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Will Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, analisa a decisão do Fed de manter os juros entre 4,25% e 4,50% e seus reflexos globais. Entenda por que a inflação "pegajosa" preocupa, como o diferencial de juros afeta investimentos Brasil-EUA e se há risco real de recessão americana. Uma análise completa sobre PIB, desemprego e o gráfico de pontos do Federal Reserve.

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Transcrição
00:00A manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos não é nenhuma surpresa.
00:04E a resposta agressiva de Trump ao presidente do Banco Central também não.
00:08Atenção mesmo para os dados apresentados pelo Federal Reserve para justificar a decisão.
00:14Redução na alta do PIB, aumento da inflação e um desemprego maior.
00:19Vamos ao vivo a Flórida falar com Will Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue
00:25e um dos notáveis aqui do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:30Will, muito boa noite, sempre um prazer conversar contigo.
00:33Claro que precisamos falar sobre taxa de juros nos Estados Unidos.
00:38Estávamos, quer dizer, mantivemos as expectativas.
00:42Já imaginávamos essa manutenção, mas tem três dados aí que pelo menos a mim chamaram a atenção.
00:48Uma perspectiva de um PIB um pouco menor nos Estados Unidos,
00:51uma sinalização de uma alta no desemprego um pouquinho mais para frente
00:56e uma inflação um pouquinho mais pegajosa.
01:01Mas além dessas conclusões que aparecem no discurso do Federal Reserve, do Jeremy Powell,
01:06queria escutar a tua avaliação.
01:08O que você prevê aí para as próximas reuniões do Federal Reserve, do FOM,
01:14do Comitê de Política Monetária dos Estados Unidos?
01:17Ainda se falam em dois cortes, podemos manter essa crença?
01:21Boa noite para você mais uma vez, Will.
01:24Boa noite, Favari, para todos que nos escutam.
01:28Pois é, a definição da taxa de juros foi muito em linha com aquilo que o mercado já esperava,
01:34os 4,25 a 4,50.
01:37É um range aqui nos Estados Unidos, a Selic americana, digamos assim,
01:41ela tem essa característica.
01:43Nada de novo.
01:44Agora, de fato, como você comentou, nessa reunião,
01:48a gente teve a atualização das projeções econômicas,
01:50aquilo que o Banco Central americano vê para a economia olhando para frente.
01:54Reduziu a projeção de PIB de 1,7 para 1,4,
01:57aumentou a de inflação para 3%, de 2,7 para 3,
02:04e também aumentou marginalmente o desemprego.
02:07Agora, o mais importante é que manteve a taxa de juros inalterada em 3,9.
02:12Ora, a gente está entre 4,25 e 4,50.
02:15Para chegar em 3,90, seria aquele range entre 3,75 e 4.
02:22Ou seja, ainda dois cortes de juros.
02:25Isso é o que as projeções econômicas apontam.
02:28Agora, junto com as projeções, tem o chamado gráfico de pontos do Fed,
02:31que é basicamente a opinião de cada um dos 13 diretores que compõem o Fed
02:38a respeito da taxa de juros para 2025.
02:42Cada um tem a sua opinião e quando você junta essa mediana dessas opiniões,
02:47você chega mais ou menos na taxa esperada.
02:49Houve uma maior divergência, uma maior dispersão,
02:52um aumento de apostas em menos cortes,
02:56e essa foi uma sinalização importante.
02:59Acho que, all in all, o que a gente tirou do evento hoje
03:02é que, apesar e a despeito das críticas do Trump,
03:06o Fed não está com pressa nenhuma para cortar os juros nos Estados Unidos
03:11e ainda tem dúvidas a respeito dos cortes de juros olhando à frente,
03:15porque você tem preço de petróleo subindo por conta de questão geopolítica,
03:20você tem as tarifas que ainda praticamente nem entraram na economia,
03:23na economia houve muita antecipação de compras pré-tarifa no primeiro trimestre,
03:28segundo trimestre poucas importações, pouco impacto de tarifa ainda,
03:34então os impactos ainda vão ser sentidos.
03:37E foi exatamente isso que o Jerome Powell, presidente do Banco Central americano,
03:41comentou.
03:42Você tem um nível de incerteza muito elevado
03:45e nesse momento de muita incerteza o Fed opta por não fazer nada.
03:49Will, vamos transformar um pouco aqui numa linguagem gráfica
03:52para a gente ver essa oscilação.
03:54Coloquei aqui num gráfico de vai e vem,
03:58a taxa de juros do Fed nos Estados Unidos,
04:03nós estamos aqui mais de 4, menos de 5,
04:08mas desde o ano 2000, quer dizer,
04:10num arco de tempo aí que tem um quarto de século, 25 anos,
04:14raramente essa taxa de juros foi tão alta.
04:17A gente teve aqui entre 2000 e 2022
04:22quando estávamos no pico da Covid, tem uma explicação.
04:27E tem essas manchas aqui no gráfico
04:30que são os pontos de recessão nos Estados Unidos.
04:34Diante dessas premissas,
04:36quando a gente tem taxa de juros alta,
04:39como nós estamos vendo aqui,
04:41ainda não temos a sinalização de recessão.
04:45Mas é possível esperarmos isso?
04:48Já que a história é cíclica, ela se repete,
04:51quando a taxa de juros está alta aqui,
04:53aqui a gente pode esperar um cenário de recessão aqui para frente?
05:00Olha, Favale, eu diria que é o seguinte,
05:02uma coisa é possibilidade, outra coisa é probabilidade.
05:05Possível, com certeza é possível.
05:08Pode ser que, assim como a Covid surpreendeu a todos,
05:11existe uma expectativa de uma recessão derivada de N fatores
05:15e do nada surge um vírus na China que para o mundo
05:19e você teve uma recessão derivada disso.
05:21É possível, é.
05:24Agora, em termos de probabilísticos,
05:27a gente não vê isso acontecendo no mercado.
05:30O PIB do primeiro trimestre nos Estados Unidos,
05:32ele foi negativo,
05:33muito por conta do impacto de importações,
05:35antecipação de compras,
05:37consumidores antecipando compras,
05:38empresas se estocando, se preparando
05:41antes das tarifas entrarem em vigor.
05:45E agora, no segundo trimestre,
05:46teve um colapso das importações,
05:49mas que para o PIB contam de uma forma positiva,
05:51porque é menos dinheiro saindo do país.
05:54Quando você compra alguma coisa,
05:55você dá dinheiro e traz o produto.
05:57Então, a riqueza sai do país.
05:59Essa é a leitura no PIB.
06:00Então, a projeção para o PIB do segundo trimestre,
06:02às vezes, ela é bastante forte,
06:04mas um dado um tanto quanto sujo,
06:07porque você teve esse impacto
06:08que foi negativo no primeiro trimestre,
06:11agora ele é positivo no segundo trimestre,
06:12no NET,
06:13o fato é que a economia americana
06:14ela deu uma leve desacelerada,
06:17mas longe de uma recessão.
06:19O próprio Banco Central fala ali
06:21numa taxa de crescimento um pouco menor,
06:23ainda não uma recessão,
06:25e muito mais do cenário que a gente chama
06:27em economia de stiflation.
06:29Ou seja, você cresce menos
06:30e a inflação ela está ali ainda
06:32derivada de outros vetores,
06:33mas ela ainda está ali incomodando.
06:35Will, queria passar para esse próximo gráfico,
06:38que também talvez seja aí
06:40um amarelo piscante de atenção,
06:42que é a taxa de desemprego dos Estados Unidos.
06:464,2% de desocupação
06:49da população economicamente ativa.
06:52Ok, olhando para o Brasil,
06:54isso aqui é uma taxa muito confortável,
06:56mas está bastante longe
06:58do que foi, por exemplo,
06:59em maio de 2023,
07:01quando os Estados Unidos
07:02estavam no teórico pleno emprego,
07:05entre 3, 3,5% de desemprego.
07:08Sobe um ponto percentual,
07:10um pouco menos o ponto percentual
07:11com relação àquela média.
07:13Isso aqui é preocupante
07:14ou ainda está dentro ali
07:16de uma margem de normalidade?
07:19Olha, eu diria que assim,
07:21preocupante os extremos sempre são,
07:23então mesmo quando você tinha
07:24uma taxa de desemprego muito baixa,
07:26também era preocupante,
07:26que você via salários subindo
07:29e aí o que o governo Biden fez
07:32foi, de certa forma,
07:33flexibilizar as fronteiras,
07:35entrou um caminhão,
07:36entrou muita gente nos Estados Unidos
07:38como uma forma de fornecer mão de obra
07:40e manter salários equalizados.
07:43Vale lembrar também
07:44que a gente teve um gasto fiscal muito forte,
07:46uma expansão fiscal muito forte
07:47e 20% dos empregos criados nos Estados Unidos
07:51entre 2023 e 2024
07:52foram derivados do governo,
07:54que é uma anomalia,
07:55que é um exagero.
07:56Então assim,
07:57quando você vai corrigir isso,
07:59você joga a taxa
07:59para um nível mais normal,
08:00mais perto desses 4%,
08:02ainda na normalidade.
08:04Mas chamou a atenção,
08:05vem chamando a atenção
08:05os pedidos de auxílio-desemprego,
08:07vem aumentando,
08:08o que é condizente
08:09com uma economia já menos aquecida.
08:11Eu acho que esse é um ponto.
08:12A economia também superaquecida,
08:14ela gera esses problemas,
08:15é muita inflação,
08:16é salário,
08:17então também tem alguns problemas.
08:20Então eu diria que assim,
08:21é normal que esse mercado de trabalho
08:23comece a desacelerar,
08:25isso tira a pressão dos salários
08:27e ajuda a controlar a inflação.
08:30Ainda não,
08:31obviamente,
08:31uma recessão,
08:33nos resultados agora do primeiro trimestre,
08:35as empresas,
08:36poucas empresas falaram em demissões em março,
08:38coisa do gênero,
08:39então a gente ainda não fala tanto em recessão de novo,
08:42acho que é um cenário mais de desaceleração mesmo.
08:44Will,
08:45deixa eu nacionalizar um pouco a nossa conversa,
08:47porque tivemos essa super quarta,
08:49quando tem o FOM nos Estados Unidos,
08:52o COPOM aqui no Brasil,
08:54alta na taxa de juros,
08:55também era sinalizado,
08:56já era esperado,
08:57nenhuma grande surpresa aqui,
08:59estão a 15%
09:00e a gente falava aí
09:02de 4,
09:0325,
09:044,50 nos Estados Unidos.
09:06Nesse fluxo de investidores
09:07entre Brasil e Estados Unidos,
09:10hoje nós temos
09:10uma facilidade de mandar dinheiro para fora
09:13para investir na Bolsa Americana,
09:14mas tem uma Selic aqui atraente,
09:17você consegue ver
09:18uma mudança
09:19nesse fluxo?
09:21Talvez menos pessoas
09:22mandando dinheiro para os Estados Unidos
09:24e mais americanos
09:24trazendo dinheiro para cá,
09:26porque a gente tem
09:26um investimento
09:29pré-fixado já
09:30bom,
09:3015%,
09:31tem uma certeza ali
09:32de uma garantia de retorno
09:33de uma aplicação
09:35confortável,
09:36ainda vale
09:37a pena mandar,
09:39o Brasil se torna
09:40um bom receptor
09:41de capital estrangeiro
09:43para investir aqui,
09:43como é que você entende
09:44essa via de mão dupla?
09:47Claro,
09:47a gente viu esse ano
09:49uma certa diversificação,
09:50a busca por investidores
09:51em diversificar,
09:52em alocar globalmente,
09:53o Brasil foi beneficiado por isso,
09:55não é à toa que a Bolsa Brasileira
09:56está nas máximas históricas,
09:58houve fluxo gringo,
09:59o dólar cedeu
10:00frente ao real,
10:02agora até certo ponto,
10:04esse diferencial de juros,
10:05da mesma forma que
10:06quando a gente via
10:06aquelas notícias de
10:07a taxa de juros na Argentina
10:09era de 40,
10:10era de 50,
10:11ou seja lá quantos por cento,
10:12ou a taxa de juros
10:14na Turquia é muito levada,
10:15ou na Colômbia,
10:16ou na Índia,
10:17ou onde quer que seja,
10:18obviamente quando a gente
10:19pensa nesses outros mercados
10:20isso nos remete
10:22a uma percepção de risco,
10:24não,
10:24tudo bem que a taxa é elevada,
10:25mas qual que é o risco
10:26de eu investir na Turquia,
10:28qual que é o risco
10:28de eu investir na Colômbia
10:29e por aí vai,
10:30então você falou
10:31o pré-fixado a 15,
10:33ok,
10:34ele é bom,
10:35mas qual que é a taxa
10:36de câmbio
10:37que vai ser daqui
10:3812 meses
10:39quando esse pré-fixado
10:40vencer
10:41para o investidor estrangeiro,
10:43afinal de contas
10:43ele não quer ficar
10:44com o real na mão,
10:45ele compra o real,
10:46hoje,
10:47amanhã,
10:47daqui um ano
10:48ele vai comprar dólar
10:49de novo,
10:49mas e se a gente tiver
10:50uma desvalorização
10:51da moeda brasileira,
10:53se o dólar saltar,
10:54toda a rentabilidade dele
10:55foi por água abaixo,
10:57então o gringo
10:57pensa dessa forma,
10:59para o investidor
10:59brasileiro,
11:02que é acostumado
11:03a chamar,
11:03a gente brinca
11:03do canto da sereia,
11:05um juro muito gordo,
11:06muito elevado,
11:07mas volta e meia
11:08você tem surpresas
11:09inflacionárias,
11:10aquele 15 nominal
11:12numa inflação
11:13de 5,
11:146,
11:14que daqui a pouco
11:14surpreende
11:15porque o gasto fiscal
11:16foi maior do que esperado,
11:18ele já é um pouco menor,
11:19eu estava falando
11:20de 9,
11:218,
11:22ora,
11:22você pode ganhar
11:23com segurança,
11:25ganhar algo perto
11:26de 5,
11:27acho que as taxas
11:28ficam mais competitivas,
11:30e quando você está
11:31comparando o risco
11:32dos Estados Unidos
11:32com o Brasil
11:33também é injusto
11:34de certa forma,
11:35é da mesma forma
11:36que a gente comparar
11:36o risco da Colômbia
11:37com os Estados Unidos,
11:38é por isso que aqui
11:39o juro é um pouco menor
11:40do que no Brasil.
11:42Queria agradecer
11:43essa conversa semanal
11:44que nós temos aqui
11:45com o Will Castro Alves,
11:47estrategista-chefe
11:49da Avenue,
11:50um dos notáveis
11:51aqui do Times Brasil
11:51licenciado exclusivo
11:52CNBC,
11:53Will,
11:54muito obrigado,
11:54bom restinho de semana
11:56aí e a gente volta
11:57a se conectar
11:58na semana que vem.
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