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Poliana Souza, presidente da General Mills no Brasil, compartilhou sua trajetória de liderança no quadro Protagonistas e revelou o plano ambicioso de colocar o país entre os dois maiores mercados da empresa no mundo. Com passagens por P&G, Coca-Cola e Unilever, ela foca em legado, crescimento e transformação cultural.

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Transcrição
00:00Hora do quadro protagonistas que traz histórias inspiradoras de mulheres que transformam as áreas em que atuam.
00:07Hoje eu converso com uma mulher que ainda jovem deixou a família em Cuiabá para se tornar uma das maiores executivas do nosso país.
00:16A protagonista de hoje é Poliana Souza, presidente da General Mills, dona de marcas que fazem parte da vida dos brasileiros, como Yoki, Kitano, Hagen-Dazs.
00:33Poliana tem 25 anos de experiência em algumas das maiores empresas do mundo.
00:39Passou por Coca-Cola, Unilever, P&G, coleciona prêmios e é reconhecida como uma das líderes mais transformadoras do Brasil.
00:49E mesmo com tudo isso, ela segue com os pés no chão e o olhar voltado para o futuro.
00:55Hoje no quadro protagonistas vamos conhecer a história, a visão e a força dessa mulher que lidera com propósito e muita inspiração.
01:04Seja muito bem-vinda, prazer enorme ter você aqui.
01:07Minha primeira pergunta é a mesma para todas vocês.
01:10Quem é Poliana Souza?
01:12Ai, Cris, prazer estar aqui com você.
01:15Bom, eu sou a mãe do Pedro, sou casada com a mãe da minha vida, o Pipo, e sou madraça da Nana.
01:23E eu sou filha de um músico e uma dona de casa, que há 33 anos decidiu sair de Cuiabá e conquistar o mundo.
01:30Então eu fui atrás de um sonho grande que eu tinha quando eu era adolescente e estou aqui.
01:35De repente, apareci aqui.
01:38Então minha vida é isso.
01:39Eu amo viajar, amo Rio de Janeiro e sou apaixonada por tudo que tem a ver com mulheres e ajudar outras mulheres a chegarem onde eu cheguei e conseguir alcançar seus sonhos.
01:52Então já que você já trouxe esse assunto de mulheres, quais são os conselhos que você daria para mulheres que olham para você e adorariam um dia chegar num cargo como o seu?
02:02Olha, Cris, não tem uma receita de bolo, né?
02:06Eu queria que há 25 anos atrás alguém pudesse ter me falado, olha, faça passo A, passo B, que você vai chegar lá.
02:12E eu vejo que cada dia eu estou aprendendo uma coisa nova sobre esse mundo e como a gente consegue vencer no mundo corporativo.
02:19Mas para mim, se tem uma lição que eu aprendi nesses anos todos, é a importância de ter uma rede de apoio.
02:26De ter outras mulheres, outras pessoas que te apoiam, outras pessoas que são aliadas na sua missão, na sua causa.
02:32E para mim esse é o grande segredo.
02:34É isso que eu falo para todas as meninas que eu mentoro, para as outras mulheres, outras executivas que eu ajudo.
02:39Que é sobre ter muito claro onde você quer chegar, né?
02:43Ter essa visão lá para o futuro.
02:45Eu me lembro quando eu estava lá em Cuiabá, eu olhei e falei, puxa, quero ir para os Estados Unidos, quero conquistar o mundo.
02:51Eu nunca imaginava que eu ia chegar até aqui, né?
02:53Para mim isso aqui é muito além do que eu podia ter sonhado.
02:57Mas eu sabia que eu queria mais do que aquilo que eu tinha.
03:00Eu sabia que aquilo ali não era suficiente para mim.
03:02Então eu tinha muito claro que essa visão de onde eu queria chegar e fui passando, meio que passando de fase, sabe?
03:09Assim, eu fui ganhando uma coisa, ganhando outra.
03:12Eu falei, ah, fui ganhando segurança e confiança para conseguir avançando.
03:16Então eu falo isso para todas as mulheres que eu mentoro.
03:19Tenha a sua visão, tenha claro o seu sonho, mas aí traz pessoas junto com você, porque sozinha a gente não consegue chegar.
03:26E como foi essa sua trajetória até chegar onde você está?
03:29Eu já falei aqui na abertura, várias empresas pelas quais você passou, empresas que são enormes, Coca-Cola, Unilever, P&G.
03:37Agora você está na General Mills, quero saber também qual é o legado que você quer deixar nessa empresa.
03:42Mas como foi a sua trajetória?
03:44Olha, foi meio, eu diria que não foi muito tradicional, né?
03:48Como eu contei, eu saí de Cuiabá nos anos 90 para fazer intercâmbio pelo Rotary.
03:53Vim de uma família de classe média que não tinha nenhuma condição de pagar um intercâmbio para mim.
03:57Então o Rotary foi uma solução que eu encontrei para poder sair de lá e conquistar o mundo.
04:03E eu conto essa história porque mudou a minha vida, porque esse intercâmbio me ajudou a conseguir uma bolsa de estudos para estudar fora.
04:10E foi quando eu comecei a trabalhar na P&G, na área de marketing.
04:12Então eu comecei no marketing, passei quase 20 anos na Procter, né?
04:16Depois passei pela Coca-Cola no marketing, até assumi uma posição de gerente geral na Unilever,
04:21que foi a minha última posição antes de assumir esse cargo que eu dou hoje.
04:25Então foi uma trajetória cheia de desafios.
04:28Imagina, uma menina chegando nos Estados Unidos falando malemar inglês muito básico.
04:33Quantos anos você tinha?
04:34É a primeira vez que eu fui, tinha 17 anos.
04:37E fui conseguindo as coisas, fui conseguindo avançar.
04:41E não foi nada fácil, né?
04:42E no começo, você pensar 25, 26 anos atrás, quando eu comecei, não tinham muitas mulheres, né?
04:48Não.
04:48Então eu olhava para cima, eu falava, gente, quem que eu quero me espelhar?
04:53Era uma meia dúzia de gato pingado que estava ali e não tinha muitas.
04:57Então eu tive que tomar muita rasteira, né?
05:02Muito, tive que aprender com erros, com acertos e fui conseguindo crescer, crescer.
05:08Recebi muito feedback ao longo desse tempo.
05:12Não, Pauli, você é muito dura.
05:14Ou não, Pauli, você vai ser arrebatadora, você vai, né?
05:19Então meio que desacelera um pouco.
05:22Eu falei, puxa, tá bom.
05:23Aí eu ia ajustando o meu jeito de ser e de trabalhar.
05:26E foi funcionando.
05:28E aí consegui, né?
05:29E agora estou aqui na General Mills, que para mim está sendo um sonho, nunca imaginei, né?
05:36Estar numa posição que eu estou hoje.
05:38E foi totalmente inesperado.
05:40Cris, eu estava, né?
05:42Depois de 25 anos trabalhando nessas grandes multinacionais, eu falei, puxa, agora estou aqui de boa.
05:48E apareceu o General Mills com um desafio enorme de negócio, né?
05:53Uma oportunidade de fazer com que o Brasil seja um motor de crescimento para essa empresa globalmente.
05:59E eu vim realmente para construir esse sonho, né?
06:03Com esse time que está lá, que é incrível.
06:05A cultura da empresa me apaixonou, as pessoas que eu conheci.
06:09Então eu acabei tomando essa decisão de vir para cá e estou há sete meses nessa posição.
06:16E estou muito feliz.
06:17E quero sim fazer um legado de transformação, né?
06:22Não só transformação do nosso negócio.
06:24Porque hoje o Brasil está entre as cinco maiores operações do mundo.
06:30Eu ia perguntar isso.
06:30Qual é o peso do Brasil para a operação global, para o grupo comum todo?
06:34A gente está entre os cinco maiores do mundo, mas eu vejo a possibilidade do Brasil se tornar uma das grandes operações da General Mills no mundo.
06:43Quando você fala grandes, o quê?
06:44Um, dois, três?
06:45Ah, eu queria pelo menos o número dois.
06:47Esse é o meu sonho.
06:50Mas tem um espaço para conquistar, mas tem um mercado, um consumidor que quer produtos de qualidade, quer acesso à inovação e à tecnologia que a gente oferece.
07:02Então eu vim para construir esse legado junto com o time que está aqui.
07:06E eu sei que a gente está no caminho certo.
07:09Então estou super feliz.
07:11Você trabalha numa empresa que tem marcas muito queridas pelos brasileiros.
07:15Aí só para citar, Iocchi, Quitano.
07:18Como é que você enxerga essa memória afetiva na criação de uma marca?
07:24Ah, isso é super importante, né?
07:26Quando eu cheguei na General Mills, uma das coisas que eu, marqueteira que sou, né?
07:29Apaixonada por construção de marca, a primeira coisa que eu vi, eu falei, uau, que fácil.
07:34Já temos quase 100% de awareness.
07:37O brasileiro já sabe o que é Quitano, Iocchi.
07:41Mas vamos explicar.
07:42Já trabalhei com marcas que a gente tinha que explicar se era para comer, para lavar o cabelo, né?
07:46Então, olha que coisa boa, né?
07:48Já sabemos, todo mundo já sabe o que é.
07:50E no caso de Iocchi e Quitano, são marcas com histórico na cultura brasileira, né?
07:56Que Iocchi é sinônimo de festa junina, né?
08:00As categorias que a gente tem a liderança, farofa, palha.
08:04A marca Iocchi praticamente inventou a farofa pronta, né?
08:07Popularizou a pipoca de micro-ondas nos anos 90 no Brasil.
08:11Então, tem uma referência nas categorias que o consumidor já automaticamente conecta com alguns eventos da vida.
08:18Então, isso é muito bacana, isso é muito legal de ver.
08:21E Quitano, que está aqui no Brasil desde os anos 60, uma marca que tem a ver com naturalidade, né?
08:27Temperos naturais.
08:29Imagina, antes de Quitano, as pessoas compravam temperos a granel, né?
08:33Então, não tinha essa praticidade de você comprar a quantidade certa, já no saquinho, já que fecha e abre bonitinho.
08:39Foi a primeira marca a trazer isso para cá.
08:40Primeira marca a fazer com que o consumidor tenha acesso a essa praticidade.
08:45Então, realmente tem uma conexão muito grande com o consumidor brasileiro.
08:49E eu chegar nesse momento da empresa com essas marcas tão fortes, eu acho que já dá uma garantia para a gente.
08:57Me dá uma confiança que o caminho é muito...
09:01A gente está no caminho certo, né?
09:02Para levar essas marcas para outro patamar e continuar crescendo no Brasil e levando mais e mais produtos de qualidade para o brasileiro.
09:09Você está há sete meses na General Mills.
09:12Já teve alguma decisão sua que teve um impacto muito forte nos negócios, nas pessoas dentro da empresa?
09:19Olha, eu acho que tiveram algumas.
09:22Eu poderia citar aqui uma que, para mim, está sendo super inspirador, que é uma mudança cultural que a gente está fazendo dentro da empresa.
09:33Obviamente, eu cheguei com um negócio que estava numa situação desafiadora, muitos desafios.
09:39Passou por alguns períodos pós-pandemia com certa dificuldade e agora a gente está...
09:45O consumo está vindo, o share está crescendo, a gente está vendo que o negócio está indo em uma direção correta.
09:50Mas, para levar a gente aonde a gente precisa ir, que o que trouxe a gente até aqui não é o que vai levar a gente até onde a gente quer chegar,
09:58a gente precisa de uma transformação cultural.
10:00E ter algumas coisas que eu sinto que já estão acontecendo.
10:05Por exemplo?
10:05Desafiar o status quo.
10:09Então, a gente tem falado muito sobre, puxa, tá bom, era assim, ou sempre foi assim, ou a gente sempre fez desse jeito.
10:15E, de repente, as pessoas estão, não, a gente sempre fez assim, mas agora a gente vai fazer diferente.
10:20Então, eu sinto que a cultura da empresa está se transformando para, tá bom, o que a gente pode fazer diferente?
10:26Como a gente pode tomar decisão mais rápido?
10:29Então, essa mudança cultural, ela vem com uma presença, é visível no dia a dia das nossas reuniões, da nossa empresa.
10:37E todo mundo fala isso para mim.
10:39Nossa, Poli, eu estou inspirado para construir esse futuro.
10:42Pela primeira vez eu me sinto que a gente tem um plano, que a gente tem uma estratégia, que a gente está falando de crescimento,
10:48está falando em como a gente vai realmente levar a empresa para outro patamar no Brasil.
10:52Então, as pessoas estão inspiradas pela essa visão e com essa visão elas estão se transformando, né,
10:58a maneira de trabalhar e como elas vêm todo dia para o trabalho.
11:01E com isso, o que acontece?
11:02Deve ser demais isso, né?
11:04Não, porque está todo mundo, né, está todo mundo no barco.
11:08E com isso, acabei de ter uma reunião na semana passada com o nosso CEO global,
11:12que a gente apresentou as nossas estratégias, né, as nossas prioridades para o ano que vem,
11:16que começa em junho para a gente, nosso ano fiscal.
11:18E, assim, foi incrível.
11:21Ele falou, puxa, Poli, pela primeira vez em muitos anos, eu estou vendo, né, que o Brasil tem um plano claro, simples.
11:29Ele falou, é tão simples que eu me pergunto, por que a gente nunca fez isso?
11:33Ele fez esse comentário.
11:34Eu falei, uau, então é bom, é simples, quer dizer que é bom.
11:38Porque para mim tem que ser simples.
11:39Lógico, lógico.
11:39Complicado, ninguém entende, ninguém faz.
11:41Então, é um plano simples e a organização vem junto.
11:44Bom, não vou te perguntar de detalhes do plano, porque é óbvio que você não vai falar,
11:48porque é algo que vai acontecer aí no ano que vem.
11:51Mas você já ganhou o prêmio, Caboré?
11:53Você já foi considerada uma das 100 lideranças mais transformadoras do Brasil.
11:57O que para você realmente significa uma líder transformadora?
12:04É uma líder que não tem medo.
12:06Eu me considero, obrigada pela referência, mas eu me considero uma líder que tem coragem de fazer diferente,
12:17de questionar, né, o que eu falei muito de questionar o status quo, porque eu realmente acredito nisso.
12:23E quando eu chego no lugar que eu vejo que tem oportunidade de fazer diferente,
12:27eu não tenho dúvida e eu brinco com o time que não, a gente já tem, né,
12:33como é que a gente vai transformar num sim.
12:34Então, para mim, isso é ter coragem, é fazer as perguntas corretas,
12:40é questionar por que as coisas eram feitas desse jeito, não podem ser feitas desse jeito.
12:46E é impressionante, porque quando as pessoas estão há muito tempo num lugar só,
12:49isso aconteceu comigo também, né, 20 anos que eu passei na mesma empresa,
12:52às vezes você vai entrando no piloto automático,
12:55aí quando chega alguém novo, fala, mas peraí, o que você está fazendo assim?
12:58Ah, é, nem sabia.
12:59Talvez até essa questão do plano simples que você trouxe, seja porque precisava de um refresh,
13:05de um ar diferente, um olhar diferente de fora, né?
13:08Exato, exatamente.
13:09Então, essa coragem de, às vezes, ir contra as normas, né, no bom sentido,
13:15de ir contra o esperado, eu acho que é o que faz transformar os negócios e faz transformar as pessoas.
13:21Mas, para mim, Cris, eu comentei sobre a mudança organizacional, transformação só acontece se a organização vem junto.
13:30Então, eu sou, para mim, o número um, dois e três são as pessoas.
13:34Então, por isso que eu sempre foco, sim, temos nossas prioridades de negócio,
13:38puxa, queremos crescer A, B, C, vamos fazer assim, assado,
13:42mas as pessoas têm que ser a primeira prioridade do nosso time e das nossas, né,
13:47do que a gente vai fazer como negócio.
13:49Porque, imagina, você não tem um time engajado, um time que está ali, motivado, energizado,
13:54nada vai acontecer.
13:55Nada.
13:56Nada vai sair do papel, né?
13:58E a General Mills, ainda bem, acho que explica por que eu estou aqui,
14:02é uma empresa muito preocupada com isso, né?
14:04A gente já é um dos melhores lugares para se trabalhar do Brasil,
14:08engajamento dos nossos funcionários altíssimo, assim, recorde, que eu nunca vi em nenhum lugar que eu trabalhei.
14:13Então, eu estou no lugar certo para fazer isso, né?
14:15Que mostra que as pessoas têm uma importância para a gente.
14:19Então, por isso que a empresa leva tão a sério as políticas de diversidade e inclusão.
14:23Por isso que a empresa leva tão a sério a gente treinar, desenvolver os nossos talentos.
14:29Então, para mim, começa aí.
14:30Começa com um time engajado, um time feliz de vir trabalhar todo dia, né?
14:35Que é o que a gente faz a maioria do nosso tempo.
14:37Exatamente.
14:38Bom, claro que nessa trajetória toda sua, você passou por muitos momentos em que a maioria,
14:45numa sala, eram homens.
14:48Quais foram os principais obstáculos que você teve que superar?
14:51Como você superou?
14:53Quais são os conselhos que você dá, mais uma vez, para mulheres que queiram passar por isso
14:59e que ainda encontram esses obstáculos mesmo, de homens que nos olham de outra maneira.
15:04E aí, algo que você falou no começo da nossa conversa, que lá no começo as pessoas falavam
15:08vai mais devagar, porque a minha sensação, a minha certeza, é de que nós, para nos posicionarmos
15:1625 anos atrás, 30 ou 20 anos, a gente se masculinizava.
15:20E hoje em dia não precisa mais.
15:21Com certeza, eu me lembro, super jovem, entrando nessas primeiras reuniões, que com a maioria
15:29homem, e deu o olhar e eu falei, nossa, primeiro que eu não posso ser muito menininha, não
15:34posso mostrar minhas emoções, não posso chorar.
15:38Quantas vezes eu fui chorar no banheiro?
15:39Sim, quem nunca?
15:41Mulher.
15:41Ah, é, então a gente chora, a gente se emociona e faz parte de ser a diferença do gênero.
15:47Por isso que precisa ter homem e mulher.
15:49Cada um traz a sua diferença.
15:51E eu me lembro de chegar nessas reuniões e olhar para aquilo e falar, não, eu não
15:54posso ser quem eu sou.
15:56Eu tenho que ser, né, tem que ter que botar o terninho, botar uma máscara, se eu estou
16:01com um problema em casa ou um problema familiar, eu não posso demonstrar, eu tenho que chegar
16:05aqui, eu sou a profissional poliana na máscara.
16:08E ao longo dos anos, eu fui aprendendo que não precisava.
16:12Eu fui aprendendo que não, eu posso ser quem eu sou.
16:15Então, quando eu virei essa ficha que caiu para mim, eu percebi que eu poderia ser bem-sucedida
16:25e conseguir o que eu queria, sendo quem eu sou.
16:28Mas demorou, Cris.
16:29Eu confesso que eu fiquei assim, acho que os primeiros 10 anos, acho que foi a maternidade
16:33foi um shift, assim, para mim.
16:35Virar mãe.
16:36Uma mudança.
16:36Nossa, eu acho que quando eu me tornei mãe, eu falei, peraí, o que é importante na minha
16:41vida, né?
16:42Óbvio, eu amo minha carreira, eu amo trabalhar, né?
16:44Eu, quando eu me tornei mãe, eu lembro quando eu voltei da licença maternidade, eu falei,
16:49né, meu filho cresceu, eu comecei a...
16:52Ele chorava quando eu ia trabalhar, né?
16:53Eu falava assim, não, filho, a mamãe vai trabalhar porque a mamãe ama o que ela faz.
16:57Né?
16:57Eu lembro que tinha algumas mães que falavam assim, não, eu vou trabalhar porque eu preciso.
17:00É.
17:00Porque eu tenho...
17:01Não, eu amo.
17:01Porque a mamãe vai poder comprar mais de coisa para você.
17:04Eu não, eu vou trabalhar porque eu amo o que eu faço.
17:06Então, eu percebi com a maternidade e foi exatamente...
17:09Olha, eu falei 10 anos de carreira meio que aí, né, dando murro em ponta de faca.
17:16Aí, quando eu vi que eu virei mãe e as prioridades se realinharam, eu falei, peraí, eu não preciso
17:22usar essa máscara.
17:24Eu sou a Poliana, mãe do Pedro.
17:26Essa é a minha prioridade número um.
17:27Eu não vou nessa reunião porque eu preciso ir levar o meu filho ao médico.
17:31Eu, a prioridade é estar na apresentação da escola dele.
17:35Eu vou sim usar o meu vestido, meu salto alto, minha maquiagem, vou falar que nem mulher,
17:39eu vou chorar.
17:41E quando eu tomei essa decisão, parece que foi um clique na minha carreira.
17:47Começou...
17:47A carreira começou a desandar.
17:49A desandar, não.
17:50A subir.
17:50Disparou.
17:51A disparar, isso que eu quis dizer.
17:53Disparou.
17:53Impressionante.
17:54Aí é que as promoções começaram a vir.
17:56A deslanchar.
17:56A deslanchar, é a palavra.
17:57As promoções começaram a aparecer, eu comecei a ser reconhecida, as pessoas começaram
18:02a valorizar quem eu era.
18:03Eu comecei a falar as coisas que eu falo, e eu sou assim mesmo, e eu falo alto, e eu falo
18:07palavrão.
18:08Eu sou muito informal, eu não sou uma líder distante.
18:13Ah, eu estou aqui, você está ali.
18:15Chamo para a minha casa, as pessoas que reportam para mim, ou reportaram para mim, quem
18:20estiver assistindo vai saber disso.
18:22Eu viro amiga, porque é uma relação tão próxima, né?
18:26E eu chamo para vir na minha casa mesmo, traz o marido, traz a esposa.
18:30Então eu comecei a agir dessa maneira que, no final das contas, sou eu, a Poliana de Cuiabá,
18:35a filha do Beto e da Mercês.
18:38Sou eu.
18:39Cresci escutando música, cresci numa família super simples, numa casa super simples.
18:45Por que eu vou ser outra pessoa?
18:46Ah, isso aí.
18:47Então, para mim, isso mudou a minha vida e mudou a minha carreira para melhor, né?
18:53Que eu acho que eu cheguei aqui por causa disso.
18:54Com certeza, absoluta.
18:56E para a gente encerrar, esse quadro se chama Protagonistas.
19:00O que significa para você ser a protagonista da sua própria história?
19:06Bom, eu estou parecendo um samba de uma nota só.
19:09Mas é o famoso do desafiar o status quo.
19:12Eu acho que ser protagonista é você não aceitar que existe missão impossível, né?
19:20Que tudo dá para fazer.
19:24Óbvio, vai demorar um pouquinho mais, pode ter que investir um pouco mais, tem alguns riscos, tem algumas...
19:31Se eu fosse aceitar o status quo da minha vida, né?
19:36Em 1992, lá em Cuiabá, não sei onde eu estaria hoje.
19:41Teria sido muito mais fácil, né?
19:43Poderia ter feito a minha faculdade lá, né?
19:46Ter me formado, né?
19:47Porque eu fui a primeira da família a me formar.
19:50A primeira a fazer faculdade.
19:52A primeira a fazer faculdade.
19:53Então, para os meus pais, eu fazia a faculdade lá em Cuiabá, teria sido já um sonho, né?
19:58Eles já estariam super orgulhosos de mim.
20:02Mas eu vi aquilo ali e eu fui atrás.
20:04Eu sempre fui muito, como disse meu marido, eu sou danada.
20:07Porque quando me falam não, aí que eu falo, ah, é?
20:10Então tá bom, vamos ver.
20:10Agora que eu vou mostrar que vai ser assim.
20:11Agora que eu vou fazer.
20:12Vou conseguir.
20:13Então, para mim, é isso, é ter protagonismo.
20:16É você não aceitar não como resposta.
20:20Ir atrás dos seus sonhos.
20:22Cair e levantar.
20:23Então, assim, eu acho que é não desistir nunca.
20:28E isso eu ensino para o meu filho.
20:30E agora, para mim, a enteada, a gente sempre fala disso em casa.
20:33Que é o famoso ditado, eu sou brasileira, não desisto nunca.
20:37E eles, todo mundo repete.
20:38Quando alguma coisa errada, eles falam, é mãe, é que eu sou brasileira, não desisto nunca.
20:42Porque não dá para desistir.
20:43Imagina se a gente for desistir.
20:44Não, não dá para desistir.
20:45Não dá.
20:46Então, eu não desisto.
20:48Fica a dica aí.
20:48É aí, é assim.
20:50Polly, muito obrigada.
20:51É uma delícia que eu estava com você.
20:54Obrigada mesmo.
20:55Eu também amei.
20:56Amei.
20:56Obrigada, de verdade.
20:57Foi incrível.
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