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O Copom inicia sua reunião com expectativa de manter a taxa Selic em 15%, encerrando o ciclo de alta. Mesmo com as tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump, o cenário interno de inflação controlada e câmbio estável deve pesar mais na decisão. Análise de Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

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Transcrição
00:00O Copom está reunido a partir de hoje e deve anunciar amanhã a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano.
00:08Isso encerraria o ciclo de alta iniciado no ano passado.
00:12O próprio Copom já sinalizou que agora seria preciso haver a manutenção da taxa por um período suficientemente prolongado para controlar a inflação.
00:21Mas essa reunião é a primeira do Copom após Donald Trump anunciar 50% de tarifas sobre produtos brasileiros.
00:30Para analisar a política monetária do Brasil nessa nova fase do tarifaço, eu converso com o Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
00:40Gustavo, boa tarde para você. Obrigado pela sua entrevista aqui, pela disponibilidade.
00:44Gustavo, em que essa perspectiva dos 50% de tarifaço afeta a decisão do Copom?
00:51Primeiramente, boa tarde. Obrigado pelo convite. É um prazer estar aqui.
00:57Basicamente, no curtíssimo prazo, na decisão desta semana, esse embrole em relação às tarifas não deve afetar a decisão do Banco Central.
01:06É claro que no comunicado após a decisão ele realmente deve trazer e colocar no comunicado questões de guerra comercial,
01:14incerteza em relação às tarifas, uma volatilidade que possa existir,
01:19mas o Banco Central segue confortável em manter a taxa de juros em 15%
01:23e vai observar a evolução desses cenários e principalmente possíveis impactos que possam ter em variáveis macroeconômicas,
01:31como por exemplo o câmbio.
01:33Se tivermos uma guerra comercial, um aumento de temperatura, o câmbio começar a estar em uma taxa muito mais desvalorizada,
01:40que impacte a inflação no futuro,
01:42aí o Banco Central pode ter uma preocupação maior por conta desse embrole em relação às tarifas.
01:47Agora, dá pra dizer que esse aumento de tarifa, ele valida ainda mais a decisão,
01:54provável decisão do Copom, de ficar onde está, de manter a taxa selic onde está?
01:59Acredito que a parte de tarifas não deve comprometer de fato a decisão.
02:05O Banco Central aqui do Brasil, ele vai estar com peso e com um olhar maior sobre as variáveis como a inflação aqui no Brasil,
02:13que trouxe uma melhora na margem, expectativas de inflação para 25 que caíram,
02:19mas principalmente de 26 que voltaram a cair depois de semanas de estabilidade,
02:25atividade econômica e créditos desacelerando.
02:28Esses fatores internos terão um peso muito maior para a manutenção da taxa de juros em 15%,
02:34por um período como você trouxe, bastante prolongado,
02:38e vai aguardar o desfecho em relação às tarifas,
02:41porque no momento isso não deve trazer nenhum tipo de insegurança
02:45ou qualquer tipo de ruído ou choque sobre a decisão.
02:49E mesmo com essa perspectiva dos 50% de tarifa de importação, Gustavo,
02:56as projeções para o IPCA e para o dólar, projeções do mercado, vêm caindo.
03:01A gente acompanhou mais uma rodada dessa queda ontem,
03:03inclusive pela divulgação do boletim Focus do Banco Central.
03:08Por que é que esse movimento vem acontecendo?
03:10Claro que isso tem por trás também a perspectiva de que o Brasil não vai retaliar essas tarifas americanas.
03:16Isso mesmo. O câmbio realmente surpreendeu de forma positiva.
03:23Mesmo após o anúncio, se não me engano, no dia 9 de julho,
03:29que trouxe essa tarifa de 50%, o câmbio se manteve num patamar até que comportado.
03:35Não se esperava que podia chegar a 5,70, 5,80,
03:39e ficou na banda entre 5,50 e 5,60.
03:42Acho que dois motivos corroboraram.
03:44Primeiro, a expectativa é que o Brasil siga no caminho diplomático
03:49e até o posicionamento dito pelo ministro da Fazenda,
03:52que vai continuar tentando abrir, junto com o Geraldo Alckmin,
03:56conversas, até reunião recente com o secretário do Comércio dos Estados Unidos,
04:01com o Geraldo Alckmin, se trouxe e reduziu a volatilidade sobre o câmbio.
04:05E a percepção do mercado é que o Trump sempre recua no final.
04:09Conseguiu fazer acordos bilaterais com a União Europeia, com o Japão.
04:12Então, o Brasil pode entrar nessa seara um pouco mais tarde, mas pode entrar.
04:17Então, o câmbio ficou realmente comportado à espera dessas duas semanas,
04:21que se encerra agora, no dia 1º de agosto.
04:24Então, o câmbio trouxe, de certa forma, um ponto positivo.
04:27E a inflação, os dados mais recentes, mostram uma melhora marginal,
04:32corroborada por esse câmbio mais baixo, preço de commodities,
04:36que fez preço de bens industriais arrefecerem, preço de alimentos também tem ajudado.
04:41Então, na margem, a inflação trouxe uma melhora.
04:45E as expectativas diante de um juros elevado, um câmbio mais baixo,
04:49melhora da inflação na margem, fez expectativas recuar.
04:53Então, de fato, para o Banco Central essa semana,
04:56tem algumas variáveis que já estão sendo impactadas por esse ciclo de alta de juros
05:01que ocorreu ao longo dos últimos meses,
05:03o que é uma boa notícia para a autoridade monetária.
05:06Quer dizer, na sua leitura, está claro o efeito da taxa Selic mais elevada
05:12aparecendo nesses indicadores, então?
05:16Exato.
05:16Se a gente pegar principalmente concessões de crédito,
05:19o mercado de crédito começa a desacelerar.
05:23É claro que a gente está no campo positivo,
05:25ainda mais está numa tendência de desaceleração que é bastante importante.
05:30Atividade econômica, também pegar alguns índices, o IBCBR, serviços, varejo, indústria.
05:38Na variação mensal, também temos um arrefecimento.
05:41Então, a economia brasileira começa para ter tração nesse segundo trimestre,
05:45com os dados já divulgados.
05:47E, de novo, esse é um fator importante para o Banco Central.
05:51Quando é que, nesse cenário, quando é que as quedas da Selic poderiam começar?
05:55O mercado, de forma majoritária, ainda prevê que ela fica nos 15% até o fim do ano,
06:01que só começa a cair no ano que vem.
06:04Mas, na sua leitura, já há mais razões para começar a cogitar uma queda ainda esse ano ou não?
06:11Eu acredito que não.
06:13A gente está com um call de corte de juros no primeiro trimestre de 2026,
06:18na reunião de março, pode ser até na reunião de abril.
06:21A gente está com um call há um bom tempo.
06:23E, de fato, o Banco Central, neste início, ou nesta reunião que se inicia hoje,
06:29ele está observando o efeito da política monetária sobre a economia brasileira,
06:34mas de uma forma inicial, moderada.
06:38Ao longo do segundo semestre, a gente conversou de mercado de trabalho,
06:42vai desacelerar, a atividade deve acelerar, desacelerar, perdão,
06:45a inflação RPC ao longo do restante do ano.
06:49E, quando chegar a 2026, eu acho que vai ter fatores suficientes com o hiato do produto negativo,
06:56expectativas de inflação, já olhando para 2027, melhor encoradas,
07:01um câmbio relativamente estável.
07:04Então, isso vai possibilitar, ao nosso ver, claro,
07:06se as coisas continuarem como estão,
07:08que o Banco Central comece a cogitar corte de juros no início do ano que vem.
07:12Agora, Gustavo, está cada vez mais claro que, nesse contexto do tarifácio,
07:16o Brasil está sendo tratado pelos Estados Unidos como um capítulo à parte.
07:20Isso torna mais difícil ainda fazer preço dos ativos aqui no país?
07:26Sim, dificulta, isso traz incertezas.
07:30Fluxo estrangeiro para a Bolsa, que foi bastante positivo ao longo do ano,
07:34diante desse imbróio e dificuldades do governo negociar,
07:38isso tem, de certa forma, afastado um pouco o fluxo nos últimos dias.
07:43De fato, quando a gente olha a carta enviada ao Brasil,
07:46é um pouco diferente, tem um tom político maior
07:49comparado à carta que foi enviada ao Japão, à Coreia do Sul e outros países,
07:54o que pode dificultar, de fato, as negociações.
07:57E é por isso que há senadores, houve uma comitiva indo para os Estados Unidos
08:01para tentar abrir esses canais, que, por enquanto, seguem, de certa forma, emperrados.
08:07E isso, com incertezas do que vai acontecer, isso prejudica e traz volatilidade para o mercado brasileiro.
08:15E aí, pegando esse gancho, como é que ficam os investimentos, de forma geral, nesse contexto?
08:21A renda fixa, ela vai se mantendo como mais atraente?
08:25A Bolsa, com mais risco, pode ir tendendo a perder recurso ao longo dos próximos dias, semanas, meses?
08:32Quem é que sabe, né?
08:33É, no fundo, a palavra que a gente tem usado muito agora é cautela,
08:37porque a gente está próximo do dia 1º de agosto,
08:41é possível que as tarifas entrem em vigor, que é o nosso cenário base,
08:46mas o governo tem criado um mecanismo para sustentar aquelas empresas que podem ser afetadas,
08:51a gente está tentando canais de negociação que poderão, por exemplo, postergar esta data futuramente,
08:58então está muito difícil a gente compreender como vai ocorrer o desfecho desse episódio,
09:04por isso que a gente sempre pega por cautela para os investidores não tomarem decisões precipitadas,
09:09e isso não vai afetar, por exemplo, a decisão do Copom no momento.
09:13Então, a gente mostra aqui para os nossos assinantes que tem investimentos para todos os lados,
09:18e principalmente para todos os perfis.
09:20Seu perfil é mais moderado, mais conservador, a renda fixa, como a taxa Selic,
09:24segue de certa forma atrativa, mas a Bolsa de Valores, com essas incertezas,
09:30abre uma janela de oportunidades, que você consegue comprar bons investimentos,
09:35vai de fato depender muito do seu perfil, do seu objetivo,
09:39que a gente prega aqui sempre uma visão de longo prazo,
09:42e não ser afetado por ruídos de curtíssimo prazo.
09:46Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
09:49Obrigado, Gustavo, pela sua análise aqui, e uma boa tarde para você.
09:54Eu que agradeço, fico sempre à disposição, até a próxima.
09:57Até, obrigado.
10:005h45.
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