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O governo adota medidas emergenciais para apoiar setores afetados pelo tarifário, enquanto o mercado avalia se o pior já passou. O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, e os analistas Alberto Ajzental e Vinicius Torres Freire analisam o efeito das compras governamentais, o papel do Banco Central na queda das expectativas de inflação e os reflexos da valorização do dólar e das commodities. Com o Ibovespa B3 se aproximando dos 140 mil pontos, o cenário ganha nuances políticas e econômicas importantes para os próximos anos.

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Transcrição
00:00A gente vai conversar sobre as notícias econômicas essa segunda-feira com a economista sênior da Tendências Consultoria, o Silvio Campos Neto.
00:08Silvio, boa noite para você. Seja muito bem-vindo aqui ao Jornal Times Brasil, licenciado CNBC.
00:14Boa noite, sempre um prazer falar com vocês.
00:17A gente vai começar então com a decisão do governo de comprar alguns produtos de setores que foram afetados pelo tarifácio.
00:23Essa lista aí tem frutas, tem pescado, tem castanhas, mas café e carne ficaram de fora.
00:28A justificativa do governo é que esses produtos conseguem encontrar novos mercados com um pouco mais de facilidade.
00:34O que você achou dessa medida?
00:36Eu acredito que essas exceções até fazem sentido.
00:39De fato, há uma maior viabilidade de recolocar esses produtos em outros mercados,
00:45especialmente na questão das carnes, em que há um aperto nesse mercado em termos globais nesse momento.
00:51Mas de forma geral, as ações todas que têm sido tomadas, inclusive essa de compras governamentais,
00:57servem como um paliativo, como uma situação pontual, de curto prazo, para apagar um incêndio,
01:04especialmente em alguns setores de produtos perecíveis que estão sofrendo muito com esse aumento significativo de tarifas.
01:13Então, claro que isso ajuda, traz um alívio, mas é algo pontual.
01:17Então, nesse caso, a única saída realmente estrutural, duradoura, para esse problema
01:23é que ocorram negociações efetivas, maduras, entre o Brasil e os Estados Unidos,
01:30de preferência deixando de lado aspectos ideológicos,
01:33e buscando novas exceções para aquele tarifácio de 40%,
01:38conforme o anúncio daquela lista anterior, que isentou parte dos produtos.
01:43E, além disso, claro, os produtores buscando alternativas,
01:47sabendo que é muito difícil fazer um contraponto, substituir o mercado norte-americano.
01:56Com a Luciana e Miranda, que falou que o dia hoje na Bolsa foi de cautela,
02:00apesar que teve um pequeno aumento do índice Bovespa,
02:03chegando já devagarzinho, se aproximando dos 140 mil pontos.
02:07Você diria que o pior da crise envolvendo o tarifácio já foi absorvido pelo mercado?
02:13No primeiro momento, eu diria que sim.
02:15Agora, em se tratando de Trump, sempre há um risco de alguma situação nova,
02:20questões imprevisíveis e que podem também trazer novos períodos de volatilidade.
02:26Então, claro que já tivemos muitas notícias problemáticas nos últimos meses,
02:32os mercados vieram absorvendo com todos os efeitos,
02:35toda a volatilidade que vimos.
02:38Claro que também essa melhora recente tem sido muito embalada
02:42pela perspectiva de que o Fed nos Estados Unidos vai começar a reduzir juros agora,
02:47no próximo mês, em setembro.
02:50É algo que ainda depende um pouco de alguns dados nos Estados Unidos.
02:53E aí toda essa sequência de novas quedas de juros ainda muito em aberto
02:57por todo esse contexto, o risco inflacionário por lá sendo um ponto de preocupação.
03:02Então, também não dá para cravar, de certa forma, que já estamos num terreno mais seguro,
03:09porque parte dessa melhora também tem a ver, primeiro, por questões ainda não certas,
03:15não confirmadas, e também ainda temos riscos importantes,
03:18não só ligados à agenda tarifária.
03:21E aqui no Brasil, lembrando que mais adiante,
03:23temos alguns aspectos pendendo para lados distintos.
03:26De um lado, a expectativa de redução de juros a partir do início do ano que vem,
03:30o que é bom para a renda variável, de forma geral,
03:33mas de outro, também a entrada cada vez mais presente
03:36da discussão político-eleitoral do próximo ano,
03:39o que tende a causar também muita volatilidade, principalmente em 2026.
03:44Silvio, o Vinícius Torres Freire tem uma pergunta para você agora.
03:48Silvio, boa noite.
03:48A gente vê agora, faz algumas semanas, mas nessa especialmente,
03:52uma movimentação geral aí no Focus.
03:55A gente tem notícia do Focus relevante, faz um tempo que a gente não via.
03:59Agora, até 2027, a gente vê baixa na expectativa de inflação.
04:04A gente tem a ajuda do dólar, um pouquinho de inércia deve estar influenciando
04:07expectativas para os outros anos.
04:09E agora, o pessoal do mercado acha que está acreditando no UBC,
04:17a atuação do UBC está fazendo com que o pessoal se sinta mais seguro,
04:21ou tudo isso é só dólar e inércia que está levando as expectativas caírem para adiante?
04:27Você acha que agora vai ter um movimento contínuo, fora outros choques,
04:31na ausência de outros choques, para a gente ver expectativas caindo
04:34ao longo de todos os anos, especialmente em 2026 e 2027?
04:37É, Vinícius, boa noite.
04:40Eu diria que tem um peso, sim, importante também do comportamento do Banco Central
04:44ao longo desses últimos meses.
04:46Como todo mundo sabe, havia uma certa preocupação com a transição
04:50no comando da instituição na virada de 2024 para 2025,
04:55e esses temores não se confirmaram.
04:57O Banco Central continuou na sua linha bastante técnica de condução da política monetária,
05:03inclusive apertando até mais do que se imaginava.
05:05E, nesse sentido, isso surpreendeu os mercados,
05:09e o que a gente observa é que a política monetária já tem feito o seu efeito,
05:13tem trazido os seus impactos, o que é esperado no sentido de promover alguma moderação da atividade,
05:20ainda que essa situação ainda tenha que chegar no mercado de trabalho.
05:23Claro, aqui estamos falando de um efeito de desaceleração da economia,
05:27que não é algo bom, mas que nesse contexto de uma economia muito apertada
05:31e que vinha crescendo claramente acima do potencial é algo necessário para esfriar essas pressões.
05:37Então, há, claro, uma série de elementos aí contribuindo, como você mencionou bem,
05:41o próprio dólar para baixo e também caindo mais do que se imaginava até pouco tempo atrás,
05:46isso ajuda, mas eu diria que os posicionamentos firmes do Banco Central têm sido muito importantes,
05:52não só em mitigar, na verdade, eliminar aquele temor com o Banco Central mais voluntarista,
05:58em termos de quedas de juros sem fundamentos, isso não aconteceu e provavelmente não ocorrerá,
06:04mas também com o próprio efeito da política monetária,
06:06que já começa a se materializar nos dados de crédito, em alguns números de atividade,
06:10e isso vai fatalmente chegar também no mercado de trabalho ao longo dos próximos meses.
06:15Então, nesse sentido, o que se espera é que a inflação, de fato,
06:17entra numa trajetória gradualmente declinante, as expectativas também devem continuar nessa linha,
06:24mas com alguns limites, pelo menos de antemão, não creio que a gente tenha uma convergência plena
06:29das expectativas para a meta, a inflação de curto prazo continuará acima,
06:34pelo menos em 25, acima dos 4,5, para o ano que vem, talvez um pouco abaixo disso,
06:39e a grande questão aqui envolvida é qual será a política econômica a partir de 2027,
06:44acho que essa é a grande questão e a gente só vai ter essa resposta
06:46no final do ano que vem, e aí estou falando principalmente de ajuste fiscal,
06:51de contenção de medidas eventualmente de estímulos que acabam fazendo um contraponto
06:57ao trabalho do BC, então acho que por essa incerteza,
07:00e que é uma peça fundamental no processo inflacionário,
07:04em todo o processo da política macroeconômica,
07:07é que eu não vejo uma convergência plena para a meta, pelo menos não nos próximos meses.
07:12Agora a gente vai para uma pergunta do Alberto Azental.
07:14Silvio, boa noite, é mais difícil você prever o final do ano
07:19quando você está lá em janeiro, no começo do ano,
07:22você tem 12 meses pela frente, você nem sabe o que vai acontecer,
07:25principalmente no ano que nem esse.
07:27Agora, a semana que vem já é setembro, faltam apenas 4 meses para acabar o ano,
07:31então a primeira pergunta é se os números já estão convergindo para o final do ano,
07:38quer dizer, o risco é menor.
07:40E tem um dado aqui do IGPM, do Focus, que é o IGPM, que sempre me chama a atenção,
07:45a previsão para o final do ano era 1,13 e ele caiu mais ainda, está em 1,04,
07:51isso há 15 semanas consecutivas.
07:54E ele tem uma influência enorme no IPCA, eu queria que você comentasse a queda do dólar
07:59e a queda das commodities que influenciam tanto o IPA, que faz parte lá do IGPM.
08:05É, exatamente, Rosenthal, o que tem ocorrido com o IGPM é exatamente uma resposta,
08:11um reflexo dessa combinação de dólar perdendo força no mundo todo e aqui,
08:16naturalmente, que é o que acaba gerando esse efeito nos índices,
08:22e também as commodities em patamares de preços mais baixos,
08:27tanto o petróleo, que tem se comportado bem por um mercado que está um tanto quanto sobreofertado,
08:33ainda que muito volátil, mas os fundamentos desse mercado apontam para baixo,
08:38e mesmo outras commodities, grãos, vêm se comportando bem,
08:41um cenário de safras positivas, não só aqui no Brasil, em outros países importantes,
08:46mesmo o minério de ferro com algumas oscilações, mas também sem força para ir muito além
08:51dos níveis que a gente já tem observado.
08:53Então, tem uma combinação bastante favorável que força os índices,
08:58o chamado índice ao atacado, o índice ao produtor, a apresentar variações negativas,
09:03tanto na parte agro como também na parte industrial,
09:06e isso acaba também se traduzindo no IGPM bem abaixo do que se imaginava,
09:12lembrando que o IGPM tem essa característica mesmo,
09:14no início do ano é sempre muito difícil antecipar o que vai acontecer com os índices gerais,
09:19porque ele tem esse comportamento mesmo muito instável,
09:22é bem diferente do IPCA, então tanto quanto mais previsível,
09:26o IGP tem essa característica e estamos no ano de baixa,
09:30no ano bom, e acontece de tempos em tempos,
09:33do IGPM se posicionar abaixo do IPCA,
09:36e isso acaba até gerando uma influência positiva no IPCA por algum tempo,
09:40com uma influência baixista,
09:42certamente também é um dos fatores que ajudam nessas revisões para baixo
09:46nas projeções de IPCA, tanto nesse ano,
09:48mas também pensando já no início do ano que vem.
09:51Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria,
09:54muito obrigado pela sua participação e boa noite.
09:58Eu que agradeço a oportunidade,
09:59e aí sempre boa noite para vocês, até a próxima.
10:01Tchau, tchau.
10:03Tchau, tchau.
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