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O governo Lula intensificou as negociações com os EUA após o adiamento da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A repórter Fernanda Sette, de Brasília, destacou a articulação política e os esforços para ampliar a lista de exceções. A retaliação segue como última opção.

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Transcrição
00:00O governo brasileiro decide continuar as negociações com os Estados Unidos.
00:05Lula considera a lista de exceções nos produtos taxados como um sinal de recuo parcial do país norte-americano.
00:12Embora medidas de retaliação não estejam completamente descartadas, são tratadas agora em segundo plano.
00:19E quem tem os detalhes sobre os próximos passos por aqui é a repórter Fernanda Sete falando com a gente de Brasília.
00:26Oi Fernanda, bom dia pra você.
00:27Muito bom dia Paula, bom dia a você e a todos que nos acompanham.
00:33Pois é, hoje é sexta-feira, dia 1º de agosto, a data inicial prevista anteriormente para que a tarifa de 50% entrasse em vigor.
00:42Essa tarifa sobre todos os produtos brasileiros.
00:45Mas após a ordem executiva assinada por Donald Trump nesta quarta-feira, o Brasil, o governo federal, ganhou mais sete dias
00:54para negociar com as autoridades norte-americanas.
00:58E a prioridade do governo é sim seguir com as negociações, com o diálogo, vias diplomáticas.
01:06E a questão das retaliações ficou sim em segundo plano.
01:11Não está totalmente descartada pelo governo.
01:14Até porque a lei de reciprocidade econômica já foi sancionada pelo presidente Lula.
01:19Mas a prioridade do governo é sim seguir com as negociações, ainda mais agora.
01:24Que o Brasil ganhou mais sete dias para poder tentar negociar essa sobretaxa de 50%.
01:32Lembrando que nessas últimas declarações o Palácio do Planalto vem insistindo nessa missão.
01:40Que é seguir de fato com as negociações e com o diálogo com os Estados Unidos.
01:46Vale a gente ressaltar também que a grande expectativa do governo é tentar incluir outros produtos nessa lista.
01:54Quase 700 itens ficaram de fora dessa taxa de 50%, dessa alíquota de 50%.
02:01E a intenção do governo agora que ganhou mais uma semana de negociação é tentar incluir outros produtos aí nesta lista.
02:09Como por exemplo a carne bovina, o café e também o pescado.
02:13E claro, tentar avançar aí para condições melhores, para aqueles setores, aqueles mais afetados pela alíquota de 50%.
02:23Paula, vale a gente ressaltar que dessa lista de isenções, lembrando que esses 700 itens que foram isentos da tarifa de 50%,
02:31não são com tarifa zero, essas tarifas variam em alguns produtos, uns com 10%, outros com 20%, outras com alíquota de até 30% e até 50%.
02:41Então esses produtos variaram, mas cerca de 45 produtos vendidos aos Estados Unidos ficaram de fora dessa tarifa de 50%.
02:52E cerca de 35,9%, ou seja, quase 40% dos produtos foram taxados, receberam essa alíquota de 50%.
03:0340% foram diretamente afetados pela tarifa de Donald Trump.
03:08Vale a gente ressaltar também, como eu falei, essa medida começa a valer de fato a partir do dia 6 de agosto
03:16e não mais a partir do dia 1º, que era de fato a data inicial.
03:21Então o Brasil segue articulando, ontem aqui no Palácio do Planalto houve uma reunião aqui com os ministros
03:27que contou com a presença da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann,
03:32do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do ministro da AGU, Advocacia Geral da União, Jorge Messias,
03:38dentre outras autoridades.
03:40Logo à noite houve outra reunião no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República,
03:47onde contou um encontro entre o presidente Lula com os ministros do STF, da Suprema Corte.
03:52Então a gente consegue perceber uma articulação intensa aqui em Brasília com relação à tarifa,
03:58com relação às medidas que serão tomadas para salvar os setores mais afetados.
04:04Então a gente consegue ver essa movimentação.
04:07Vale a gente ressaltar que o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento,
04:12Indústria, Comércio e Serviços, afirmou que as negociações agora iniciam a todo vapor.
04:19Agora é considerada uma segunda rodada de negociações com os Estados Unidos,
04:24como eu falei anteriormente, para tentar incluir aí outros produtos nesta lista,
04:29para não serem taxados nessa sobretaxa de 50%.
04:33E uma outra novidade é que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent,
04:39fez uma comunicação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
04:43solicitando esse encontro, essa conversa, nessa reunião entre os dois.
04:48Então já está confirmado, ontem o ministro Fernando Haddad afirmou,
04:53nessa manifestação de Scott Bessent, de conversarem ali, de tratarem sobre o tarifácio.
04:59Então é mais uma oportunidade do Brasil tentar negociar e incluir, de fato,
05:04mais produtos nesta lista para ficarem de fora dessa alíquota de 50%.
05:09Vale a gente lembrar também que Fernando Haddad, o ministro,
05:13já tinha se encontrado com Scott Bessent, já tinha tido uma reunião com ele no mês de maio.
05:18Então é esse segundo encontro que está previsto para acontecer nos próximos dias,
05:23é o segundo encontro entre Haddad, Scott e Scott Bessent.
05:28Vale a gente ressaltar também que o Brasil já se preparou, de fato,
05:32para essa primeira etapa das tarifas,
05:35mas o governo federal está muito esperançoso e confiante
05:39de que as negociações, de fato, avancem com os Estados Unidos,
05:43ainda mais depois dessa manifestação de Scott Bessent,
05:46de querer, de fato, ter essa reunião,
05:49esse encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
05:53Além disso, a gente já sabe que o plano de contingência
05:56já está sendo calibrado ali pelo Ministério da Fazenda,
06:00é uma outra medida aí que vai, de fato, socorrer as empresas
06:05e os setores mais afetados pelo tarifato.
06:07E para essa sexta-feira, a gente vai ter aqui no Palácio do Planalto,
06:11o presidente Lula participa daqui a pouco, às 10 horas da manhã,
06:14de uma cerimônia do Minha Casa Minha Vida
06:17e o vice-presidente Geraldo Alckmin não terá agenda,
06:20pelo menos por enquanto, aqui pela manhã.
06:22Mas a gente segue acompanhando de perto essa movimentação
06:26e essa negociação com relação à sobretaxa dos Estados Unidos.
06:30Paula, eu volto com você.
06:32Obrigada, Fernanda.
06:33Qualquer novidade, você chama a gente aqui de volta
06:36e a gente volta a falar com você.
06:39Obrigada.
06:40Mari Almeida já comigo aqui no estúdio.
06:42Oi, Mari.
06:43Bom dia.
06:43Sexta-feira, que a gente tanto esperou,
06:45essa semana de milhares de horas, né?
06:47Finalmente chegou.
06:48Está tudo bem?
06:49Tudo bem.
06:49Bom dia, Paula.
06:50Bom dia para todo mundo que nos acompanha.
06:51Chegou e chegou bem quente, né, Paula?
06:53Chegou bem quente.
06:54Uma semana agitadíssima, por sinal, né?
06:56A gente esperou muito por esse dia.
06:58Mari, a gente viu aí a Fernanda Sete
07:00adiantando algumas informações, né,
07:02em relação a essa negociação toda, tal,
07:05como que o governo recebeu, então, essa notícia.
07:08Enfim, Brasil está com a maior tarifa
07:10entre todos os países.
07:12Do ponto de vista econômico,
07:14quais seriam as consequências de uma retaliação?
07:17Apesar que a gente viu o Haddad falando
07:19que não está em primeiro plano essa retaliação.
07:23Eles ainda vêm tentando aí negociar
07:25na medida do possível, né?
07:27Exato.
07:27Inclusive, o plano de contingência
07:29parece vir primeiro para amenizar
07:31os efeitos sobre os produtores
07:32do que em retalhar.
07:33Então, vamos só puxar o fio, né, Paula?
07:35Como você me perguntou.
07:36Vamos lá.
07:37Quando vem a colocação da tarifa,
07:39o que significa de imediato?
07:41Significa que quem está vendendo
07:42para os Estados Unidos,
07:43ou seja, os produtores brasileiros
07:45que estão com as mercadorias,
07:46tem acordos, tem contratos fechados ali,
07:50quando essas mercadorias entrarem nos Estados Unidos,
07:52o importador, ou seja,
07:54quem compra os nossos produtos,
07:55vai ser obrigado a pagar uma tarifa.
07:58No caso, se for o 50%,
07:59eu estou vendendo alguma coisa que custa 100,
08:01eu vendi por 100.
08:03Só que ele vai ter que pagar 50 lá
08:05quando entrar para o governo americano.
08:07Então, quem paga é o importador americano
08:09e quem recebe é o governo americano.
08:11Qual o problema para a gente?
08:12O problema é que,
08:13como esse importador agora tem que pagar
08:15uma taxa a mais,
08:17pode ser que para ele não vale mais a pena
08:18o contrato.
08:19Esse é o grande ponto.
08:20Qual que é o efeito para o Brasil?
08:22O efeito para o Brasil da tarifa colocada
08:24significa perder vendas.
08:26A gente deixa de vender.
08:28Algumas empresas aqui no Brasil,
08:30pegar o setor calçadista, por exemplo,
08:32tem várias pequenas e médias empresas
08:34que basicamente a sua produção
08:36é destinada a vender para os Estados Unidos.
08:39Então, quando tem esse efeito
08:40de, para quem compra lá,
08:42um aumento muito significativo de preço
08:44e aí ele passa a não querer mais o produto,
08:46essa empresa pode perder
08:48quase toda a sua produção.
08:49aí é que entra o efeito para o Brasil.
08:52Por quê?
08:52Porque daí essa empresa pode
08:53não se tornar mais viável
08:54e aí ela tem que provocar uma demissão,
08:56uma restrição do número de funcionários,
08:59mudança da sua produção,
09:01tem que pensar em novos mercados.
09:03Então, esse é o efeito para o Brasil no momento.
09:05Se a gente vai retaliar,
09:07qual que se acrescenta de problema?
09:09Porque daí inverte,
09:10a gente passa também a ter que pagar tarifas,
09:12ou seja,
09:13quando a gente compra dos Estados Unidos
09:14vai ter que pagar mais caro
09:15e aí mudam os preços aqui dentro.
09:17Ou seja,
09:18se a gente retaliar,
09:19como a gente importa,
09:20principalmente questões como maquinários
09:22e alguns produtos,
09:23até bens finais dos Estados Unidos,
09:25significa que ter tarifas agora invertidas,
09:28retaliatórias,
09:29vai impactar nos preços aqui dentro.
09:31E aí,
09:32de um volume maior,
09:32provavelmente,
09:33de produtos.
09:34Ou seja,
09:35do ponto de vista do consumidor brasileiro,
09:38a retaliação acaba fazendo um movimento mais amplo
09:41para a economia como um todo,
09:42diretamente por preço.
09:43Enquanto a ter o problema especificamente
09:46só dos Estados Unidos impor as tarifas,
09:48vai ter um direcionamento do efeito
09:51sobre algumas empresas.
09:53Daí entra a questão do contingenciamento do governo.
09:55Porque se ele tem um plano,
09:57por exemplo,
09:57de apoio com crédito,
09:58de transferências,
09:59ações diretas em cima dessas empresas
10:01e desses setores,
10:02ele tenta amenizar as demissões,
10:05dar tempo para os produtores
10:06para se realocarem,
10:07para terem um plano de emergência
10:09e com isso,
10:10de alguma maneira,
10:10ter um colchão de segurança
10:13na redução dos danos
10:15desse efeito
10:16que foi colocado lá de lá.
10:17Então, resumindo,
10:19retaliação significa impacto mais macro
10:21com efeito de preço no Brasil.
10:23Sem retaliação
10:24e só com uma ação sobre os produtores,
10:27você tem uma tentativa
10:29de minimizar a perda de contratos
10:31que os produtores vão sofrer
10:33em função da tarifa,
10:35no curto prazo.
10:35No médio prazo,
10:37é uma bagunça geral
10:38de o que significa
10:39o comércio internacional,
10:40quão estável ele é,
10:41como vão ficar os preços,
10:42vale a pena ainda vender
10:43o que a gente vende,
10:44aí é uma conversa mais longa.
10:46Mas, por agora,
10:47retalhar vai impactar preço
10:48e essa pode não ser
10:49a melhor saída,
10:50inclusive do ponto de vista
10:52dos efeitos
10:53sobre a aprovação
10:55ou não do governo
10:55pela população brasileira,
10:56né, Paula?
10:57É isso mesmo, Mari.
10:58E a gente segue falando
11:00sobre esse assunto, né,
11:01que aconteceu aí a semana inteira
11:03e ainda vão ter muitos desdobramentos
11:05ao longo dessa edição do Agora.
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