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Direto de Pequim, o professor Marcos Vinícius de Freitas, professor visitante da China Foreign Affairs University, analisa o novo plano quinquenal da China e o impacto global das decisões tomadas pelo governo. Com foco em inovação, tecnologia e aumento do consumo interno, o país asiático projeta dominar 45% da manufatura mundial até 2030, consolidando seu papel central na economia global.

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Transcrição
00:00As decisões tomadas nesta semana em Pequim terão impactos não apenas no território chinês,
00:06mas também no comércio global, nas cadeias produtivas e na geopolítica internacional.
00:11Por isso, nós vamos agora ao futuro.
00:14Eu quero conversar ao vivo com o professor Marcos Vinícius de Freitas,
00:18que está em Pequim, na China, onde já é amanhecer de quinta-feira.
00:24Ele está na frente aí da gente praticamente 10, 12 horas.
00:28Ele que é professor de Direito, Relações Internacionais e leciona na China.
00:34Professor Marcos Vinícius, muito obrigado.
00:36Bom dia ao senhor aí, boa noite a quem nos acompanha aqui no Ocidente.
00:40Obrigado pela sua paciência e dedicação por nos atender aí nas primeiras horas da manhã,
00:46ainda na primeira metade da manhã no horário chinês.
00:50E eu queria falar, já que o nosso DNA aqui do canal é sobre negócios,
00:55puxar um pouco para tentar atenuar a nossa dúvida do que pode vir sair as primeiras sinalizações
01:03depois desse comitê chinês.
01:06E aí a reportagem que eu mesmo preparei, existe uma diferença entre fatos e argumentos.
01:11Os números mostram aí uma desaceleração da economia chinesa,
01:16mas através dos seus conhecimentos, da sua experiência em loco,
01:20queria que o senhor explicasse para a gente o que isso na verdade significa em modos práticos.
01:25A China está desacelerando porque chegou numa grandiosidade que agora o crescimento robusto,
01:31como nós vimos em outras épocas, de 10, 12%, não seria mais tão viável.
01:37Então, cresce a menos de 5, 4, mas que na média mundial, convenhamos, que está muito grande.
01:46Então, olhando essa perspectiva do que o comitê chinês pode falar depois desse encontro aí
01:53para a elaboração do plano quinquenal e principalmente nas próximas perspectivas econômicas da China,
02:01como é que está o clima por aí?
02:03Bom dia aí em Pequim, mais uma vez para o senhor.
02:07Bom dia, Marcelo.
02:09Sempre um prazer falar com você.
02:12E é muito interessante porque às vezes a gente tem a impressão de que esses planos quinquenais
02:18são uma coisa de cima para baixo, não é?
02:21E contrariamente àquilo que a gente suspeita, ele é justamente o contrário.
02:26Ele é resultado aí de dois anos de planejamento e de consulta a toda a sociedade chinesa
02:32com relação às províncias, com relação aos state tanks que você tem na China,
02:36ao próprio partido, justamente para estabelecer os próximos cinco anos do país.
02:43As perspectivas são positivas, porque se você olhar, algumas das coisas que os chineses estão fazendo
02:49é justamente a questão do domínio.
02:50E esta é a grande temática desta reunião.
02:56Inovação é a palavra que você observa em todos os artigos, em todos os documentos,
03:02seja na área de robótica, seja na área de inteligência artificial,
03:07seja em outras áreas da medicina, da indústria farmacêutica.
03:11O plano está muito bem montado no sentido de fazer com que a China avance
03:17aquilo que ela tem conseguido avançar nos últimos anos.
03:20Então, a perspectiva é positiva.
03:22Segundo lugar, o que você nota aqui é que houve um aumento na renda disponível
03:28de cada chinês neste último ano e nos últimos dois anos de mais ou menos 5%.
03:35Imagina, hoje em dia, você ter 5% do seu salário a mais para você gastar.
03:41E isso tem sido um objetivo do governo.
03:43E o crescimento chinês deve ficar por volta dos 5%,
03:46que é, dentre os países desenvolvidos, como a China agora passou a ser reconhecida,
03:52e se ao ser o centro da agressão mundial do comércio,
03:57é um crescimento bastante grande.
03:59Porque se você olha, comparativamente, aquilo que você observa no mercado norte-americano,
04:0560% do investimento que você tem em Bolsa é muito voltado à questão de inteligência artificial.
04:12E você pode ter aí uma implosão, como você viu na internet em 2001.
04:18Então, a solidez do crescimento chinês me parece muito grande,
04:23até porque as projeções mostram, viu, Favali, que daqui a 2030,
04:29a China vai ser responsável por 45% da manufatura global,
04:36enquanto os Estados Unidos serão responsáveis por menos de 11%.
04:39Professor Marcos, era justamente aí que eu queria chegar também,
04:43porque o produto com o selinho Made in China faz parte do nosso cotidiano,
04:49isso está no inconsciente coletivo, a gente entende.
04:51Está tendo um movimento muito claro de que a China está deixando de fazer
04:58aquele famoso produto de baixa qualidade, descartável, em grande volume,
05:05para produtos de alta tecnologia, com alto valor agregado,
05:09comparáveis à tecnologia que a gente já conhecia,
05:12do Japão, da Coreia do Sul, dos Estados Unidos, da Europa Ocidental.
05:16E quanto a essa distribuição desses produtos internamente?
05:21Porque essa é uma discussão, o grande volume que os chineses são capazes de produzir,
05:27os americanos reclamam do dumping, de uma inundação desses produtos
05:32que deixa uma competitividade mais complicada,
05:36para uma hipótese de que isso não agregaria ou não atenderia o consumo interno.
05:45O quanto tem de verdade nisso?
05:47E se hoje o chinês, esse chinês que está hoje aí esperando também
05:50as resoluções do plano quinquenal 2025, que vai funcionar de 2026 a 2030,
05:59priorizam ou deixam a população interna ali num ponto de destaque
06:04para este abastecimento dos produtos que ganham o resto do mercado global?
06:09Veja, Marcelo, aqui não existe uma mudança com relação a algumas coisas.
06:19A China ainda vai continuar produzindo produtos baratos e de baixa qualidade,
06:27porque existe um mercado global para esse tipo de necessidade.
06:31É só você lembrar do sucesso que foram aquelas lojas de um dólar no passado
06:36e que demonstram aí que existe um público muito grande, globalmente falando, neste processo.
06:42Mas, ao mesmo tempo que a China vai continuar produzindo o produto Xing Ling,
06:46que a gente chamava,
06:47ela também tem feito aí um esforço muito grande
06:51para que seus produtos não sejam reconhecidos somente neste sentido.
06:55Isso não é um esforço de agora.
06:57Quando eu cheguei aqui em 2018,
06:59eu me lembro claramente que a primeira questão que os chineses tinham
07:02era de mudar esta percepção de que o produto chinês era de baixa qualidade.
07:08E hoje em dia, eles conseguiram reverter muito disso,
07:11globalmente falando até mesmo pela qualidade na apresentação dos produtos chineses,
07:17até pela qualidade dos veículos chineses.
07:19Então, você começa a notar uma China muito disruptiva nesta questão de qualidade,
07:24diferentemente do que você observava no passado.
07:27Mas não significa que não vai dar acesso ainda aos produtos mais baratos.
07:32Em segundo lugar, e aqui é importante ressaltar,
07:36a questão do consumo interno é uma preocupação da China,
07:40porque o modelo de exportação que foi iniciado pelo Japão no passado
07:45e que foi amplamente utilizado pela China,
07:47enfrenta aí as necessidades de um mercado global que está em recessão.
07:52Se você pensar que a Europa não cresce e era o principal parceiro comercial da China,
07:57não os Estados Unidos, e os Estados Unidos passam aí por um período com o presidente Trump
08:03querendo fazer estas manobras com relação a tarifas,
08:09e que não há política só do Trump, o presidente Biden as manteve,
08:13o que denota aí que é uma política de Estado,
08:15os chineses entendem que este modelo baseado na exportação enfrenta aí estes impeditivos.
08:20Agora, os americanos sempre falam que os chineses têm um excesso de produção.
08:25Isso não é verdade, né?
08:26Porque você exporta justamente aquilo que você produz com capacidade para exportar.
08:32E isso é uma realidade que você observa na China,
08:34porque a produtividade chinesa, quando comparada aos Estados Unidos,
08:39comparada aos europeus, com relação ao Brasil,
08:42a gente não tem nem o que comparar, é muito grande.
08:44Não é porque existe aí uma cultura de trabalho que no Ocidente a gente perdeu muito.
08:51Eu sempre gosto de relembrar que o artigo 42 da Constituição chinesa,
08:56a Vale diz o seguinte,
08:58todo cidadão da República Popular da China tem o direito e a obrigação de trabalhar.
09:06Então você nota que esta questão do trabalho intensivo
09:09é algo que já é previsto nos próprios documentos oficiais.
09:14E aí você nota que eles têm aumentado o consumo interno
09:19por um enriquecimento da população.
09:21Se você pensar que 40 anos atrás, 45 anos atrás,
09:25a renda per capita da China era de 200 dólares e hoje é de 14 mil,
09:30você nota que houve aí uma evolução muito grande
09:32dentro de um cenário econômico chinês.
09:35E como eu comentei, as políticas do governo fizeram hoje em dia
09:38que o chinês tenha 5% a mais de renda disponível.
09:42O único lugar no mundo em que isso aconteceu.
09:45Queria agradecer publicamente os esclarecimentos prestados
09:48pelo professor Marcos Vinícius de Freitas,
09:52que está sempre aqui na nossa programação por motivos óbvios.
09:56Ele experimenta e conhece profundamente a China,
09:59conhece o país de dentro para fora e nos explica aqui também.
10:04Professor de Direito e Relações Internacionais,
10:06que inclusive, como ele falou agora há pouco,
10:08desde 2018, está lá na China, lecionando para os chineses.
10:13Professor Marcos, é sempre um prazer,
10:15ótima quinta-feira, bom restinho de semana para o senhor aí no Oriente.
10:19Até uma próxima.
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