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Transcrição
00:00E a China ganhou mais 90 dias para negociar a sobretaxa imposta pelos Estados Unidos às exportações.
00:08O presidente Trump decidiu prorrogar a trégua tarifária que terminaria hoje.
00:13E é sobre isso que eu converso agora com o professor Alexandre Uehara,
00:18que é coordenador do curso de Relações Internacionais da ESPM.
00:22Boa noite para você, Alexandre. Bem-vindo ao Conexão.
00:26Olá, boa noite. Boa noite a todos. Obrigado pelo convite mais uma vez.
00:29A gente que agradece. Bom, Alexandre, Donald Trump, na sua opinião,
00:34ele não está sabendo muito como lidar com a China?
00:37Porque a posição da China está muito assertiva, muito forte.
00:40Trump estendendo mais uma vez as tarifas. Qual é a sua opinião sobre isso?
00:45De fato, Trump always chickens out, como tem sido chamado?
00:51O que a gente percebe, primeiro, é que de fato não fica muito claro
00:56qual é a maneira como o presidente Trump tem buscado lidar com o mundo.
01:02Tudo bem, ele aumentou a tarifa para o mundo todo,
01:05mas ele aumentou tarifas tanto pelos aliados quanto daqueles que são os antagonistas,
01:08no caso da China, a própria Rússia.
01:10Mas, de outro lado, o que a gente tem visto é que a China,
01:15desde que havia a percepção de que o presidente Trump poderia reassumir novamente
01:19o cargo de presidente dos Estados Unidos,
01:22a China já vinha se preparando para poder fazer frente a essa situação.
01:27Então, me parece, e para muitos analistas também,
01:30que a China está muito mais preparada para fazer as negociações,
01:34neste momento de antagonismo entre os Estados Unidos e a China,
01:37ou as políticas do governo Trump neste momento,
01:41de que os Estados Unidos em lidar com a situação com a China.
01:45Tanto é que nós tivemos aí, no início dessas grandes elevações de tarifas,
01:50a elevação de tarifa a mais de 100%,
01:52e a China parou de subir as tarifas e depois,
01:56numa medida mais pontual que foi das terras raras,
01:59conseguiu, vamos dizer, sensibilizar os Estados Unidos para reverter a situação.
02:04Então, a gente percebe que não necessariamente só as tarifas é uma maneira de negociar,
02:08e a China tem outros caminhos para fazer isso.
02:10Agora, na sua opinião, a China, desde o primeiro mandato de Donald Trump,
02:15vem sofrendo essas sanções.
02:17Agora, para esse segundo mandato, o país realmente se preparou?
02:22Olha, eu creio que sim.
02:24Já vinha no processo, eu creio que a China vem se preparando para uma relação com o mundo
02:29diferente daquilo que era a China no final do século passado e no início desse século.
02:33Vinha muitas críticas em relação à China a vários fatores,
02:36em relação ao uso da mão de obra, o tipo de material que foi utilizado,
02:41o tipo de tecnologia, que a China copiava muito os produtos estrangeiros,
02:46e a China, ao longo do tempo, foi se transformando e mudando a sua imagem.
02:49A gente até pode pensar na própria imagem que os produtos chineses têm no Brasil hoje,
02:54e, alguns anos atrás, o consumidor brasileiro tinha muito receio de consumir os produtos chineses.
03:00E hoje, a gente já percebe que não é isso que acontece,
03:03e há vários produtos chineses que estão muito bem avaliados aqui no Brasil.
03:07Então, a China, de fato, vem se preparando, vem se colocando em um novo patamar,
03:11e isso é, acho que, a grande dificuldade do presidente Trump e dos Estados Unidos
03:16negociar com a China neste momento.
03:18Alexandre, agora em relação ao prazo, esse prazo de mais de três meses,
03:22mais três meses, aliás, de prorrogação, dá um certo respiro para os investidores
03:28e para a economia como um todo, para a tentativa de um acordo que, de fato,
03:33seja mais promissor para ambos os países?
03:36Eu creio que a palavra que você usou era perfeita, dá um respiro.
03:40Se a gente olhar, assim, dados macros, há muitas avaliações que apontam que
03:48os Estados Unidos teriam um problema com a inflação,
03:49e, então, quando a gente olha para os Estados Unidos, os indicadores até este momento,
03:53a inflação não teve esse pico.
03:55E por que não teve?
03:56As explicações é porque muitas empresas buscaram antecipar essas importações
04:01para evitar as tarifas, a elevação das tarifas.
04:03E, neste momento, em setores mais sensíveis, o próprio Estados Unidos,
04:06o próprio governo Trump resolveu não elevar de maneira significativa.
04:10Então, a gente percebe que existe um respiro para as indústrias,
04:13para as empresas, para os consumidores.
04:15Mas a instabilidade permanece, a incerteza permanece, e isso que é muito ruim.
04:21Se, neste momento, é um respiro, porque os consumidores podem,
04:24e até as empresas, continuar importando produtos chineses,
04:27e o comércio internacional mais ou menos vai se desenvolvendo,
04:30porque algumas das medidas foram revertidas pelo governo americano,
04:35de outro lado, a incerteza persiste, e isso acaba impactando em investimentos futuros,
04:41em novas produções, em desenvolvimentos, e aí isso acaba criando um problema no médio e longo prazo.
04:50É, a gente está respirando aí, todos os países respirando,
04:54desde abril, quando ele impôs essas tarifas, e agora só nesse lance de prorrogação,
05:00e depois volta atrás e tudo mais.
05:02Agora, olhando para o Brasil, o presidente Lula conversou ontem,
05:05por uma hora com o presidente da China, Xi Jinping.
05:09O tarifácio, na sua opinião, pode acabar fortalecendo ainda mais essa relação
05:14entre os dois países e, por consequência, do BRICS?
05:20Isso acho que é uma avaliação também, que eu vejo que muitos têm chegado a essa conclusão,
05:27que as políticas adotadas pelo presidente Trump neste momento têm feito com que, na verdade,
05:34os Estados Unidos caminhem para o isolamento, porque tem, de fato,
05:38de criar dificuldades com aliados tradicionais, com os países europeus, com o Japão,
05:43o próprio Brasil, em 200 anos de história, nunca tivemos uma relação tão tensa,
05:48tão difícil como estamos tendo agora.
05:51E, ao contrário dos Estados Unidos, o que a gente percebe é que a China,
05:57que durante muito tempo foi olhada com muitas desconfianças em relação às políticas chinesas,
06:02aquilo que a China poderia vir a fazer e que tipo de parceria a China poderia desenvolver,
06:07neste momento, eu diria que a China tem feito muito pouco em termos de ações,
06:13mas o fato de se manter com declarações muito objetivas, defendendo o livre comércio,
06:23defendendo as instituições, isso já tem sido suficiente para que muitos países,
06:28inclusive os europeus, inclusive também o Brasil, acabem se aproximando,
06:33porque é uma alternativa para exportações aos Estados Unidos,
06:36o próprio café, que agora está sendo muito discutido pela abertura do mercado chinês,
06:41e os Estados Unidos bloqueando os cafés brasileiros com aumentos de tarifas,
06:47isso tudo vai fazendo, essas medidas vão se somando e levando cada vez mais,
06:52não só o Brasil, mas também outros países, a se aproximarem da China
06:55como uma alternativa ao mercado norte-americano.
06:58Alexandre, e o Trump também disse que o ouro não vai ser tarifado.
07:03A China, inclusive, descobriu uma das maiores minas de ouro.
07:06Essa prorrogação pode ser um sinal de um acordo à vista por conta dessa questão do ouro também?
07:15Olha, de fato, desde o início a gente tem colocado assim que tem sido muito mais fácil
07:20para a China buscar alternativas a ornecedores dos Estados Unidos que o contrário.
07:26Muitas coisas que o próprio Brasil tem uma relação com a China que exporta soja,
07:30e os Estados Unidos também, nós percebemos que, assim,
07:33bom, se houver uma tarifação das sojas norte-americanas,
07:36até o presidente Trump agora está tentando reverter a situação,
07:39tentando obrigar a China a quadruplicar a importação de soja,
07:42mas, enfim, produtos que os chineses têm importado no mundo,
07:45muitas vezes, são mais fáceis de serem levados de outros países para a China do que vice-versa.
07:51Então, nesse momento, como a gente tinha falado desde o início,
07:53parece que a China tem uma condição de negociação,
07:57e até por isso as negociações têm sido mais flexíveis com a China do que com outros países,
08:02é que a China tem mais condições de negociar com os Estados Unidos que vice-versa.
08:06Perfeito.
08:07Você acompanhou aí a entrevista com o Alexandre Uehara,
08:10que é coordenador do curso de Relações Internacionais da ESPM.
08:14Alexandre, muito obrigada pela sua participação,
08:16uma ótima noite para você e até a próxima.
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