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Transcrição
00:00O tarifácio dos Estados Unidos atinge de forma importante o agronegócio brasileiro.
00:06Produtos como carne bovina, pescados, café, frutas, seguem na mira da nova tarifa, mais alta, de 50%.
00:14E no meio disso, a China amplia a compra de café do Brasil.
00:18Para entender melhor esse cenário, eu converso agora com o Rafael Barizauskas,
00:23especialista em cadeias de valor na FECAP.
00:26Rafael, boa tarde para você, obrigado pela gentileza da sua participação.
00:30Rafael, o que representa esse aumento na possibilidade de vender café para a China?
00:36Boa tarde a todos, boa tarde, obrigado pelo convite.
00:39É uma honra estar aqui novamente com vocês.
00:41Bom, a habilitação do Brasil para a venda de café na China, ela não deve acontecer de forma tempestiva.
00:47O fato da China sinalizar essa habilitação já é um bom começo para as empresas brasileiras
00:52pensarem em possibilidades para redirecionar seus mercados e seus envios para outros compradores,
00:58como a China, mas não é algo que vai acontecer do dia para a noite.
01:01A gente tende que, por questões comerciais, a China ainda precisa habilitar os estabelecimentos
01:05dos exportadores brasileiros para esses embarques.
01:08Mas já é um sinal positivo em meio à continuidade, digamos assim, do café
01:13naquela lista de sobretaxa vindo dos Estados Unidos.
01:16Os chineses poderiam absorver outros produtos do Brasil além do café?
01:23Olha, naturalmente sim.
01:24A China hoje é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, incluindo especialmente
01:29aqui o setor do agronegócio.
01:31Óbvio que para alguns produtos, especialmente aqueles mais ligados à segurança alimentar
01:35chinesa, existem algumas, digamos assim, restrições por uma questão de saúde ou outras restrições
01:42biossanitárias que envolvem um pouco mais de negociação e habilitações que não acontecem
01:46do dia para a noite.
01:47Mas sim, a China é sim um possível mercado para um redirecionamento ali dos envios do
01:52Brasil que, por eventualidade, podem não seguir para os Estados Unidos, caso essa sobretaxa
01:57se mantenha nos próximos meses.
01:58Quais produtos você veria como mais, vamos dizer assim, como um caminho mais fácil para
02:05a gente aumentar as vendas para a China?
02:07Olha, especialmente aqueles produtos que a gente pode considerar como sendo uma commodity,
02:12ou seja, um produto que tem uma percebilidade um pouco menor do que um produto fresco.
02:17Então a gente está falando especialmente ali de produtos do setor florestal, a China já
02:21é um dos principais compradores do setor florestal brasileiro e apesar da celulose ter sido
02:26isentada da sobretaxa, a gente tem outros produtos ainda do setor florestal como derivados
02:31de madeira, MDF e outros tipos de papéis como sacos e outras embalagens especiais que
02:37podem seguir como a China ou até mesmo a América Latina como solução.
02:42Agora, para produtos um pouco mais perecíveis como frutas frescas, a gente vê um pouco mais
02:46de dificuldade disso por conta do tempo logístico dos embarques.
02:50Naturalmente é possível exportar para a China sim, mas esses embarques precisam acontecer
02:55com condições especiais de transporte, refrigeração e etc.
02:59E hoje essas cadeias não estão 100% estabelecidas.
03:01Eu vou te dar um exemplo, por exemplo, do setor de frutas frescas.
03:05Os Estados Unidos é um importante comprador de frutas tropicais brasileiras, ali como
03:09melão, como mamão, mangas, enfim.
03:13E esse tipo de produto tem precibilidade muito alta.
03:16Naturalmente não é tão simples redirecionar para a China, então talvez esse tipo de produto
03:20acabe ficando aqui no mercado interno em curto prazo.
03:22Mas para aqueles produtos que têm uma precibilidade muito menor, como celulose, alguns tipos
03:27de grãos, como o café mesmo, uma vez estabelecidas ali todos os credenciamentos e habilitações,
03:33é possível sim exportar para a China sem nenhum tipo de problema.
03:38Os requisitos para a compra de produtos do agro pela China são muito diferentes dos requisitos
03:44dos Estados Unidos?
03:45Olha, cada país tem autonomia para dizer aquilo que eles entendem ser como pré-requisitos
03:52necessários em termos de barreira fitocinitária.
03:54O governo chinês preza pela segurança alimentar e pela segurança da saúde de sua população
04:00em primeiro lugar.
04:01Mas eu não diria que são requisitos necessariamente mais altos, apenas diferentes.
04:05E claro, neste momento a gente entende que diplomacia faz toda a diferença.
04:09Nesse sentido, o governo brasileiro e as associações locais sempre mantêm contato com as autoridades
04:15chinesas, também com as americanas, mas nesse sentido o relacionamento entre Brasil e China
04:20é muito positivo, é muito favorável e deve azeitar um pouquinho mais, facilitar um pouco
04:24mais, acelerar um pouco esses embarques para aqueles produtos que não estejam ainda habilitados.
04:29Bom, Rafael, e tipicamente quanto tempo leva para se habilitar, no caso aí da China, a compra
04:36de um produto brasileiro, até partindo do exemplo do café que a gente comentou aqui
04:41no começo, mas pensando nesses outros produtos do nosso agro também.
04:45Normalmente quanto tempo se leva um processo como esse para habilitação e para a efetiva
04:51possibilidade de começar os embarques?
04:54Olha, depende muito de produto e de cadeia.
04:56E também, eu diria, da vontade das autoridades em acelerar ou não o comércio naquele produto
05:01específico.
05:03Mas de uma forma geral, conversando com lideranças do agro, a gente entende que nada deve acontecer
05:07tão rápido até o final do ano caso as tarifas, as sobretáxicas, digamos assim, se mantenham.
05:12Naturalmente para algumas cadeias isso deve ser um pouco mais rápido, especialmente para
05:15aquelas que já tem fluxo de comércio estabelecido, mas para outras isso pode levar um pouquinho
05:19mais de tempo.
05:21Então, justamente por isso a gente já vê muitos setores, especialmente aqueles com alta exposição
05:26ao mercado norte-americano, pedindo ajuda para o governo brasileiro em termos de linhas
05:30de financiamento.
05:31Já antecipando, possivelmente, uma quebra ali nos embarques para os Estados Unidos e
05:36a impossibilidade de continuar com os embarques, pelo menos no curtíssimo prazo, para outros
05:41mercados.
05:42A gente está falando aqui de setor de frutas, setor de pescados, setor de cacau e alguns
05:46outros produtos específicos que são relevantes para o agro, mas não tão grandes naturalmente
05:51quanto florestal, carne envolvida, enfim.
05:53A gente acompanhou há pouco aqui nessa edição do Radar, ao vivo de Brasília, o vice-presidente
05:59Geraldo Alckmin e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, falando, entre outros pontos
06:05sobre o tarifácio, dessa busca por novos mercados.
06:08E citaram ali como possíveis novos mercados ou mercados para comprar mais do nosso agro,
06:14Reino Unido, União Europeia, Vietnã, aí no caso do Vietnã especificamente em relação
06:19à carne bovina, são destinos que fazem sentido na sua análise?
06:25Olha, com certeza.
06:26Quando a gente coloca em perspectiva o tamanho dos Estados Unidos frente ao mercado do agro
06:31brasileiro, a gente está falando que os Estados Unidos representam o terceiro maior
06:35mercado de destino de exportação brasileiro.
06:37Não é o líder, mas também o terceiro local, o terceiro colocado não é algo irrelevante.
06:42Ele só fica atrás justamente da China e da União Europeia.
06:46Então, nesse sentido, aumentar os embarques dessa terceira posição para posições que
06:51hoje estão ali em quarto, quinto, sexto, sétimo, faz muito sentido no que concerna, no que
06:57a gente entende de diversificação de mercados.
07:00Facilita muito, mais uma vez, a posição diplomática do Brasil com esses mercados.
07:05O Brasil tem tratativas diplomáticas muito positivas com todos esses mercados.
07:09e isso deve facilitar a abertura de novos envios.
07:13A gente vê também possibilidades de aumento dos embarques para o Oriente Médio, para mercados
07:18ali na África.
07:19O Brasil tem boas tratativas e até mesmo dentro do bloco do BRICS.
07:23Então, a gente entende que sim, isso é importante e isso pode acontecer de uma velocidade um pouco
07:28até mais rápida do que a resolução, possivelmente, de ruim bróvel com os Estados Unidos ou
07:33uma renegociação de tarifas.
07:34Agora, Rafael, por mais que haja esse esforço para aumentar a lista de isenções desse novo
07:41tarifato, dessa nova tarifa de 40 sobre os 10 anteriores, esforço por buscar mercados,
07:47você entende que, invariavelmente, vai acabar acontecendo um aumento de oferta no Brasil
07:54de parte desses produtos do agro?
07:57Olha, como eu mencionei, isso vai depender um pouco do tipo da cadeia que a gente está olhando.
08:01Se a gente olhar uma cadeia muito perecível, é natural que o produtor não tenha outra
08:05opção, além daquela de vender no mercado interno.
08:08Então, possivelmente, a gente vai ter um aumento de oferta e uma queda de preços.
08:12Isso só não vai acontecer se o custo de carregamento desse produto para o produtor não
08:17for ali relevante.
08:18Se o produtor conseguir carregar esse estoque por um pouco mais de tempo, ou seja, se for
08:22um produto muito menos perecível, talvez a gente não tenha um aumento de oferta no curto
08:27prazo no Brasil e pouquíssimos impactos no preço.
08:29Mas, falando de produtos altamente perecíveis, especialmente frutas, pescados e alguns produtos
08:35mais frescos, é bem provável que, sim, nos próximos meses, caso essa sobretaxa se mantenha,
08:40a gente venha observar um aumento de oferta e queda de preços no mercado doméstico, sim.
08:45Rafael Barizauskas, especialista em cadeias de valor na FECAP.
08:49Muito obrigado, Rafael, pela gentileza da entrevista.
08:51Boa semana aí para você.
08:53Obrigado para vocês também.
08:55Até mais.
08:55Até.
08:56Obrigado.
08:56Obrigado.
08:57Obrigado.
08:58Obrigado.
08:59Obrigado.
09:00Obrigado.
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