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O economista César Bergo, da UnB, analisou o novo pacote do governo para mitigar os efeitos das tarifas de 50% impostas pelos EUA. A medida prevê crédito, apoio técnico e compras públicas, focando nos pequenos produtores e sem romper o teto fiscal.

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Transcrição
00:00Tá certo. Olha, agora a gente vai falar do seguinte, que o governo já tem um pacote pronto
00:04para proteger a economia brasileira do tarifato de 50% que começa a valer hoje.
00:10Segundo o ministro Fernando Haddad, o pacote será sob medida.
00:13O objetivo é socorrer os setores mais afetados sem que o governo tenha que romper regras orçamentárias.
00:20Para avaliar os reflexos para o mercado e como os setores podem lidar com esse impacto,
00:24nós conversamos agora com o César Bergo, que é economista e professor da Universidade de Brasília.
00:30Seja muito bem-vindo, professor. Bom dia.
00:32Bom dia, Marcelo. É um prazer estar com você mais uma vez aí.
00:36Rafael Coracine também participa dessa entrevista.
00:38Bom dia, professor.
00:39Bom dia, Rafael.
00:41Bom, primeiramente o governo está dizendo, né, professor, está afirmando aí que esse plano de socorro
00:45ele será sob medida justamente para não romper o teto fiscal.
00:49O senhor acha que é possível oferecer alguma coisa para os setores prejudicados sem estourar o orçamento ou a meta fiscal?
00:55Olha, a gente já tem uma certa experiência com relação a essas ajudas, como aconteceu, por exemplo,
01:02com o estado do Rio Grande do Sul, com a das enchentes, do Paraná.
01:06A gente está observando que existe uma diferenciação regional também nos problemas que vão ser enfrentados.
01:12Com essa questão da isenção de alguns produtos, alguns estados melhoraram o seu posicionamento
01:18em função da isenção ou mesmo uma tarifa de 10% sobre alguns produtos,
01:23mas tem algumas regiões que vão ser mais afetadas, sobretudo as regiões do sul.
01:28Paraná, com relação ao pescado, o Rio Grande do Sul também com relação a produtos agrícolas.
01:34Então, parece-me que o governo fez um mapeamento, ele já conhece muitas vezes,
01:39e uma novidade de agora é que essas dificuldades acabaram permitindo que o governo fizesse em detalhes esse diagnóstico.
01:47Então, não tenho a dúvida de que é possível fazer uma ajuda, mas eu não acredito que não seja com impacto ao orçamento.
01:56Vai ter um certo impacto, sim, a gente vai analisar isso, porque quando você fala que vai dar crédito,
02:00você tem que aumentar o orçamento, não tenho a dúvida.
02:03A gente viu a posição agora do BNDES na entrevista anterior, obviamente tem esse aspecto,
02:09tem um volume de recursos que pode ser direcionado para essa ajuda,
02:12mas também tem ajuda técnica também, porque envolve os pequenos produtores, produtores quase artesanais.
02:20Me parece que a grande produção vai estar envolvida naquela questão da isenção que vai ser discutida.
02:26Tem alguns produtos aí, como o café, por exemplo, que já é profissional e tem toda uma estrutura que pode dar um suporte,
02:35mas tem outras aí, como o mel, como a questão das frutas, e vão ter certas dificuldades.
02:41Por isso que é importante, sim, fazer esse diagnóstico e quase cirúrgico agir para ajudar essa produção aí, viu, Marcelo?
02:49Professor, com relação à interpretação do mercado sobre esse programa,
02:57é esperado que o mercado reaja de uma maneira negativa,
03:00levando em conta que isso pode ser excluído do orçamento, possa ser uma espécie de gasto paralelo.
03:08Queria que o senhor comparasse também com o comportamento do mercado
03:12sobre o caso do Rio Grande do Sul, que o senhor mencionou anteriormente.
03:17No ano passado, havia uma perspectiva de que o mercado reagiria mal,
03:23mas, no fim das contas, parece que houve um consenso de que o gasto era realmente necessário.
03:29Não só necessário, né?
03:31Nós vimos que as inversões de capital no Rio Grande do Sul fizeram com que o PIB do Rio Grande do Sul não decaísse,
03:37ou seja, obviamente, se você faz crédito, você movimenta a economia.
03:40Então, o mercado vai ficar atento apenas a esses detalhes com relação aos impactos no orçamento federal.
03:47Mas não tenha dúvida que você colocando mais dinheiro, mais recursos na economia,
03:51você movimenta a economia e eu acredito até que o mercado vai ver com bons olhos.
03:56Nós estamos vendo aí a Bolsa de Valores hoje subindo, o dólar caindo.
03:59Então, isso já é um reflexo das primeiras notícias que saem sobre esse pacote.
04:04Nós temos visto também entidades privadas de apoio ao produtor, que vai ser fundamental,
04:10uma vez que 11% das exportações dos Estados Unidos advém do agronegócio e vai ser o mais impactado.
04:17Então, precisa também ter uma ajuda a esse setor, uma ajuda específica,
04:22sobretudo nos segmentos que eu mencionei de produção quase artesanal, né?
04:27Aquela pamonha que vai para os Estados Unidos, o mel, etc.
04:31Ou seja, as grandes corporações me parecem que estão blindadas,
04:37porque elas já têm um departamento estruturado que possa auxiliar nesse momento.
04:42O pior é, sim, com os pequenos e médios produtores,
04:46que vão ter muita dificuldade nesse primeiro momento.
04:48Então, ajuda a creditícia e mais do que isso,
04:52o governo também está cacenando com a possibilidade de adquirir produtos também,
04:56que é importante, inclusive já com a experiência que o próprio governo tem através da Conab,
05:00provavelmente vai possibilitar uma certa tranquilidade para passar essa crise.
05:06Essa crise vai ser de médio e longo prazo.
05:08Não vamos pensar que vai resolver tudo agora ou no curto prazo.
05:13Levamos um susto muito grande.
05:14Eu acredito que o governo vem com um pacote interessante
05:17e deve envolver outras medidas também,
05:19a experiência do que aconteceu aí, como mencionamos, pelo Estado do Rio Grande do Sul.
05:23Professor, o fato da Bolsa estar subindo hoje, do dólar estar caindo,
05:28a gente pode entender como se o mercado já tivesse precificado antes tudo o que aconteceu.
05:33Caso a situação não piore, caso o Trump não aumente tarifas,
05:38não aplique outro tipo de sanção,
05:40o senhor dá para a gente imaginar que o pior,
05:42do ponto de vista do investimento do mercado financeiro, o pior já passou?
05:46Não, o pior não passou, porque a gente tem um parceiro que é a maior economia do mundo.
05:53Então você tem lá 20 trilhões de PIB, aqui é 2 trilhões.
05:57Então a diferença é muito grande.
05:59Um ventinho lá dá um tufão aqui no Brasil.
06:03Então é importante que a gente tenha em mente que existe um certo risco.
06:06Sim, devemos continuar avaliando o risco.
06:09Existem algumas ações com relação ao mercado internacional adquirindo produtos nossos,
06:14ou já se antecipando a aquisição de certos produtos.
06:18Esse movimento da Bolsa, principalmente na área siderúrgica e de mineração,
06:22é que está tendo uma bengorra muito significativa.
06:27Então existe essa volatilidade, é bom que o investidor tenha cuidado
06:31e que avalie de acordo com o momento os riscos a serem tomados.
06:36Agora, não tenha dúvida de que esse número hoje da Bolsa,
06:40envolvendo não só a mineração, envolvendo a questão da Embraer também,
06:46que republicou o balanço dela, apresentando um certo lucro agora.
06:51Então tudo isso é importante para esse momento de crise e gerando uma oportunidade.
06:57Então nós temos algumas oportunidades sim no mercado,
07:00agora é importante que cada um avalie esse risco.
07:03não tenha dúvida que esse termômetro hoje da economia,
07:06se a fotografia fosse tirada hoje,
07:08eu diria que o mercado já absorveu muito dos riscos
07:12que porventura pode acontecer, sobretudo com os ativos aqui no Brasil.
07:17Professor, com relação aos alimentos,
07:19existe a possibilidade de o governo aumentar a questão das compras públicas
07:26e direcionar parte desses alimentos,
07:29ou para as escolas, ou para outros setores.
07:32Como que o senhor avalia isso?
07:34E queria que comentasse também sobre o impacto na inflação, por favor.
07:39Pois é, a questão, a boa notícia é que pode realmente ter impacto aí na inflação,
07:44porque tem alguns produtos aí que fazem parte do dia a dia.
07:47O ovo, por exemplo, a carne, o café.
07:50Agora, o café é uma comodidade internacional e está faltando café no mundo.
07:55Então o Brasil vai encontrar realmente como alocar alguns desses produtos.
08:01O açúcar também é importante.
08:03Eu não tenho a dúvida de que nesse momento o trabalho do governo de poder formar um estoque
08:08ou mesmo atender a merenda escolar, como se comentou, é importante sim.
08:13Agora, o mais importante é que esses produtos vindos para o mercado interno
08:17vai ter uma oferta maior e aí você vai ter um reflexo na inflação.
08:23Me parece que a grande questão da inflação,
08:25nós vamos conversar em outra oportunidade,
08:27é a questão da energia que está realmente pressionando os preços.
08:31Mas na questão dos alimentos, pode ser que tenha uma boa notícia sim
08:35essa ação do governo adquirindo esses estoques
08:37para que a gente possa, de alguma forma, atender uma demanda específica,
08:43mas também o mercado interno vai acabar se favorecendo
08:46em função dessa queda de preços.
08:48Professor César Bergo, muito obrigado pela participação.
08:51Bom dia.
08:53Bom dia.
08:53É um prazer sempre estar com vocês aí.
08:55Um bom trabalho.
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