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Daniel Cassetari, CEO da HKTC e especialista em comércio exterior, analisou a reação do Brasil na OMC contra as tarifas dos EUA e o apoio de 40 países. Ele explicou os efeitos para a economia, os acordos com Japão e Europa e os riscos de retaliação.

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Transcrição
00:00Money Times de volta ao vivo com você e o governo brasileiro criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio, a OMC, e ganhou apoio de 40 países.
00:12Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty não mencionou Donald Trump nem o país americano.
00:20E a gente vai entender melhor essa ação, como é que ela pode impactar a situação do Brasil em relação ao comércio bilateral.
00:25A conversa é com o Daniel Cacetari, que é especialista em comércio exterior e CEO da HKTC.
00:33Tudo bem, Daniel? Boa tarde, bem-vindo de volta ao Money Times.
00:38Boa tarde, boa tarde, Natália, boa tarde, Felipe.
00:42Daniel, o Brasil, como eu disse, criticou abertamente essas tarifas comerciais unilaterais dos Estados Unidos na OMC,
00:50recebeu apoio, portanto, de 40 países, como que esse apoio, esse respaldo pode fortalecer a posição brasileira
00:57em futuras negociações internacionais e nessa que está em andamento com os Estados Unidos?
01:03Ajuda ou atrapalha?
01:04Eu entendo que ali na OMC é o local onde é o correto para se discutir essa situação, né?
01:14Essa situação de desacordos comerciais ou acordos a serem ajustados.
01:20Então, ali é o local correto para se discutir isso, é o local onde deve ser levada toda a situação e ser analisada.
01:27Eu acredito que isso ajuda muito, isso pode melhorar um pouco mais o diálogo, né?
01:33Já que o presidente dos Estados Unidos colocou o Brasil por último na fila para tentar chegar a um acordo da tarifa de 50% já imposta.
01:43Em relação a esse meio que o Brasil buscou, ele deveria ter sido buscado desde o início,
01:49uma vez que sente um pouco de dificuldade de falar com o governo norte-americano.
01:54Felipe, sua pergunta para o Daniel.
01:56Daniel, tudo bem? Boa tarde.
01:57Daniel, exatamente, né? Eu acho que concordo com você.
02:01A gente está todo mundo falando sobre negociação, negociação.
02:03O governo brasileiro está até tentando negociar, mas do lado de lá parece que não tem nenhuma porta aberta, né?
02:10A gente tem essa comissão de senadores que está indo agora para os Estados Unidos, né?
02:13Uma missão para tentar conversar com os senadores lá, mas não tem nenhuma perspectiva de encontrar alguém do primeiro escalão.
02:20Nesse caso da OMC, o que pode ter de prático, de resposta prática?
02:25A OMC que é um organismo que está um pouco enfraquecido desde o início do mandato do presidente Donald Trump, né?
02:32O que pode ter de prático nessa colocação do Brasil, com ênfase ali na OMC?
02:36É, o que deve acontecer aí nesse caso é que a OMC, com essa coleta de 40 reclamações além do Brasil,
02:48de 40 países além do Brasil, o procedimento correto é fazer toda uma formulação,
02:53estruturar essa reclamação de forma bem organizada, demonstrando os impactos para os dois países,
03:00demonstrando aonde que está o grande gargalo, aonde está o grande problema,
03:07pegar também os motivos, é o momento que os Estados Unidos têm para formalizar os seus motivos,
03:13colocar ali de forma clara, objetiva e legal os seus motivos para essas tarifas.
03:23Então, o efeito deve ser esse.
03:26Agora, isso depende muito de como a Organização Mundial do Comércio vai se comportar,
03:32isso depende muito de como estão as outras relações.
03:36Ela vai se posicionar dessa forma, no intuito de chamar os Estados Unidos para conversar ali dentro,
03:42ou ela vai deixar como está para não piorar mais ainda a situação?
03:46Isso aí é uma coisa que a gente não consegue prever.
03:49E, Daniel, o presidente dos Estados Unidos anunciou um acordo histórico com o Japão, né?
03:54E hoje se fala, o Financial Times divulgou que se chegou também a um acordo entre Estados Unidos e União Europeia,
04:01ambos ali, girando em torno de 15%, né?
04:06Como que você vê esses acordos, esses avanços e o papel do Brasil que você mencionou bem,
04:14foi colocado ali no fim da fila, né?
04:19É, na verdade, o Japão sempre foi um grande parceiro de estratégia dos Estados Unidos.
04:25O que nós não podemos esquecer é que o Donald Trump, ele sempre foi um bom articulador,
04:30ele sempre foi um bom manipulador quando se fala em negócio.
04:35Então, nós não podemos deixar isso de lado, entender que isso não é um exagero dele,
04:43sim uma articulação.
04:44Veja bem, o Japão é o maior parceiro de reservas, é o maior investidor de reservas do Tesouro Americano,
04:51tem mais de um trilhão de dólares em reserva no Tesouro Americano.
04:54O Japão, ele é um maior parceiro comercial dos Estados Unidos em relação a veículos,
05:01o Japão é 24% dos veículos que estão ali nos Estados Unidos,
05:05o Japão tem uma... os Estados Unidos tem uma grande influência sobre as exportações do Japão.
05:09E o que o Donald Trump está pedindo, pediu para o Japão,
05:12e isso já vem sendo articulado desde o primeiro mandato dele, tá?
05:16Isso não aconteceu agora com esse tarifácio.
05:18E o Japão, desde o primeiro mandato, já vinha se posicionando em relação aos investimentos nos Estados Unidos.
05:25Então, esses 550 bilhões de dólares aí que ele anunciou,
05:29isso aí já vinha sendo articulado desde o primeiro mandato do Donald Trump.
05:34Então, ele pegou algo que estava extremamente fácil de finalizar ali,
05:38e ele anunciou isso como uma mega operação que ele concretizou,
05:44que os Estados Unidos estão ajudando o Japão,
05:48e o Japão mutuamente os Estados Unidos,
05:50e que esse é o caminho para o mundo todo.
05:52Então, ele está fazendo um grande show sobre isso.
05:54Mas, historicamente, o Japão já é um grande parceiro comercial dos Estados Unidos desde 2020.
05:59Aliás, desde 2000, né?
06:01Se nós pegarmos todo o histórico dos últimos 20 anos,
06:04que é quando uma ação política tem reflexo, de fato, no país,
06:10desde 2000 para cá, o Japão já vem sendo um grande parceiro comercial dos Estados Unidos.
06:16Era o segundo, depois caiu para terceiro,
06:18hoje é o quinto maior parceiro comercial dos Estados Unidos.
06:22Porém, talvez o mais importante.
06:25Olha só, curioso.
06:26É, Daniel, e você lembrou bem dessa parceria dos Estados Unidos com o Japão
06:31desde o primeiro mandato do Donald Trump,
06:33mas também temos que lembrar que essa iniciativa Stargate, de inteligência artificial,
06:36que foi anunciada no começo do mandato,
06:38também era na faixa de 500 bilhões e envolvia o SoftBank,
06:41que é um banco japonês de investimento.
06:43Quer dizer, não sabemos nem se é um investimento novo
06:45ou se faz parte desse investimento ligado a Stargate.
06:48Então, Donald Trump gosta muito de jogar com isso,
06:53de trazer vitórias, de colocar na rede social as vitórias,
06:56mas tem que dar um certo desconto.
06:58Agora, eu te pergunto uma coisa.
06:59A gente estava comentando até ao longo dessa semana
07:02em relação à validade dessas tarifas americanas aplicadas ao Brasil,
07:10sendo que ele não trata, não existe nenhuma lei,
07:13não existe nenhuma ordem executiva.
07:14No momento, foi apenas uma carta que o Donald Trump enviou
07:17fazendo valer essas tarifas a partir de 1º de agosto.
07:21Essa carta tem uma validade, quer dizer,
07:23apenas o presidente mandar uma carta para o Brasil
07:25já tem uma força de uma lei que pode ser executada
07:27a partir da data que a carta traz.
07:30É a carta e o post na True Social.
07:32E o post, claro, e o post, não podemos esquecer o post.
07:36Na verdade, o presidente dos Estados Unidos
07:39não precisava nem ter enviado essa carta,
07:41bastava ele impor as tarifas e aguardar o reflexo.
07:44O próprio mercado já fica ciente de toda essa alteração das tarifas
07:49e o próprio mercado se reorganiza.
07:52Quando ele envia essa carta, é aquilo,
07:53ele tenta demonstrar para o mundo
07:56que o mundo precisa se alinhar com as políticas norte-americanas.
08:00No caso dos Estados Unidos com o Brasil,
08:04o que nós exportamos para o Brasil é muito importante para os americanos.
08:09Então, o que os Estados Unidos estão tentando com o mundo todo
08:12é formalizar tudo que não tinham de forma ali no papel.
08:18Então, essa questão dos investimentos do Japão,
08:21que já vem desde janeiro,
08:22na investimento de inteligência artificial,
08:25investimentos bancários na área de saúde,
08:27troca de tecnologia e tudo mais,
08:29esse investimento, ele já vem acontecendo.
08:32Agora, o Donald Trump falou, agora vamos colocar isso no papel.
08:35Vamos colocar o seguinte, você aceitou o meu acordo,
08:37nós temos um acordo de tarifas e ok.
08:39A mesma coisa ele quer com o Brasil.
08:41Ele quer que tudo seja colocado dentro de um grande acordo
08:44para poder normalizar essas tarifas.
08:47Aí vem as cortinas de fumaça, aí vem as provocações,
08:50questões políticas, questões de investimento no país,
08:54questões de déficit de balança comercial,
08:57que para mim não é bem assim,
08:59até porque os Estados Unidos consomem muitas coisas do Brasil
09:03e que são importantes para eles.
09:05E, Daniel, com essa escalada,
09:07e a situação, esse impasse mesmo que a gente tem visto
09:10nas conversas com o Brasil, que não estão fluindo,
09:12muita gente aponta que retaliações mútuas
09:16poderiam, então, escalar e custar empregos,
09:19milhões de empregos, bilhões em PIB,
09:21tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos.
09:23Quanto que é realista, do seu ponto de vista,
09:25esperar essas retaliações?
09:27O que elas podem causar de efeito dominó?
09:30Ou você mantém aí uma dose de otimismo?
09:33Acha que a gente pode, nos próximos dias,
09:36ter novidades e reduzir, então, essa porcentagem?
09:40A perspectiva de crise existe.
09:44Ela está aí, ela já está no mercado,
09:47ela está aparente no mercado.
09:48Então, uma organização natural das empresas,
09:54elas param para olhar para dentro e falar,
09:56vamos fazer um reajuste, não iremos aguardar o problema.
10:00Então, algumas demissões já estão acontecendo no Brasil,
10:03já aconteceram no Brasil,
10:05empresas ali na Zona Franca de Manaus,
10:08outras empresas já estão fazendo os seus reajustes ali de equipe,
10:11mas isso é uma situação natural de previsibilidade,
10:14eles estão prevendo alguma coisa ali em relação ao mercado internacional
10:19e aí aproveitam para fazer um reajuste.
10:22Isso, dentro das empresas que estão bem organizadas,
10:27é uma coisa até muito boa,
10:28porque eles conseguem ali fazer o equilíbrio de suas contas,
10:31o equilíbrio de seus gastos, seus custos operacionais
10:34e começar a modernizar e otimizar o seu processo.
10:37Essa é uma vantagem que tem,
10:40que geralmente nós conversamos só da tragédia de tudo isso,
10:43mas na verdade isso aí traz um ponto positivo,
10:45que é olhar para dentro da empresa e fazer um reajuste,
10:48fazer um reajuste de equipe,
10:50fazer um reajuste do centro de custos,
10:52fazer um reajuste de aquisição de bens,
10:54fazer um reajuste de mercado.
10:55Então, isso aí já está acontecendo
10:58e a tendência é que ainda aconteça
11:01e que se tudo correr bem,
11:04que não venha esse problema de retaliação dos Estados Unidos,
11:08isso não fique aí por muito tempo,
11:11as empresas vão estar ajustadas
11:12e mais otimizadas para os novos processos.
11:15Legal.
11:15Daniel Cacetara, especialista em comércio exterior
11:18e CEO da HKTC,
11:20muitíssimo obrigada pela conversa ao vivo aqui no Money Times.
11:23Boa tarde para você.
11:25Boa tarde para vocês, tudo de bom, até mais.
11:28Tchau, tchau.
11:28Até a próxima.
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