O secretário do Meio-Ambiente, Jaime Verruck detalhou o projeto Sucuriú, da Arauco, que investe US$ 4,6 bilhões no Mato Grosso do Sul. Com capacidade de 3,5 milhões de toneladas por ano, a fábrica vai gerar impactos econômicos, sociais e ambientais, impulsionando exportações e a bioeconomia estadual.
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00:00E a empresa chilena Arauco está investindo 4 bilhões e 600 milhões de dólares na construção da segunda maior, da maior fábrica de celulose do mundo, no Mato Grosso do Sul.
00:11O projeto Sucuriú, com o início das operações previsto para o final de 2027, vai ter capacidade para produzir 3 milhões e meio de toneladas de celulose por ano, sendo 98% destinada à exportação.
00:25E a gente vai conversar agora com o Jaime Verruc, secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia e Inovação do Estado do Mato Grosso do Sul, e que já está aqui conectado com a gente no Fast Money.
00:37Tudo bem? Boa tarde, seja muito bem-vindo.
00:39Tudo bem? Boa tarde, Natália.
00:41Boa tarde. Bom, vamos então trazer para a nossa audiência mais detalhes desse passo super importante.
00:47O projeto Sucuriú foi anunciado como a maior fábrica, secretário de celulose do mundo, construída em uma só fase.
00:55O que representa esse investimento para o Mato Grosso do Sul em termos de posicionamento econômico e estratégico?
01:02Bom, o Mato Grosso do Sul, na verdade, nós tomamos aqui uma decisão estratégica importante,
01:07que nós criamos, na verdade, o chamado Vale da Celulose.
01:09Que a ideia era exatamente trazer tecnologia, formação profissional e atrair empreendimentos internacionais para o Estado,
01:18vinculado diretamente à celulose.
01:19Um ano atrás, nós inauguramos a chamada maior fábrica em linha única do mundo, que foi a da Suzano.
01:25E agora, nós estamos em fase de construção exatamente da maior fábrica em etapa única do mundo,
01:32que é, como você bem colocou, 3,5 milhões de toneladas, 4,6 bilhões de dólares de investimento,
01:39no município de Inocência, que é um município em torno de 8 mil habitantes.
01:43Uma fábrica desse forte vai precisar de um ativo florestal na área, mais ou menos, de 400 mil hectares.
01:50E o Estado de Mato Grosso do Sul, nessa avaliação estratégica, uma fábrica dessa,
01:55ela vai dar um impacto diretamente no produto interno, no produto do Estado, em torno de 6%.
02:00Além, obviamente, de toda a demanda que ela gera em termos de impacto social,
02:04que, obviamente, nós temos que investir também em infraestrutura, na questão toda de saúde e educação.
02:10Então, é um empreendimento extremamente relevante e é, hoje, o maior empreendimento de celulose em construção no mundo.
02:16E, bom, esse projeto, ele chega num momento, né, secretário, em que o Brasil é muito cobrado, né?
02:21E todos os países, né? Por práticas mais sustentáveis.
02:25Como é que o governo estadual está conciliando, então, essa expansão industrial
02:29com metas ambientais e com um olhar para a descarbonização?
02:33Essa é uma questão importante aqui no Estado, inclusive, Natália.
02:36Nós, há 10 anos, já juntamos a Secretaria de Desenvolvimento, que é a Agricultura, Pecuária, Indústria e Comércio,
02:42junto com a Secretaria de Meio Ambiente, exatamente para criar uma ambientação adequada no foco do desenvolvimento sustentável.
02:49Nós temos uma meta bastante audaciosa do Estado, que é, em 2030, o Estado de Mato Grosso do Sul ser o território carbono neutro.
02:56Então, conseguir compensar todas as suas emissões.
03:00E o setor florestal tem um papel relevante nisso.
03:02Nós já estamos aí, como somos o segundo do país, em área plantada de eucalipto.
03:07Pretendemos ser o primeiro nos próximos anos, dado que nós já temos mais um projeto da indústria de celulose,
03:13já mais um projeto anunciado, além desse da Arauco, né?
03:17E a gente faz toda uma avaliação, tanto na questão de recursos hídricos, como na questão de áreas preservadas.
03:23Todas essas indústrias têm as suas florestas certificadas e cumprem 100% daquilo necessário.
03:29Em termos de reserva legal, a constituição de corredores, de biodiversidade.
03:34Então, a gente consegue aliar um grande investimento na área de celulose, dentro do setor florestal,
03:39sendo um setor florestal que equilibra o desenvolvimento econômico com ocupação.
03:44E é importante destacar, Natália, que todas essas áreas, hoje, eram áreas anteriormente de pastagem.
03:49Todo o nosso vale da celulose eram áreas de pastagem.
03:53São áreas com o teor de argila mais fraco aqui no Estado, então áreas propícias para pastagem.
03:57Então, a substituição, hoje, é de pasto, boa parte deles degradados, para eucalipto.
04:03Isso também tem gerado uma alteração na matriz econômica do Estado,
04:07de tal forma, hoje, que nós somos o primeiro produtor de celulose do país
04:10e somos o primeiro em exportação, também, do país.
04:14Certo. E já vi algumas menções feitas pelo senhor,
04:17de que o Estado vive uma nova fase de industrialização, industrialização verde.
04:22Explica para a gente, secretário, o que diferencia esse ciclo atual dos anteriores,
04:27especialmente quando a gente olha para a bioeconomia.
04:31Exato. Acho que essa é uma questão fundamental.
04:33O Estado, ele definiu algumas linhas estratégicas.
04:36Uma, que é um Estado próspero, quer dizer, o nosso foco é crescer acima da média nacional.
04:41Um Estado sustentável, então, todas as nossas atividades,
04:45tanto de incentivo fiscal, ela tem elementos de sustentabilidade a serem verificadas.
04:50Acho que essa é uma questão importantíssima, essa avaliação da sustentabilidade.
04:55E nós conseguimos, exatamente, olhar a questão ambiental como um ativo.
04:59A gente sempre destaca isso para o Estado.
05:01Enquanto, quando nós conseguimos fazer as florestas e as árvores em pé valerem mais
05:06do que a atividade econômica, por isso que nós temos um amplo programa
05:09de pagamento de serviços ambientais nas atividades pecuárias,
05:13sejam elas de agricultura, de cultura e também de pecuária de corte,
05:16nós temos programas que remuneram o produtor por práticas sustentáveis,
05:21sempre aquelas além do que está previsto na legislação.
05:24Então, a legislação, ele é obrigada a cumprir.
05:25Se ele avança, além dessas práticas, ele consegue, efetivamente, algumas bonificações.
05:32E um desafio, Natália, no próprio setor de celulose,
05:34para nós, hoje, é logística.
05:36Quer dizer, nós temos um olhar muito forte de manter essa competitividade desse setor.
05:41Nós somos competitivos na base florestal, somos competitivos no porte das indústrias,
05:46mas tem olhado muito para os investimentos na área de logística.
05:49Só nesse projeto da Aral, nós estamos investindo numa rodovia,
05:53praticamente 300 milhões de recursos próprios do governo do Estado
05:56para exatamente fazer um acesso adequado dessa fábrica ao município de Três Lagoas.
06:01E fazendo uma série de vias vicinais também,
06:04para que a gente tenha aí uma facilidade de trazer esse eucalipto, obviamente, até a fábrica.
06:09E a saída da fábrica, ela vai ser totalmente ferroviária.
06:12A própria Aral, que vai construir aí 47 quilômetros, recursos próprios da Aral,
06:18de ferrovias, se conectando à Malha Norte,
06:20levando esse produto diretamente ao Porto de Santos.
06:23Então, esse também é um grande desafio,
06:26mas onde o Estado, juntamente com as empresas,
06:28tem desenvolvido uma série de projetos para exatamente manter a competitividade
06:33e reduzir os custos de frete, principalmente como o projeto,
06:37é um projeto de 92% para exportação,
06:40nós temos que não ser competitivos só aqui,
06:42nós temos que ser competitivos na China, nos Estados Unidos e na Europa.
06:45E o senhor tocou no ponto da logística,
06:48eu ia perguntar justamente sobre essa questão da infraestrutura,
06:51que vem junto com um projeto desse porte.
06:55Então, o senhor já explicou sobre logística,
06:57mas em relação à energia, a qualificação de mão de obra, por exemplo,
07:00o que está sendo planejado ou feito já para garantir que esse impacto econômico
07:05se espalhe, de fato, da forma como está sendo planejado?
07:10Na questão das rodovias, nós acabamos de licitar na B3
07:14a chamada Rota das Celuloses, que são entre 160 quilômetros,
07:17que nós acabamos de assinar um contrato,
07:20então foi feita uma concessão de três rodovias do Estado,
07:24muito focados na questão da Rota das Celuloses,
07:27exatamente para olhar essa questão especificamente da questão logística.
07:32Sobre a questão de mão de obra,
07:34a obra da Arauco, no seu pico de obra no próximo ano,
07:37vai ter 17 mil trabalhadores.
07:40A maioria desses trabalhadores acaba não sendo do Estado,
07:43são das empresas que vêm fazer a estruturação,
07:45construção civil, montagem,
07:46mas nós temos, sim, um grande desafio da mão de obra do Estado de Mato Grosso do Sul.
07:51Hoje, nós estamos praticamente em pleno emprego,
07:54isso implica de nós atrairmos pessoas para trabalhar no Mato Grosso do Sul
07:58e também fazer um amplo programa de qualificação.
08:01Então, nós criamos uma rede de excelência de qualificação na área florestal,
08:06juntando universidades, Sistema S,
08:09a nossa secretaria aqui, que também cuida da Secretaria do Trabalho.
08:13Então, fazer uma ampla capacitação,
08:15desde a base florestal até a questão industrial.
08:18Isso tem avançado bem.
08:20Um desafio ainda grande a ser superado se chama habitação.
08:24Hoje, nós temos uma previsão,
08:25nos próximos quatro anos,
08:27uma demanda só no Vale da Celulose
08:29de mais de 80 mil residências.
08:31Então, essa é uma demanda crescente.
08:34Nós estamos buscando parceria com o setor privado,
08:36Caixa Econômica,
08:37com as próprias indústrias que têm cedido áreas
08:40para que a gente possa, efetivamente, fazer novas habitações.
08:44Sem habitação, eu não consigo reter a mão de obra.
08:46Em alojamento, as pessoas ficam em determinado período
08:49e depois retornam às suas bases.
08:51Então, também nessa área.
08:53Na questão de impacto social,
08:55nós temos um compromisso chamado de PDA,
08:57o Plano Básico Ambiental.
08:59A própria Aral, que está investindo mais de R$ 100 milhões
09:02em construção de hospital, escola,
09:04delegacia de polícia no município de Inocência,
09:07exatamente para que a gente possa mitigar
09:10os impactos sociais do empreendimento desse porte.
09:13Quero agradecer a Jaime Verruc,
09:15secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento,
09:17Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Mato Grosso do Sul,
09:20contando mais para a gente sobre os impactos esperados
09:24e os benefícios que podem se traduzir no PIB do Estado,
09:28na balança comercial brasileira,
09:29então, muito obrigada pela entrevista e pela participação.
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