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Ao Real Time, a comentarista Kátia Abreu analisou os impactos das tarifas de 50% dos EUA sobre o agro e a energia. Carne, café e frutas ficaram fora das exceções. Exportadores de etanol e transformadores também estão sob pressão.

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Transcrição
00:00Em 2024, o agronegócio representou 30% das exportações brasileiras para os Estados Unidos,
00:12com destaque para carne, café e frutas.
00:15Agora, com a tarifa de 50% prestes a entrar em vigor, o Brasil enfrenta um dos maiores
00:20testes nessa relação comercial.
00:23A pressão é maior sobre o campo e sobre a energia.
00:25Para analisar esse novo cenário, eu converso neste momento com a nossa notável Kátia Abreu.
00:31Seja bem-vindo ao nosso canal, Kátia.
00:33Seja bem-vindo ao Real Time.
00:34Boa tarde para você.
00:36Boa tarde, Marcelo.
00:37Ainda bem que nós estamos de volta, feliz.
00:40Volta, retorno às suas férias merecidas.
00:43Obrigado.
00:43Que você tenha sido muito feliz nessas férias com a sua família.
00:47Marcelo, cheio de novidades, não é isso?
00:49Nós tivemos boas notícias, comemoramos bastante a exclusão de vários produtos da lista,
00:58melhorando muito o nosso resultado com relação ao PIB, pois se não tivesse tido as exceções,
01:04a nossa redução de crescimento no PIB seria muito maior.
01:09Com a retirada e feitas as exceções, nós melhoramos muito o nosso impacto.
01:14Agora, passada a comemoração, nós temos que olhar agora para aqueles que não fizeram parte da exceção,
01:22que isso é muito normal e natural, que nós possamos nos preocupar com aqueles que não foram beneficiados.
01:29Por exemplo, o café.
01:31Começando pelo agronegócio, acho que nós temos três questões importantes, três setores importantes,
01:36começando pelo café, que nós estranhamos bastante.
01:40Por quê?
01:40Porque os americanos são grandes consumidores do café brasileiro.
01:44E numa situação de que nós estamos com uma produção muito baixa no mundo inteiro de café,
01:51então não há grandes opções para que os americanos possam comprar em outros lugares,
01:56devido a uma queda na produção no Vietnã e em outros países,
01:59então não há muitas opções.
02:01Isso significa que o cafezinho americano vai subir de preço,
02:06e o americano vai ficar mal-humorado.
02:08Então, temos ainda boas esperanças de que o café brasileiro possa ainda entrar na lista de exceções.
02:16Outro produto que nos causa estranheza,
02:20Marcelo, é a carne.
02:22Também nos Estados Unidos está faltando carne.
02:25No mundo inteiro, o preço da carne não está bom.
02:28O único país que ainda tem um preço comparativo baixo com relação ao mundo todo é o Brasil.
02:37Então, os americanos estão vivendo há três anos e deverão viver mais dois anos adiante
02:42uma escassez de carne bovina.
02:45Então, não ter incluído o Brasil nessa exceção com relação à carne bovina,
02:52está muito estranho isso.
02:53Então, nós acreditamos que pode haver uma revisão também.
02:57Apesar de que a cota brasileira de exportação para os Estados Unidos
03:03é relativamente uma cota baixa.
03:06Nós tínhamos uma cota um pouco superior, mais de 65 mil toneladas,
03:13mas quando os Estados Unidos fez uma negociação com o Reino Unido agora,
03:17tirou 15 mil toneladas nossas.
03:20Nossas, que eu digo, de países terceiros, que eles chamam.
03:23E que o Brasil está dentro.
03:25Então, nós ficamos apenas com 50 mil toneladas de cota
03:28para esses países terceiros que o Brasil está embutido.
03:33E isso, essa cota, nós consumimos ela, Marcelo,
03:36nos primeiros 15 dias do ano, de tão pequena que ela é.
03:41A Austrália, por exemplo, tem uma cota enorme para os Estados Unidos
03:45e não consome nem metade, porque não tem essa carne para ser exportada.
03:51As frutas, por outro lado, como manga, mamão-papaia, as uvas,
03:59são frutas que os Estados Unidos não produzem e estão na mesa do breakfast americano,
04:06do famoso breakfast americano, e que também vai fazer muita falta.
04:10Então, são questões que os Estados Unidos, produtos que os Estados Unidos não produzem
04:15e não deixou na cota de exceção.
04:18Assim, os pescados.
04:20Nós passaremos muita dificuldade com os pescados,
04:23porque ele consome, os Estados Unidos consome 70% do pescado brasileiro.
04:30O ano passado, nós vendemos 224 milhões de dólares.
04:33Não é pouca coisa para a produção brasileira,
04:36em que, pese, nós também somos importadores de pescados, de peixe,
04:41com tamanha quantidade de água que nós temos,
04:44água salgada e água doce,
04:46infelizmente, ainda somos importadores de peixe,
04:50em uma pequena cota de exportação.
04:53Então, no agro, nós temos essas questões.
04:56Mas também nós temos um outro setor
04:59que vai passar por grande dificuldade,
05:03que eu destaco aqui, Marcelo,
05:05que são os setores de energia e transformadores.
05:10Nós temos um setor muito forte na área de transformadores,
05:13que exportam 90% para os Estados Unidos.
05:17E vão passar grandes dificuldades,
05:20se não entrarem nas cotas de exceção.
05:22Os Estados Unidos compram muitos transformadores,
05:25porque eles estão produzindo, em grande escala, os data centers.
05:30Então, o Brasil é um país que faz parte de uma cota grande
05:34de exportação desses transformadores
05:37e de partes importantes de energias renováveis,
05:43como energia fotovoltaica.
05:45Nós exportamos para lá.
05:46E o etanol, que, apesar que os Estados Unidos
05:49é o principal produtor de etanol no mundo,
05:52o Brasil é o segundo produtor de etanol,
05:54nós exportamos etanol para lá, por quê?
05:57Porque o nosso etanol, ele é muito mais puro,
06:01muito mais limpo, renovável do que o etanol americano.
06:05Mas como assim? Por quê, Kátia?
06:07Porque o etanol americano, ele é a base de gás natural,
06:12que é poluente.
06:13É melhor do que do petróleo?
06:15Sim, gás natural é menos poluente.
06:17Mas o nosso é totalmente verde.
06:20O nosso vem da biomassa.
06:22São árvores que são plantadas, não são árvores nativas,
06:26árvores que são plantadas com o objetivo de servir de fogo
06:31para as caldeiras do nosso etanol.
06:33Uma parte do etanol vem da queima da nossa palhada, da cana,
06:38mas o etanol de milho brasileiro é totalmente feito de biomassa.
06:43Então, eles precisam ter um contrato muito grande com os japoneses
06:46que não aceitam o etanol sujo do gás natural.
06:51Então, eles compram o etanol do Brasil, fazem um cashback ali,
06:56uma troca nos portos e mandam direto para o Japão.
07:00Então, eles precisam do nosso etanol, que é 100% limpo.
07:05Então, essas são as nossas dificuldades principais,
07:09para resumir aqui por conta do nosso horário, que é diminuto.
07:13Mas, resumindo e concluindo, nós vamos ter que encontrar alternativas.
07:18A primeira delas, claro, é tentar e continuar negociando com os americanos
07:23e mostrando a eles que nós não temos déficit, ao contrário,
07:28nós temos déficit com os Estados Unidos, eles são superavitários conosco
07:32e que nós precisamos continuar negociando de igual para igual,
07:36todo mundo com a cabeça erguida, naquela coisa do ganha-ganha.
07:39Não existe o vencedor e vencido, nós temos que negociar como gente grande.
07:45Os Estados Unidos é uma nação poderosíssima, ninguém vai diminuir isso,
07:50continuará sendo por muitos e muitos anos.
07:53A outra questão é o governo americano estender a mão para esses setores
07:57com ajuda financeira.
07:59Ajuda financeira, quando as pessoas ouvem isso, acha que é dinheiro dado.
08:03Não.
08:04Em todos os setores, quando precisam de ajuda, é empréstimo.
08:07Subvencionado, sim, mas com prazo para pagamento.
08:12E a diplomacia brasileira, que é muito competente,
08:15embora sofra algumas críticas, mas é uma das melhores diplomacias do mundo,
08:19atrás de novos mercados, junto com os empresários.
08:23Os americanos fazem muito isso.
08:25Une a diplomacia com os empresários e vão à luta,
08:29porque um entende de uma coisa, outro entende de outra.
08:32Na Ásia, por exemplo, nós temos muito espaço para negociar,
08:37porque as cotas na Ásia, quando eu digo Ásia não é só China,
08:41claro, óbvio, nós temos as cotas locais,
08:45que estão nas mãos dos próprios governadores, vamos assim dizer,
08:49os chefes das províncias.
08:51Então, nós temos que entrar nesses lugares,
08:54nesses escaninhos, nesses lugares nos estados e municípios
08:58desses países da Ásia e negociar diretamente com aqueles compradores locais
09:04que falam mandarim e que, na maioria das vezes, nem o inglês fala.
09:08Então, nós precisamos buscar isso, buscar essas cotas,
09:12buscar implementar os nossos mercados, diversificar esse mercado,
09:17fazer aquela diplomacia ativa.
09:19Ativa significa sair de casa em busca de novos espaços
09:23e o apoio financeiro, que não pode ficar de fora,
09:27inclusive isenção de impostos.
09:30Por isso que aquela velha questão,
09:32que são as desonerações tributárias congeladas,
09:35que já chegam a 8% do PIB.
09:37O governo dá uma desoneração,
09:39aquele setor acha que é para o resto da vida.
09:41E não é, Marcelo.
09:43Desonerações tributárias é para serem dadas
09:45nesses momentos de crise.
09:47Acabou a crise?
09:48Devolve para o Tesouro.
09:49Não é mais possível dar essa desoneração
09:52para, quando surgir uma nova oportunidade,
09:55o governo poder ajudar.
09:56Aqui no Brasil, não.
09:57São alguns bilhões de reais de desoneração tributária
10:01dadas ao longo do tempo
10:03e que alguns setores acham que tem que ser para o resto da vida.
10:06E isso mostra, nesse momento,
10:08que a desoneração tributária é importante
10:10para acudir esses setores que tanto estão precisando neste momento.
10:15Certo.
10:16Cátia Abreu, uma das notáveis do nosso canal.
10:18Muito obrigado por mais uma participação
10:20e boa tarde para você.
10:22Boa tarde, amigo.
10:23E ótima semana a todos nós.
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