Economia criativa deve gerar milhões de empregos até 2030: especialista explica potencial do setor

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Pedro Valério, diretor executivo do Instituto Caldeira, falou sobre o potencial da economia criativa no Brasil, os impactos da inteligência artificial e o papel da nova geração no setor. O encontro em Porto Alegre reuniu representantes globais para discutir o futuro da criatividade e da tecnologia.

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00:00A economia criativa deve gerar mais de um milhão de empregos no Brasil até 2030.

00:05Atualmente, o setor já emprega mais de 7 milhões de pessoas, segundo o IBGE.

00:10Pensando nesse crescimento, representantes do setor que envolve arte, turismo, tecnologia, mídia,

00:17se reuniram esta semana em Porto Alegre para discutir os caminhos da economia criativa.

00:22O encontro foi promovido pelo Instituto Caldeira.

00:25E é sobre esse tema que a gente conversa agora, aqui no estúdio, com o Pedro Valério,

00:30diretor executivo do Instituto Caldeira.

00:32Tudo bom, Pedro? Boa noite.

00:33Boa noite. Prazer estar aqui com vocês.

00:35Prazer é nosso em te receber. Obrigado pela presença aqui, viu?

00:37Obrigado.

00:38Pedro, antes de mais nada, conta pra gente o que foi discutido nesse encontro em Porto Alegre,

00:42então, as principais pautas ali.

00:44Sim. Bom, eu acho que primeiro, até colocando em contexto, o Instituto Caldeira nasceu justamente

00:50com esse objetivo de fomentar a adoção das novas tecnologias e entender como que essas inovações

00:56podem transformar os segmentos em diferentes indústrias, né?

01:00O que a gente reforça, muitas vezes, é a perspectiva que a tecnologia é meio.

01:04E a economia criativa, de certa maneira, é a indução, naturalmente, de criatividade

01:09e de contextos vinculados a esse campo, no uso dessa tecnologia para a transformação

01:15das nossas vidas como um todo.

01:17Então, ontem, em Porto Alegre, aconteceu esse encontro que reuniu mais de 500 representantes

01:21de distritos criativos espalhados pelo mundo e que, basicamente, tentavam discutir

01:27como que a economia criativa pode tornar as nossas cidades mais férteis, mais vibrantes

01:32e, de alguma maneira, mais propensas para aproveitar a tecnologia que hoje está tão disponível, né?

01:38Quer dizer, um encontro muito focado, então, em tecnologia.

01:41Muito forte.

01:41Esse encontro que aconteceu no Rio Grande do Sul aproxima, justamente, players que estão

01:46fazendo movimentos de transformação das cidades através da economia criativa em diferentes

01:52países do mundo, né?

01:53Então, tinham representantes da América, nos Estados Unidos, tinha representantes da Itália,

01:57Colômbia, Medellín, muito forte também em termos de representatividade.

02:02E a perspectiva é, num contexto onde tudo pode, no que a gente vê aí com relação às

02:07novas tecnologias, efetivamente, a criatividade toma uma outra proporção sobre, realmente,

02:13sobre quais usos a gente vai fazer uso relacionado a isso tudo, né?

02:18Agora, Pedro, falando aqui de tecnologia e economia criativa, é inevitável pensar que

02:23a inteligência artificial tem feito o trabalho que muitos artistas, por exemplo, eram demandados

02:31para fazer, né?

02:32E boa parte do trabalho deles vai sendo substituída por inteligência artificial.

02:37Como é que se dá esse encontro entre a economia criativa e a inteligência artificial, especificamente

02:43falando?

02:44A leitura que a gente faz é que, de certa maneira, é uma ponte que se constrói e que se soma, né?

02:49Efetivamente, hoje, o que a gente percebe é que existe uma alta automatização de processos

02:56criativos, a gente percebe uma simplificação na criação de conteúdos, né?

03:02Então, um impacto que ainda é muito difícil, efetivamente, de medir na sua amplitude todas

03:08as transformações que vão ser geradas.

03:10A única certeza que a gente tem, quando a gente discute a questão da engenharia de prompt,

03:14o que a gente escreve e comanda para a inteligência artificial, efetivamente, é que a criatividade

03:19é a base disso.

03:20As boas perguntas nunca foram tão relevantes num contexto em que a tecnologia pode, hoje,

03:26criar personagens, músicas, quadros, né?

03:29E assim por diante.

03:30Então, acho que o exercício que a gente vem refletindo no Instituto Caldeira é, naturalmente,

03:36como que a gente induz, principalmente as novas juventudes, perceber essas ferramentas como

03:41habilitadores para o seu processo criativo, né?

03:45Interessante.

03:46E o que é que explica esse avanço da economia criativa nos últimos anos?

03:50São muitos setores, né?

03:52Quando a gente fala de economia criativa, a gente está falando de diferentes setores,

03:55mas é só a gente observar.

03:56Por exemplo, no Rio Grande do Sul e no Brasil, a gente vê um crescimento estrondoso do setor

04:01de games, né?

04:02Todos os desenvolvedores de jogos, empresas, né?

04:05Não só da audiência final.

04:06E a gente percebe o tamanho do volume de recursos que é movimentado dentro desse setor.

04:12Quando a gente fala do setor audiovisual, toda a parte de produção audiovisual, mídia,

04:17como foi colocada.

04:18Então, quando a gente percebe, hoje, a inteligência artificial persiste aqui numa perspectiva de

04:24personificação, né?

04:26A gente conseguir ser granular no conteúdo exato para a audiência exata, né?

04:31Então, essa personificação é um movimento que transforma, justamente, o que a gente chama

04:36hoje de a tese dos virais, né?

04:39Então, essa obsessão que a internet criou em construir virais, né?

04:43Para uma perspectiva de conteúdo para uma determinada comunidade, para uma determinada

04:47tribo, para uma determinada audiência.

04:49Então, são mudanças que a gente vai ver nos próximos anos, porque, efetivamente, a gente

04:54está engatinhando ainda com a transformação que a inteligência artificial nos resguarda.

04:58E como é que é a atuação do Instituto Caldeira?

05:00O Instituto Caldeira é uma associação empresarial que fica localizada hoje em Porto Alegre,

05:05mas que tem parcerias em todo o Brasil e em oito países espalhados pela Europa, Estados

05:11Unidos e Ásia.

05:14A gente, hoje, tem 525 empresas que, basicamente, buscam se conectar através de atividades como

05:21programas de aceleração, programas de mentoria e um volume extraordinário de iniciativas

05:26que pretendem, realmente, conectar pequenas, médias e grandes empresas com o mundo da

05:32tecnologia.

05:34A gente percebe que, hoje, existe ainda um desafio muito grande com relação à sensibilização

05:39do empresariado brasileiro de que inteligência artificial, transformação digital, metaverso,

05:46todos esses termos que, muitas vezes, ficam famosos em ondas de transformação que a gente

05:51observa, não são inimigos.

05:53A gente precisa entender, adotar e perceber como é que isso pode gerar valor para as

05:59companhias vinculadas.

06:01A geração Z está ajudando a impulsionar a economia criativa?

06:05Muito, muito.

06:06Eu acho que é uma transformação cultural que a gente percebe em termos de comportamento.

06:11Um dos programas mais interessantes que a gente desenvolve no Instituto Caldeira se chama

06:15Geração Caldeira, programa voltado para a rede pública, jovens de 16 a 24 anos, que

06:21justamente querem se conectar com essas oportunidades e que passam por um ciclo de capacitação

06:27dentro do Instituto Caldeira, tanto numa ferramenta online, programas digitais, como também no presencial.

06:34E, ao término dessas iniciativas, podem conseguir, efetivamente, empregos e oportunidades de trabalho

06:41dentro da economia criativa.

06:42Hoje é um campo muito fértil e com muitas possibilidades.

06:46O volume de vagas, hoje, só dentro das empresas do Instituto Caldeira, a gente tem falado em

06:51algo em torno de 5 mil vagas, hoje, disponíveis.

06:54Então, são vagas de trabalho vinculados ao tema da tecnologia e da economia criativa como

07:00um todo, que estão disponíveis para aqueles que, de fato, querem se conectar com esse contexto.

07:06E o que se espera para uma vaga como essa, por exemplo?

07:09Para uma pessoa que vai atuar na área de economia criativa, quer dizer, uma coisa é você

07:14ser TI, vamos dizer, de um banco, outra coisa é você ser TI de alguma atividade ligada

07:18à economia criativa, eu imagino.

07:20Que tipo de perfil se costuma esperar?

07:22Eu acho que, em grandes linhas, a gente está habituado a perceber que existe, obviamente,

07:26a necessidade do que diz respeito ao conhecimento técnico.

07:29Então, essa atualização permanente, que hoje está, inclusive, muitas vezes disponível

07:34na internet, para entender, efetivamente, as novas tecnologias e como é que os jovens

07:39se preparam para esse contexto.

07:41Acho que o elemento principal que a gente observa é a perspectiva comportamental.

07:45Como é que a gente desperta nessa juventude a ideia de curiosidade, vontade e toda a perspectiva

07:54de comportamento dentro das organizações?

07:56Porque, como a gente disse, eu acho que a economia criativa parte também pelo pensamento

08:00crítico.

08:01Como é que a gente resolve problemas complexos e, a partir disso, gera valor para a sociedade

08:07como um todo.

08:09Pedro Valério, diretor executivo do Instituto Caldeira.

08:12Obrigado, Pedro, pela sua presença aqui.

08:14Eu que agradeço.

08:14Boa semana.

08:15Obrigado.

08:16Valeu.

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