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Welber Barral, consultor em comércio internacional, analisou o impacto das tarifas dos EUA e a possível revisão de Donald Trump sobre produtos como café e frutas. O especialista destacou que o café subiu mais de 21% no mercado americano e virou foco nas negociações entre Brasil e Estados Unidos.

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Transcrição
00:00E agora eu converso com o Welber Barral, consultor em comércio internacional.
00:04Welber, boa noite, é sempre bom demais ter você aqui com a gente.
00:08Muito obrigada por ter aceitado esse convite.
00:11Welber, você acredita que Trump vai recuar mesmo nessa sobretaxação ao café brasileiro
00:16e outros produtos, talvez, banana?
00:20Cristina, então assim, primeira coisa, as pressões que Trump está sofrendo
00:25é principalmente com relação à pressão inflacionária nos Estados Unidos.
00:30O café este ano nos Estados Unidos subiu mais de 21%, o que para a inflação americana é altíssimo.
00:36Então, especificamente do café e de outros produtos que não são produzidos nos Estados Unidos.
00:42Foi disso que eles já estão falando há algum tempo.
00:44Então, não é focado no Brasil.
00:46Na verdade, o Brasil, eu tenho repetido isso sempre, o Brasil não está entre as principais prioridades americanas.
00:53Mas a perda de algumas eleições, como perderam nos Estados americanos,
00:58foi um recado com relação à preocupação da elevação de preços.
01:03Então, provavelmente, eles vão fazer algum movimento que não tenha a ver diretamente com o Brasil,
01:07mas que pode, eventualmente, beneficiar o Brasil, caso os produtos brasileiros sejam incluídos.
01:12E se de fato houver uma redução ou até uma isenção das tarifas,
01:16quais devem ser os efeitos para outras tratativas entre Brasil e Estados Unidos?
01:21O Brasil, a negociação com o Brasil tem sido muito lenta.
01:25Nós vimos aquela questão da química entre os dois presidentes.
01:31Houve uma reunião positiva na Malásia.
01:34Na Malásia, os Estados Unidos assinaram vários acordos.
01:37Assinaram acordo de comércio, assinaram acordo de terras raras, assinaram acordo de investimento.
01:41O Brasil não era prioridade.
01:42A prioridade ali era a reunião com a China e depois com a Coreia e os outros acordos que foram assinados.
01:47E agora, fundamentalmente, nós estamos vendo uma preocupação brasileira muito grande com temas internos,
01:55da presidência, com temas internos brasileiros, e, ao mesmo tempo, uma preocupação americana
02:01por conta do shutdown, da parada do governo americano, do embate dentro do Congresso americano
02:06e, agora, das eleições que eles perderam.
02:08Então, de novo, nós estamos tendo um problema de agenda, realmente,
02:12de agenda e de dedicação e de oportunidade de negociação entre os dois governos.
02:17Você acredita que esse movimento dos Estados Unidos indica uma tendência de recuo em outras medidas
02:25ou seria mais um ajuste pontual e necessário para a economia americana?
02:30Cristiano, o que tem acontecido muito, e já era uma previsão desde o início do ano,
02:35é que esse impacto das tarifas teria um impacto inflacionário.
02:39Ela acabou sendo retardada porque a grande verdade é que os Estados Unidos importaram muito no primeiro semestre.
02:45As empresas americanas, os importadores americanos, por conta do risco, justamente, dessas medidas,
02:52começaram a fazer muito estoque.
02:54Então, há um estoque grande ainda de vários produtos dos Estados Unidos.
02:58Mas, claro, os estoques acabam.
03:00E aí começa a haver um repasse de preço.
03:02Há uma expectativa, você veja vários analistas econômicos,
03:07que preveiam a expectativa que vai ser sentida principalmente em novembro e dezembro desse ano.
03:12E isso pode aumentar a pressão sobre o governo americano para reduzir tarifas
03:18sobre aqueles produtos onde não haja um abastecimento suficiente nos Estados Unidos
03:22ou que não sejam produzidos nos Estados Unidos.
03:25É o caso agora, provavelmente, de café e frutas.
03:28Eu vou passar para as perguntas do Vinícius Torres Freire.
03:30Vinícius.
03:32Meu bem, boa noite.
03:33Gente, apesar de tudo, do tarifas, o resultado de algumas exportações ainda está sendo ruim.
03:39O caso do café teve diminuição de quantidade exportada, mas teve também para a Alemanha, para a Bélgica, para a Itália.
03:45E o preço ainda compensa e a exportação está crescendo em valor 36% ainda ao ano.
03:50No caso de frutas, o preço caiu, mas a quantidade aumentou.
03:53Frutas, nozes, essas coisas.
03:55Agora, na prática, o resultado pior está ficando para a indústria,
04:01que não está conseguindo redirecionar a produção e nem consegue fazer isso em pouco tempo.
04:06Como é que está a situação da indústria aqui, pelo que você tem falado, você tem trabalhado isso,
04:10e como é que está a perspectiva da indústria conseguir alguma coisa nessa negociação do Brasil com os Estados Unidos
04:15ou alguma concessão do Trump por causa de fatores outros?
04:21Vinícius, sua percepção está muito correta.
04:23Ou seja, o que é commodities, o que acaba acontecendo é que o Brasil exporta para outros mercados.
04:29Ninguém vai perder café ou carne.
04:31Claro que não é o mercado prêmio que os Estados Unidos são.
04:34Então, o preço que se paga nos Estados Unidos, a seletividade do consumidor americano acaba pagando um preço melhor.
04:42Mas o Brasil, por exemplo, aumentou carne para a China, para o México, para o Oriente Médio,
04:47para compensar, de alguma forma, o mercado norte-americano.
04:50Frutas, você tem um problema específico e, às vezes, tem uma logística designada para aquilo,
04:56você também não consegue redirecionar com tanta forma, mas também, de alguma forma,
05:00você consegue empresas internacionais ou direcionar para o mercado interno.
05:03Agora, a indústria é muito mais complicada.
05:06Você tem...
05:07Nós estamos sendo muito pressionados por clientes que estão sendo muito afetados.
05:12Te dou três exemplos.
05:14Uma indústria do setor de eólico, do setor de equipamento eólico, que exportava 80% para os Estados Unidos.
05:22Às vezes, é com contratos já feitos com 4, 5 anos de antecedência.
05:26Você não consegue redirecionar aquilo.
05:28Segundo, empresas que montavam partes e peças para a indústria americana,
05:35certificados por uma indústria americana.
05:37Mesma coisa, você não consegue direcionar.
05:40E aí, você também tem outro setor que está sendo muito afetado,
05:43que é o setor de madeira e imóveis,
05:45que tinha toda uma estrutura de abastecimento,
05:48por exemplo, de construção civil nos Estados Unidos.
05:51E, no Brasil, nós não usamos.
05:52Nós usamos alvenaria.
05:54Então, você não tem onde direcionar isso, nem no mercado interno.
05:56Então, essas indústrias, de fato, estão sendo muito afetadas
06:00e estão pressionando bastante o governo brasileiro
06:03para buscar uma resposta que tem sido bastante lenta na visão delas.
06:08E a gente está chegando aí, época de fim de ano, Natal.
06:11De alguma forma, as indústrias vão acabar vendendo menos
06:14em comparação com o ano passado, por exemplo, por causa de tarifas?
06:19Para quem é dependente do mercado americano, seguramente.
06:22Porque o que a gente tem...
06:25E aí, te dou outro exemplo.
06:26O setor de calçados brasileiro não é um grande exportador para os Estados Unidos.
06:31Mas você tem dez ou vinte fábricas que são muito dependentes do mercado americano.
06:35Eu conheço uma fábrica que só exportava para o mercado americano,
06:39e agora não exporta nada.
06:40Então, você tem algumas questões pontuais
06:43de setores que dependiam muito do mercado americano.
06:47Você tem outras questões de setores que tinham mercado americano,
06:50como o mercado premium, carne, café, etc.
06:53E você tem essa indústria que sofre muito
06:57porque ela não consegue direcionar nem para outros mercados
07:01e nem mesmo para o mercado interno.
07:04Velber, prazer mesmo conversar com você.
07:06Sempre muito bom.
07:07Volte mais vezes.
07:08Obrigada.
07:09Boa noite.
07:10Obrigado.
07:11Boa noite.
07:11Eu que agradeço.
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