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O economista José Kobori explica os efeitos da decisão de Donald Trump de reajustar tarifas para 14 países, entre eles parceiros comerciais chave dos EUA, e analisa a crescente influência do Brics no cenário econômico global. Kobori destaca que o bloco já representa 40% do PIB mundial e mais da metade da população. A tensão comercial pode redefinir a geopolítica econômica e o papel do dólar nas transações internacionais.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump

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Transcrição
00:00Na lista de hoje, em que 14 países tiveram a taxação reajustada por Donald Trump,
00:06estão parceiros comerciais fundamentais para os Estados Unidos.
00:09Repito os dois exemplos, Japão e Coreia do Sul.
00:13Sobre essa estratégia da Casa Branca e eventuais desdobramentos para a economia americana,
00:19eu converso agora com o economista e consultor José Cobori, a quem eu agradeço a presença,
00:25desejo uma excelente noite de segunda-feira, um ótimo começo de semana
00:29e espero que o professor Cobori nos ajude a entender o que pode vir a ser.
00:33Agora, cá entre nós, Cobori, é o seguinte, muito difícil fazer plano nos Estados Unidos.
00:38A gente já tinha entendido isso desde janeiro, desde o final de janeiro,
00:41já estamos no segundo semestre de 2025 e continua...
00:45Eu fico me colocando na pele de quem tenta fazer um estoque nos Estados Unidos,
00:50que vai fazer alguma compra de produtos no exterior,
00:54não tenho a menor ideia de quanto ele vai pagar no próximo trimestre,
00:58quiçá quanto ele vai pagar na semana que vem,
01:01porque, de repente, as tarifas mudam como se fosse biruta de...
01:05Ele ponto, né?
01:06Cada hora está soprando por um lado.
01:09Cobori, na tua experiência aí, principalmente sendo capaz de fazer uma leitura mais macro,
01:15o que isso vai impactar?
01:16Primeiro para os Estados Unidos, depois a gente tenta ver globalmente falando.
01:20Perdão pela minha longa introdução aqui.
01:22Boa noite mais uma vez, muito obrigado por participar aqui do Conexão.
01:26Boa noite, Marcelo.
01:27Boa noite a toda a audiência, sempre um prazer estar aqui com você.
01:30Bom, na realidade, é o que o mundo tenta entender, né?
01:32Cada jogada que o Donald Trump faz parece mais jogadas midiáticas de curto prazo, né?
01:38Para manter a sua base ali atenta aos seus movimentos, mas o resto do mundo, na realidade,
01:44o que transparece é que o resto do mundo não tem levado muito o que os Estados Unidos anuncia, né?
01:49Até porque, como você disse, é uma imprevisibilidade.
01:52Ele gera cada vez mais imprevisibilidade porque a gente não sabe exatamente o que vai acontecer.
01:57Até porque ele tinha dado os 90 dias, né?
01:59Que vencem agora, quarta-feira, dia 9, e ele já, nesse anúncio, diz que essas tarifas para esses 14 países
02:06passam a valer a partir do dia 1º de agosto.
02:08Então, na realidade, ele já adiou mais um pouco, né?
02:11O que aparece, o que aparenta-se para o resto do mundo é que, aparenta não, né?
02:15O próprio Scott Bessett, ele, numa entrevista para a rede CNN, ele acabou admitindo ali, sem querer,
02:22que nenhum país, praticamente nenhum país, procurou os Estados Unidos para negociar, né?
02:26Então, isso é mais uma jogada aí de tentar demonstrar força, né?
02:30Tentar convencer os outros pela coerção do que pela negociação.
02:35E isso, para o resto do mundo, na realidade, você está jogando todo mundo no colo da China.
02:39Como eu já disse desde o início desses movimentos na aposta do Trump,
02:43que ele, na realidade, esse movimento isolacionista tem feito com que os países, na realidade,
02:48procurem alternativas, né?
02:50E a alternativa é exatamente a China, né?
02:52A China, hoje, dos mais de 180 países que compõem a OMC, mais de 150 países tem a China
02:59como seu principal parceiro comercial.
03:01Então, na realidade, parece mais, se fosse falar de estratégia, né?
03:05Tem alguns analistas que acham que, talvez, a imprevisibilidade seja uma estratégia, né?
03:09A imprevisibilidade estratégica faz com que os outros países, diante dessa imprevisibilidade,
03:15adiem em tomadas de decisões.
03:17Só que não é isso que está acontecendo, né?
03:18Enquanto os Estados Unidos fazem esses movimentos, os países estão negociando entre si, né?
03:23Durante o próprio desfecho militar em que os Estados Unidos bombardeou o Irã e a guerra
03:29iniciada por Israel ali no dia 3 de junho, a China estava fazendo acordos com todo o continente
03:35africano, né?
03:35Fechou um acordo com as 53 nações africanas, reduzindo a tarifa a zero desses países para
03:40que eles exportem para a China.
03:42No dia 17 de junho, enquanto também ainda estava ali a guerra dos Estados Unidos e Israel
03:48contra o Irã, a China estava fazendo um outro acordo com os países da Ásia Central, no
03:52Cazaquistão, fazendo, fechando acordos bilaterais com todo aquele bloco.
03:56Então, o que a gente vê a China fazendo é se tornando uma alternativa viável para os
04:01países fugirem dessa pressão e dessa coerção americana.
04:05Agora, Cobor, deixa eu pegar um rabicho da sua primeira resposta, falar de China, porque
04:10a metralhadora giratória hoje, chamada Donald Trump, atirou para tudo que é lado, apresentei
04:15uma lista aqui, a nossa correspondente destacou alguns países de uma lista de 14, mas depois
04:22ele escreveu contra os BRICS e deixa ali uma ameaça em aberto, né?
04:26País dos BRICS e quem vier a se aliar a uma política anti-americana dos BRICS, sem dizer
04:32o que ele acha que é uma política anti-americana alinhada com os BRICS e tudo mais, obviamente
04:38tem um ponto central chamado China.
04:40Eu vou trocar de câmera aqui, vou pedir para o pessoal me acompanhar, para a gente rever
04:44aqui um gráfico que eu já até tinha utilizado em outras situações para mostrar o tamanho
04:51dos BRICS, né?
04:53São 3,5 bilhões de pessoas que compõem, então já passa o número da população do G7,
05:00nós temos China e Índia nesse grande novo contingente desse bloco econômico, frente
05:07aos pouco mais de 330 milhões de americanos.
05:12Quando a gente olha para a PIB, né?
05:16O PIB dos BRICS vai caminhando em direção ao PIB do G7, a China, numa conta muito rasa,
05:25tem um PIB menor do que os Estados Unidos, mas por PIB, por paridade, paridade e poder
05:33de compra, os chineses já passaram os americanos, ou seja, a qualidade de vida para um chinês
05:37médio é mais barato do que a qualidade de vida para um americano médio, isso também
05:41é uma maneira da gente medir o tamanho da riqueza de um país.
05:46Mas fica muito evidente aqui, Cobori, que os Estados Unidos tem, ou Donald Trump, tem
05:51um alvo certo, que é a China.
05:56Agora, esse tiro que ele dá ameaçando os BRICS com mais 10%, quer dizer, toda a tarifação
06:02que eventualmente venha para Brasil, para Rússia, para China, para Índia, mais 10%, não
06:07pode ser um tiro pela culatra?
06:09Ele não pode disparar no próprio pé?
06:10É, porque, na realidade, o que o Donald Trump, na realidade, os Estados Unidos enfrentam
06:14várias frentes, inclusive, infelizmente, agora a última que se mostrou, a frente militar.
06:19Na verdade, todas as frentes que os Estados Unidos têm enfrentado, elas são também
06:22contraditórias, como você disse, ele atira contra o BRICS, só que o BRICS hoje, como
06:27você mostrou, já representa, com a entrada da Indonésia, mais da metade da população
06:32mundial e 40% do PIB.
06:35Quando se fala em produção industrial, ela já é disparadamente, só a China já é quase
06:39que 30% maior que os Estados Unidos e a União Europeia juntos.
06:44Então, é um bloco que você não tem como se isolar dele.
06:46O natural seria você tentar fazer acordos e não ameaçar esse bloco.
06:51E essa ameaça ao bloco, na realidade, surgiu desde antes do Donald Trump pela possibilidade
06:58que o BRICS coloca na mesa da utilização de outra moeda que não o dólar, fugindo da
07:04hegemonia do dólar.
07:05Inclusive, foi na declaração final da reunião do BRICS, isso foi impressamente dito na leitura
07:11desse discurso final.
07:13Então, o Donald Trump voltou com essa carga de ameaça justamente por essa ameaça que
07:18o BRICS tem.
07:19Para você ter uma ideia, já 60% de todas as transações do mundo atualmente já foram
07:24feitos sem utilização do dólar.
07:26E o medo dos Estados Unidos é que esse bloco realmente caminhe para essa direção que eu
07:31acho que é irreversível.
07:32A China, a Rússia e o Irã, que são os três focos atuais dos Estados Unidos de embate,
07:39esses países já não utilizam o dólar entre as suas transações comerciais.
07:43E o BRICS vem sinalizando, não que vá adotar uma moeda única, mas que não vai mais
07:47fazer negociações de transações comerciais entre os países com a utilização do dólar.
07:53Essa é a grande ameaça para os Estados Unidos, até porque a hegemonia do dólar é
07:57que financia todos os outros poderios que os Estados Unidos têm, não só o comercial
08:02como o militar.
08:04José Cobori, o meu único lamento é que as nossas conversas aqui, embora muito amplas,
08:09elas são muito curtas.
08:11Infelizmente, eu tenho que encerrar aqui a nossa conversa para tocar, porque tem muitos
08:14assuntos, até muitos deles proporcionados pelo próprio Donald Trump.
08:18Queria agradecer mais uma vez aqui a nossa conversa, que é sempre uma garantia de uma
08:23aula muito didática e bastante rica.
08:26Já te convido a você participar de novo em breve para uma nova conversa, porque certamente
08:31a gente vai ter muito, muito a debater.
08:34Obrigado, José Cobori, economista e consultor que muito gentilmente nos atendeu agora nessa
08:39conversa esclarecedora.
08:40Obrigado.
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