A economia brasileira entrou em 2026 sob impacto de juros elevados, cenário fiscal pressionado e um ano eleitoral à frente. Rodrigo Moliterno e Celson Placido avaliaram crescimento menor, trajetória da Selic, dólar, risco político e como essas variáveis podem influenciar investimentos e decisões do mercado.
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00:00E Bovespa alta pelo segundo dia seguido, mas a última semana cheia do ano terminou com a Bolsa no vermelho
00:09por conta das turbulências no cenário político. A queda da semana foi de 1,41%.
00:16Nessa sexta a Bolsa ficou assim, subiu 0,35%, 158.473 pontos.
00:27O dólar terminou o dia com alta de 0,11%, R$ 5,53.
00:34Quem acompanhou o mercado financeiro para a gente hoje foi o repórter Rafael Coracini, vou conversar com ele.
00:40Rafael, boa noite para você. Explica para a gente essa movimentação do dia, por favor.
00:47Oi Cris, boa noite para você e para quem nos acompanha.
00:50Hoje, como você mencionou, alta diária do Ibovespa, 158 mil pontos.
00:57Mais uma queda semanal mostrando que ainda estamos longe do recorde nominal, que chegou acima dos R$ 160 mil.
01:06Mas tem esperança de que até o final do ano, nas duas semanas que ainda sobram, o índice Ibovespa ainda tenha algum fôlego.
01:12Eu estou aqui com o Rodrigo Moliterno, ele é Head de Renda Variável da VEDA.
01:17Rodrigo, boa noite. O que impulsionou a Bolsa hoje e por que a gente ainda não conseguiu chegar naquele patamar que já registramos umas semanas atrás?
01:27Boa noite. Acho que hoje o movimento se deu acompanhando o exterior, que teve uma boa recuperação.
01:36E a gente acabou também indo na onda e recuperamos.
01:40Vamos lembrar que ao longo da semana a gente teve alguns episódios, principalmente na questão de política, pesquisas que soltaram,
01:47que justamente fez com que a semana fechasse negativo, como você mesmo mencionou.
01:52A gente teve dois dias de queda forte.
01:54Então hoje esse cenário de pesquisas eleitorais deixou-se de sobrepor no mercado.
02:03O mercado, então, foi buscar outros tipos de informação ou talvez mesmo uma recuperação e acompanhando o exterior.
02:09Então a gente pode ver setores que foram bastante prejudicados ao longo da semana, tendo uma recuperação forte hoje, como o setor financeiro.
02:16Setor também de commodities na figura da Vale, que acabou se recuperando.
02:22Então foi mais ou menos um dia de recuperação de dois dias ruins que a gente teve por questões realmente de políticas, pesquisas eleitorais.
02:30E com relação ao dólar, a gente fechou acima dos 5,50, distante do que o boletim Focus vem apontando.
02:38Durante boa parte dos últimos meses, o Focus estava operando bem acima do dólar e agora reverteu.
02:45Rodrigo, o que a gente pode esperar para o final do ano, então, para essas semanas aí?
02:49Semana que vem mais curta, outra também.
02:51Tem a perspectiva ainda de que o dólar alcance o patamar que o Focus está prevendo?
02:55Acredito que sim. Normalmente, sempre em dezembro, a gente tende a ter uma pressão um pouco mais de compra do dólar
03:06por conta de remessas de dividendos de empresas.
03:10Então a gente tem um fluxo de saída maior.
03:13Então isso acaba pressionando.
03:14Mas esse movimento maior que a gente teve, que o dólar chegou nos 50, foi mais, no meu ver, por questões realmente de estresse do mercado, por questões políticas.
03:23Do lançamento do Flávio Bolsonaro como candidato, pesquisa que saiu.
03:27Então isso gerou um universo um pouco mais de estresse no mercado e acabou impulsionando.
03:33Talvez agora, já acalmando, essas próximas duas semanas de menor liquidez, já de tudo isso digerido,
03:39a gente possa ver sim o dólar voltando para o patamar de 5,40, que era projeções dos economistas para o fechamento do final do ano.
03:47Legal. Falamos com o Rodrigo Moliterno, Red de Renda Variável da Vida.
03:51Cris.
03:52Obrigada. Agradeço a vocês dois. Boa noite para vocês dois.
03:55Bom fim de semana.
03:56Bom, são vários assuntos para conversa com o Celson Plácido, ele é consultor de investimentos.
04:02Celson, boa noite. Sempre bom demais ter você aqui com a gente.
04:05Bom, Celson, o orçamento de 2026, ele está prevendo um superávit primário de R$ 34,5 bilhões,
04:14ligeiramente acima da meta fiscal de R$ 34,3 bilhões.
04:19O que eu quero saber de você, se esse número é factível e principalmente ele acalma o mercado financeiro?
04:27Boa noite. Excelente participar com você aqui e com a audiência também.
04:31É um número que a gente sempre discute, o governo lança algo, a gente está falando em superávit, R$ 34 bilhões,
04:39já falaram das emendas ali, R$ 61 bilhões.
04:43Acho difícil esse cumprimento.
04:47A gente já viu, no passar dos anos ali, o governo colocando na conta aumento de impostos, arrecadação,
04:56e ele viu que, por um lado, ele acaba superavaliando a arrecadação, via os impostos,
05:04e por outro lado, ele subavalia as suas despesas.
05:08Então, a gente tem uma despesa extremamente elevada com a parte de juros,
05:13um refinanciamento, a gente está falando em quase R$ 2 trilhões de refinanciamento,
05:17pagamento da dívida no ano que vem, no orçamento.
05:19Fora isso, toda a parte de aposentadoria, tudo que é linkado, salário mínimo, reajuste,
05:27e acho que esse superávit, eu olharia muito mais como um déficit do que um superávit para o ano que vem.
05:33O ano está acabando.
05:35Qual é o balanço que você faz da economia brasileira em 2025?
05:39E, principalmente, o que a gente pode esperar de 2026?
05:42Claro, né, Seu Som, levando em conta que vai ser um ano eleitoral.
05:45Quando a gente analisa o ano, o ano foi melhor em termos de crescimento econômico do Brasil.
05:54Um dólar acabou sendo um dólar mais baixo, isso que contribuiu muito foi nos Estados Unidos,
06:00a expectativa de queda por lá, por parte de juros, que se confirmou.
06:04Por outro lado aqui, uma taxa de juros que permaneceu elevada, na casa de 15%,
06:09eu não acredito também em redução da taxa, já falei até aqui da Selic em janeiro,
06:14agora o mercado está falando que não aposta mais em janeiro, já acreditava nisso.
06:19Então, a gente teve um crescimento econômico maior, a gente teve uma inflação também mais baixa,
06:24principalmente por conta desse dólar menor e uma taxa de juros mais elevada,
06:28e ano que vem gera muita cautela, ano de eleições no Brasil.
06:32A gente, por um lado, tem um ano que vai ser ali um número de feriados extremamente elevado,
06:40por outro lado, Copa do Mundo também, que é a que acaba se parando também,
06:44se prejudica varejo, vendas, crescimento econômico, e eleições.
06:49Eleições injetam dinheiro, está se falando ali o orçamento de 5 bilhões de reais para o fundo eleitoral,
06:56e aí injeta esse dinheiro na economia, tem esse efeito também,
06:59mas, por outro lado, tem a cautela. O que será que vai acontecer em 2027?
07:03Quem vai ser o vencedor? A gente vai permanecer com essa política fiscal ou não?
07:08A gente vai ter um controle maior de gastos.
07:10Se a gente não tiver um controle maior de gastos por parte do governo,
07:12obviamente, juros permanecerão elevados, o que prejudica a economia, prejudica diversos setores.
07:18Então, eu ainda diria que, para o ano que vem, crescimento econômico menor,
07:23por conta de uma política inacontracionista, quando a gente olha o ano que vem,
07:26acho que um dólar também mais baixo, próximo ao patamar atual, por conta das eleições,
07:32o grande ponto vai ser isso, quer dizer, vai ser vencedor, vai ser alguém reformista,
07:37ou o próprio atual presidente, ele vai ser reformista ou não.
07:40Então, o empresário, quando você conversa com ele, fala,
07:42cara, vou esperar, eu não vou investir agora, contratação, ampliação de fábrica,
07:46porque eu não sei o que vai acontecer.
07:48Infelizmente, a gente fica vivendo isso a cada quatro anos aqui no Brasil.
07:51Vou pegar um pedaço de algo que você falou agora, queria aprofundar um pouco mais
07:55em relação à política monetária.
07:57Depois da divulgação aí, data do Copom, das últimas manifestações do Gabriel Galípolo,
08:03o que você espera agora do Banco Central em relação aos juros no ano que vem?
08:08A gente já conversou sobre isso numa outra oportunidade, como você bem trouxe isso para a gente,
08:14mas nesse momento, qual é a sua expectativa?
08:16Não tenho, é terminar o ano ali na casa de 11,5%, 12%, o Banco Central vai iniciar um ciclo
08:24de queda da taxa de juros, observando sempre o fiscal, sempre a parte de empregos aqui,
08:30serviços, os indicadores econômicos, mas eu não acredito, sigo não acreditando em redução em janeiro,
08:37ainda acredito sim no segundo início, no segundo trimestre do ano que vem,
08:41nem em março também, que já tem expectativa de redução por ali.
08:44Isso por quê? Porque o próprio comunicado, o Banco Central tem sido um comunicado na ata mais duro mesmo,
08:51falando muito sobre isso, uma taxa de juros mais elevada por um período maior de tempo.
08:57E acho que isso tende a prevalecer, até porque tem um comunicado, depois faz outra coisa,
09:02chama atenção. Então, já ganhou a credibilidade no mercado, Galípolo tinha esse receio
09:06com a saída do Campos Neto, indicado pelo atual presidente, o Galípolo,
09:11e isso acabou gerando sim, ele acaba mostrando credibilidade, discurso, tudo isso.
09:16Então, não acredito em juros, queda de juros de janeiro, nem em março,
09:20só a partir do segundo trimestre do ano que vem.
09:22Então, você, nesse momento, acredita só em abril, é isso?
09:26Isso.
09:27Eu vou passar para a pergunta do Vinícius Torres Freire.
09:30Vinícius.
09:31Samson, você já respondeu um pouco da pergunta, você está naquela minoria que ainda é mínima,
09:37mas está crescendo nos últimos dias de quem acredita em abril.
09:41Agora, tem um problema adicional que, além de começar o corte, tem de saber o ritmo,
09:47porque a gente tem eleição, a gente tem volatilidade e, claro, a gente acredita que em abril
09:51o BC já vai ter elementos mais fundamentais para tomar decisão, espera-se que as expectativas
09:57tenham caído, que a inflação de serviços seja mais sob controle e tudo mais aquilo que
10:02a gente está sabendo que o BC quer ver.
10:05Mas, isto posto, mesmo que tenha essas expectativas controladas, inflação de serviços mais controladas,
10:11você acha que dá para ir nesse ritmo, num ritmo forte bastante, para levar a Selic até
10:1612% no final do ano?
10:19Bom ponto, excelente ponto.
10:21Acho que sim.
10:21Acho que, em vez de começar com um ciclo de 0,25, ele pode começar com um ciclo de
10:25meio e não começar em janeiro, março.
10:27Por que vai começar em março, por exemplo, 0,25, começa com meio, joga para frente, joga
10:32para abril, segundo trimestre, com mais dados, mais informação, se tiver que acelerar, 0,75,
10:37mas eu concordo plenamente.
10:38Ele vai monitorar, como eu falei, tem injeção de dinheiro por conta das eleições, tem esse
10:43risco, incertezas também geradas ali, vai olhar Estados Unidos, por conta, se Estados
10:48Unidos vai continuar com a queda de juros por lá, tem essa discussão, se a queda de 100%
10:52do mercado não acredita, acredita em pausa em janeiro, eu acho que vai continuar a queda
10:55por lá também, o que vai auxiliar aqui, porque aí você tem um dólar menor, consequentemente
11:00uma inflação menor para cá também.
11:02Então, vai monitorar eleições, não tem como, porque esse risco de eleições fez
11:06isso, o dólar estava 5,30, subiu para 5,50, gera esse efeito sim, gera inflação, mas
11:11acredito que ele possa começar, em vez de 0,25, começa com meio e recomeça a partir
11:16de abril.
11:17Puxando aí dos Estados Unidos, só para eu entender melhor, na sua opinião, vai continuar
11:22caindo por lá ou vai ter aquela pausa que todo mundo imagina?
11:26Eu acho que não, acho que tem novamente 0,25 para a próxima reunião em janeiro também
11:32por lá.
11:33Tem toda uma pressão, até o Trump falando, falando em mudança por lá, os dois Kevins
11:37ali falando, falando em redução também de juros, mais para a economia, mas eu acho
11:41que números por lá, tende a ser um novo reajuste para baixo em janeiro.
11:48Celso, muito obrigada, sempre um prazer te receber aqui, se a gente não se falar mais,
11:52Feliz Natal para você.
11:53Muito obrigado, uma boa noite, adoro participar aqui, a sua audiência também, um Feliz Natal
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