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O PCE dos Estados Unidos veio em linha com o esperado e reforçou as apostas em um novo corte de juros pelo Federal Reserve. Will Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, analisa os impactos do dado no mercado, na credibilidade do Fed, nas bolsas, no dólar e nos reflexos para o Brasil em meio ao cenário fiscal e eleitoral.

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Transcrição
00:00Nos Estados Unidos, o principal índice de inflação, o PCE, veio em linha com as expectativas do mercado.
00:06O dado ainda é de setembro, está saindo com mais de um mês de atraso por causa do shutdown.
00:10A paralisação do governo foi a mais longa da história, durou 43 dias.
00:14O resultado mostra uma inflação controlada, embora bem acima da meta.
00:18E reforça as apostas numa queda de juros na semana que vem.
00:22Sobre o que a gente deve esperar, eu vou conversar aqui com o Will Castro Alves,
00:26ele é estrategista-chefe da Avenue e notável aqui do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:31Tudo bem, Will?
00:34Tudo bem, boa noite.
00:36Boa noite.
00:37Como é que você viu esses dados aí da inflação americana?
00:43Pois é, os dados se mostraram mais benignos do que o esperado.
00:47Na verdade, assim, eles vieram totalmente em linha quando você pega o índice cheio, como a gente fala,
00:52tanto no olhar mensal, quanto no olhar anual, em linha com o esperado.
00:58Quando você olha o núcleo, que é mais relevante para a medida de inflação,
01:04e vale lembrar que quando a gente está falando do PCI, é a inflação mais acompanhada pelo FED,
01:09é a inflação que acaba sendo a mais preponderante para a decisão de juros pelo FED.
01:14E o núcleo do PCI, ele veio em linha na variação mensal e nos 12 meses, um pouco abaixo do esperado.
01:25Acho que o grande ponto aqui é que muito se fala no potencial inflacionário das tarifas
01:31ou de todos os receios que se tem em relação à inflação,
01:34mas a verdade é que o PCI, ainda que defasado, é verdade, mostrando o dado lá de setembro,
01:39ele veio em um tom mais benigno, em linha ou abaixo do esperado,
01:44especialmente nessa métrica específica do núcleo olhando a 12 meses.
01:48E o fato de não ter tido uma surpresa negativa, ou seja, uma inflação muito forte,
01:54acaba que foi visto com bons olhos pelo mercado.
01:57O S&P, nada, o Dow Jones até avançaram logo depois do dado,
02:03e a gente teve reações mistas no câmbio, saindo um pouco da relação contra o Real,
02:10que teve um vetor específico interno.
02:13O que a gente viu foi que, apesar de uma inflação mais benigno,
02:16os yields subiram um pouco e o índice do dólar ficou meio que num zero a zero.
02:20Acabou sendo bom para a Bolsa o PCI e para os demais não fez tanta diferença.
02:25Agora, Will, se a gente olhar para o número,
02:29tudo bem, esse número do mês de setembro foi até que razoável,
02:320,3, 0,2, enfim, olhando para o núcleo, olhando para o número geral,
02:37mas, de qualquer maneira, a inflação nos Estados Unidos nos últimos 12 meses acumulada,
02:42ela está em 2,8, 2,9, bem acima da meta, que é 2%.
02:48Você acha que isso vai impedir que o Banco Central corte os juros na semana que vem?
02:54Ou já é uma decisão que todo mundo já está precificada, vamos dizer assim,
02:58um corte de 0,25, como todo mundo tem falado?
03:02Olha, a minha opinião é que não vai mudar em nada a decisão,
03:06que a meu ver já está bem direcionada pelos comentários dos dirigentes do FED,
03:10que foram alinhando as expectativas para a semana que vem, na quarta-feira,
03:14haver mais um corte de juros de 0,25.
03:17Quando o Banco Central americano trouxe as suas projeções econômicas lá em setembro,
03:22ele já falava de cortar duas vezes os juros,
03:25então isso engloba mais um corte agora em dezembro.
03:29Então, acho que, entendo eu, que não muda nada essa expectativa de um corte em dezembro.
03:35O que, eventualmente, se discute, e você está correto em falar que a taxa de inflação
03:39está acima da meta e isso gera discussões e gera críticas por muita gente para o FED,
03:46afinal de contas, como você vai baixar juros se a inflação ainda está acima da meta
03:50ou não voltou a meta, né?
03:53Mas eu acho que o que gera discussões é em relação a qual que vai ser o ritmo,
03:58a continuidade desses cortes, olhando para janeiro, março e abril,
04:02as próximas reuniões do Banco Central.
04:04O mercado mais e mais vem apostando que corta agora em dezembro
04:08e depois não corta mais, talvez só lá em abril.
04:11Agora, Will, uma outra discussão que a gente tem sempre que a gente fala dos Estados Unidos
04:15é a questão da própria credibilidade do FED, do Banco Central americano,
04:19porque a gente viu que a gente está acostumado com isso aqui no Brasil,
04:23o presidente que pressiona para o presidente do Banco Central baixar os juros,
04:27mas nos Estados Unidos é uma coisa relativamente nova, né?
04:30Uma pressão como o presidente Donald Trump fez em relação ao Jerome Powell
04:34é uma coisa que a gente acho que talvez nunca tenha visto na história.
04:37Você acha que essa queda de juros tem um pouco a ver com essa pressão também?
04:40E o anúncio, o possível anúncio de um novo presidente do Banco Central americano
04:44também colabora um pouco, corrobora um pouco essa pressão americana
04:49e deixa essa credibilidade um pouco sob suspeita?
04:54Eu acho que gera suspeita, gera discussão,
04:58mas eu não sei se de fato afeta a confiabilidade das instituições americanas.
05:03E eu digo isso pelo dólar continuar sendo uma moeda de reserva de valor global,
05:07continuar sendo bastante usada.
05:09E entendo eu que parece que o que aconteceu no Brasil tem muita crítica
05:13em relação ao antigo presidente do Banco Central, Roberto Campos,
05:17aí trocou, entrou o Galípolo e cessaram um pouco as críticas,
05:21ainda que não houve mudança na política monetária.
05:24Entendo eu que ano que vem, nos Estados Unidos, em 2026, você vai ter a troca,
05:28isso talvez acalme e dê um pouco espaço para que o novo presidente do Fed
05:32trabalhe sem tantas críticas.
05:35E eu vejo isso até como um ponto positivo.
05:38Essa troca de comando acaba sendo positiva.
05:41O Hassan seria o principal hoje candidato com mais chances,
05:47aparentemente, de se tornar o presidente do Fed,
05:50mas ele é um economista também com bastante capacidade,
05:53com um currículo bastante avançado.
05:54E vale lembrar que a decisão de juros nos Estados Unidos
05:58não é tomada somente pelo presidente, por vários diretores.
06:02E ali é o jogo da dialética, o embate entre as percepções e as opiniões
06:07desses economistas em relação à taxa de juros.
06:10E o que a gente tem visto é que os dirigentes do Banco Central americano
06:14estão se mostrando um tanto quanto divergentes nas suas opiniões,
06:17e isso se traduz em decisões que não são unânimes
06:21e aumentam essa incerteza,
06:24e isso eu acho que deve persistir
06:26até que a gente tenha a divulgação de vários dados
06:29e que a gente torne...
06:31O Banco Central sempre falou muito em data dependent,
06:34ou seja, tem que sair em todos os dados que estão atrasados,
06:36fazer uma boa leitura da economia americana
06:38e ver como que as coisas vão avançando
06:40para daí sim, olhando para frente, dizer
06:42olha, não vai ter mais corte, vai ter mais...
06:44Acho que isso é mais importante,
06:45ainda que sim, óbvio, já era essa suspeita
06:47a questão da influência política,
06:49agora eu vejo a troca eventualmente até como algo positivo.
06:53Legal, Will.
06:54Trazendo um pouquinho a discussão aqui para o Brasil também,
06:57embora em relação aos Estados Unidos e Brasil.
07:00Vamos supor que eles cortem lá o que está, né?
07:02Todo mundo, a tendência é que corte os juros lá.
07:05Brasil, super quarta, quer dizer, vai ter decisão do Copom também aqui,
07:08e provavelmente aqui não vai acontecer nada, vai continuar 15%.
07:11Você acha que com essa mudança lá fora,
07:15e a manutenção dos juros aqui,
07:17é possível que o Brasil atraia mais capital estrangeiro?
07:20Quer dizer, aquele capital um pouco mais especulativo,
07:22que sai dos Estados Unidos para o Brasil,
07:24para as bolsas, ou para investimentos em renda fixa?
07:27Você acha que vai ter algum impacto no Brasil
07:29com essa mudança de juros nos Estados Unidos?
07:32Olha, eu acho que só reforça esse cenário
07:35que a gente já tem visto, né?
07:36O dólar a 5,30 perto do 5,30 que estava aí até hoje,
07:41bem dizer, né?
07:42Ele tem muito a ver com esse cenário favorável
07:45de diferencial de juros elevado.
07:47O diferencial de juros, ele continua,
07:49ele persiste até que, no Brasil,
07:52comece a cortar juros.
07:54Fala assim, já falava assim janeiro,
07:55agora fala assim março,
07:56corte de juros no Brasil,
07:58mas muitos apostam que ele vai acontecer
08:00em algum momento.
08:01Então, eu acho que esse diferencial de juros
08:04é o lado positivo para o câmbio,
08:07ou seja, para a sustentação do real.
08:10Agora, por outro lado, olhando à frente,
08:12olhando para os próximos 12 meses,
08:14você continua tendo o problema fiscal brasileiro
08:17e você tem as eleições como dois principais vetores
08:21contrários a uma maior valorização do real,
08:25mesmo com juros elevados.
08:27Mesmo com juros elevados,
08:28não dá para esquecer que o Brasil tem
08:30um problema fiscal.
08:33As contas, a trajetória da dívida,
08:36ela é ruim.
08:37O orçamento volta e meia é relativizado,
08:40criam-se exceções.
08:42Para 2027, já tem projeções
08:44do próprio atual governo
08:45de que você tem que revisar muita coisa aí.
08:48Então, isso é um problema,
08:50que foi o principal problema até em 2024,
08:51quando a gente viu o dólar lá saltar
08:53para mais de seis.
08:54Então, isso continua sendo um problema
08:56e a gente ainda tem eleições.
08:57Hoje mesmo, a gente teve uma pitada disso,
08:59uma notícia política que mexe com o Bolsa,
09:03Brasil, o DI, os juros,
09:06e acaba repercutindo também o câmbio.
09:10E eu acho que esse é o ponto.
09:11Para os próximos 12 meses,
09:12vai ter bastante disso,
09:13bastante volatilidade que impacta o câmbio.
09:16Então, por mais que o diferencial de juros
09:17seja favorável e ajude,
09:19e esteja ajudando já,
09:20e talvez continue ajudando,
09:22por outro lado,
09:23tem algo que não pode ser ignorado.
09:26Com certeza, ano de eleição,
09:28vamos apertar o síntese
09:29e torcer para tudo dar certo.
09:31Will Castro,
09:32Alves,
09:32estrategista-chefe da Avenue
09:34e notável aqui do Times Brasil,
09:35licenciado exclusivo CNBC.
09:37Will, superobrigado mais uma vez,
09:39sempre bom falar com você
09:40e bom fim de semana.
09:40Caderno é meu,
09:42boa noite a todos.
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