Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB, explicou no Money Times Brasil os riscos da tarifa de 50% imposta por Trump. A medida pode travar exportações baianas de celulose, cacau e pneus, gerar estoques, paralisar fábricas e afetar o PIB do estado.
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00:00A gente fala agora do impacto das tarifas de Donald Trump em uma escala estadual, porque o imposto de 50% deve afetar diretamente a economia da Bahia, em que o país norte-americano é responsável por 8,3% das exportações ali do Estado.
00:15Produtos como celulose, derivados de cacau e pneus, por exemplo, terão as exportações diretamente afetadas.
00:22O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Carlos Henrique Passos, já está aqui conectado com a gente no Money Times para conversar ao vivo sobre isso e detalhar para a gente esses impactos.
00:34Tudo bem, Carlos? Bem-vindo ao Money Times. Boa tarde.
00:36Boa tarde, Natália. Boa tarde, Felipe. Nós estamos aqui, como eu acho que boa parte do Brasil, nessa ansiedade de querer entender como é que vai acontecer efetivamente a partir do dia 1º.
00:54Acabamos de assistir aqui uma aula de que essa medida da busca da OMC, na verdade, é um protocolo importante, mas de eficácia, eu diria, nenhuma.
01:08Afinal de contas, como bem dito, o órgão de apelação não está devidamente preenchido para analisar.
01:14Então, resta a todos nós torcer para que a negociação, de fato, ocorra, diante da brevidade que estamos hoje, do dia 1º de agosto,
01:27talvez encaminhar, pelo menos, para conquistar um tempo maior de negociação, para que os dois países que têm uma relação comercial setenária
01:39não perca essa oportunidade de continuar trabalhando juntos.
01:47Cláudio, desde o anúncio dessas tarifas, enfim, com a data passando a valer a partir de 1º de agosto, mas desde o anúncio, alguma coisa já mudou?
01:56Já teve algum impacto nos contratos, nas demandas, na relação da indústria baiana, das empresas com clientes americanos?
02:04O que está acontecendo agora?
02:05Bom, no primeiro momento, lá em abril, quando a tarifa foi colocada num patamar único de 10%,
02:13nós temos depoimentos de indústria baiana que conseguiu harmonizar a continuidade dos negócios
02:19na relação do exportador brasileiro e importador americano,
02:24em parte dessas soluções até dividindo esse custo novo dessa líquida de importação.
02:30Ou seja, aquele que vende, que é o brasileiro, reduzindo um pouco o preço
02:34e aquele que importa o americano aumentando um pouco o seu custo interno ao comprar com essa líquida de 10%.
02:41Mas com a tarifa de 50%, ela é vista por todos nós como um embargo comercial.
02:49Ela não permite esse tipo de arranjo de entendimento entre o exportador e o exportador,
02:56porque 50% é metade do preço vigente.
03:01Dificilmente, do lado de cá, teria condições de abrir mão no preço.
03:06E do lado de lá, imagina-se também a grande dificuldade de repassar o seu mercado
03:11com a mercadoria com 50% de elevação de custo.
03:15Então, o que tem ocorrido de lá para cá, aqui na Bahia,
03:20nós aqui da Federação das Indústrias,
03:23sentar com essas indústrias dos setores mais afetados,
03:27tivemos a participação do governo do Estado,
03:30inclusive o próprio governador em pessoa esteve aqui conosco na FIEB
03:34para ouvir os depoimentos desses segmentos envolvidos,
03:38esses três principais que você citou,
03:40na fabricação de celulose, tanto a celulose solúvel como a celulose rígida,
03:48assim como a área de pneus, a área de produtos de cacau,
03:52e tem outros setores de menor importância no todo,
03:56mas com importância relativa, de forma significante, para aquele setor.
04:02Por exemplo, a indústria de calçados,
04:04tem uma parte também do que é produzido aqui na Bahia,
04:06destinada aos Estados Unidos, são produtos sob encomenda,
04:10ou seja, são produtos que não podem continuar sendo feitos
04:14porque são dirigidos exclusivamente para aquele mercado
04:18e a falta da continuidade de exportação certamente afetará esse setor.
04:25Certo.
04:25Carlos Henrique, boa tarde.
04:28Antes de fazer minha pergunta, gostaria de notar
04:30que ao seu lado tem uma maquete do projeto Flatfish,
04:34que é uma maquete de um projeto de um drone submarino produzido na Bahia,
04:38eu acompanhei o lançamento desse projeto.
04:41Ah, que legal.
04:42Eu achei, me chamou a atenção aí do seu lado, no seu escritório.
04:46Carlos, eu queria que o senhor falasse um pouquinho mais, por favor,
04:50sobre os setores afetados aí na Bahia.
04:52O setor de celulose, o setor de cacau, por exemplo, muito afetados.
04:57Existiria alguma possibilidade da Bahia redistribuir para outros países,
05:01para outros meios, outros destinos de exportação que não os Estados Unidos,
05:06se não no curto prazo, pelo menos no médio prazo?
05:10No médio prazo, nós acreditamos que tudo isso é possível,
05:14mas não é uma ação de resultado imediato.
05:19O grande problema é como atravessar esse período inicial
05:23em que a empresa, se continuar a produzir, ela vai gerar estoques.
05:29E muitos dos produtos, muitas vezes, são produzidos de forma customizada
05:36para atender especificidades do mercado americano.
05:41Por exemplo, a área da celulose líquida,
05:43ela visa atender uma parte significativa do mercado americano.
05:47Tem outros países que também produzem esse mesmo produto,
05:52países que já conseguiram avançar no entendimento com os Estados Unidos.
05:58E a busca desse mercado, no primeiro momento, infelizmente,
06:02tudo indica que vai ter como consequência a redução da produção local
06:08e todas as consequências de uma redução de produção.
06:12E, bom, há uma estimativa, Carlos,
06:18de que, além das perdas diretas de exportação,
06:20isso acaba tendo um efeito cascata nas cadeias produtivas.
06:24Queria que o senhor compartilhasse com a gente, por favor,
06:27qual é o cálculo que vocês fazem do potencial de fechamento de fábricas,
06:32impacto no PIB da Bahia,
06:34e como tem sido o grupo de trabalho, essa atuação,
06:38em que FIEB e governo baiano estabeleceram algumas prioridades.
06:43Então, se o senhor puder compartilhar com a gente, também agradeço.
06:47O nosso trabalho tem sido praticamente todos esses dias da semana anterior
06:52e dessa semana, é que não resulte em paralisação de fábricas.
06:57A gente entende que algumas medidas, como alguns benefícios fiscais
07:04que estavam retidos pelo governo,
07:08podem ter uma liberação antecipada,
07:11algum apoio creditício para o financiamento desse estoque
07:15e, principalmente, em ações que possam aproximar esses setores de outros mercados,
07:22são as ações mais diretas que estamos tentando construir junto com as empresas
07:28e com o governo do estado da Bahia.
07:30Claro, tem muitas medidas que dependem de decisões do governo federal.
07:35Estamos esperando o Ministério da Fazenda,
07:37que anunciou que teria algumas medidas de apoio
07:40para que elas possam ser complementares
07:43ou, quem sabe, ajudar nessa estruturação de suporte a essas empresas.
07:49porque ainda não perdemos a esperança
07:52de que a solução de um entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos
07:55possa ocorrer ainda até 1º de agosto ou logo em seguida.
08:00Afinal de contas, nós estamos falando aqui de duas nações
08:03que têm uma relação, como eu falei, centenária entre esses dois estados
08:10e, certamente, a construção de diálogo vai permitir
08:13aproximar e construir resultados que possam dar continuidade
08:19a esses negócios que já vêm acontecendo há muito tempo.
08:23Ontem mesmo foi anunciado o entendimento com o Japão
08:26e queremos que a cada etapa que se conclua, quem sabe,
08:30chegue a hora do Brasil poder participar efetivamente
08:33da mesa de negociação com o governo americano
08:36e encontrar soluções.
08:38Obrigado, Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB,
08:42a Federação das Indústrias do Estado da Bahia,
08:45pela conversa ao vivo com a gente aqui no Money Times.
08:47Muito obrigada, viu, Carlos?
08:49Boa sorte, bom trabalho por aí.
08:51Obrigado, Natália. Obrigado, Felipe.
08:54E só para comentar a percepção do Felipe,
08:58esse protótipo é um protótipo de um experimento
09:01desenvolvido aqui no Cimatec Park, aqui da Bahia,
09:05e que hoje tem já nos permitido, com as competências adquiridas,
09:09desenvolver outros produtos voltados para esse segmento de negócio,
09:13que é a área de óleo e gás em águas profundas.
09:15Carlos, só para concluir, então,
09:17algum projeto de exportação desse protótipo?
09:21Ele já está em funcionamento?
09:22Ele já está sendo negociado com empresas ou, enfim, em outros países?
09:26Esse produto hoje já encerrou a fase de pesquisa,
09:29ele já está sendo fabricado para mercado por uma empresa europeia.
09:37Mas, a partir das competências que o Cimatec adquiriu ao desenvolver esse produto,
09:44nós estamos agora, lá em Camarçari, na nossa unidade do Cimatec Park,
09:48desenvolvendo um outro produto,
09:50que são nodes que são instalados no fundo do mar
09:54e que capturam informações do subsolo, de águas profundas,
10:01e essas informações são capturadas, inclusive, através do flatfish,
10:05que já foi desenvolvido e percebido por você aí na abertura da sua participação.
10:11Exatamente.
10:12A gente está falando desse protótipo amarelinho ali, então,
10:14do lado direito do nosso entrevistado.
10:16É um drone submarino que pesquisa,
10:18é um produto bem interessante, é um projeto bem interessante,
10:21Flatfish, quem tiver mais interesse pode procurar por aí.
10:24Muito legal, obrigada, Carlos, boa tarde, até a próxima.
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