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Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, analisou o pacote do governo para apoiar exportadores afetados pelo tarifaço dos EUA. Meirelles destacou importância do crédito, desafios fiscais e necessidade de diversificação das exportações, além de comentar o efeito dos juros na atividade econômica.

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Transcrição
00:00E eu converso agora com o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
00:04Ministro, boa noite. Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:07Eu quero começar te ouvindo, claro, sobre a sua avaliação
00:10em cima desse plano anunciado pelo governo.
00:13É suficiente para compensar as perdas dos setores afetados pelo tarifácio?
00:18E se sim, por quanto tempo?
00:21Olha, o plano, a princípio, é adequado.
00:26O governo, evidentemente, tem que olhar com cuidado as questões fiscais.
00:34O orçamento já está pressionado de uma maneira geral.
00:39Mesmo coisas que ficam fora do orçamento, etc.,
00:42não resolve o problema de que está se fazendo despesas, investimentos, etc.
00:48E o Brasil tem que olhar um pouco a evolução da dívida pública ao longo do tempo.
00:53Por outro lado, o pacote é muito importante,
00:57porque realmente o Brasil tem que trabalhar para preservar emprego,
01:03preservar as suas exportações, etc.
01:06Tem que preparar companhias para diversificar as exportações.
01:10Então, tem que haver investimento para alterar produtos,
01:14porque existem produtos que são muito específicos para o mercado americano,
01:18diminuindo isso, direcionando a outros países.
01:22Às vezes, tem que haver algumas modificações na linha de produção, etc.,
01:26que demandam investimento.
01:28Então, o crédito que o governo coloca à disposição das companhias é adequado,
01:36nesse sentido, além das compras fundamentais, etc.
01:42Agora, é evidente que nada é perfeito.
01:45O governo não pode resolver todos os problemas do mercado em todos os níveis,
01:50desde microempresas até grandes empresas, etc.
01:54A princípio, está endereçando aquilo que é mais relevante, mais importante, etc.
01:59E, evidentemente, isso tem que ser ajustado, se necessário, no correr do tempo.
02:05Ministro, como é que ficam as contas do governo?
02:08A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet,
02:11disse que esse plano de contingência deve ter um impacto mínimo nas contas públicas.
02:15Qual é a sua opinião?
02:18De fato, as contas públicas têm valores muito elevados
02:22e previsões de muitas despesas de outra ordem,
02:29que são muito superiores a essa.
02:31Então, em termos relativos, ela está certa.
02:36Não tem dúvida.
02:37Por outro lado, as contas fiscais já estão bastante pressionadas.
02:42No Brasil, isso é uma coisa que, por exemplo, o mercado hoje reagiu um pouco exatamente por isso.
02:50quer dizer, olhando o efeito nas contas públicas,
02:53que apesar de ter um impacto que é menor do que muitos outros programas,
03:00mas um vai se somando ao outro, etc.
03:03E isso é uma coisa que o mercado olha com cuidado.
03:06Mas o pacote é necessário, a princípio, a grosso modo, é adequado.
03:11O governo, de fato, tem que trabalhar nessa direção.
03:16O plano de contingência exige como contrapartida compromissos das empresas
03:22de manter o número atual de funcionários.
03:25Até um órgão para monitorar o nível de emprego nas empresas vai ser criado.
03:29Isso funciona na prática?
03:32Olha, é difícil.
03:34A ideia é boa.
03:35A empresa precisa não só mudar a sua linha de produtos e investir,
03:43mas preservação de emprego é importante, é fundamental.
03:48Como eu já disse muitas outras vezes,
03:51o melhor programa social que existe é o emprego.
03:54Então, esse é um ponto fundamental.
03:58Agora, você tocou num ponto ainda que não está ainda definido.
04:03Como é que o governo vai monitorar isso?
04:06Dentre o grande número de empresas de diversos tamanhos no Brasil
04:10que precisam ser monitoradas.
04:13Isso não está claro e é muito difícil.
04:16Vamos aguardar.
04:17Isso aí o governo não definiu ainda.
04:18Só anunciou que vai criar um órgão para monitorar.
04:21O que é compreensível, porque dificilmente ele já teria isso pronto para essa altura.
04:27Mas vamos aguardar.
04:28Esse aí é um ponto desafiante.
04:31Como é que é que o governo vai monitorar que essas companhias todas,
04:36centenas de milhares, estão aí mantendo o nível de emprego.
04:42Mas o fato é que o Brasil está com um nível de desemprego
04:48num nível de recorde baixa, quer dizer, de baixo.
04:54É um índice de desemprego que é um dos mais baixos da história recente.
04:59Então, esse no momento é importante, mas não é um problema grave.
05:05Então, isso pode ajudar um pouco, evidentemente, esse processo.
05:10Eu vou passar para a pergunta do Vinícius Torres Freire.
05:12Vinícius.
05:13Ministro, boa noite.
05:15Já que o senhor falou de assuntos domésticos com uma taxa de desemprego muito baixa,
05:19e além disso, a gente ainda está com o crescimento da massa de empregados grande,
05:23e o salário real médio crescendo 3% ao ano acima da inflação.
05:29É um mercado forte.
05:30Mas hoje a gente viu o resultado do comércio do IBGE,
05:33e no trimestre o comércio caiu 1,6% em relação ao primeiro trimestre.
05:40Então, a gente está vendo ainda um resultado forte no mercado de trabalho
05:43e um ou outro sinal de desaquecimento que o Banco Central chamava de incipiente.
05:48Agora, esse tombo do comércio foi um pouco mais do que incipiente.
05:52Pelo que o senhor ouve, analisa e discute com os seus conhecidos, contatos, etc.,
05:56a gente está começando a desaquecer, enfim,
05:59o efeito da taxa de juros começou a bater?
06:01Ah, certamente.
06:04Eu acho que seria extremamente improvável e inusitado
06:11que uma taxa de juros de uma Selic a 15% não afetasse o nível de atividade econômica,
06:19principalmente do comércio,
06:20que depende do crédito para financiar os seus estoques, etc.,
06:27mas também o consumidor que depende do crédito para efetuar todas as suas compras.
06:37Então, não há dúvida de que é uma questão de tempo,
06:42e parece que já é agora,
06:44que a taxa Selic e a taxa de juros no mercado como um topo,
06:49que reflete a taxa Selic,
06:50começa já a sentir um certo arrefecimento.
06:56E isso é exatamente o que o Banco Central está procurando com essa taxa.
07:03Ele está trabalhando para isso, para moderar um pouco a inflação.
07:07Nós estamos com a previsão de inflação aí para este ano,
07:11acima do teto da zona de tolerância da meta.
07:15E o ano que vem, acima da meta.
07:18Então, o Banco Central, de fato, tem que trabalhar nesse sentido
07:25para controlar a inflação, que é a sua missão base.
07:29E, evidentemente, que esta taxa de juros
07:32certamente já começa a influenciar as atividades.
07:37Vou passar para a pergunta do nosso repórter Eduardo Geyer,
07:40que fica em Brasília.
07:41Geyer, por favor.
07:41Ministro, boa noite.
07:46Prazer em falar com o senhor.
07:47Queria ouvir um pouco o senhor a respeito da utilização
07:49do Fundo de Garantia às Exportações
07:52nesse programa lançado hoje.
07:55É um fundo que estava superavitário,
07:57mas é uma utilização incomum.
07:59O que o senhor acha que foi uma boa alternativa
08:01para evitar a desentratação de programas sociais,
08:05de utilização do dinheiro do próprio orçamento?
08:07Ou se o senhor usaria uma outra ferramenta
08:10para garantir essas linhas de financiamento
08:13em escala bilionária?
08:16Olha, eu acho que o governo tem que usar para isso
08:19todas as formas de financiamento,
08:23as fontes de recursos disponíveis.
08:25Então, esse fundo certamente visa aumentar as exportações,
08:33financiar as exportações e claramente estará sendo usado
08:39e deve ser usado.
08:41Eu acredito que isso aí estará ali agora.
08:43Sobre essas relações entre Brasil e Estados Unidos,
08:47ministro, por ora, o governo optou por não retaliar
08:50e continuar tentando negociar.
08:52Qual é a sua expectativa?
08:54Essa negociação pode acontecer de fato?
08:56Quais são os principais empecilhos?
09:00Olha, o principal problema é o seguinte.
09:03Quando o governo americano, por exemplo,
09:07coloca a tarifa nas importações, por exemplo,
09:11do mercado europeu ou da China ou de outros países,
09:16ele está endereçando basicamente aí
09:20o déficit comercial que os Estados Unidos têm
09:23com essas regiões e com esses países,
09:26mais especificamente.
09:28No caso do Brasil, não,
09:30porque os Estados Unidos têm um saldo comercial.
09:32O Brasil é que tem um déficit comercial
09:34com os Estados Unidos.
09:36E as razões apresentadas pelo Donald Trump
09:39na carta que dirigiu ao presidente Lula
09:42são razões que são mais, vamos chamar, políticas.
09:49Mas eu diria até que vai além de...
09:53Não é exatamente política.
09:54Ela tem um componente político,
09:57exatamente porque envolve a questão de julgamento,
10:00caça às bruxas, que ele se refere a...
10:01Mas a questão fundamental é que ele ataca
10:05o Supremo Tribunal Federal,
10:08que é o alvo principal do presidente americano
10:14ou do governo americano.
10:16Só que o Supremo Tribunal Federal é e deve ser independente.
10:22O judiciário, numa democracia, é plenamente independente,
10:25principalmente o Supremo Tribunal.
10:27Quer dizer, o Supremo Tribunal está lá para cumprir a Constituição
10:31e etc., e aplicar a lei segundo o seu entendimento.
10:37E não compete ao governo brasileiro negociar com o governo americano
10:41em nome do Supremo Tribunal.
10:44Isso não vai fazer.
10:44Então, isso é que eu acho que é a grande incerteza
10:48em relação às negociações, no caso brasileiro,
10:52porque o Brasil pode negociar ações do Executivo,
10:55tarifa, conta de incidentes sobre a operação norte-americana, etc.,
11:02mas não pode negociar decisões do STF.
11:07E não pode também negociar um produto operado pelo Banco Central,
11:15que é o PIX, que é um produto extremamente eficiente,
11:18está ajudando muito a produtividade da economia brasileira.
11:21Não relacionar diretamente à questão da exportação para os Estados Unidos.
11:27Eu entendo que empresas americanas reclamem ao governo americano,
11:32porque estão enfrentando aqui no Brasil empresas de pagamento.
11:37com a concorrência é difícil, com o PIX,
11:39mas o PIX é simplesmente eficiente.
11:42E isso aí deve ser incentivado,
11:45e as empresas que não estão conseguindo competir
11:47devem investir mais e desenvolver produtos
11:50que possam competir com o PIX ou com qualquer outro produto.
11:54Então, a negociação do Brasil,
11:57acho que tem que ser feita, tem que ser levada,
11:59mas é um pouco mais complicada por causa disso,
12:01porque ele está atacando principalmente o judiciário
12:07e o judiciário independente de uma democracia como deve ser.
12:12Ministro, sempre um prazer recebê-lo.
12:15Muito obrigada, boa noite.
12:16Esperamos vê-lo em breve novamente.
12:20Boa noite.
12:21É um prazer falar com vocês e com os telespectadores.
12:25Bom trabalho.
12:26Obrigada.
12:26Obrigada.
12:27Obrigada.
12:28Obrigada.
12:29Obrigada.
12:30Obrigada.
12:31Obrigada.
12:32Obrigada.
12:33Obrigada.
12:34Obrigada.
12:35Obrigada.
12:36Obrigada.
12:37Obrigada.
12:38Obrigada.
12:39Obrigada.
12:40Obrigada.
12:41Obrigada.
12:42Obrigada.
12:43Obrigada.
12:44Obrigada.
12:45Obrigada.
12:46Obrigada.
12:47Obrigada.
12:48Obrigada.
12:49Obrigada.
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12:52Obrigada.
12:53Obrigada.
12:54Obrigada.
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