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Frederico Lamego, superintendente de relações internacionais da CNI, detalhou a missão de 80 empresários brasileiros em Washington (EUA) para negociar o tarifaço americano. Com foco em setores como café, carne e combustíveis, o Brasil aposta em diplomacia empresarial e lobby estratégico para preservar exportações e ampliar oportunidades de negócios.

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Transcrição
00:00Nós voltamos a falar agora sobre as reações brasileiras ao tarifácio.
00:04Na semana passada, uma comitiva da Confederação Nacional da Indústria
00:07passou dois dias em Washington, tentando abrir negociações com o governo dos Estados Unidos.
00:13Sobre os possíveis resultados dessa viagem, eu converso agora com o Frederico Lamego,
00:18que é superintendente de Relações Internacionais da CNI.
00:22Boa noite para você, Frederico. Seja muito bem-vindo.
00:24Você me ouve, Frederico?
00:33Vamos tentar mais uma vez falar com o Frederico Lamego.
00:36Queria saber se você está me ouvindo agora, Frederico.
00:39Estou te escutando, perfeito.
00:41Boa noite para você, então. Seja bem-vindo.
00:46Boa noite.
00:47Boa noite para falar com vocês.
00:49Bom, desde que as reuniões terminaram na semana passada,
00:52você sentiu que algumas das questões tratadas por lá tiveram algum desdobramento?
00:59Olha, o nosso principal objetivo da missão foi construir pontes.
01:05E nós acreditamos que nós fomos bem-sucedidos ao termos viabilizado
01:12uma série de encontros de alto nível com autoridades americanas.
01:16Nós sabemos aí que o cenário é difícil, tem um contexto político aí por trás,
01:21mas nós tivemos uma oportunidade de estarmos com o Departamento de Estado,
01:26Departamento de Comércio, com o USTR, que está coordenando a investigação 301,
01:32e também com representantes do Congresso americano.
01:37Isso que você falou do problema ser majoritariamente político,
01:41que é algo que também o presidente da CNI, o Ricardo Albano, vinha falando,
01:44deixa alguma margem de manobra aí para a estratégia da CNI,
01:48depois desse tarifácio que já dura mais de um mês?
01:52Olha, nós acreditamos que, primeiro, nós colocamos na mesa
01:58e nas discussões que nós tivemos com essas autoridades,
02:02temas econômicos e comerciais que possam ser do interesse do lado americano.
02:08Então, nós colocamos uma discussão mais ampla que inclua temas relacionados,
02:14por exemplo, com a questão dos combustíveis sintéticos de aviação, SAF,
02:19a questão dos data centers, minerais críticos,
02:22muito no sentido de colocar para os americanos que talvez essa crise
02:27pode se tornar uma oportunidade de se pensar uma relação, inclusive,
02:31mais ampla entre Brasil e Estados Unidos,
02:34que tem uma relação histórica de mais de 200 anos.
02:37Então, esse foi o espírito e nós acreditamos que o lado americano entendeu isso.
02:44Nós agora precisamos tentar colocar os dois lados para conversar de um lado
02:49para que se inicie algum processo de negociação quando for possível.
02:56Vinícius Torres Freire.
02:58Freirico, o esforço de vocês e de várias empresas brasileiras
03:02está realmente botando, pelo menos, indicando algum caminho das pedras.
03:07Mas, nessa visita mesmo, na temporada dessa visita,
03:10o número 2 do Departamento de Estado, como se sabe, o Christopher Landau,
03:14falou, a questão é política.
03:16Ele pode ter feito isso só para fazer política
03:18ou pode ter simplesmente dito toda a íntegra verdade.
03:22Agora, tendo essa declaração e esquecendo de projetos mais amplos
03:28e muito interessantes, como você lembrou, minerais críticos,
03:32novo combustível para aviação, data centers,
03:34essa possibilidade de parcerias e investimentos.
03:37Pensando nessa declaração do Landau, especificamente,
03:41alguma empresa, pelo menos brasileira, não passando pelo caminho político
03:45que está totalmente fechado, ou o setor brasileiro,
03:48pode chegar a conseguir convencer uma contraparte, cliente, matriz, filial,
03:52nos Estados Unidos, a eles mesmos conseguirem uma abertura,
03:56uma isenção, pelo menos?
03:57Olha, essa é uma excelente pergunta.
04:01Primeiro, sobre a entrevista e a reunião com o Christopher Landau.
04:06E o Christopher Landau, de fato, ele colocou essa questão do aspecto político
04:10como uma questão central, mas ele também foi positivo
04:15ao colocarmos a possibilidade de estabelecer algum tipo de reunião
04:20entre o principal negociador brasileiro, no caso, o vice-presidente da República,
04:26e o Marco Rubio, que estão coordenando toda a questão das tarifas com o Brasil.
04:33Na reunião que foi realizada com o Christopher Landau,
04:37uma coisa interessante que apareceu foi que o Departamento de Estado
04:42fez questão de colocar para si que a questão do Brasil,
04:46em função do componente político, todo o aspecto negocial se dá por meio,
04:54por intermédio da negociação com o Departamento de Estado
04:57e sua contraparte no Brasil.
05:00Então, isso já demonstra, primeiro, um caminho a ser seguido
05:04do ponto de vista negocial.
05:06Respondendo à sua segunda pergunta, isso é muito difícil.
05:11Agora, nós estamos aguardando também que hajam pressões por parte
05:17de compradores americanos e distribuidores de produtos brasileiros
05:22que estão sendo diretamente impactados pelo aumento de tarifas.
05:28A gente cita aqui o caso do café, como o próprio setor da carne,
05:32entre outros segmentos, e esse foi um pouco da agenda que a CNI procurou
05:38construir lá nos Estados Unidos.
05:40Nós levamos cerca de 80 empresários daqui, brasileiros,
05:45todos que estão sendo afetados pelas tarifas,
05:48mas nós também levamos cerca de 50 compradores e distribuidores,
05:54que são os homólogos dessas empresas,
05:57exatamente para traçar um plano de engajamento nos próximos meses.
06:03Porque o que nós precisamos entender, muitas vezes,
06:06como é que está o impacto e a dor do lado dos consumidores americanos
06:11e talvez a pressão seja mais efetiva sendo feita do lado de lá.
06:15Então, isso também foi considerado, mas não é uma questão que vai sair
06:20de uma hora para outra, nós temos plena consciência disso.
06:23Você falou um pouco aí da estratégia da CNI nessa viagem
06:26e eu queria me aprofundar um pouco nesse assunto, Frederico,
06:29porque, obviamente, uma entidade importante como a CNI conversa com parceiros
06:35do mundo inteiro aí, com governos do mundo inteiro.
06:37Mas eu acredito que, nesse nível agora, com que aconteceu essa conversa
06:41nos Estados Unidos, é algo que talvez seja inédito até mesmo para a CNI.
06:45Vocês, inclusive, levaram como consultor aí o Roberto Azevedo,
06:47que é um diplomata muito experimentado, já foi presidente da OMC.
06:52Queria que você falasse um pouco mais, então, sobre esse esforço que vocês fizeram
06:55de diplomacia, que é algo até que não é exercido diretamente, normalmente, pela CNI,
07:01mas como é que foi esse upgrade de negociação de vocês nessa viagem?
07:07Ótima pergunta.
07:08O que nós estamos fazendo é exercendo um papel da diplomacia empresarial.
07:14E a diplomacia empresarial vai começar a se tornar cada vez mais importante
07:19nesse novo mundo que nós estamos vivendo, onde o multilateralismo perde relevância,
07:27onde as questões dos interesses individuais dos Estados
07:31precisam estar muito bem conectados com os interesses do setor privado
07:36para que essas agendas deem frutos.
07:39E, para isso, nós precisamos também ter agilidade e criar uma agenda de relacionamento
07:45diferenciada, que não é apenas uma relação diplomática tradicional.
07:51Esse foi um pouco do nosso objetivo e da nossa ambição,
07:56de estabelecer primeiro pontos de contato,
07:59para depois ajudar os próprios governos a estabelecerem as relações,
08:04porque, no final da história, a questão das tarifas se dá
08:08a partir de uma relação negocial entre governos.
08:12Então, como você bem colocou, nós contratamos o embaixador Roberto Azevedo
08:17para nos ajudar, inclusive, na investigação da 301,
08:22que é essa investigação que justifica todo o tarifácio,
08:27mas existe também uma agenda de engajamento futuro,
08:30exatamente para a gente começar a dar uma nova visibilidade
08:36junto a diferentes atores no governo americano
08:40e também na sociedade americana sobre o que é Brasil.
08:45E, para fazer isso, você precisa ter diferentes instrumentos e armas.
08:51E aí que vem o papel da diplomacia empresarial.
08:54Nós precisamos ter, por exemplo, uma agenda de comunicação nova,
08:58diretamente vinculada aos setores que influenciam a atual gestão
09:04do governo Trump, por exemplo.
09:07Nós precisamos ter também uma agenda de lobby,
09:09isso nos Estados Unidos é regulamentado,
09:12porque é pelo lobby que é possível conseguir acesso
09:16a diferentes atores políticos no cenário americano.
09:21Então, isso é novo.
09:22E esse novo que nós estamos colocando em prática
09:26a partir dessa primeira experiência que foi a missão aos Estados Unidos.
09:31Os frutos não são fáceis, como bem colocado por diversas fontes da empresa.
09:40Agora, é importante começar esse processo.
09:44O nosso objetivo maior é que haja, ao final,
09:47algum tipo de processo negocial a partir dessa semente plantada
09:52resultado da missão.
09:55Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da CNI.
09:59Muito obrigado pela sua participação e boa noite.
10:02Boa noite. Boa noite a todos. Obrigado.
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