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  • há 2 meses
FUTURANDO 20251013

Elevação do solo, terremotos frequentes, aumento das emissões de gases.

Um supervulcão no sul da Itália está prestes a entrar em erupção?

E ainda: como turbinas eólicas podem reduzir a mortalidade de pássaros?
Transcrição
00:00Erupções vulcânicas são muito temidas.
00:04Existem cerca de 1.500 vulcões ativos ao redor do globo, espalhados por todos os continentes.
00:10O sul da Itália também está em risco.
00:12Nos Campos Flegreus, está localizada a região vulcânica mais ativa e potencialmente mais perigosa da Europa.
00:21A cidade de Pozzuoli fica na chamada Zona Vermelha.
00:25Desde 2005, o solo aqui subiu 1,5 metro.
00:28Terremotos são frequentes.
00:30Sinal de uma erupção vulcânica iminente?
00:32Tudo isso e muito mais no Futurando.
00:47A Sulfatara é uma cratera vulcânica em Pozzuoli, perto de Nápoles, na Itália.
00:53Lá, gases são liberados do solo há séculos.
00:56Este vulcanólogo teme que o vulcão esteja prestes a entrar em erupção.
01:04Essa é a evidência de que estamos dentro de um sistema vulcânico, um sistema muito extenso,
01:10o complexo vulcânico dos Campos Flegreus, um dos vulcões mais perigosos do mundo.
01:15A equipe do Instituto Nacional de Vulcanologia da Itália registrou um aumento acentuado nas emissões de gases por aqui.
01:27Terremotos são comuns nessa área, um indício de uma erupção iminente?
01:30Não sabemos, porque não temos uma situação de referência para comparar.
01:39Não sabemos qual é o limite entre uma situação normal, no caso de um vulcão inativo como este, e uma catástrofe.
01:45No passado, essa região já sofreu duas catástrofes.
01:53Erupções que criaram crateras tão grandes quanto toda a Bahia ao redor de Pozzuoli,
01:58que hoje abriga cerca de 350 mil pessoas.
02:02A maior erupção ocorreu há 39 mil anos.
02:05Foi o maior evento vulcânico explosivo na Europa nos últimos 200 mil anos.
02:10A erupção produziu uma nuvem de cinzas que se espalhou por todo o sudeste da Europa.
02:16Análises de solo mostram que ela chegou até a Rússia e o Cazaquistão.
02:21Grandes extensões de terra foram devastadas e as temperaturas globais caíram.
02:28Então, o que está acontecendo abaixo do solo na região metropolitana de Nápoles?
02:34Cientistas acreditam que nas profundezas da crosta terrestre pode haver uma câmara magmática inferior.
02:40O magma sobe dela em ciclos, alimentando tanto o Monte Vesúvio quanto a câmara abaixo de Pozzuoli.
02:51Na Universidade Técnica de Zurique, o vulcanólogo Olivier Bachmann e uma equipe pesquisam a câmara magmática de Pozzuoli.
02:58Nossa pesquisa mostra que o sistema parece estar se reabastecendo novamente.
03:11Ou seja, é possível que haja outra grande erupção nos próximos milênios.
03:15Mas a câmara magmática que vemos não é particularmente grande no momento e não pode desencadear uma supererupção nas próximas décadas ou mesmo séculos.
03:32Então, segundo ele, nada de pânico.
03:35No entanto, o vulcanólogo admite que não é possível saber precisamente o que está acontecendo no subsolo.
03:40O que vemos e conhecemos bem é a câmara magmática na crosta superior.
03:48Ela se encontra de 6 a 8 quilômetros de profundidade.
03:52Podemos detectá-la usando métodos geofísicos, mas, infelizmente, a resolução é baixa.
03:57Vemos irregularidades.
03:59Podemos ver que há magma na crosta, mas não podemos dizer exatamente como ele é ou o que está acontecendo lá.
04:05Esse é um dos problemas que temos.
04:07Pesquisas sobre a câmara magmática abaixo de Pozzuoli também estão sendo conduzidas por sismologistas da Universidade de Nápoles.
04:19A equipe do professor Aldo Zolo analisa todos os sinais sismológicos da área.
04:25Ele e outros especialistas têm uma explicação clara para a significativa atividade sísmica e a elevação do solo na região.
04:32Gases e calor sobem da câmara magmática.
04:36Isso faz com que a água da rocha evapore.
04:39Essa pressão eleva o solo e causa os terremotos.
04:42Nos estudos recentes que estamos realizando, em colaboração com a Universidade de Stanford,
04:56podemos identificar claramente, por tomografia, um reservatório de gases que está relacionado à formação do magma.
05:02Portanto, deve haver magma ali, porque neste vulcão todos os fenômenos estão relacionados ao magma.
05:14Mas certamente não está sob a superfície agora, e provavelmente não é o magma que está causando os fenômenos que estamos observando,
05:22como deformação do solo e terremotos.
05:24Mas o vulcanologista Giuseppe Mastro Lorenzo permanece preocupado.
05:34Ele acredita que a atividade vulcânica aqui é imprevisível
05:37e que mesmo erupções menores afetariam um grande número de pessoas.
05:42Essas são as minhas simulações de diferentes tipos de erupção.
05:47Essa é uma erupção de média escala, enquanto essa é uma erupção do Vesúvio, Pompeia.
05:52O plano de emergência existente se baseia no cenário menor.
05:56Neste caso, apenas 500 mil pessoas estariam expostas ao risco e precisariam ser evacuadas antes da erupção.
06:06Nesse outro caso, cerca de 3 milhões de pessoas estariam expostas ao risco e, portanto, precisariam ser evacuadas.
06:13No cenário de Giuseppe, o magma sobe repentinamente da câmara através de uma das fissuras e emerge na superfície da terra.
06:26As autoridades, segundo ele, não estão preparadas para isso.
06:30Mas outros cientistas pensam diferente.
06:32Não há sinais claros de magma se aproximando da superfície.
06:43Portanto, o principal problema agora é gerenciar o risco de ocorrências de terremotos e de deformação do solo
06:50para garantir a segurança dos habitantes desta área.
06:53Para quem vive ao redor de Pozzuoli, essas duas ameaças já são graves o suficiente.
07:03Eles preferem nem se lembrar do que aconteceu aqui em 1538,
07:07quando uma nova montanha surgiu repentinamente na Bahia.
07:11O Monte Nuevo, o vulcão mais jovem dos Campos Flegreos.
07:15Todos aqui esperam que ele não seja substituído tão cedo por outro ainda mais novo.
07:21Eles ficam se equilibrando nos fios de energia no ar.
07:28Aparentemente um lugar conveniente para pousar, descansar.
07:32Muitas espécies aprenderam a se adaptar à vida ao lado dos humanos.
07:35Mas nem todos os animais lidam bem quando seus habitats naturais
07:39são substituídos por cidades, fazendas e estradas.
07:44Elefantes, por exemplo, ignoram os trilhos das ferrovias,
07:48com consequências potencialmente desastrosas.
07:51As turbinas eólicas também podem representar uma ameaça real para morcegos e pássaros.
07:58É assim que a transição energética deveria funcionar.
08:01Turbinas eólicas produzindo energia limpa,
08:04sem matar pássaros ou morcegos no processo.
08:07Mas, infelizmente, isso acontece com frequência.
08:10Como resultado, as turbinas eólicas precisam ser paralisadas regularmente,
08:15como as desse centro de pesquisa em energia eólica no sul da Alemanha.
08:20O local é a área de reprodução do milhafre real, uma ave de rapina.
08:24Por isso, os rotores muitas vezes precisam ficar desligados por meses,
08:30o que reduz a produção de energia limpa.
08:33Isso é o que Frank Musiol pesquisa.
08:35Não sabemos o suficiente sobre o motivo das colisões e como evitá-las.
08:42Por isso, decidimos usar essa área de testes para pesquisar o tema mais de perto.
08:46Este centro de pesquisa foi originalmente criado para investigar
08:53como otimizar a geração de energia eólica.
08:56Duas turbinas têm 100 metros de altura.
08:58Há quatro mastros de teste e muita tecnologia.
09:02O foco está na velocidade e direção do vento,
09:05pressão atmosférica e precipitação,
09:07fatores essenciais na construção de parques eólicos.
09:11Mas os mastros podem ser usados para outras coisas também.
09:1624 pontos aqui no campo de testes
09:20registram a atividade de morcegos em quatro alturas diferentes.
09:24Então sempre sabemos onde eles estão.
09:27Também monitoramos insetos nesses locais.
09:29Como morcegos são insetívoros,
09:32quando há insetos, há morcegos.
09:37As câmaras de insetos são úteis
09:39porque os morcegos costumam caçar em noites quentes e secas.
09:43As turbinas também ficam paradas nessas ocasiões.
09:46Mas o foco dos pesquisadores é o milhafre real.
09:50Vários casais fazem ninho perto do campo de testes.
09:53Para entender como eles reagem às turbinas,
09:55alguns foram equipados com transmissor e GPS.
10:03Diversas câmeras escaneiam o espaço aéreo
10:05acima do campo de testes, 24 horas por dia.
10:08A inteligência artificial ajuda a identificar
10:10se uma ave que se aproxima é um milhafre real ou não.
10:14Os dados são então analisados.
10:17Os cientistas do Centro de Pesquisa de Energia Solar e Hidrogênio
10:21querem encontrar uma forma de proteger as aves
10:23sem paralisar os rotores.
10:25Queremos descobrir se os pássaros se comportam de forma diferente
10:33quando as turbinas giram mais devagar.
10:36Será que assim eles reconhecem melhor as turbinas e conseguem evitá-las?
10:40Se sim, um sistema anticolisão poderia detectar os animais
10:44e desacelerar os rotores,
10:46permitindo que eles desviem por conta própria.
10:48Também pode ser necessário parar completamente as turbinas
10:54por alguns minutos até que o pássaro esteja longe da estrutura.
10:58Isso também faz parte da pesquisa.
11:00Frank usa câmeras térmicas e microfones ultrassônicos
11:03para rastrear os trajetos noturnos dos morcegos.
11:07O clima também influencia.
11:08O projeto deve durar pelo menos mais dois anos.
11:12Até lá, os cientistas esperam poder estipular recomendações claras.
11:18Até agora, a iniciativa custou cerca de 2 milhões e meio de euros.
11:25Um investimento válido, segundo o diretor científico do campo de testes.
11:29Especialmente se conseguir evitar que parques eólicos
11:31próximos a espécies ameaçadas fiquem sem funcionar por horas,
11:35todos os dias, ao longo de meses.
11:41Se, por exemplo, sensores ou outras alternativas
11:46permitirem tornar essas paralisações mais flexíveis,
11:50como caso os animais não voem em dias de chuva,
11:53então o potencial seria ainda maior.
11:58As turbinas poderiam funcionar por mais tempo e gerar mais energia,
12:02aumentando o lucro dos operadores.
12:04A ideia é equipar as turbinas com sensores que detectem pássaros
12:08e morcegos voando a certa altura.
12:10Turbinas que já existem poderiam ser adaptadas.
12:13Para novas turbinas, os sensores seriam obrigatórios.
12:17O custo seria relativamente baixo.
12:23A indústria eólica ainda está hesitante.
12:31Mas eu estou convencido de que,
12:33se desenvolvermos soluções que garantam alta proteção às espécies
12:36e maximizem a geração de energia,
12:38o setor vai aderir.
12:44As descobertas podem ser uma grande contribuição
12:46para que a produção de energia renovável
12:48e a proteção das espécies caminhem juntas.
12:51Afinal, ambas são essenciais para o bem-estar do nosso planeta.
12:54Dá muito trabalho cultivar grãos, tomates, pimentões, azeitonas ou repolho.
13:07Essas iguarias nutritivas também agradam a vários animais.
13:11Eles devoram alegremente plantações e frutas, se deixarmos.
13:15Como o escaravelho da batata,
13:17ele come as folhas de plantações inteiras de batata.
13:20Na Alemanha, a cigarra pentastirídeos leporinos
13:24alimenta-se de raízes cultivadas, como a beterraba.
13:28Agricultores e cientistas precisam conter esse apetite com urgência.
13:33Rainer Lesch e a equipe dele estão semeando
13:36beterraba sacarina neste campo no sul da Alemanha.
13:40As condições para o plantio são boas.
13:42Mas o agricultor teme que a cigarra pentastirídeos leporinos
13:46ataque novamente,
13:47com consequências devastadoras para a colheita de outono.
13:53Não é apenas a dor da perda financeira.
13:58Isso também machuca pessoalmente.
14:00Quando você trabalha duro o ano todo
14:02para semear e cuidar das plantações
14:04e depois ver tudo sendo destruído por essas doenças.
14:11Essas cigarras passam o inverno no solo dos campos de cereais.
14:15Em poucas semanas, elas emergem e voam para os campos de beterraba sacarina.
14:20Elas se alimentam das plantas e, ao fazer isso,
14:23transmitem patógenos que podem causar várias doenças.
14:27O resultado?
14:28As folhas das plantas vão amarelando e murcham.
14:31E as beterrabas ficam borrachudas,
14:34com baixos níveis de açúcar.
14:36É um desastre para os agricultores.
14:38E ainda não existe uma solução adequada.
14:41Estamos discutindo a rotação de culturas
14:47ou se podemos mudar algum dos nossos métodos de cultivo.
14:51Muita coisa ainda está em fase de testes
14:53ou ainda desconhecemos,
14:54porque estamos trabalhando há pouco tempo nisso.
14:58Testes de campo mostram que o número de cigarras
15:00cai significativamente se os agricultores
15:02não seguirem a rotação de culturas habitual
15:05e deixarem de plantar cereais no inverno,
15:08logo após a beterraba sacarina.
15:09Isso porque os insetos jovens sobrevivem
15:12nas plantações de cereais durante o inverno.
15:15Se o campo for deixado em pousil,
15:17eles morrem de fome.
15:18Ou seja, abandonar os cereais de inverno,
15:21deixar os campos em pousil
15:22e, na primavera, semear milho?
15:25A ideia é ótima,
15:27mas implementá-la é extremamente difícil
15:29para fazendas menores.
15:31E ainda fazer isso de forma abrangente,
15:33não sei como isso funcionaria.
15:34Mas há esperança.
15:39Anne-Katri Mahlein é diretora
15:41do Instituto de Pesquisa de Beterraba Sacarina
15:43em Göttingen, na Alemanha.
15:47Aqui, eles criam as cigarras
15:49pentasterídeos leporinos
15:51em condições controladas.
15:52Ao estudarmos a cigarra,
15:57é importante entender o ciclo de vida dela,
15:59as condições ambientais
16:00e as características especiais
16:02que ela precisa,
16:03como funciona o desenvolvimento populacional
16:05e a dinâmica dentro da população
16:07desses insetos.
16:09Os primeiros danos
16:11à beterraba sacarina na Alemanha
16:12foram registrados em 2008.
16:15A cigarra migra até 50 quilômetros por ano
16:18e, desde então,
16:19se espalhou por quase todo o país.
16:21Em breve, essas larvas
16:23vão poder voar e infectar novas plantas.
16:26Isso acontece com uma rapidez alarmante.
16:29Supomos que,
16:30assim como acontece com outros patógenos,
16:32às vezes precisamos apenas
16:34de alguns minutos.
16:35Esses são os minutos necessários
16:37para sugar a planta
16:38e, assim, transmitir a doença.
16:41Graças ao programa de reprodução
16:42dessas cigarras,
16:43os cientistas de Göttingen
16:45podem realizar experimentos
16:46em estufas o ano todo.
16:48Um dos objetivos
16:49é desenvolver variedades resistentes
16:51de beterraba sacarina.
16:54No entanto,
16:54isso pode levar mais 10 anos
16:56e Reiner Lesch
16:57precisa de uma solução
16:59o quanto antes.
17:00Isso porque a cigarra
17:01não ataca apenas a beterraba sacarina,
17:03mas também a batata.
17:05Reiner já tomou algumas medidas.
17:07Reduziu pela metade
17:08a área de cultivo de batatas.
17:11Ele não cultiva mais
17:12os tipos de batatas para fritar.
17:14Essas são variedades
17:15de maturação tardia,
17:16o que é muito arriscado.
17:18Em vez disso,
17:19ele agora cultiva variedades
17:20que podem ser colhidas mais cedo
17:22para tentar se antecipar
17:24às cigarras famintas.
17:28Tudo se resume
17:29a quanto tempo eu tenho
17:31para produzir
17:32uma safra de batatas
17:33antes que a doença ataque.
17:36Se ele não for rápido o suficiente,
17:38vai colher tubérculos moles,
17:40que são até comestíveis,
17:42mas não podem ser armazenados
17:43e são difíceis de processar.
17:47Mas há solução.
17:49Ele pode usar redes
17:50para proteger as plantas.
17:52O agricultor já fez o teste
17:53com sucesso.
17:55Mas como essas redes
17:57são caras,
17:58ele as usa apenas
17:59para uma de suas variedades
18:00tradicionais,
18:01mais caras,
18:02a batata de Bamberg.
18:04Inseticidas também podem ajudar.
18:07Existem produtos
18:07já aprovados para pulgões.
18:09E mesmo em testes iniciais,
18:12eles também foram eficazes
18:13contra as cigarras.
18:17Mais de 100 mil hectares
18:18foram infestados
18:20na Alemanha
18:20no último ano.
18:22Implacável
18:22e de rápida disseminação,
18:24a cigarra representa
18:25uma séria ameaça
18:27ao abastecimento alimentar
18:28na Europa.
18:31Isso deve ser levado
18:34muito a sério.
18:34Vemos a gravidade
18:35dos danos
18:36no cultivo
18:36da beterraba sacarina
18:38e quando olhamos
18:38para outras culturas
18:39que também são afetadas,
18:41como batatas
18:41ou outras hortaliças,
18:42entendemos que este
18:43é realmente
18:44um dos desafios
18:45mais urgentes.
18:48Até que haja
18:49uma solução definitiva
18:50para combater
18:51a cigarra
18:51pentastirídeos leporinos,
18:53os agricultores
18:54vão ter que combinar
18:55várias medidas
18:56na esperança
18:57de proteger
18:58as colheitas.
18:58Os incêndios florestais
19:07são cada vez
19:08mais frequentes
19:09em todo o mundo.
19:10O aquecimento global
19:11induzido pelo homem
19:12é a razão principal.
19:13Os incêndios
19:14estão maiores
19:15e se espalham
19:16mais rápido,
19:17alertam os especialistas.
19:19Eles também
19:19estão se tornando
19:20mais difíceis
19:20de prever.
19:21Agora,
19:22ocorrem repentinamente
19:23e em lugares inesperados.
19:25Mas,
19:26o que fazer
19:26depois dos incêndios?
19:27reflorestar
19:29ou deixar
19:29a natureza agir?
19:34Há seis anos,
19:35400 hectares
19:36de floresta
19:37sofreram com incêndios
19:38no nordeste
19:39da Alemanha.
19:40Desde então,
19:41este ecólogo florestal
19:42está estudando
19:43as áreas afetadas.
19:47Seis anos e meio
19:48depois,
19:49a floresta
19:49está se recuperando.
19:50Essas árvores
19:51se recuperaram
19:52sozinhas
19:52e têm
19:538 a 9 metros
19:54de altura.
19:55Muito bom.
19:57Naquela época,
19:57os incêndios
19:58destruíram tudo.
20:00Normalmente,
20:00após um incêndio florestal,
20:02a área é cuidadosamente limpa
20:03e, em seguida,
20:04ocorre o replantio.
20:06Mas,
20:06do que as árvores
20:07precisam para crescer?
20:09O ecólogo diz
20:09que elas devem ser
20:10consideradas como
20:11parte de um ecossistema maior.
20:15Está muito diferente agora.
20:16Antes,
20:17isso tudo aqui
20:17era floresta de pinheiros.
20:19As árvores foram queimadas
20:20e agora temos
20:21um ecossistema florestal
20:22misto em desenvolvimento.
20:24Há muitos processos
20:25ecológicos
20:26emergindo
20:26que há pouco tempo
20:27não estavam aqui.
20:29Isso é encorajador.
20:30Após o incêndio,
20:31Pierre e a equipe
20:33dele estudaram
20:33diferentes partes
20:34da floresta.
20:36Esta área
20:36foi deixada
20:37exatamente como estava.
20:38A madeira queimada
20:39permaneceu no chão.
20:41O botânico
20:41Tilo Reichen
20:42está interessado
20:43na biodiversidade
20:44da região.
20:44O que temos aqui?
20:48Esses organismos
20:49desempenham um papel
20:50fundamental
20:51no processo
20:51de decomposição.
20:53Essas larvas
20:54de besouro
20:55vivem nos pinheiros
20:56queimados
20:56e estão entre
20:57as muitas espécies
20:58que comem a madeira
20:59morta,
21:00ajudando na decomposição.
21:04Aqui vemos
21:05como a madeira
21:05morta se decompõe
21:06após apenas
21:07alguns anos.
21:08Está seca
21:09na parte superior
21:09e na parte inferior
21:11você pode ver
21:12que tudo está
21:12se desintegrando
21:13e já há um húmus
21:15se formando
21:16perto do solo
21:17que ajuda
21:17a armazenar
21:18umidade.
21:22E isso é fundamental.
21:23Sem água
21:24não há vida.
21:25A madeira
21:25morta
21:26gradualmente
21:27se transforma
21:27num substrato
21:28fino e úmido.
21:30E essa cobertura
21:31morta
21:31se transforma
21:32em húmus
21:32que libera
21:33nutrientes no solo
21:34e esses nutrientes
21:35ficam disponíveis
21:36para a floresta
21:36em crescimento.
21:40A madeira
21:40morta
21:40literalmente
21:41prepara o solo
21:42para o crescimento
21:43de novas árvores.
21:45Estas,
21:45por sua vez,
21:46armazenam água
21:47e fornecem sombra
21:48encorajando
21:49o retorno
21:49dos animais.
21:51A presença
21:51de um pica-pau
21:52significa
21:52que as condições
21:53de vida
21:54aqui são boas.
21:57É muito bom
21:58ver como os processos
21:59se complementam.
22:00A madeira
22:00morta
22:01já se decompôs
22:02um pouco.
22:03Agora
22:03há alimento
22:04para os pica-paus
22:05e eles
22:06processam
22:06essa madeira
22:07acelerando
22:08a decomposição
22:08e permitindo
22:09a entrada
22:10de outros organismos.
22:15As áreas
22:16que permanecem
22:17intocadas
22:18apresentam
22:19maior biodiversidade
22:20do que aquelas
22:21que foram limpas.
22:22Um novo ecossistema
22:23florestal
22:23se formou aqui.
22:25Uma floresta
22:27como esta
22:28é um ecossistema
22:28complexo.
22:30Ela é constituída
22:31por organismos
22:32do solo
22:32e, acima de tudo,
22:33não pelas espécies,
22:34mas pelas relações
22:35entre elas,
22:36pela rede de interações
22:37que se torna
22:38mais complexa
22:39com o tempo.
22:42E isso também
22:42determina
22:43a viabilidade
22:44de tal ecossistema.
22:49É aqui
22:50que deveria estar
22:51a floresta
22:51de Pinheiros,
22:52200 metros
22:53adiante.
22:57Aqui,
22:58como de costume,
22:59a madeira morta
23:00foi removida
23:01após o incêndio.
23:02Pinheiros
23:02foram plantados
23:03em sulcos profundos.
23:05Mas,
23:05seis anos depois,
23:06ainda há pouco
23:07para ver.
23:10Não só não cresceu,
23:12como também
23:12está lutando
23:13contra fungos.
23:17E está definitivamente
23:18lutando
23:19para sobreviver.
23:20O ecossistema
23:22foi redefinido
23:23pela aração.
23:24Ainda podemos ver
23:25as áreas abertas.
23:26A formação do solo
23:27ainda não começou
23:28em toda a extensão.
23:31Sim,
23:32só tem solo mineral
23:33aqui.
23:34Não há matéria orgânica,
23:35superfície,
23:36é só areia.
23:38As medidas
23:38que foram tomadas
23:39aqui,
23:39na verdade,
23:40retardaram
23:41a capacidade
23:42de regeneração
23:42da floresta.
23:44Toda essa ação
23:45de semear
23:45e plantar
23:46Pinheiros
23:46não funcionou.
23:48O Pinheiro
23:49é há muito tempo
23:50um recurso
23:51valioso
23:51nesta parte
23:52da Alemanha.
23:55Talvez nenhum
23:56Pinheiro
23:56cresça aqui
23:57num futuro próximo
23:58e, portanto,
23:58não haverá madeira
23:59de Pinheiro
24:00disponível.
24:01Mas, então,
24:02quais árvores
24:03podem crescer
24:03bem aqui?
24:04Os álamos,
24:05em particular,
24:06se estabeleceram
24:06naturalmente
24:07em todas as áreas.
24:09As sementes
24:09da planta
24:10podem se espalhar
24:11por quilômetros.
24:13O fato
24:14de possuírem
24:15sementes minúsculas
24:16que podem se espalhar
24:17por grandes distâncias
24:18torna o álamo
24:19uma espécie
24:20pioneira ideal.
24:22Ele foi capaz
24:22de colonizar
24:23essa área vasta
24:24e praticamente morta
24:25em um ano.
24:28As árvores
24:29deram início
24:30a um novo ecossistema
24:31aqui,
24:31o que abriu caminho
24:32para a chegada
24:33de outras espécies.
24:35Mas os ecossistemas
24:36florestais
24:37não estão
24:38mais se regenerando
24:39em todos os lugares.
24:41Há poucos quilômetros
24:42de distância,
24:43outra área
24:43foi abandonada
24:44à própria sorte.
24:45Também houve
24:46um incêndio aqui
24:47há seis anos.
24:48As condições
24:48eram essencialmente
24:49as mesmas,
24:50mas as árvores
24:51quase não cresceram aqui.
24:54O que me preocupa
24:55aqui é que
24:56podemos estar
24:56presenciando
24:57algo que vem sendo
24:58observado cada vez
24:59mais regularmente
25:00em outros países
25:01e continentes,
25:02que as mudanças
25:03climáticas
25:04estão deslocando
25:05os limites
25:05inclusive das áreas
25:07onde as florestas
25:07podem crescer.
25:12É preciso abordar
25:13os ecossistemas
25:14com muita cautela.
25:15Não é bom
25:16ter grandes espaços
25:16abertos
25:17e precisamos
25:18realmente pensar
25:19como usamos
25:20a terra
25:20e com que intensidade.
25:25Não é tarde demais
25:26para restaurar
25:28áreas afetadas
25:29por incêndios
25:29florestais
25:30e transformá-las
25:31num ecossistema
25:32florestal saudável
25:33novamente.
25:34Mas isso leva tempo
25:35e principalmente
25:36confiança
25:37na resiliência
25:38da natureza.
25:43O Futurando
25:44está chegando ao fim.
25:46Muito obrigado
25:46por ter nos acompanhado
25:47até aqui.
25:48Esperamos por você
25:49na semana que vem.
25:50Até lá!
25:51Tchau!
25:52Tchau!
25:52Tchau!
25:53Tchau!
25:54Tchau!
25:54Tchau!
25:54Legenda Adriana Zanotto

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