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Os investimentos da China em mineração no Brasil saltaram 113% em 2024, chegando a US$ 4,2 bilhões. André Pimenta, coordenador do Instituto de Terras Raras do Senai, explicou no Fast Money a estratégia chinesa e o impacto geopolítico desse avanço.

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Transcrição
00:00Investimentos da China em mineração no Brasil disparam em 2024, chegando a 4,2 bilhões de dólares,
00:07um aumento de 113% em relação ao ano anterior.
00:11O país asiático já responde pelo controle de 30% da extração de nióbio e estanho do país.
00:17E eles estão prestes a controlar 50% do níquel e também avançam sobre o nítio, o cobre e o minério de ferro.
00:24A gente vai entender melhor esse movimento e esse interesse da China em investir em minérios aqui no Brasil
00:30e qual o alcance e o impacto econômico desse avanço, conversando ao vivo com André Pimenta,
00:36que é coordenador do Instituto de Terras Raras no Centro de Inovação e Tecnologia do Senai.
00:41Tudo bem, André? Boa tarde. Seja muito bem-vindo ao Cash Money.
00:45Boa tarde, Natália. Boa tarde, Felipe. Muito obrigada. É um prazer estar aqui com vocês de novo.
00:49Obrigada pela disponibilidade e por voltar. André, a China, como eu mencionei aqui,
00:56está ampliando os investimentos em mineração aqui no Brasil
00:58e faz isso num ritmo que a gente pode chamar até de impressionante.
01:02Só em 2024 foram mais de 4 bilhões de dólares, é o dobro do ano anterior.
01:08É um apetite tanto, é crescente. Qual é a lógica por trás, então, dessa movimentação?
01:13Então, a China tem uma política, uma estratégia muito bem definida de security of supply,
01:22ou seja, ela quer garantir para a sua indústria e para o seu desenvolvimento tecnológico
01:26o acesso constante às matérias-primas.
01:28Então, o que a gente vê é um movimento que já é muito comum,
01:32que já vem acontecendo na América Latina, com a entrada de investimento chinês
01:36e nos países da África, é muito mais indo além da questão dos contratos de take-off,
01:43dos contratos de compra de matéria-prima.
01:46Ou seja, a China tomando posse ali do ativo, do bem como real para a extração seguinte.
01:56Então, esse é o movimento, assim, é essa garantia desse fornecimento para a sua indústria.
02:03Certo, Felipe.
02:04Opa, André, boa tarde, mais uma vez.
02:07André, a gente viu o presidente Lula falando outro dia no Palanque,
02:10dizendo que, assim, que, ah, não, os Estados Unidos não vão explorar o minério aqui,
02:13esse minério é do Brasil e tal, mas a gente está vendo, justamente,
02:16a China atuando cada vez com mais desenvoltura pela mineração no Brasil.
02:21Mas essa mesma mineração também vai entrar em discussão, provavelmente,
02:24no encontro entre Lula e o presidente Trump no futuro, nesses próximos dias.
02:29Como é que vai ser essa disputa aqui, tanto os Estados Unidos quanto o China,
02:33pelo minério do Brasil? E como é que fica essa triangulação?
02:35Como é que o Brasil fica nessa?
02:36Isso é importante, assim.
02:39O Brasil, hoje, ele está nesse centro, digamos assim, no centro do tabuleiro do jogo geopolítico
02:45por essa garantia, né, desses minerais que a gente chama de estratégicos aqui, né,
02:50e críticos que são aí responsáveis pela transação energética.
02:54A gente, às vezes, também está falando de alguns minerais que são responsáveis aí por eletrônicos,
03:00os defesos, então, é uma oportunidade única, né, a gente fala que hoje o Brasil está nesse ponto de inflexão.
03:09O envolvimento da China, não é que ele seja ruim, né, desde que ele venha aí também com transferências de tecnologia,
03:17com a gente subir na cadeia, né, andar na cadeia de produção, no downstream,
03:21enfim, mas cria-se sim ali um certo receio de um, digamos assim, de depender de um único investidor, né,
03:29por isso que diversificar é importante.
03:31Então, acho que o Brasil tem que conversar com todo mundo, a gente escuta muito isso, né,
03:35o Brasil é um país muito aberto, então a gente tem que conversar com a União Europeia,
03:39temos que conversar com os Estados Unidos, eu acho que isso vai ser pauta desse encontro dos dois presidentes, né,
03:44e a gente tem que tentar sempre, não é também fechar, mas garantir que a gente consiga trazer valor,
03:52agregar valor aqui internamente, muito além aí só de exportar como hoje.
03:57Acho que essa deve ser a tônica, né, a gente espera que essa seja a tônica.
04:02E André, na abertura aqui, eu mencionei vários minerais, né,
04:06então a gente está falando de metais assim muito específicos, né, estanho, níquel, cobre, lítio,
04:11dá para a gente dizer que a gente está vendo, assim,
04:15essa construção de um mapa chinês dos minerais críticos aqui no Brasil?
04:20Excelente, isso mesmo, Natália, assim, a gente observa exatamente isso, assim,
04:24a China buscando garantir ali o fornecimento de minerais que ela já possui em seu próprio território, né,
04:33mas pensando na expansão de mercado de futuro, ou seja, indo além das suas fronteiras
04:39e trazendo exatamente isso que você disse, ou seja, demonstrando o nosso potencial de novo,
04:44o Brasil como centro desse movimento minerário para a transição energética.
04:50A gente já vinha falando da outra vez de terras raras, né, para a produção de imãs permanentes,
04:55a gente já falou de ferro de alta pureza, no caso aí para a transição energética,
04:59para a produção de matéria-prima de baixa pegada de carbono,
05:02agora a gente já está falando de estanho, que está ganhando cada vez mais força na questão
05:07de semicondutores, soldas, etc., cobre, lítio, né, no caso aí para a transição energética também,
05:13então é literalmente olhar aqui para as nossas riquezas e criar esse mapa interno
05:19que os outros países já estão enxergando, né, aí com bastante robustez.
05:23Opa, André, bom, estamos falando aqui da China, né, aumentando os seus investimentos
05:29em mineração aqui, estamos falando de um possível interesse dos Estados Unidos,
05:33um provável interesse dos Estados Unidos, e o Brasil, como é que fica nessa?
05:36Porque o governo federal anunciou recentemente a criação daquele conselho, né,
05:40um conselho que vai regulamentar, ou pelo menos assim, criar as condições também
05:45para tratar desse assunto aqui no Brasil, temos empresas brasileiras com know-how
05:50para fazer isso, o próprio governo federal pode fazer, como é que fica o Brasil,
05:54um pouco além dessa questão de Estados Unidos e China, como é que ficam as empresas brasileiras?
05:59Ótimo, então, a gente tem muitas empresas brasileiras com know-how, falando em mineração,
06:05a gente já falou disso outras vezes, o Brasil já tem um conhecimento muito robusto, né,
06:09começou lá com aquele milagre do minério de ferro, com a questão do petróleo,
06:14nós já exportamos minerais estratégicos no passado, principalmente aqui em Minas Gerais,
06:20terras raras, né, o Brasil já foi exportador ali no final dos anos 80, início dos anos 90,
06:26então, assim, o governo federal, essa criação desse grupo, ele é importante,
06:31isso foi feito lá no Canadá e a gente vê que isso já começa a trazer alguns benefícios,
06:38como atração de investimento e retenção de talentos, ou retenção, qualificação de emprego,
06:45geração de renda e receita, e a gente tem muito conhecimento no Brasil, sim,
06:50não só na questão das empresas, mas também das universidades, centros de pesquisa, né,
06:55por exemplo, aqui a gente consegue trabalhar nessa cadeia de terras raras, ajudando,
07:01apoiados aí com outros institutos, como alguns centros de pesquisa de São Paulo, da região sul,
07:07é uma oportunidade única, né, como eu falei no início também, a gente está nesse ponto de inflexão,
07:14de deixarmos de ser exportadores de commodities e começarmos a agregar valor aqui,
07:18e é óbvio que essas parcerias, elas são muito bem-vindas, né, parceria da China, parceria dos Estados Unidos,
07:24da União Europeia, que vão nos ajudar a acelerar ali o processo de desenvolvimento tecnológico.
07:30E André, sei que você acompanha, né, de perto, as negociações, os acordos, né, em relação a esses minerais,
07:38você acredita que o Brasil está conseguindo negociar, assim, de igual para igual,
07:42ou ainda se comporta e se posiciona como um fornecedor, assim, de matéria-prima?
07:48É, esse é o ponto, Natália, que a gente vem discutindo aqui, né, assim,
07:51a gente ainda não consegue negociar muito bem, né, porque a gente continua exportando,
07:57mandando para fora os bens ali, talvez com um pouquinho só de intervenção de acabamento intermediário.
08:04O que a gente precisa, literalmente, andar nessa cadeia de valor,
08:08para que a gente consiga agregar valor mesmo real para esses produtos.
08:13Então, a gente não negocia tão bem, mas eu acho que a gente está nesse caminho certo, né,
08:19olhar para a gente, olhar internamente o que a gente tem de potencial,
08:22esse conselho aí, como o Felipe bem disse, poderá e deverá tratar desse assunto, né,
08:28ou seja, a gente trazer internamente aqui o desenvolvimento tecnológico,
08:34e aí a gente vai conseguir negociar, assim, de igual para igual, né.
08:37Então, se a gente olhar para fora, por exemplo, no caso da China,
08:40agora com essas restrições, né, de exportação de matéria-prima,
08:45você vê que isso já é um movimento global,
08:48isso aconteceu na Indonésia, isso aconteceu na Malásia,
08:51então a gente tem que pensar aqui internamente também.
08:55Quero agradecer a André Pimenta, coordenador do Instituto de Terras Raras,
08:59no Centro de Inovação e Tecnologia do Senai,
09:01pela participação, mais uma vez, com a gente aqui ao vivo no Fast Money.
09:05Muito obrigada, viu, e até a próxima. Volte sempre.
09:08É um prazer, obrigado.
09:09Boa tarde para você.
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