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Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, explicou ao Money Times Brasil como a alta tarifa americana afeta produtores e exportadores de frutas perecíveis, como manga e mamão, e quais medidas do governo federal ajudam, mas ainda deixam lacunas para pequenos e médios fornecedores.

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Transcrição
00:00Money Times de volta ao vivo e o pacote de medidas anunciado pelo governo federal
00:05para socorrer os empresários de setores afetados pela tarifa de 50%
00:11continua repercutindo, claro.
00:13A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados,
00:17a Abrafrutas, reconhece o esforço do governo federal,
00:21mas ainda destaca que o conjunto de ações previstas
00:23não contempla plenamente a realidade da cadeia produtiva do setor.
00:28A gente vai entender melhor por que agora, numa conversa ao vivo com o Guilherme Coelho,
00:33que é presidente da Abrafrutas e já está aqui conectado com a gente no Money Times
00:37para comentar o plano de contingência.
00:40Tudo bem? Boa tarde, seja muito bem-vindo ao Money Times.
00:43Tudo bem, muito obrigado pela oportunidade.
00:47Temos passado momentos aqui muito difíceis,
00:52uma insegurança grande, a gente trabalha com produtos perecíveis.
00:56Efetivamente, o pacote que o governo colocou foi muito importante
01:03e, de fato, abraça os exportadores de frutas,
01:09porque ele faz com que o ACC, que é o adiantamento de crédito de quem exporta,
01:16vão ser prorrogados.
01:17Os custeios agrícolas de que os exportadores também pegam nos bancos
01:23para poder tocar a sua safra.
01:26O caso do drawback, de impostos,
01:30isso está, sim, agasalhado, isso está, sim, organizado.
01:34A nossa preocupação é a questão de quem fornece para os exportadores,
01:42porque, geralmente, os exportadores têm a sua própria produção que eles exportam,
01:48mas também eles têm parceria com pequenos, com médios, com outros produtores.
01:55Então, diante disso aí, nós precisamos saber o que é que nós podemos ajudar também
02:02os pequenos e médios que não exportam diretamente as frutas,
02:08mas que fornecem para esses exportadores que têm os packing house.
02:13Então, essa é a nossa necessidade nesse momento.
02:17Mas vamos aguardar.
02:18Essa semana que vem deve ser destrinchado,
02:21deve ser colocado para todos nós.
02:24Como vai funcionar esse plano de contingência
02:26para que nós possamos, junto com o governo, adequar as nossas necessidades.
02:32Certo. Pergunta para o Guilherme.
02:34Legal. Guilherme, boa tarde para você.
02:36Guilherme, como é que vocês estão na relação com o governo federal?
02:40Quer dizer, vocês têm alguma interlocução com o ministro da Agricultura, o Fávaro?
02:45Vocês estão em discussões com eles,
02:48levando essas questões para o Ministério também?
02:51Com certeza.
02:51Como todos nós sabemos, quem conduz toda essa questão a nível Brasil de exportação
02:58é o vice-presidente-geral do Alckmin, do qual nós temos pleno acesso,
03:02como também temos pleno acesso ao ministro da Agricultura.
03:07Eu falo com ele constantemente, ele muito preocupado com essa questão,
03:12porque desde o primeiro momento eu coloquei numa sugestão,
03:16desde a primeira reunião, de que o Brasil devia levar à frente essa questão
03:22de alimentos não entrarem nesse tarifazo.
03:26Essa proposta seria enviada para o governo americano.
03:29Infelizmente, isso não vingou.
03:31E a gente aqui que mexe com fruta, a fruta é muito perecível.
03:36De vez em quando eu vou entrar aqui no assunto,
03:38é que você tem os grãos, muitas vezes dependendo da época,
03:42que existe a Conab, que é uma companhia que armazena para poder estocar o grão,
03:48para poder equilibrar muitas vezes o preço, a demanda, a oferta.
03:52Mas isso aí, o grão tem tempo, ele pode ficar no armazém durante alguns meses.
03:58A questão da fruta, não.
03:59A fruta é perecível.
04:01A fruta precisa ser colocada na mesa do consumidor o mais rápido possível.
04:07Nessas exportações, a gente tem que ter uma ideia,
04:10são 12 a 14 dias de navio.
04:13E quando ela chega lá, ela tem 10 dias para chegar na mesa,
04:16na casa do consumidor.
04:18Então, isso é que nos aperreia.
04:20Porque a safra, vou falar de todas as frutas,
04:23eu falo da manga, eu estou falando da uva, da melancia,
04:26do melão, do mamão que nós exportamos.
04:28Mas o que nós estamos pegando mesmo é a manga,
04:31porque é um tiro curto que eu chamo.
04:33A safra começa agora, essa semana, e vai até o final de outubro.
04:37São 2.500 containers.
04:39A gente está falando de 14 bilhões de caixas de 4,2 kg.
04:44A gente está falando de 48 mil toneladas.
04:47Então, é muita fruta, muita manga num período curto de tempo.
04:51É, nossa, já dá até uma angústia, né, ouvindo aqui o Guilherme.
04:55Ô, Guilherme, e como é que estão?
04:57Como é que estão os negócios, os envios?
04:59Tem fruta parada em algum lugar?
05:01Teve redirecionamento?
05:02Teve coisa que se perdeu?
05:04Compartilha com a gente.
05:04Boa pergunta.
05:06Esta semana é que começou os primeiros embarques dos containers de manga para os Estados Unidos.
05:13É bom dizer que a manga que a gente manda para os Estados Unidos
05:17chama de uma variedade Tommy Atkins.
05:20Essa manga é a queridinha dos americanos,
05:23mas não é a queridinha dos europeus.
05:26Então, uma hora dessa, a gente não consegue jogar essa manga,
05:29nem parte dela, da Europa.
05:31Isso vai colapsar o mercado.
05:32E também a gente se deixar no mercado interno, o preço vai cair bastante,
05:37que aí a gente faz a seguinte conta.
05:40Quanto custa para produzir?
05:42X.
05:43Quanto custa para vender?
05:44Y.
05:45Não compensa.
05:46Os embarques estão sendo feitos timidamente,
05:50porque a safra está começando agora esses dias.
05:53Nós só vamos ter notícias no final do mês de agosto,
05:57que é quando essa manga chega lá,
05:58essa manga vai ser comercializada.
06:01Geralmente, o preço da manga lá, da caixa da manga,
06:04geralmente, se a gente for pegar uma base aí,
06:07é vendida por 6, 7 dólares.
06:10A gente imagina que com essa tarifácia,
06:12isso vai para 11 dólares.
06:14Como é que vai reagir o consumidor americano?
06:18Ele vai comprar caro?
06:20Ele vai fazer o que ele costuma fazer?
06:22E quando uma fruta está cara,
06:24ele compra outra fruta,
06:26porque nós temos uma diversidade muito grande de frutas.
06:30Então, a gente precisa aguardar para ver.
06:32Mas a nossa preocupação agora,
06:34que nós vamos dar todo o foco nesta semana,
06:38além de saber efetivamente
06:39como cada medida dessa vai ser efetivada,
06:43vai funcionar, vai ser operacionalizada,
06:46são esses que geralmente fornecem para os packing houses,
06:51para os exportadores,
06:53como é que eles vão ser aquinhoados
06:56neste decreto, nesta medida provisória.
06:59Isso é que a gente precisa saber
07:00para não deixá-los para trás.
07:02Felipe, a sua pergunta para o Guilherme.
07:04Guilherme, a gente vê a sua preocupação,
07:07a gente compartilha essa preocupação com certeza.
07:10Eu queria saber o seguinte,
07:12em relação a se esse problema,
07:15se essa questão do tarifácio prolongar por muito tempo,
07:18como é que vocês veem aí,
07:20como é que seria um plano B?
07:21Quer dizer, vocês vão tentar procurar novos mercados,
07:23enquanto isso abastece o mercado interno?
07:26Como é que vocês estão pensando?
07:28Quais os cenários que você está trabalhando?
07:29É uma pergunta desafiadora,
07:35porque a variedade, por exemplo, de manga,
07:38é uma variedade, como eu disse agora há pouco,
07:40é diferente em outros lugares que a gente manda.
07:43O mercado interno não aguenta essa quantidade de manga,
07:47está certo,
07:47num curto período de tempo.
07:49A safra dos Estados Unidos,
07:50ela começa agora,
07:52vai até final de outubro.
07:53Então, a gente teme,
07:55a gente teme de que o produtor,
07:57o exportador faça conta
07:58e não compense colher,
07:59não compense deixar aí no pé,
08:01deixa estragar,
08:02porque não vai valer a pena
08:04aumentar o meu prejuízo.
08:06O governo está ajudando,
08:08está certo,
08:09com essa questão,
08:10mas é como eu digo,
08:11é uma cadeia muito grande,
08:13é uma cadeia muito grande,
08:14está certo?
08:15E, de fato,
08:16vai ficar aperreado,
08:17por quê?
08:18Porque uma tarifa dessa se mantendo,
08:21toda a gente vai ter dificuldades
08:23de ter a competitividade,
08:26né?
08:26Quando você vai mandar o mamão agora,
08:29no mês de outubro,
08:30tem outros países também que mandam,
08:32eles vão chegar a um preço,
08:33a gente vai chegar muito mais caro.
08:35Será que compensa comprar o mamão em outubro,
08:37que a gente tem uma quantidade boa,
08:39o americano comprar,
08:40se outro país vai mandar mais barato?
08:43Então, o mamão do Brasil não vai rodar.
08:45E aí vai ficar ruim para todo mundo aqui,
08:47entendeu?
08:49Entendi.
08:50E, Guilherme,
08:50só para reforçar,
08:52muita gente,
08:53quando se trata de alimentos,
08:54especialmente,
08:55quando vê esse impasse
08:57em relação aos Estados Unidos,
08:59comemora,
09:00a carne vai ficar mais barata,
09:02vende as frutas tudo para brasileiro,
09:03então,
09:04que bom,
09:05fica mais barato para a gente,
09:06cai a inflação aqui no Brasil também.
09:08Por que não é bem assim?
09:09Explica para a gente,
09:10você com o seu olhar
09:11aí do outro lado do balcão.
09:14Você está matando
09:15a galinha dos ovos de ouro.
09:17Nós que fazemos a produção do agro,
09:21nós temos uma função muito nobre,
09:25que é colocar comida na mesa das pessoas,
09:28alimentar o Brasil e alimentar o mundo.
09:31Mas, para a gente continuar fazendo isso fortemente,
09:35nós precisamos de condições.
09:37Nós precisamos trabalhar
09:39e podemos continuar tocando as nossas lavouras de qualquer coisa,
09:44de grãos,
09:45de pecuária,
09:46de frutos,
09:47de tudo.
09:48Nós precisamos dessas condições.
09:49e, quando elas não vão aparecer,
09:52isso vai enfraquecendo o agro,
09:54as empresas entrando em dificuldades financeiras,
09:58começam a não honrar os pagamentos dos bancos,
10:01começam a não honrar suas compras,
10:03começam a fazer dimissões,
10:05e esse caminho é muito ruim,
10:08é um caminho de ladeira abaixo.
10:09Então, vamos, com certeza,
10:11tentar equilibrar isso.
10:13Eu ainda acredito,
10:15eu ainda acredito que precisa,
10:17cada vez mais,
10:18essas conversações serem aprofundadas,
10:21precisa de prudência,
10:23precisa de bom senso,
10:25precisa de flexibilidade,
10:28precisa dos governantes terem espírito público,
10:31que é pensar nas pessoas e não pensar neles.
10:36Os Estados Unidos têm que, efetivamente,
10:38rever essas taxas.
10:40Não tem lógica isso,
10:42exclusivamente perante o Brasil,
10:44que é um parceiro de mais de 200 anos.
10:47Então, vamos ver se tem uma boa novidade
10:50para continuar nossa parceria,
10:52como sempre continuamos,
10:54com o ganha-ganha.
10:56Quero agradecer a Guilherme Coelho,
10:58presidente da Associação Brasileira
10:59dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados.
11:03Guilherme, muito obrigada,
11:04boa sorte.
11:05Tendo novidades, por favor,
11:06volta aqui com a gente para compartilhar.
11:10Muito obrigado pela oportunidade.
11:12Um bom fim de semana.
11:13Igualmente. Tchau, tchau.
11:14Tchau.
11:15Tchau.
11:16Tchau.
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