os mesmos temas, abordando novas campanhas,
03:49campanhas no sentido positivo no termo, por exemplo,
03:50vamos baixar imposto aqui no meu município.
03:53Você fazer isso em escala com muitas pessoas,
03:55significa que você vai engajar uma massa de pessoas ao redor do Brasil,
03:59você vai entender os anseios delas e vai oferecer políticas para resolver os problemas delas.
04:03A gente está muito, muito animado com isso.
04:06Duda.
04:08Renan, estava procurando aqui no livro amarelo de vocês,
04:11vocês citam esse ativismo judicial do STF?
04:14Tem alguma solução para isso?
04:16O livro amarelo, a gente coloca na parte de diagnóstico o problema que nós temos hoje,
04:24o problema institucional, só que nós não entramos numa solução política para ele,
04:29porque se eu trouxer agora um tipo de solução política que vai se dar em termos estratégicos,
04:33é como se eu ficasse entregando o que nós vamos fazer,
04:35entregar a tática do jogo antes do jogo começar.
04:38Mas na prática, naturalmente, a gente defende que a gente tem um republicanismo reestabelecido,
04:43a gente defende que a linha mestra da condução do STF tem que ser ligada a questões meramente constitucionais,
04:49ele não tem que ser um último tribunal,
04:51o foro privilegiado como existe não tem que mais ser mantido,
04:55porque ele mantém, vamos dizer, os parlamentares sob o julgo da Suprema Corte,
04:59não tem que ter decisões monocráticas.
05:01E na prática, se a gente olhar direitinho,
05:03todos esses temas já foram discutidos nas últimas duas legislaturas,
05:06e simplesmente não passaram porque não houve vontade política
05:09ou os próprios governos cederam a vontade dos governantes em questão
05:13e os medos que eles tinham, como por exemplo o Bolsonaro
05:15e a questão dos votos monocráticos, das decisões monocráticas no STF.
05:19Então, são caminhos fáceis, em certa medida, para colocá-los no lugar.
05:23O problema é você fazer com que o parlamento tenha a coragem de fazer esse enfrentamento.
05:27Me assusta, e eu acredito que assusta a todos,
05:30o medo que, por exemplo, o Senado tem e respondeu o Gilmar Mendes como precisa ser respondido.
05:33Porque o que o Gilmar Mendes fez foi, basicamente, rasgar a Constituição.
05:37Mas eles têm medo de até responder o óbvio.
05:40E quanto mais de entrar com essas políticas precisam, vamos dizer,
05:43ser colocadas na mesa, como eu disse, políticas que recoloquem o STF no papel dele.
05:48E aí você vai precisar, naturalmente, e esse é o meu sentimento,
05:52de uma renovação muito forte, não só no Senado, mas na Câmara e na Presidência da República,
05:57com gente que não tenha rabo preso com a Suprema Corte.
06:00Porque o rabo preso com a Suprema Corte obriga, na prática, os políticos a cederem à Suprema Corte
06:05e não alterarem essa relação de forças.
06:08Aliás, essa decisão do Gilmar só existe porque o Congresso tinha tomado uma providência
06:13para não poder mais dar decisão assim, e o Bolsonaro foi lá e não sancionou e vetou.
06:19Então, assim, o Gilmar Mendes só fez o que ele fez hoje graças ao Bolsonaro,
06:24que é o maior estrategista político que esse país já teve.
06:28Agora, Renan, uma coisa que eu não posso deixar de te perguntar, porque é o assunto da hora.
06:32E a história do Beraldo?
06:34Como é que você ficou sabendo?
06:36Qual é a posição do MBL?
06:39Tem muita gente comentando que ele se orgulhava de ser um dos maiores doadores do Missão.
06:43Isso tem alguma coisa a ver?
06:45Como é que vocês estão lidando?
06:47O que você tem para dizer sobre isso?
06:50Eu fico muito chateado do que aconteceu com o Beraldo.
06:52O Beraldo não apenas é um quadro nosso, uma pessoa que já participou das eleições de 2022 com a gente,
06:56mas ele era um amigo.
06:58Uma vez a gente...
06:59Eu já comentei também que o Beraldo é um dos maiores doadores de pessoa física.
07:02Na verdade, só pessoas físicas podem doar, né?
07:04Mas eu coloco doações de pessoa física como uma das fontes de entrada de recursos por parte do Missão,
07:08e existem também a venda de produto, que foi, de longe, a principal fonte de recursos para a Missão.
07:13Não só a venda do livro amarelo, que dá coisa de 50% só o livro amarelo dos recursos que entraram,
07:18mas de produtos e as doações pequenininhas, mas de pessoa física, o Beraldo foi um dos maiores doadores, sim.
07:24E para a gente isso foi extremamente triste, foi extremamente chateante.
07:28Naturalmente, a gente sabia que ele trabalhava com refinaria, trabalhava com petróleo.
07:31Ele sempre foi um cara que trabalhava nessa área de óleo e gás e na área de recuperação de empresas.
07:37Sabia, assim, de maneira, vamos dizer, meio solta.
07:40Ah, ok, tem a empresa dele que ele trabalhava nos Estados Unidos,
07:43que é uma...
07:44Eu nem sei o nome da refinaria em si, mas a minha refinaria é nos Estados Unidos.
07:46E sabia, de maneira solta, dessa empresa aí, do Brasil, essa refit,
07:52que foi alvo recentemente dessas investigações, e eu volto a colocar,
07:55investigações corretas sobre ele.
07:57Ele, no caso, é a empresa, não o Beraldo.
07:58Aí, quando houve a operação, a gente ficou assustado e falou,
08:01Beraldo, o que está acontecendo?
08:03Ele falou, Renan, estão investigando o complexo todo,
08:06aparentemente estão procurando vínculos entre a empresa nos Estados Unidos
08:10e a empresa no Brasil, entre eu e a empresa no Brasil,
08:14que é o grande alvo da investigação, e eu vou contribuir.
08:16Só que, para isso, vou ter que sair, tanto do MBL quanto da Jovem Pan,
08:20e é um caminho natural, e eu acho que é o que ele tem que fazer.
08:22Eu espero, de verdade, que não haja nenhum vínculo operacional
08:25entre as coisas que aconteceu nessa empresa aqui e ele.
08:28Torço para que ele seja inocentado.
08:29Se não for, ele já está afastado, mas eu fico, de fato, chateado.
08:32Chateado de verdade.
08:35Kertzmann, tem pergunta?
08:38Boa noite, Renan. Seja bem-vindo. Obrigado pela presença.
08:40Vamos falar de Minas, sou.
08:43É uma missão que tem um partido novo, eu sei, sei que tem muita coisa para vocês
08:47resolverem, deliberarem, mas vocês têm aspirações grandes, nacionais, presidenciais.
08:54Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil,
08:57é um dos Estados mais influentes politicamente falando para a construção de qualquer candidatura.
09:01Como é que vocês pretendem atuar ano que vem aqui?
09:06Vocês pretendem ter candidatura própria ao governo do Estado?
09:08E se não tiverem, a quem vocês pretendem apoiar?
09:13A gente está adotando uma política de ter candidatos ao governo em todas as principais cidades,
09:17desculpe, em todos os principais estados do Brasil.
09:20E não vai ser diferente em Minas Gerais.
09:22Naturalmente, se um quadro que nós montarmos e colocarmos para a candidatura ao governo
09:27não for suficiente no sentido eleitoral mesmo, de desempenho,
09:32ou do ponto de vista técnico, não conseguir levar à frente a agenda,
09:35aí talvez a gente não tenha.
09:37Eu acho que Minas Gerais, e aí eu vou falar sobre a contribuição da missão em Minas,
09:41deveria ter uma pessoa nossa com uma visão de mundo como a nossa,
09:45especialmente no enfrentamento aos problemas fiscais, que em Minas são gigantescos,
09:48problemas de infraestrutura, a gente sabe, por exemplo, que a mara rodoviária de Minas Gerais
09:51é absolutamente desastrosa, isso atrapalha o escoamento de produtos.
09:55Existem muitos municípios em Minas, é muito município, portanto é muito prefeito,
10:00é muita emenda rodando para lá e para cá, é muito pouca eficiência,
10:02especialmente na região norte de Minas, e isso precisa ser endereçado não só pelo governador,
10:07mas por um eventual presidente da república que ore para essa questão em Minas.
10:10Agora, dito isso, tem um problema gigantesco que permeia tudo isso,
10:14que é, como é que pode Minas, com todos esses problemas,
10:17toda essa, inclusive com a invasão agora do PCC, que está rolando de baixo para cima,
10:21pegou, especialmente a partir do triângulo,
10:23Minas está querendo eleger um cara como Cleitinho,
10:24e aí você pega algumas pesquisas também, não sei se você chegou a ver isso,
10:29mas você pega, por exemplo, as camadas com maior escolaridade,
10:32dando uma votação interessante para o Cleitinho, uma intenção de voto interessante para ele.
10:36Isso me assusta muito, eu acho que a construção de uma candidatura
10:39que livre Minas Gerais de um sujeito como esse é obrigatória,
10:44é uma questão de sobrevivência institucional do estado de Minas Gerais,
10:47porque senão a gente vai entrar nessa luva de pedreirização da política
10:50de tal maneira, que vai ser, vamos dizer assim, um sistema de incentivo.
10:54Coloque as pessoas mais bizarras para fazer os vídeos mais bizarros,
10:57falando as coisas mais simplores que todo mundo quer ouvir,
11:00essas pessoas chegam em uma posição legislativa,
11:02essas pessoas depois vão chegar em uma posição no executivo,
11:05não vão administrar bem, aí, sei lá, o cara falar,
11:07beleza, não adianta eu votar em pessoas que dizem que vão mudar o Brasil,
11:11que são muito diferentes, que são fora da política,
11:12aí recolocam o cara do centrão,
11:14e o jogo fica girando num ciclo sem fim de incompetência.
11:18Eu acho que a gente não pode ter a chance de,
11:21num momento em que as pessoas querem mudar em Minas,
11:23colocar um Cleitinho, acho isso desesperador.
11:27Só complementando aqui, então, só complementando,
11:29mas dá, por favor, pegando o gancho na resposta do Renan,
11:32você está se posicionando claramente contra uma candidatura do senador Cleitinho.
11:37Obviamente, vocês não devem apoiar o candidato
11:39que vai caminhar com o presidente Lula,
11:41e o terceiro grande player que hoje está colocado.
11:44Caso vocês não tenham candidatura própria,
11:47então a tendência seria apoiar a candidatura do vice-governador Matheus Simões?
11:52Eu já tive duas vezes com o Matheus Simões,
11:54me parecia um cara bacana.
11:57Naturalmente, tenho discordâncias das estratégias adotadas pelo Zema,
12:00especialmente no período em que o Bolsonaro era presidente,
12:02e com o endosso dele, e também ele foi do Partido Novo,
12:05e das posições que o Partido Novo adotou naquele período.
12:07Dito isso, não há nenhuma, absolutamente nenhuma conversa nossa institucional com ele,
12:13ou com gente do grupo dele.
12:14Eu só penso que, dado que não queremos ter nem Cleitinho,
12:17nem um candidato ligado ao ludismo,
12:19algo precisa ser feito.
12:20Espero que seja uma candidatura da missão,
12:22mas, em última instância, juntar forças com figuras políticas
12:25para evitar o desastre Cleitinho.
12:27Se isso for, eventualmente, apoiar o Simões,
12:29acho que é uma coisa para a gente deixar para o ano que vem.
12:31Mas, de fato, a gente teria que ter uma postura de responsabilidade.
12:35Não dá para deixar um Estado como o Minas na mão do Cleitinho.
12:38E uma coisa que...
12:39Eu não sei, desculpa, eu não sei se quer,
12:41mas foi uma resposta muito de político, né?
12:42Eu estou meio parecendo um politicão respondendo assim.
12:45Não, tem que voltar normal.
12:47Vou deixar o cabelo crescer.
12:48Ah, é o seguinte, não dá para botar o Cleitinho.
12:50Eu vou fazer o diabo para botar esse cara lá.
12:52A minha sugestão é a seguinte,
12:57venha para Belo Horizonte, me avisa antes,
12:59a gente senta no boteco, toma uma cerveja, come torresma,
13:02e você vai descer desse muro político,
13:05você vem para o chão da terra aqui.
13:08Chão da Savas.
13:10Eu queria saber uma coisa.
13:15Como vocês vão fazer com uma questão importante
13:18na montagem de chapa, que é mulher?
13:20Eu já falei, aliás, para você várias vezes
13:24sobre o movimento, você sabe que é uma questão minha.
13:28Eu milito por mulheres na política há 30 anos,
13:32tenho livro escrito sobre isso,
13:35e eu gosto muito de movimentos que têm mais mulheres,
13:37que não é o caso do MBL.
13:39Eu vejo poucas mulheres.
13:40Só que tem um desafio real.
13:42Você quer montar chapa em todo Estado importante.
13:47São Paulo, não sei se o pessoal entende como funciona,
13:48São Paulo tem que lançar a chapa com 75 candidatos.
13:52Para você ter 75, precisa ter 25 mulheres.
13:56Se você só tiver 20 mulheres, você tem que lançar 60.
13:59Você não pode lançar os 75.
14:01E como a chapa elege, dependendo da soma total de votos,
14:07quanto mais você diminui, menos gente você vai eleger.
14:11Então, 75, vamos dizer, você está pensando em eleger 3 deputados,
14:15você lançou com 60, vai eleger um, às vezes carrega o outro.
14:20Como que vocês estão fazendo para atrair mulheres,
14:23que num movimento elas não são necessárias,
14:27mas para ser um partido político são fundamentais?
14:32Perfeito.
14:32Esse é o grande desafio não só do MBL, da Missão,
14:35mas de todo mundo que faz o trabalho de política de direita jovem no mundo.
14:39Há uma divisão muito grande entre homem e mulher na geração Z,
14:44um pedaço da geração millennial,
14:45sobre ser muito à direita e ser muito à esquerda.
14:47As mulheres foram muito à esquerda, os homens estão indo muito à direita.
14:50Essa é uma divisão clássica que está acontecendo em todos os lugares,
14:52é uma divisão que nos afeta também.
14:55Então, não nego a existência do problema.
14:57Inclusive, saiu uma pesquisa agora da Atlas,
15:00em que eu figuro entre homens com 5,2% e entre mulheres 0,3%.
15:04Mas é natural, porque o discurso político nosso,
15:06voltado a um universo mais jovem de direita,
15:09ele vai ter um engajamento maior entre homens.
15:12A gente sabe da existência disso.
15:13Isso se difere um pouco da questão das candidaturas,
15:15porque a gente montou um programa de candidaturas
15:17e estamos dando atenção para mulheres candidatas.
15:20Mulheres costumam ter muito sucesso dentro da nossa organização.
15:23Por exemplo, por mais que a maior parte dos nossos militantes sejam homens,
15:26a gente elegeu muitas moças.
15:28A Amanda foi eleita vereadora em São Paulo,
15:30a Ju foi eleita vice-prefeita em Meridiano,
15:33a gente tem a Luana, que é vereadora no Norte de Minas, em Chapada Gaúcha.
15:37Teve gente que bateu na trave, como a Monieri.
15:40Então, dentro da razão e proporção nossa,
15:42as mulheres conseguem performar muito bem.
15:44O que a gente precisa fazer é ter um programa muito focado nisso.
15:47A gente sabe que há uma questão no campo da direita,
15:49e você sofreu isso,
15:51de que mulheres sofrem ataques desproporcionalmente mais altos,
15:55e isso faz com que elas tendam a querer se afastar da política,
15:58especialmente de uma política de disputa como a nossa.
16:01Como a gente faz uma política muito de enfrentamento,
16:04as respostas que existem para as mulheres no nosso campo são muito pesadas,
16:08e isso afasta elas naturalmente.
16:09E aí você vai ver mulheres mais no centro ou mais à esquerda,
16:12e dificilmente elas na direita.
16:14Então, eu tenho certeza que a gente vai endereçar,
16:17até porque as pessoas que a gente está colocando no nosso programa de formação
16:20são moças que já entenderam o tamanho da bronca, o tamanho do problema.
16:24Mas, do ponto de vista de militância e até abertura de eleitorado,
16:28esse é o desafio nosso para o crescimento agora em 2026.
16:30Existe, acho que, uma mudança,
16:32porque o público de vocês com relação à mulher,
16:36no MBL, o cara que bate em mulher,
16:40ele é mais aquela militância do cara que fala assim,
16:43não podemos ter mulheres em espaço de poder.
16:47O lugar da mulher não é no não sei o quê, papapá.
16:50É mais o coitado, é o frustrado.
16:52Quando vocês estavam com o Bolsonaro na última eleição,
16:57eu acho mais complicado, porque a abordagem dessa direita bolsonarista com mulheres,
17:03ela não é essa bobinha.
17:05Ela era uma de partir para ameaçar os seus filhos,
17:10botar gente para ir atrás de você na rua e mandar foto que te viu no não sei onde.
17:14Como aconteceu comigo, você sabe.
17:16Eu saí da cobertura política porque eles iam na escola do meu filho.
17:19Era um negócio do outro mundo.
17:21E depois ainda consegui condenar os vagabundos.
17:25E eles inventaram uma história de que eles não eram bandidos vagabundos
17:28que ameaçam criança.
17:29Que eles estavam sendo censurados e que eu era do inquérito do não sei o quê lá.
17:33Então, acho que assim, também quando a direita se distancia do bolsonarismo,
17:40ela atrai mais mulheres.
17:41Porque eu acho que o bolsonarismo é uma força política que não respeita mulher nenhuma
17:48e, como vimos essa semana, não respeita nem a mulher do Bolsonaro.
17:56É, quem acompanhou os comentários no Twitter e no Instagram sobre a Michelle ali
18:03vai perceber uma coisa muito pouco cristã, patriótica ali,
18:07da parte de muito militante.
18:08Mas é um jogo ali.
18:11Eu sei o que eles fizeram também.
18:13Eu sei o que minha irmã passou.
18:14Eu sei o que minha mãe passou.
18:15Eu sei o que você passou.
18:17E muitas outras pessoas.
18:18Eu sei o que a Amanda passou.
18:20Só digo que não é privilégio, vamos dizer, apenas do bolsonarismo,
18:22o uso da violência política contra mulheres.
18:24É uma coisa que o petismo também, ele vem utilizando bastante.
18:28Na verdade, eu vi coisas horrendas sendo ditas contra a Amanda
18:31por parte dessa nova geração de comunistas e redes sociais.
18:34É bem pesado.
18:38Agora surgiu uma geração...
18:40Gente, estou monopolizando aqui, vocês vão entrando, tá?
18:43Surgiu uma geração, eu acho, sobretudo de uns dois anos para cá,
18:48de militância, de esquerda, que é muito violenta, muito beligerante, masculinista, né?
18:59E que prega coisa do tipo assassinato de liberais.
19:04No mundo político, você circula nos dois mundos, nesse de movimento, de internet, no mundo político.
19:09Eu não vejo no mundo político as pessoas conscientes do tamanho do crescimento desses perfis de esquerda, né?
19:15Nem um pouco. E, na verdade, vou dar um exemplo.
19:19Quando a gente estava fazendo a coleta das assinaturas do partido Missão,
19:22houve uma tentativa de assassinato contra dois coletores nossos.
19:25Todo mundo sabe que os dois militantes, que eram dois militantes antifa,
19:28a Polícia Civil fez um trabalho e já descobriu.
19:30Não só quem foi, as organizações que faziam parte.
19:33Eles eram muito próximos de uma turma de um partido,
19:35que até hoje ninguém explica qual a função dele no debate público, que é um P.
19:38Eles só ficam invadindo o caso e dando porrada aos outros.
19:40E nada acontece. Ninguém fica comentando como isso é um ataque à democracia,
19:44como isso é a formação de uma milícia que é pior do que uma milícia digital,
19:47que é uma milícia urbana de ataque e de uso sistemático de violência contra adversários.
19:53E há, nesse sentido, vamos dizer, uma leniência.
19:55E há uma leniência.
19:57E aí esses caras se sentem incentivados nas redes sociais em todos os lugares,
19:59pregaram o que eles pregam,
20:01porque não há contra eles, vamos dizer, o mesmo peso da mão do judiciário
20:05que há contra os bolsonaristas.
20:07E a gente sabe o que os bolsonaristas fizeram.
20:09Só que me parece que essa leniência que há,
20:11é uma leniência que foi construída ao longo dos últimos anos,
20:14vamos dizer, como uma quase preguiça institucional.
20:18É uma preguiça.
20:18Tipo, eu já estou arrumando briga com o bolsonarismo,
20:20deixa esses outros aí.
20:22E não é.
20:22Na prática o bolsonarismo passou.
20:24O bolsonarismo militante, que ficou na frente de quartel,
20:27e aquelas coisas, aquilo lá acabou tudo.
20:29As pessoas, uma parte dessas pessoas estão presas,
20:31a outra está desmobilizada.
20:33O que tem hoje é essa militância violenta,
20:35não só nas redes sociais, mas nas ruas,
20:36dos mesmos grupos, e eles estão se sentindo
20:39completamente autorizados a fazer isso.
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