Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O ex-ministro Roberto Rodrigues analisou o agro brasileiro, destacando crescimento de 40% em produção, desafios logísticos e negociações internacionais para reduzir impactos do tarifário dos EUA. A perspectiva é fortalecer exportações e ampliar a liderança global do setor.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Em entrevista exclusiva para o Times Brasil, licenciado exclusivo OCNBC, o ex-ministro da Agricultura e professor emérito da FGV, Roberto Rodrigues,
00:11falou sobre o setor do agronegócio no Brasil e sobre a missão da CNI a Washington em busca de negociações contra o tarifácio. Vamos ouvir.
00:21O agro brasileiro sempre foi uma potência mundial e nos últimos anos se tornou o principal motor da economia brasileira.
00:27Muito desse crescimento se deve ao nosso convidado de hoje, Roberto Rodrigues, economista, professor, foi ministro da Agricultura
00:34e hoje é um dos maiores especialistas em agronegócio da atualidade. Obrigado pela presença.
00:39Eu que agradeço, Felipe.
00:40Professor, apesar do nosso agro ser o maior do mundo, a gente sabe que o setor enfrenta grandes desafios hoje.
00:45Quais são os maiores desafios hoje em dia para o agronegócio brasileiro?
00:48O maior desafio é não ter uma estratégia articulada para o agro, que contemple logística e infraestrutura,
00:57acordos comerciais com grandes países consumidores, tecnologia avançando cada vez mais,
01:05organização privada e o cooperativismo é fundamental e tudo isso embrulhado em sustentabilidade.
01:12Então, o nosso problema é uma estratégia.
01:14Como é que o Brasil vem se posicionando no cenário internacional nessa busca por novos mercados
01:20e quais produtos e culturas têm mostrado maior potencial de crescimento?
01:25Essa é uma pergunta interessante porque as vertentes são muitas e os processos também são disparos em relação a novos mercados.
01:36Mas o fundamental que eu acho dessa história, para respeito à pergunta,
01:41é que o Brasil foi colocado num corner pelo tarifácio.
01:45Um corner que, de alguma maneira, já vinha acontecendo no mundo com a perda de protagonismo das organizações multilaterais.
01:56Se perguntar na agricultura, que é a diretora-geral da FAO, por exemplo, que é a agricultura da ONU, ninguém sabe.
02:02OMC, quem lhe dera OMC? Ninguém sabe.
02:04Então, houve uma perda de protagonismo geral no mundo multilateral.
02:08E isso foi criando novos arranjos.
02:13O Brasil fez isso com a timidez, mas com um avanço positivo, através da Ação do Ministério da Agricultura,
02:20com acordos e nichos de mercado pequenos, mas importantes, mais de 400 acordos.
02:26Mas vamos fazer acordo grande com a China, com a Índia, com os Emirados Árabes,
02:32com a União Europeia, que finalmente acha que vai sair, com os países do leste europeu, com a África.
02:39Nós temos que buscar mercados de grande quantidade de consumidores.
02:42Porque o Brasil é um país grande, pode aumentar a produção, pode aumentar a exportação,
02:47mas tem que ter comprador garantido.
02:49Então, tem que ter acordos comerciais com grandes mercados.
02:51Bom, um assunto que a gente não pode fugir da nossa conversa é o tal tarifácio do Donald Trump.
02:56Tivemos alguns produtos que foram isentos, entraram naquela lista, e outros foram prejudicados.
03:00Como é que o senhor está vendo, como é que os produtores estão tentando melhorar essa situação,
03:05estão tentando negociar para reduzir um pouco o impacto na agricultura?
03:09Os produtores estão indo ao mercado para negociar, sentindo uma pouca, digamos, eficiência na ação do governo.
03:20Então, os produtores estão trabalhando.
03:21A CNA está lá nos Estados Unidos, negociando, forçando a barra.
03:25Então, está havendo um esforço muito grande dos produtores para conversar com consumidores americanos,
03:32legisladores americanos, para criar uma fronteira nova de integração comercial.
03:39A luta é muito grande, mas o setor rural brasileiro finalmente assumiu a posição legítima.
03:45Defendeu o interesse comercial.
03:47Nada de fazer reação negativa, brigar.
03:54Não precisamos criar amizade comercial.
03:57Qual foi o grande salto tecnológico que permitiu ao Brasil se tornar o maior produtor de agro do mundo?
04:03Foi uma verdade de chave, Felipe.
04:06A agricultura brasileira importou tecnologia a vida inteira.
04:11até meados dos anos 70, sabe o que passaram?
04:15A Embrapa foi criada em 73, 74, até o funcionamento.
04:19E Eliseu Alves, que era o grande pensador da Embrapa,
04:23contratou mais de mil pessoas com a Alisson Polinelli, o Ministério da Agricultura,
04:27mandaram todo mundo para fora, para aprender rotas tecnológicas.
04:31Como é que faz a pesquisa?
04:33Eu só vou voltar a falar, agora tropicalizem isso.
04:36Essa foi a verdade de chave.
04:37Mas eu gostaria de falar desse acordo com o Mercosul,
04:41entre o Mercosul e a União Europeia,
04:43que agora finalmente parece que está se encaminhando
04:45para um acordo realmente pragmático
04:47e com o início já das tratativas para valer mesmo.
04:54Como é que o senhor vê esse acordo?
04:55Como é que isso vai mudar o agronegócio brasileiro?
04:57É muito importante mesmo.
04:58Estamos atrás desse acordo há mais de 20 anos.
05:00Eu mesmo já trabalhei antes de ser ministro,
05:03o ministro depois de ser ministro para que esse acordo saísse.
05:05E acho que o tarifácio contribuiu para isso,
05:11porque a Europa ficou meio isolada,
05:12precisava ter parceiros do Mercosul, parceiro natural para a Europa.
05:16Então veja esse rearranjo ao político favorecendo a gente
05:20no acordo com a União Europeia.
05:23Depende do que vai ser decidido em termos concretos,
05:26em termos de tarifas, em termos de cotas para exportação,
05:29mas de qualquer forma vamos aumentar o comércio agropecuário com a Europa.
05:35Espero que agregando valor também.
05:38Não só comodidade, mas produtivo agroindustrial,
05:40porque a indústria brasileira de alimentos hoje já compra 60% da salva brasileira.
05:4560% da agricultura, a indústria brasileira de alimentos e produtos.
05:49Então exportar produtos realizados, já fazemos isso,
05:52vai aumentar muito para a Europa.
05:54Então estou muito confiante que teremos uma abertura paulatina,
05:59não é uma coisa que vai sair do dia para a noite, mas muito positiva.
06:02Eu queria saber da parte do professor.
06:03Como é que o senhor está vendo, na questão da educação,
06:06como é que essas novas gerações estão aprendendo em relação ao agronegócio?
06:10Então existem cursos bons, como é que eles estão se desenvolvendo,
06:13estão aprendendo novas tecnologias?
06:15Grande pergunta.
06:15Essa pergunta que você está colocando me dá a oportunidade de falar de um tema fundamental.
06:20Durante a pandemia, alguns pais e mães do interior de São Paulo
06:25precisaram olhar o material didático dos filhos.
06:28e perceberam, eram contra a agricultura.
06:32Bateram a agricultura usando informações velhas sobre floresta derrubada,
06:39sobre trabalho escravo.
06:40Então criou-se uma associação chamada de olho no material escolar.
06:44Uma associação que hoje está em 16 estados brasileiros,
06:47de pais e mães que não entendem a educação, mas aprendem.
06:51Tem uma presidente chamada Letícia Jacinto.
06:53Põe-se o nome na tua agenda aí, Letícia Jacinto.
06:56Ela é hoje uma pessoa, elas conseguiram fazer com a FEA da USP um estudo
07:02em cerca de 80 livros didáticos.
07:05E encontraram muito mais da metade dos termos de agricultura negativos,
07:10sem nenhuma base científica, uma base tecnológica,
07:12bateram a agricultura.
07:14Então vinha sendo criada uma geração nova brasileira contra a agricultura.
07:18Imaginem como se fosse possível viver num país como esse sem agricultura.
07:22agricultura é a base do país hoje em dia, economicamente, socialmente,
07:25em termos de comércio internacional.
07:27Mas esse grupo está fazendo um trabalho muito bem feito,
07:31inclusive hoje junto ao Congresso Nacional,
07:35porque está sendo discutido o Plano Nacional de Educação,
07:38que é um plano para 10 anos no Brasil.
07:40Então estão trabalhando muito fortemente.
07:43A Letícia com a equipe dela estão lá em Brasil o tempo inteiro,
07:45trabalhando para que o plano abra o tema da alfabetização de primeira idade.
07:51para crianças que aprendam desde a agricultura,
07:54é importante, é fundamental para o país.
07:57Hoje está fraco.
07:59Agora.
08:00A universidade não.
08:01Nós temos escolas de agronomia hoje muito boas,
08:03muito bem estruturadas,
08:06com programas didáticos bem feitos.
08:08Então nós estamos formando gente de nível superior de alta qualidade.
08:13De alta qualidade.
08:14Mas falta essa base.
08:16Então temos que cuidar a educação fundamental.
08:19Com certeza.
08:21Para encerrar, professor, eu queria fazer uma pergunta
08:23para um tema que eu acho que é muito importante,
08:25que o senhor gosta muito, que é a segurança alimentar.
08:27O senhor fala aqui,
08:27isso é uma das questões mais importantes da atualidade.
08:30Eu queria que o senhor encerrasse falando disso.
08:33É.
08:34Eu acho que o mundo hoje é atropelado por quatro fantasmas,
08:37que eu chamo de os quatro modernos cabareiros do apocalipse.
08:41Segurança alimentar,
08:42transformação energética, já falamos um pouco,
08:44mudança climática, que é até o princípio da COP daqui a pouco,
08:47e o tema da desigualdade social.
08:50Esses quatro problemas estão matando a paz no mundo
08:52e a democracia também.
08:53Estão precisando de ser eliminados.
08:55E o maior deles é sempre a sementar.
08:57Essa desordem.
08:58Tem gente hoje que diz que estamos na era da desordem no mundo.
09:01Não é a hora da incerteza, da desordem.
09:04Ninguém sabe que vai acontecer segunda-feira que vem.
09:06Lá nos Estados Unidos, lá em Washington,
09:07ninguém sabe que vai acontecer em Moscou,
09:09vai acontecer em Pequim.
09:10Então há uma incerteza muito grande,
09:12mas todo mundo tem que comer.
09:13E o Brasil tem um papel central nesse processo.
09:18O estudo feito pela OCDE diz o seguinte,
09:21em 10 anos, a oferta mundial de comida precisa crescer 20%.
09:26Para que não falte comida para ninguém e, portanto, que haja paz.
09:30Um país sem comida vai para a guerra.
09:33Nós temos exemplos assim, na primeira era árabe, por exemplo,
09:36que foi assim há 20 anos atrás.
09:36Então, tem que crescer 20% em 10 anos.
09:42Ninguém cresce.
09:43O Brasil cresce 10%, o Canadá 9%, a União Europeia 12%,
09:47a China, a Índia, a Rússia, 15%.
09:49Ninguém cresce 20%.
09:50Mas de acordo com a OCDE, o Brasil cresce 40%.
09:55Porque as condições de tecnologia, gente,
09:58políticas públicas adequadas,
10:00nós temos um horizonte de crescer 40%.
10:01Portanto, o Brasil tem uma chance, Felipe,
10:05de ser o grande protagonista, o grande líder
10:08de um processo de eliminação dos quatro cabaleiros do apocalipse
10:14gerando paz no mundo.
10:16Com o que nós sabemos fazer e ensinar o mundo a fazer.
10:19Isso que eu pretendo fazer na COP.
10:21Mostrar ao mundo o que o Brasil fez em 50 anos
10:23de terras de tropical sustentável
10:25e instar o mundo a fazer a mesma coisa com financiamento global.
10:29É uma coisa muito importante que o Brasil pode liderar
10:33pela primeira vez em todos os tempos.
10:38Obrigado pela entrevista.
10:39Prazer, Felipe.
10:40Prazer.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado