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Nelson Rocha, diretor da Cisbra e presidente da CAERG, avaliou a missão empresarial brasileira em Washington (EUA) para negociar a redução do tarifaço. Ele destacou impactos sobre exportações, riscos para o setor produtivo e a pressão política junto ao governo Donald Trump.

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Transcrição
00:00Com o objetivo de negociar uma redução no tarifácio, empresários e líderes de associações setoriais brasileiras
00:06participaram de uma, ou participam de uma missão empresarial ao Washington.
00:13Sobre esse assunto, como a gente tratava agora com a Luísa Maiana,
00:17eu converso com o Nelson Rocha, que é diretor da CISBRA e presidente da CAERG.
00:24Nelson, muito obrigado por nos atender aqui mais uma vez.
00:28A gente entende o esforço empresarial.
00:31Agora, o setor privado foi ali tentar pegar as rédeas.
00:35Existe um esforço paralelo do setor público, vou dizer assim, do governo,
00:40tentando uma via de conexão com os americanos, pelas vezes oficiais,
00:46correndo por fora aqui a iniciativa privada, todo mundo tentando mostrar os seus argumentos.
00:51Nelson, que tipo de cartas, não vou nem dizer na manga, mas cartas abertas,
00:55os nossos empresários brasileiros podem mostrar para os seus pares americanos
01:01e convencer ali as autoridades a essa apelação brasileira chegar à Casa Branca
01:08para dizer que o outro lado também vai ser ferido, né?
01:12O outro lado, os americanos também vão ser prejudicados.
01:16A gente entende isso.
01:17Por favor, Nelson, nos traga os detalhes de quais argumentos podem estar ali nessas cartas
01:23e que sejam convincentes o suficiente para chegar aos ouvidos de Donald Trump.
01:28Boa noite mais uma vez.
01:30Boa noite, Marcelo.
01:32Primeiro, agradecer o convite para mais uma vez estar aqui debatendo com vocês,
01:37enfim, trazendo também um pouco da visão do empresário, mas da visão do país como um todo.
01:42Nós temos enfrentado momentos difíceis com esse tarifácio e não é diferente.
01:50O governo, por conta de ser o representante do Estado brasileiro, tem uma posição,
01:56que é uma posição em função do seu papel também, né?
02:00Mas os empresários vêm sendo afetados, especialmente aqueles que não tiveram as suas tarifas reduzidas,
02:09aqueles que ainda permanecem, né?
02:12Que representam 57% do total.
02:15Então, todo mundo está tentando, indo lá buscar uma forma para não perder esse mercado.
02:20O mercado americano é um mercado importante, obviamente, e ninguém tem o interesse.
02:26E até que você, muita gente fala, ah, vamos mudar, vamos buscar novos mercados,
02:32mas é muito difícil, você não consegue mudar do dia para a noite e isso leva algum tempo.
02:37Mas até lá é preciso construir.
02:39Então, os empresários, o que é extremamente normal, resolveram se organizar com uma missão,
02:49liderada pela CNI, a CNA também está lá tentando, enfim, para tentar convencê-los.
02:57E qual é o argumento?
02:59Eu sempre digo que é muito difícil qualquer argumento com o Donald Trump,
03:04porque ele é uma pessoa difícil e imprevisível na maioria das vezes.
03:10Então, a tentativa é de buscar convencê-los de que o próprio mercado americano vai ser prejudicado.
03:21O café, por exemplo, que tem, se não me falha a memória,
03:25um terço do café que chega aos Estados Unidos é brasileiro.
03:30E, obviamente, que ainda que eles substituam por outros,
03:35tem a questão da qualidade, tem a questão também do próprio mercado assimilar.
03:40E isso vai fazer com que o mercado brasileiro continue exportando,
03:44só que é um custo maior, só que também vai ter uma redução,
03:47que é quando você aumenta o preço de produtos, naturalmente existe uma queda de consumo.
03:54Então, é tentar um ganha-ganha.
03:57Esse processo não é bom para ninguém, não é bom para nós, brasileiros,
04:03não é bom para os exportadores e, obviamente, para a sociedade, para a economia brasileira,
04:09mas também não é bom para os americanos,
04:11que, afinal de contas, eles vão ter o preço dos seus produtos majorado
04:14e isso pode prejudicar, trazendo inflação,
04:18os Estados Unidos já vêm tendo alguns problemas com relação à inflação
04:21e ela retomar um patamar que pode prejudicar,
04:26inclusive, o próprio presidente Donald Trump,
04:29afinal de contas, quando o povo é afetado,
04:33o político que está à frente do executivo sempre é também mal visto.
04:39Claro. Nelson, não que eu queira ser aqui o pessimista da história,
04:44mas a gente já chegou no ponto do que na aviação se chama
04:47Embrace for Impact, né?
04:50O piloto está tentando salvar a aeronave,
04:52mas chega um certo ponto que até preventivamente
04:55ele pede para a equipe avisar os passageiros.
04:58Ó, posição de impacto, porque eu acho que o pior está por vir.
05:02A gente já chegou nesse ponto aí?
05:06Olha, Rodrigo, eu não acredito.
05:09Eu acho que a gente ainda tem muita coisa para enfrentar mais adiante.
05:15Há pouco mesmo, na entrevista que você fazia,
05:18se comentava a respeito da discussão sobre
05:23o que ainda tem pela frente na Suprema Corte Americana, por exemplo,
05:30os próprios empresários de lá estão se sentindo prejudicados
05:34e por conta disso também estão lutando contra,
05:37é possível que haja uma reversão ainda,
05:40seja do ponto de vista judicial ou mesmo uma revisão dos momentos.
05:46E o presidente americano, ele tem como característica ser um negociador, né?
05:52À medida que ele perceba que isso pode trazer consequências para ele,
05:58reverter e mudar a sua posição.
06:01E ele faz isso com a maior naturalidade possível.
06:04Não existe nenhum constrangimento por parte do presidente americano
06:09em tomar essa atitude.
06:11Então, eu ainda acho que nós temos possibilidade.
06:14É claro que já começou a funcionar a tarifa, né?
06:18Vai fazer um mês daqui a pouco, né?
06:20Essa semana ainda, no final de semana que vem agora.
06:23Mas é possível que a gente ainda tenha uma reversão,
06:26seja pela decisão judicial ou mesmo à medida que...
06:29Ah, eu pensei bem e acho que esses produtos podem prejudicar aqui a economia
06:35e voltar atrás, como ele já fez diversas vezes.
06:39Ou no próprio processo de tarifácio em outros países,
06:43que aí percebeu que isso poderia ser prejudicial ao próprio povo americano
06:48e ao país.
06:49E também em outras situações que ele acabou mudando de opinião.
06:53Nelson, só para a gente encerrar, porque a gente está com um tempinho um pouco curto,
06:58queria sim, numa sentença.
06:59Eu sei que a pergunta é um pouco mais capciosa,
07:05mas já é possível prever números, né?
07:10As perdas poderiam chegar a tanto.
07:13Claro que a gente fica fazendo previsões.
07:16E nessa mesma resposta, nessa sua última ponderação,
07:19conta para a gente aí que eu falo de uma pergunta capciosa.
07:23Como é que está o setor produtivo aqui no Brasil?
07:25Assim, nas conversas que você tem, naquele momento do cafezinho,
07:29em que o empresário já afrouxa a gravata, se respira fundo,
07:33falou, ó, vou ser sincero com você.
07:35Chegamos naquele momento de estagnação,
07:37porque parece que os Estados Unidos estão num processo de brasilinização, né?
07:42A gente vai ter uma insegurança jurídica,
07:43não sabe se o tarifácio pode ser realmente aplicado,
07:46porque existe uma brecha jurídica, como um jurista nos explicava agora,
07:50um tributarista, né?
07:53Nos bastidores, conta para a gente como é que está.
07:55Primeiro, essa ansiedade do produtor, do industrial, do empresário,
08:01está todo mundo em compasso de espera?
08:04Vamos esperar?
08:05Ou estão fazendo os cálculos,
08:07olha, eu acho que meu prejuízo vai ser tanto,
08:09perda de emprego vai ser nesse grau?
08:12Conta para a gente aí como se ninguém estivesse nos assistindo.
08:17Essa é boa.
08:18Enfim, o empresariado, de uma maneira geral, está ansioso, está preocupado, por óbvio, né?
08:27Ninguém pode perder um faturamento bastante significativo,
08:32exatamente porque o mercado americano é um mercado importante,
08:3612% das nossas exportações vão para lá,
08:39então, obviamente, que todos estão preocupados.
08:42Agora, isso não significa o fim do mundo, né?
08:45Até porque a gente não sabe o que vai acontecer.
08:50Via de regra, os empresários sempre calculam qual seria o pior cenário,
08:56e no pior cenário, qual seria o principal prejuízo.
08:59Mas isso, de fato, vai acontecer?
09:01Essa é uma questão importante e que é importante que a gente diga também.
09:06Ninguém tem esse número.
09:07Ninguém tem e eu te explico por quê.
09:09Porque existem diversas variáveis para compor essa relação,
09:15que vão, desde o impacto dessa tarifa,
09:20na capacidade ou não de continuar exportando,
09:24ou seja, se os importadores americanos,
09:27eles vão continuar importando produtos brasileiros.
09:32Eu cito sempre como exemplo o caso de uma empresa exportadora,
09:37não vou citar o segmento porque ela é importante
09:40e a empresa é uma das principais exportadoras brasileiras,
09:4580% das exportações são deles,
09:47mas eles exportam para os Estados Unidos,
09:50tem 20% do seu faturamento,
09:52eles exportam para os Estados Unidos pelo Atlântico.
09:55E o concorrente é chileno,
09:59que exporta pelo Pacífico.
10:03E aí os chilenos estão com 10% e nós estamos com 50%, está certo?
10:08Só que para você abastecer a costa leste-americana,
10:13você tem que trazer esse produto da costa oeste para a costa leste.
10:19Será que o custo de logística será maior do que os 40% a mais que nós temos?
10:25Ou não?
10:26Isso vai ser fator decisivo?
10:28Outro questionamento,
10:31o próprio produtor brasileiro estará disposto a reduzir um pouco a sua margem
10:37em função de não perder esse mercado?
10:40Porque também o presidente americano não vai ficar lá o tempo todo,
10:43então isso pode ser temporário.
10:45Então essas discussões,
10:48elas estão presentes
10:49e cada empresa,
10:51cada setor,
10:52cada tipo de produto
10:54tem uma lógica diferente.
10:56Então é preciso compor todas essas variáveis
10:59para você efetivamente dizer
11:01vai haver prejuízo ou não,
11:04vai se perder muito.
11:05É claro que a situação é desconfortável,
11:08não é nada agradável
11:09e o empresariado fica preocupado,
11:12mas de qualquer forma
11:12o nível de perda,
11:15alguma perda vai acontecer,
11:17de faturamento,
11:18claro,
11:19mas o nível da perda
11:20nós não temos.
11:21E também tem a outra possibilidade
11:23que você ter esse produto
11:26sendo consumido
11:28dentro do próprio país,
11:29ou seja,
11:30como o próprio governo
11:32pode ajudar isso
11:33com os estoques reguladores,
11:34enfim,
11:35como eu venho falando
11:36muito sobre isso
11:37e outras alternativas
11:39que nós podemos ter aqui
11:41no próprio Brasil
11:42para consumir isso
11:43e a partir daí
11:45buscar outros mercados.
11:47O que é importante
11:47nisso tudo,
11:49Pavale,
11:49é que
11:50nós temos que ter a consciência
11:53que não podemos ficar
11:54dependentes
11:55com concentração
12:00de exportação
12:02para poucos países.
12:04e eu digo isso
12:05para os Estados Unidos,
12:06mas digo para a China
12:07igualmente,
12:08porque a China hoje
12:09é que tem o maior nível
12:11de exportação,
12:12é preciso que a gente
12:13amplie o leque
12:14e que tenha
12:15uma multilateralidade
12:17nas exportações
12:18para quando acontecer
12:20um problema como esse
12:21nós não termos problemas
12:22e ficarmos dependentes.
12:24Nelson,
12:25eu termino todas as entrevistas
12:26desde que começou o tarifácio
12:28da mesma maneira,
12:29parece que eu estou caindo
12:30no lugar comum,
12:31é que a massa ainda
12:31está muito cinzenta,
12:33a gente tem uma neva,
12:34não sabemos o que vai acontecer,
12:36eu sei que eu posso contar
12:37com seus conhecimentos
12:38quando a gente tiver
12:39um pouco mais de clareza,
12:40te espero para uma próxima
12:42entrevista em breve,
12:43que a gente volte
12:44a destrinchar esse assunto.
12:46Conversei com Nelson Rocha,
12:47diretor da CISBRA
12:49e presidente da CAERJ,
12:51aqui no Desejo Boa Noite.
12:53O que é que eu
13:08era verdadeira?
13:10É verdadeira.
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