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  • há 2 meses
FUTURANDO 20250728

Existem muitos exemplos de comportamento em bando no mundo animal.

Isso inclui não apenas pássaros, mas também insetos e peixes.

Mas como esses animais coordenam seus movimentos perfeitamente?

Pesquisadores estão analisando de perto como isso tudo funciona.
Transcrição
00:00Nós somos a plateia deles, e o céu o palco.
00:04Bandos de aves migratórias criam um espetáculo natural no céu, quase como uma dança.
00:12Existem muitos exemplos de comportamento em bando no mundo animal.
00:16Isso inclui não apenas pássaros, mas também insetos e peixes.
00:20Mas como esses animais coordenam seus movimentos perfeitamente?
00:25Pesquisadores estão analisando de perto como isso tudo funciona.
00:30Isso e muito mais no programa de ciência da DW. Bem-vindos ao Futurando.
00:40Quando tubarões de Recife atacam no Oceano Índico,
00:43cardumes de peixes reagem como um coletivo e com a velocidade da luz.
00:51Milhares deles disparam pela água em uníssono quase perfeito.
00:54O que está por trás dessa coordenação aparentemente sem esforço?
00:58E quais sinais visuais os peixes notam de sua posição no meio do cardume em movimento?
01:07Cientistas do Instituto Max Planck, em Constância, no sul da Alemanha,
01:11querem entender esse comportamento coletivo.
01:15Oliver Doyssen e equipe querem saber mais sobre os mecanismos dessas movimentações.
01:19Como os animais em grandes grupos percebem o ambiente e interagem com os outros.
01:24Com os peixes, queríamos descobrir o quanto eles se comunicam com os olhos.
01:33Descobrimos que eles provavelmente se orientam visualmente em relação aos seus vizinhos.
01:37Então, como eles se movem, com que velocidade e como se coordenam?
01:41Quando um tubarão ataca, os peixes têm milissegundos para se esquivar.
01:45E só conseguem fazer isso se coordenarem seus movimentos com os de seus vizinhos rapidamente.
01:49O pesquisador de cardumes, Liang Li, realiza pesquisas básicas sobre o comportamento dos peixes.
01:59Com a ajuda de peixes-robôs, ele analisa quanta energia os peixes consomem ao nadar.
02:05Cientistas já sabem que em cardumes, a direção em que os peixes nadam é determinada pelo movimento de seus vizinhos.
02:11E o campo de visão de um animal individual parece desempenhar um papel decisivo.
02:19Em primeiro lugar, é difícil verificar se estamos realmente vendo o que os peixes veem.
02:25Como podemos fundamentar que o método é bom?
02:28Uma das maneiras é por meio do nível comportamental.
02:31Sabemos, a partir de dados comportamentais, que se eles estão interagindo, devem olhar um para o outro.
02:37Se eu quiser interagir com você, preciso olhar para você.
02:39Agora, minha atenção está voltada para você.
02:43É semelhante com os peixes.
02:45Quando dois peixes nadam juntos, se estiverem prestando atenção um no outro,
02:48ou como em uma interação líder-seguidor, eles devem ter algum tipo de visão retiniana.
02:53Eu vi o vizinho acima do meu olho.
02:58Para o estudo, os pesquisadores deixaram dois peixes reais nadarem num tanque com correnteza.
03:03Com câmeras, eles rastrearam os peixes e a posição dos olhos deles em três dimensões.
03:08Uma reconstrução das imagens da retina mostrou que os animais ajustaram dinamicamente os movimentos dos olhos
03:14para focar no peixe líder, pelo menos em laboratório.
03:18É possível aprender o que o seu peixe faria, se o vizinho estiver sempre nadando na frente.
03:26Mas não é possível controlar se os peixes reais sempre nadam na frente, porque eles interagem entre si.
03:32Portanto, esta é uma nova ferramenta para entender em detalhes a conexão entre por que os peixes fazem isso
03:37e por que exibem esse comportamento.
03:43Liang Li já está trabalhando em seu próximo projeto, medindo a correnteza e a velocidade da água com seu peixe robô.
03:50Esses dados podem ser usados, por exemplo, para permitir que peixes reais sejam mais eficientes em termos de energia,
03:56ou para tornar as suas atividades mais extenuantes.
03:59Para alcançar esse objetivo da forma mais realista possível, os peixes robôs são sincronizados usando dados de peixes reais.
04:07Eles devem se mover na água da forma mais autêntica possível.
04:11Em experimentos futuros, a equipe de pesquisa quer aprender como peixes reais e peixes robôs interagem entre si.
04:17Para onde os peixes reais olham quando as condições mudam, como eles se movem e o que muda em seus comportamentos quando estão em cardume?
04:32Como os peixes são sensíveis à poluição, eles acabam sendo usados em experimentos envolvendo toxinas na água.
04:39Recentemente, pesquisas têm sido conduzidas para substituir experimentos com peixes vivos por células de peixe.
04:45Alternativas também estão sendo buscadas para outras espécies animais.
04:51Até agora, animais de laboratório, como camundongos, têm sido essenciais para um amplo espectro de campos na pesquisa científica.
04:59Mas este chip de plástico pode substituir os animais.
05:02Adrian junta minuciosamente os componentes capazes de imitar um corpo.
05:07E assim que ele implantar células humanas vivas nele, o chip vai simular um órgão durante testes de medicamentos.
05:13Eu montei a camada fluídica.
05:19É basicamente como se fosse o vaso sanguíneo em nosso corpo artificial.
05:24E nossa matéria flui constantemente por meio dela.
05:28A configuração garante que as células atuem e se desenvolvam exatamente como fariam no corpo humano.
05:34O chip finalizado está sendo preenchido com células.
05:37Para isso, Adrian e a colega Theodora estão usando, entre outras coisas, células-tronco-humanas
05:43que podem ser programadas para assumir as propriedades de qualquer órgão humano.
05:47Em teoria, é possível adaptar o chip para estudar qualquer coisa que quiser.
05:53Por exemplo, células cardíacas pulsantes como esta, que podem ser usadas para testar medicamentos para o coração.
05:59Ou células cervicais para pesquisar infecções sexualmente transmissíveis.
06:05Até agora, esses testes só podiam ser realizados em animais.
06:09Os defensores afirmam que as células humanas não são apenas mais adequadas, mas também mais éticas.
06:15Podemos gerar novos dados que não poderiam ser gerados com testes em animais.
06:20E dessa forma, podemos reduzir gradualmente o número de experimentos em animais
06:24e até mesmo substituir experimentos individuais.
06:27No entanto, num futuro próximo, a maioria dos estudos em medicina continuará a depender de testes em animais.
06:36No momento, os chips conseguem simular apenas um órgão.
06:40Eles ainda não são capazes de imitar as interações entre múltiplos órgãos no corpo humano.
06:46Mesmo assim, o método não deixa de ser um marco promissor no campo da pesquisa médica.
06:50Os gatos também são usados como animais de laboratório, embora com menos frequência do que outras espécies.
06:59Os felinos brincam instintivamente com presas capturadas.
07:03Isso os ajuda a aprimorar suas habilidades de caça.
07:07Eles matam pássaros, ratos e outros animais e comem muita carne enlatada,
07:12o que impacta tanto a biodiversidade quanto o clima.
07:15Na Suíça, crescem os pedidos por regulamentações que limitem o número desses animais de estimação.
07:21Ativistas ambientais estão fazendo o que podem, mas os suíços querem uma solução.
07:28Esther e Katia têm hoje uma missão.
07:31Castrar o máximo de gatos que conseguirem capturar.
07:35Nesta fazenda, o número de gatos disparou.
07:37Os animais estão se reproduzindo rapidamente e a Suíça abriga um número crescente de felinos selvagens.
07:46Temos um enorme problema com gatos.
07:49Estimamos que existam cerca de 300 mil gatos de rua e pelo menos o mesmo número de gatos gravemente negligenciados.
07:56E não haverá fim para isso até que muitos outros gatos sejam castrados.
08:01Gatos são os animais de estimação mais populares da Suíça.
08:04O número exato deles no país, no entanto, permanece incerto.
08:08Ao contrário dos cães, os gatos não precisam ser registrados.
08:13Em 2022, uma associação estimou que havia cerca de 1,9 milhão deles, 400 mil a mais do que uma década antes.
08:23Gatos podem causar conflitos para seus donos, por exemplo, quando um deles usa o quintal do vizinho como caixa de areia.
08:29Mas o problema é muito maior, diz o presidente da Associação Suíça de Jardineiros Familiares.
08:41O grande problema para mim é que não vemos os danos que esse pequeno animal pode causar,
08:47porque ele é ativo principalmente à noite.
08:49Não se esqueça de que os gatos são caçadores.
08:51E eles seguem esse instinto arraigado, que é caçar.
08:54E há muitos deles à espreita.
09:03Há centenas de milhares de gatos de rua matando pássaros todos os dias na Suíça.
09:11Será que o problema realmente saiu completamente do controle?
09:15Muitas das aves, vítimas de ataques de felinos, acabam em centros de resgate de pássaros como este.
09:24A bióloga Madeleine Geiger estuda o comportamento de caça em gatos.
09:30Questionada sobre quantas aves são mortas por gatos a cada ano,
09:33ela afirma que as estimativas para a Suíça apontam para algo entre 3 e 9 milhões.
09:38As populações de aves conseguem sustentar esse número de mortes ou estão sendo dizimadas?
09:43Segundo a bióloga, não é possível tirar conclusões desses números.
09:48Mas ela acrescenta que outros fatores, como a perda de habitat,
09:52estão definitivamente causando mais problemas às aves.
09:56Os ativistas dos direitos dos animais não veem os gatos como assassinos, mas sim como vítimas.
10:02Esther e seus colegas atraem os gatos para armadilhas para castrá-los mais tarde.
10:06Há anos, Esther e outros ativistas defendem a castração obrigatória de gatos, permitidos em ambientes externos.
10:14Ela afirma que muitos donos desconhecem a responsabilidade que têm.
10:20Um grande problema é que você pode encontrar gatinhos em qualquer lugar,
10:24e muitas pessoas compram um sem pensar muito.
10:27Só mais tarde percebem que gatos custam dinheiro e tempo.
10:29Aí, não os querem mais, e sem castrá-los, os abandonam, de preferência em uma fazenda.
10:35E o fazendeiro que castrou todos os seus gatos tem que lidar constantemente com o problema de gatos férteis tendo filhotes.
10:42É um ciclo sem fim.
10:45Outro problema é que os gatos são carnívoros.
10:48Eles comem carne.
10:49Por isso, ativistas ambientais se envolveram também no debate em torno da alimentação dos felinos.
10:53A ativista ambiental Ruth Sutter defende soluções mais radicais do que apenas a castração obrigatória.
11:00Ela quer uma proibição de 10 anos para a importação de gatos e a interrupção total da reprodução.
11:10Com os gatos também vem a questão do consumo de carne.
11:13Um gato médio come aproximadamente a mesma quantidade de carne que um cidadão suíço.
11:20Os felinos também deixam uma pegada ecológica.
11:23São responsáveis por aproximadamente 0,5% das emissões de CO2 na Suíça.
11:31As emissões anuais de gases de efeito estufa atribuídas a um único gato doméstico
11:35equivalem aproximadamente a um voo de ida e volta entre Zurique e Berlim.
11:42Ruth gosta de gatos.
11:43Mas quando se trata de política climática, ela também acredita que chegou a hora de agir.
11:49Precisamos fazer algo a respeito deles em algum momento.
11:52Porque são muitos.
11:53São fofos e dóceis, mas se reproduzem rápido demais.
12:00Esther traz mais um gato para ser castrado.
12:04Mais de 100 serão castrados aqui hoje.
12:07Operações em massa como esta são realizadas várias vezes ao ano com a ajuda de veterinários voluntários.
12:13Até então, um programa de castração obrigatória, como o exigido por ativistas de direitos dos animais,
12:19recebeu pouco apoio político.
12:21Questionada se seus planos impõem restrições desproporcionais aos donos de gatos,
12:32Esther afirma que os considera razoáveis.
12:35Segundo ela, quando se olha para todo o sofrimento que os gatos passam,
12:38deixar de lado as preferências pessoais para reduzir o sofrimento deles é, na verdade, algo menor.
12:43Certo é que os ativistas ainda terão que castrar muitos gatos de rua na Suíça.
12:51Quando um animal de estimação sofre de uma infecção bacteriana,
13:00o veterinário geralmente o trata com bacteriófagos em vez de antibióticos.
13:05Fagos são vírus que infectam e destroem apenas bactérias.
13:10Duas jovens pesquisadoras da Alemanha identificaram recentemente um fago até então desconhecido
13:15que poderá um dia ser usado na agricultura.
13:17Hora dos preparativos finais.
13:23Essas duas jovens estudantes estão visitando o Laboratório Europeu de Biologia Molecular em Heidelberg, na Alemanha.
13:30Elas querem saber mais sobre o vírus que descobriram juntas num projeto escolar
13:35e que acabou se transformando num verdadeiro sucesso científico.
13:40Foi intenso. Fiquei eufórica quando aconteceu.
13:44Foi uma sensação maravilhosa depois de tanto trabalho.
13:49Alcançar aquilo pelo qual vínhamos trabalhando duro e por tanto tempo.
13:55Mia tem 15 anos e Misha 16.
13:59O tema da pesquisa delas era como combater bactérias na agricultura sem antibióticos.
14:05No projeto, elas usaram micróbios minúsculos conhecidos como bacteriófagos.
14:10Vírus que evoluíram para infectar bactérias.
14:16Para isso, os fagos se fixam na camada externa da bactéria e injetam seu material genético.
14:23Isso reprograma a bactéria para que ela comece a produzir mais fagos.
14:28Por fim, ela produz tantos fagos que morre.
14:33As duas alunas querem combater uma bactéria encontrada no solo.
14:37As plantas afetadas desenvolvem raízes demais, o que prejudica a produtividade da colheita.
14:44Os fagos podem ser mais suaves do que os antibióticos no combate às bactérias,
14:49pois atuam especificamente contra apenas um tipo de bactéria.
14:52Coletamos amostras de solo de vários jardins locais e também de uma floresta local.
15:01Acho que testamos de 15 a 20 amostras por seis meses para ver se as bactérias estavam morrendo.
15:06E no aniversário de um ano do projeto, deu certo.
15:11Foi aí que descobrimos nosso fago. Foi incrível.
15:14A descoberta levantou questões que elas não podiam mais analisar num laboratório escolar.
15:22Então, elas recorreram aos cientistas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular.
15:27O primeiro passo foi realizar uma análise genética no fago das estudantes.
15:32A comparação com todos os bacteriófagos previamente conhecidos revelou diferenças na sequência genética.
15:38As jovens pesquisadoras descobriram uma espécie de fago completamente nova.
15:44Em seguida, as estudantes precisavam de uma imagem do fago.
15:48Para isso, elas puderam usar o microscópio eletrônico de transmissão do Laboratório Molecular.
15:54Em geral, somente pesquisadores experientes fazem uso desse microscópio.
15:58Foi a primeira vez que Georg, do Centro de Imagem do Instituto,
16:01foi convidado para ajudar pesquisadoras tão jovens.
16:03Na verdade, elas precisaram de menos supervisão do que alguns que fazem doutorado ou pós-doutorado,
16:12porque estavam familiarizadas com as amostras.
16:18As imagens revelaram detalhes do fago recém-descoberto,
16:22como se ele tivesse uma pequena cauda aqui em amarelo.
16:27Informação importante para classificar o vírus no grupo correto, em um momento muito especial.
16:31Já tínhamos visto muitas fotos de outros fagos em livros didáticos e na internet,
16:40mas ver o nosso foi demais.
16:44Mia e Misha venceram um importante concurso para jovens cientistas na Alemanha
16:49e registraram uma patente.
16:51Mas as pesquisas continuam, e quem sabe, talvez o bacteriófago delas
16:55seja usado um dia em larga escala na agricultura.
17:01E agora, uma característica neurológica encontrada em apenas cerca de 4% da população.
17:07Pessoas com sinestesia podem sentir gosto em sons ou enxergar cores em palavras,
17:13entre tantas outras misturas possíveis para cada um desses indivíduos.
17:17Eu vejo com os meus olhinhos algo que é invisível.
17:26Essa brincadeira de criança sempre faz Daniela sorrir,
17:29porque ela realmente vê coisas que a maioria das pessoas não vê.
17:33Daniela tem sinestesia.
17:34Os sentidos dela estão interligados de uma forma que a faz perceber o mundo
17:40como uma mistura vibrante de cores, formas e emoções.
17:47Tenho sinestesia de visão para som ou de som para visão.
17:51Isso significa que, quando ouço música, também vejo em minha mente cores e formas que se misturam.
17:57E elas podem ser muito diferentes, dependendo do tipo de música ou sons que estou ouvindo.
18:03Diferentemente de um cérebro neurotípico, o de um sinestésico responde a um estímulo externo
18:10simultaneamente com dois órgãos sensoriais.
18:14Os sentidos envolvidos, a intensidade ou a frequência com que as experiências ocorrem
18:19variam de pessoa para pessoa.
18:22As formas que estou explorando atualmente incluem a sinestesia e a espelho-toque.
18:27Isso significa que, quando vejo alguém ser tocado, sinto isso em meu próprio corpo.
18:32A dor também.
18:33É um tipo de sensação metálica.
18:36E há também a sinestesia ticker tape.
18:39Ou seja, geralmente vejo coisas enquanto conversamos, uma espécie de comentário contínuo.
18:44Assim como as legendas de um filme, eu as vejo passando.
18:51Mas a conexão neurológica dominante em Daniela é entre a visão e a audição.
18:56Ela adora ouvir música, porque, para ela, a experiência também é visual.
19:00Quando fecha os olhos, ela percebe os sons mais ou menos assim.
19:15Alexandra também consegue ver música.
19:18Ela trabalha como treinadora vocal há 40 anos.
19:21Assim como Daniela, ela nunca questionou suas percepções até que o acaso entrou em cena.
19:26Li um artigo que dizia que algumas pessoas, quando veem o número 7, o percebem como verde.
19:36E pensei, isso não é verdade? O 7 é amarelo?
19:44Alexandra está em contato com instituições de pesquisa e procurativamente outras pessoas com sinestesia.
19:49A sensação que sempre teve de ser diferente agora é respaldada pela ciência, o que até explica alguns traços de caráter.
20:00O amor pela organização também se mostra na minha disposição em ajudar os outros.
20:06Não é apenas empatia.
20:07Quando alguém está precisando, para mim é como uma bagunça.
20:10A necessidade de ordem combinada com a dupla percepção é a base do sucesso profissional de Alexandra.
20:20A maioria dos ouvidos não detecta quando as notas estão um pouco fora da tonalidade.
20:26Mas Alexandra percebe até mesmo pequenos desvios.
20:30Para ela, um acorde de três notas tem a seguinte aparência.
20:33Se cantado fora do tom, uma linha fica torta.
20:36E é assim que ela vê uma escala.
20:38Quando cantada incorretamente, fica embaçada, especialmente as notas altas.
20:43Ela aprendeu a comunicar essas percepções aos alunos.
20:53Outros profissionais também aproveitam o potencial da sinestesia.
20:56Nas mídias sociais e em um podcast, a psicóloga Mike Prysing fala sobre as cerca de 80 formas de sinestesia até então conhecidas.
21:07E dá informações sobre onde ir e quais especialistas procurar.
21:12Muitas pessoas da comunidade ouviram, principalmente quando crianças, que não deveriam falar sobre isso.
21:18Que seriam trancadas por serem loucas.
21:21Todas essas coisas terríveis que, obviamente, têm consequências desastrosas.
21:26A sinestesia faz parte do espectro neurodivergente.
21:30E frequentemente ocorre junto com outras neurodivergências, sem ser considerada um transtorno em si.
21:36Esse é um dos motivos pelos quais o fenômeno ainda é pouco explorado.
21:40Apesar das evidências científicas desde a década de 1990.
21:44Em alguns casos, ela é vista como uma forma original de funcionamento neural.
21:49A teoria aceita é que o cérebro de um bebê está totalmente conectado.
21:53E, dependendo do contexto em que a criança cresce, o cérebro se especializa para lidar com o ambiente.
22:02A diferença é se você tem ou não tem esse gene da sinestesia.
22:09A ciência ainda pesquisa quais são os genes responsáveis pela conexão neural.
22:14O que já se sabe é que pelo menos 4% das pessoas têm prejusposição para a sinestesia.
22:19Tenho cerca de 10 formas de sinestesia.
22:25A maior parte do que vivencio é traduzida em cores, formas e animações com movimentos dinâmicos.
22:33É mais ou menos assim que Mike vê o toque de um telefone celular.
22:37Já o som de copos tilintando provoca efeitos brilhantes ou reluzentes.
22:45E, como Daniela, ela tem sinestesia do tipo ticker tape.
22:49A fonte das letras muda dependendo do idioma ou do dialeto que a pessoa está falando.
22:54Também varia de acordo com as emoções que ela expressa.
22:57Quando alguém fala com mais agressividade ou de forma mais incisiva,
23:01as letras aparecem maiores ou com traços mais marcados.
23:04Pessoas com sinestesia geralmente aprendem idiomas com mais rapidez
23:09ou têm mais facilidade para memorizar conexões complexas.
23:12Por outro lado, a neurodivergência pode causar sobrecarga de estímulos sensoriais.
23:18Uma dica é usar proteção para os ouvidos.
23:21Também costumamos carregar brinquedos como esse.
23:26Tocá-los pode acalmar e ajudar a aliviar a tensão causada pela sobrecarga sensorial.
23:30Tanto Daniela quanto Mike estão tentando aumentar a conscientização sobre o assunto no campo da medicina.
23:39A psicóloga se ofereceu como voluntária para um experimento em Toulouse,
23:43com o objetivo de mapear a sinestesia que liga cores a letras e números.
23:47Quando vejo cores, há áreas específicas no cérebro e no centro de visão,
23:54na parte posterior do cérebro, que são ativadas.
23:58E é possível rastrear essas ativações usando imagem por ressonância magnética funcional.
24:04Então eu queria saber se posso ver o cérebro da Mike vendo cores,
24:08enquanto olho para a tela em preto e branco com letras pretas.
24:11As mesmas imagens são mostradas a outra pessoa que não tem uma neurodivergência como a sinestesia.
24:19A comparação revela que, embora a imagem seja em preto e branco,
24:22o córtex visual de Mike interage com a região do cérebro responsável por ver as cores.
24:28Ela vê cores quando olha para o alfabeto latino, A, B, C, D,
24:33mas não para os outros alfabetos.
24:35Portanto, a atividade durante a fase de interesse e durante a fase de repouso é diferente.
24:44Subtrair um do outro dá um resultado diferente de zero.
24:48Assim, observamos a atividade na área central da visão de cores,
24:51e é isso que você vê nos visuais finais.
24:55São as partes amarelas destacadas.
24:57Cada vez mais artistas falam abertamente sobre a sinestesia.
25:08E isso ajuda na conscientização para as pessoas que sentem o mundo como um lugar um pouco mais colorido.
25:13Do que são feitas as estrelas?
25:21Quantas cores as borboletas conseguem ver?
25:24Os robôs poderiam um dia ter bebês?
25:27Você tem alguma dúvida sobre ciência?
25:29Então escreva para a gente.
25:31Se respondermos a sua pergunta, você receberá uma pequena surpresa como agradecimento.
25:36Vamos lá, pergunte!
25:43O Futurando está acabando.
25:46Esperamos por você na semana que vem.
25:48Até lá!

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