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Na Super Quarta, o Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,5%, com dissenso no comitê. No Brasil, o Copom deve manter a Selic em 15%. E Trump surpreende com tarifação antecipada, mas com exceções que aliviam metade das exportações brasileiras. Caio Megale, da XP, analisa o cenário econômico e geopolítico.

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Transcrição
00:0051 minutos, hoje é super quarta, além de todas essas notícias envolvendo o tarifaço,
00:06a formalização do tarifaço, com essa extensa lista de exceções, temos também decisões
00:12sobre juros hoje.
00:14Agora há pouco, o FED, o Banco Central americano, decidiu manter os juros básicos por lá,
00:20entre 4,25% e 4,50% ao ano.
00:24Não foi consensual, nove diretores do FED votaram por essa decisão, dois defenderam
00:31que já se começasse ali um processo de afrouxamento monetário, de queda nessa taxa de juros e
00:38logo mais teremos a decisão aqui no Brasil também.
00:40O Copom está reunido no Banco Central em Brasília e no fim ainda dessa edição do Radar deve
00:45sair a decisão que tende a ser a manutenção da taxa Selic em 15%, mas com o mercado esperando
00:51muito para ler o comunicado que o Copom vai emitir, as sinalizações que o mercado
00:57vai poder ter a partir desse comunicado.
01:00Para falar sobre esse dia, sobre esses movimentos todos no mercado, sobre essa super quarta no
01:05meio de tantas outras notícias importantes, eu falo agora com o Caio Megali, economista
01:10chefe da XP Investimentos.
01:13Caio, boa tarde para você, obrigado pela sua participação.
01:16Bom, não falta notícia para a gente tratar com você hoje.
01:19Antes de mais nada, Caio, como é que o mercado, na sua leitura, recebe então essa confirmação
01:26do tarifácio de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, confirmação que veio
01:31antes do esperado, todo mundo mirando sexta-feira, de repente na quarta o presidente Trump já
01:36assina esse decreto e anuncia a vigência para daqui a sete dias.
01:39Mas ao mesmo tempo, uma lista de exceções importantes, contemplando aeronaves, peças e partes
01:46de aeronaves, suco de laranja, castanha, ferro bruto, celulose, enfim, a lista vai longe.
01:53Qual a sua leitura, Caio?
01:55Boa tarde para você.
01:58Boa tarde a todos.
01:59De fato, um dia super movimentado aqui.
02:02Olha, a expectativa de fato média dos mercados, dado que houve muito pouca conversa sobre tarifas
02:11desde que foi anunciado lá atrás, era que ela fosse implementada a partir de sexta-feira.
02:16Mas o que foi anunciado hoje foi não só o prolongamento ali do período pré-tarifas
02:24por mais sete dias, como essa lista de exceções que na nossa conta aqui chega, ainda estamos
02:31vendo aqui nos detalhes, mas chega ali perto de metade das exportações para os Estados
02:35Unidos, ou seja, o impacto que já era relativamente moderado, porque o Brasil exporta pouco e pouco
02:42em particular para os Estados Unidos, fica mais moderado ainda e ainda temos sete dias
02:47aí para negociar o resto.
02:49Tem café ali no meio que a gente sabe que os Estados Unidos não produzem e consomem muito
02:54o nosso café, então pode ser que entre ali também, ou seja, tem muita coisa que ainda
02:58pode entrar.
02:58Ou seja, a minha sensação, por isso aqui, essa conversa sobre tarifas, daqui a uns dias
03:05a gente já não vai mais estar no nosso radar.
03:09Você, esse é um ponto importante, até queria entender melhor com você, quer dizer, o papel
03:15que essa preocupação vinha tendo até agora no mercado financeiro, a partir do que a gente
03:20tem hoje com essa lista de exceções, você acha que perde bastante importância em termos
03:25de peso de preocupação sobre os investidores?
03:29Eu acho que sem dúvida, porque o impacto setorial era muito importante, muito relevante e metade
03:37dos setores aí já foi contemplado com a exceção e outros setores, como eu disse, são super
03:45importantes, estão ainda lá presentes e devem ainda ter algum tipo de ajuste, ou seja, parece
03:51que mais uma vez a ameaça ficou menor do que, acabou sendo menor do que o inicialmente
04:00imaginado, mas enfim, ainda temos os sete dias, a gente sabe que esse tema é muito volátil,
04:07então está muito cedo também para declarar vitória sobre o tema.
04:12Eu disse que eu acho que a gente vai parar de falar disso daqui a um tempo nesse cenário,
04:17mas enfim, o tema tem sido volátil, o presidente Trump é muito volátil nas suas decisões,
04:25mas com o decreto de hoje o tema fica bem menos preocupante.
04:31Justamente por essa volatilidade do Trump e por essa imprevisibilidade dele também, conta
04:38muito nesse momento qual vai ser a resposta que o governo brasileiro vai dar?
04:42Eu acho que o governo brasileiro tem respondido de forma serena, e principalmente depois
04:52desse anúncio de hoje, que a gente não sabe se foi fruto das negociações, se era alguma
04:59coisa já planejada desde o início, de qualquer forma houve um belíssimo avanço diante do
05:06cenário atual, então a minha sensação é que do ponto de vista econômico a gente não
05:10sabe, do ponto de vista político, geopolítico, essas coisas são temas bem mais amplos e
05:17que fogem aqui do nosso escopo de análise, mas do ponto de vista econômico eu não vejo,
05:22de novo, especialmente depois dos anúncios de hoje, o governo retaliando, o governo brasileiro
05:26retaliando, subindo tarifas, já não parecia ser o plano, agora menos ainda.
05:32A gente deve ter a Bolsa Brasileira a partir desse momento, aliás começando por essa
05:37alta de hoje, mas ela mais solta, ela sem essa âncora mesmo, puxando sobre a leitura
05:44do que são as instituições brasileiras.
05:46E um outro lado que a gente também poderia classificar como o lado da maldade do dia de
05:50hoje é essa sanção sobre o ministro Alexandre de Moraes.
05:54Como é que o mercado olha para isso?
05:56Isso preocupa o mercado também, Caio?
05:58Olha, eu prefiro me limitar aqui ao escopo de análise da economia, que é onde eu consigo
06:05enxergar aqui com mais clareza.
06:09Naturalmente os outros temas todos estão envolvidos, como eu falei, num cenário mais
06:13amplo político e geopolítico global.
06:17E esse impacta os mercados globais, impacta os mercados brasileiros, ou seja, tem que ser
06:21acompanhado.
06:21Agora, do ponto de vista econômico, difícil dizer, você mencionou a bondade da Casa Branca,
06:28a gente não sabe exatamente se foi uma bondade da Casa Branca, se foi o resultado das negociações
06:33do governo, a gente não sabe exatamente o que foi, mas em boa parte das incertezas saiu
06:40da frente.
06:40Mas outra parte que está ligada a esses temas que você colocou e que devem ser acompanhados,
06:44aparentemente vão continuar.
06:47Eu vou até ajustar o termo que eu usei aqui, porque quando eu falei bondade eu quis dizer
06:50o lado bom e o lado ruim, então vamos colocar nessa forma que fica mais claro.
06:54Já que a Casa Branca nos fez uma concessão e não sabemos se por efeito de negociação
06:59ou porque percebeu que o efeito sobre a própria economia seria muito danoso, mas por um lado
07:04recebemos uma boa notícia e por outro lado veio o peso do ataque ao Brasil, não só
07:10no teor do documento estabelecendo 50%, mas também nessa sanção contra o ministro Alexandre
07:17de Moraes.
07:18Agora, Caio, no meio disso tudo a gente teve também o FED decidindo pela manutenção
07:22da taxa básica de juros lá e agora sem consenso também.
07:26Por essa manifestação do FED, pelas primeiras palavras, pelo comunicado do FED, o que é
07:32que você achou?
07:33O que a gente pode esperar em termos de horizonte da política monetária americana?
07:37O FED está também sob muita pressão do governo americano para cortar a taxa de juros, a gente
07:45tem visto as declarações do presidente Trump, mas a decisão foi bastante técnica e não
07:52só a decisão quanto a entrevista coletiva que o presidente Powell faz depois da reunião.
08:00ele falou, olha, a economia está desacelerando, mas ainda está firme, a inflação cedeu, mas
08:08ainda está alta e tem esse choque de tarifas que vai afetar os preços da economia americana.
08:16As tarifas com a China subiram para 30%, 35%, tarifas com a União Europeia e Japão foram
08:22definidas agora nessas negociações em torno de 15%, 20%.
08:26A conta geral é que as tarifas norte-americanas para importações estão da ordem de 20%, era
08:33abaixo de 5% antes, então tem um calombo de inflação vindo aí, uma mudança de nível
08:41de preço. Se a economia for muito forte, o Fed corta o juros muito rápido, foi mais
08:47ou menos isso que ele disse na coletiva, esse calombo de inflação se prolonga e gera um
08:54problema. Por outro lado, se ele vai muito devagar também, não corta juros, fica muito
08:59conservador, talvez ele gere um custo muito grande do ponto de vista de atividade.
09:06O que o mercado estava de olho é para saber se, diante de toda essa pressão, diante dos
09:11dois votos dissidentes, que eram esperados também, Turcio, porque a gente sabe que vai
09:15ter uma mudança de presidência do Fed lá na frente e tem candidatos aí, então alguns
09:22acabam votando um pouco com um olho no técnico e um olho no político também, querendo agradar
09:28possivelmente o próximo chefe. Então, acho que teve um pouco disso. O Paulo foi muito sereno,
09:35falou, olha, a gente está olhando tecnicamente. Se os dados até setembro,
09:40vierem bem, e ele vai ter dois dados de inflação e dois dados de mercado de trabalho até lá.
09:48Então, ele vai ter bastante informação. Ele falou, se os dados vierem bem, inflação
09:51cair um pouco mais, mercado de trabalho estiver ok, pode ser que seja o caso de cortar.
09:56Se não, a gente espera. Então, acho que em geral, o mercado que colocava ali uma certa
10:02probabilidade de ser uma indicação mais clara de que já pode cortar em setembro,
10:08que se esse dissenso de hoje já sinaliza uma possibilidade, voltou um pouco atrás.
10:13A gente viu os juros futuros subindo um pouco, o dólar se valorizando por conta dessa postura
10:19mais cautelosa, que aliás eu acho bem correta do presidente do Fed.
10:23Vamos aproveitar e falar de expectativa para o Copom também, Caio. Não deve haver novidade
10:28em relação à manutenção dos 15% de Selic. Agora, o Copom teria razões para mandar algum
10:36guidance, algum recado, apontar alguma direção futura no comunicado de hoje?
10:42Acho que não. Acho que o que ele vai fazer é manter os juros em 15% e dizer o seguinte,
10:48olha, a inflação está melhorando, mas está longe da meta. Um pouco parecido até com o Fed.
10:54A inflação está melhorando, mas está longe da meta. Os números de inflação estão ali em torno
10:58de 5, 5,5% e a meta é 3%. E a atividade começou a dar sinais de acomodação, mas primeiro,
11:05ainda estamos com o mercado de trabalho super apertado, estão acomodando em um nível forte.
11:10E segundo, tem medidas de expansão econômica para entrar na conta. O fiscal que tem sido
11:17mais calmo agora vai voltar a ser expansionista. A gente tem a desoneração do imposto de renda
11:22para o ano que vem, que vai bater um pouco ali na demanda final. Tem o crédito consignado
11:28privado, aquele programa que parece que está começando a pegar no tranco e ajudando a economia
11:34a funcionar. Então, tem uma série de fatores que podem acelerar a economia ao longo do tempo.
11:41Então, acho que o melhor que ele tem a fazer é dizer o seguinte, olha, parei, vou precisar
11:47ficar um tempo apertado aqui para trazer a inflação para a meta e a evolução do cenário
11:53dirá quando que vai ser possível começar a tirar um pouco dessa pressão, desse contracionismo,
12:03como a gente fala no economês, mas não parece ser no curto prazo. Provavelmente não vai ser
12:08na reunião de setembro ou mesmo na reunião de novembro. Então, acho que ele vai manter
12:12aquela expressão de que os juros vão ficar parados por um período bastante prolongado,
12:18que é o que ele tem usado nas últimas comunicações oficiais.
12:21Você acha que muda alguma coisa no balanço de riscos da inflação?
12:28Talvez um pouquinho, porque melhorou o balanço de riscos. Acho que na cabeça deles, certamente,
12:35eles estão mais confortáveis do que estavam antes. A minha dúvida é se eles colocam isso
12:39no papel. Não sei se eles têm muito a ganhar em já dizer, olha, está melhorando e tal,
12:43porque a turma pode se empolgar, o mercado pode se empolgar e começar a colocar no
12:48preço cortes de juros muito rápidos. Então, acho que ele vai tentar evitar qualquer sinal
12:54mais otimista com a dinâmica da inflação, porque como os números já estão melhores,
13:01os números falam por si. Se ele ainda agregar algum tempero na análise dele, pode ser que
13:08o mercado leia como excessivamente otimista e já comece a colocar cortes na curva futura
13:14que ele não gostaria. Então, acho que ele vai tentar ser mais conservador.
13:20Aí, de repente, lá na reunião de setembro ou de novembro, quando isso estiver mais claro
13:24que o cenário está melhorando e ele pode começar a pensar em cortar, aí ele incluiria
13:31esses comentários. Como eu acho que na cabeça deles, cortar os juros em setembro ou em novembro
13:39é praticamente zero a probabilidade, acho que eles vão evitar dar qualquer tipo de guidance
13:46para não correr o risco do mercado ler exageradamente.
13:49Ô Caio, ainda voltando aqui à frente, tarifácio para a gente encerrar a sua análise, uma outra
13:55notícia hoje da Casa Branca foi a imposição de 25% de tarifa sobre os produtos da Índia
14:00e veio ali um alerta também, uma ameaça de que, além desses 25%, o país vai receber um adicional
14:08por conta dos negócios que faz com a Rússia, país que está há anos sob sanção dos Estados
14:14Unidos. A comunicação, inclusive, menciona que a Índia compra armamentos, compra energia
14:20da Rússia e veio, então, essa ameaça de um adicional, além dos 25%.
14:26Bom, o Brasil também compra fertilizantes da Rússia. Isso deixa o mercado também com
14:31alerta, quer dizer, por um lado a gente está olhando com alívio para o anúncio hoje em relação
14:36ao Brasil, mas, por outro lado, essa ameaça contra a Índia pode resvalar na gente também?
14:42Acho que a gente tem que tomar cuidado por todos os lados, porque, de fato, o Trump tem
14:48um objetivo, me parece muito claro, final de polarização contra a China. Qualquer tipo
14:57de medida, de postura que qualquer país tome, que vá de um lado ou do outro, país relevante
15:04como a Índia e como o Brasil, tem a ver, interessa a eles. Então, a gente, e nós participamos
15:14de um grupo do BRICS, que tem Brasil, tem Índia, tem Rússia e tem China. Então, eu acho
15:21que merece um olhar cauteloso, pensando aí nesse jogo geopolítico que o Trump tem na cabeça
15:31e essa polarização final com a China.
15:35Caio Megali, economista-chefe da XP Investimentos. Caio, obrigado pela análise a quente aqui
15:41de tantas notícias do dia. Bom trabalho aí para você.
15:45Eu que agradeço. Prazer estar aqui com vocês. Bom trabalho para vocês também.
15:49Bom final de tarde.
15:50Obrigado. Valeu.
15:51Obrigado.
15:52Obrigado.
15:53Obrigado.
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