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Após o anúncio do plano de contingência, o Money Times Brasil conversou com o economista e professor da UnB, César Bergo, que avaliou a medida como positiva, mas ressaltou que seu uso deve ser “cirúrgico” para evitar que empresas sem real necessidade acessem os recursos. Ele afirma que, embora exista risco fiscal, o estímulo pode gerar crescimento econômico e ampliar a arrecadação.

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Transcrição
00:00E a gente volta a falar sobre a assinatura do plano de contingência que aconteceu agora há pouco pelo presidente Lula,
00:06acompanhamos direto de Brasília, né, esse plano é uma resposta ao tarifácio de Donald Trump
00:11e prevê uma linha de crédito de 30 bilhões de reais para empresas afetadas,
00:16prevê também aumento de compras governamentais, adiamento de impostos e a reforma do fundo de garantia à exportação.
00:23E a gente vai repercutir, né, tudo isso, as medidas do plano, as percepções com o César Bergo,
00:30que é economista, sociólogo, professor de mercado financeiro da UNB.
00:34Tudo bem, professor? Boa tarde, bem-vindo ao Money Times.
00:38É um prazer estar com vocês aí hoje, estou à disposição.
00:42Ah, professor, Felipe Machado, nosso analista, vai participar da conversa também.
00:46E eu quero começar ouvindo o senhor justamente com uma avaliação, assim, geral, né,
00:51O senhor ficou satisfeito com os itens desse plano, sentiu falta de alguma coisa?
00:56Qual que é a sua percepção, professor?
00:59Olha, o plano em si é positivo, porque já aguardávamos isso há alguns dias,
01:04demorou um pouco, mas não tenho dúvida de que é bastante abrangente,
01:08sobretudo na questão do crédito e também o destino desses créditos,
01:12que é para pequena e média empresa, porque são os mais afetados.
01:16Então, do ponto de vista também dos impostos, vai haver uma dispensa
01:21para efeito de pagamento de impostos, ou seja, uma postergação, né, vamos dizer assim,
01:26e também com relação a compras também no mercado interno desses produtos.
01:32Do ponto de vista de volume, é um valor considerável em termos de 30 bilhões,
01:37então isso pode, de fato, ajudar essas empresas.
01:39Agora, o importante na minha avaliação é que tem que ser cirúrgico,
01:44porque existe uma necessidade, obviamente, mas também existem empresários
01:49que podem aproveitar desse momento para buscar crédito e não é necessário.
01:53Então, eu acho que o mais importante é que o empresário que necessite avalie realmente
01:58porque vai ter que pagar esse empréstimo, né, mesmo com taxas subsidiadas.
02:03Agora, não tem a dúvida de que é necessário sim para que possa vencer essa crise momentânea.
02:08Certo. Felipe, sua pergunta, professor César.
02:11Tudo bem, professor? Boa tarde.
02:12Professor, em relação ao presidente Lula, em relação a esse valor, 30 bilhões,
02:18o senhor falou bem, um valor positivo.
02:22A gente tinha já, antes dessa questão do tarifácio, uma preocupação com as contas do governo,
02:26com a questão fiscal e tudo mais.
02:28Esse pacote, ele interfere em alguma coisa nisso?
02:31Quer dizer, ele deixa esse dinheiro no Brasil, ele ajuda os exportadores,
02:34ele pode ter um impacto fiscal negativo ou ele vai ser positivo de uma maneira geral?
02:40Porque, de certa forma, vai ajudar os setores brasileiros a trazerem mais dinheiro para o Brasil.
02:44Boa tarde, Felipe.
02:47Realmente, é muito importante essa sua pergunta.
02:51Nós já tivemos uma certa experiência com o que aconteceu no Rio Grande do Sul,
02:54que nós tivemos que, de fato, dispender recursos lá para fazer frente àqueles eventos climáticos negativos.
03:01E não é muito diferente agora.
03:02Ou seja, existe um impacto, sim, no orçamento, sobretudo de recursos que vão ser utilizados para o seguro,
03:09que está previsto, também por reação do crédito.
03:12Isso é importante.
03:13Agora, no primeiro momento, me parece que esse volume é um volume a ser considerado
03:19e, em função dos aspectos envolvendo as contas públicas, tem que ser acompanhado bem de perto.
03:25Existe um certo risco, sim, mas é um risco que pode ser visto que esses créditos serão pagos um dia.
03:32Então, essa medida provisória do governo, dependendo da aprovação lá no Congresso,
03:38nós temos que também podem ser valores que podem ser fora do orçamento.
03:43O governo pode conseguir recursos nesse sentido.
03:45Agora, não resta dúvida de que trata-se de um fato emergencial e que tem que ser tratado dessa forma.
03:52Portanto, eu acho que entra também, do outro lado, o fator positivo.
03:56Tem o fator negativo aí com relação às contas públicas,
03:59mas positivo no tocante de que isso pode gerar um crescimento na economia
04:04e pode gerar, inclusive, maior arrecadação de impostos também,
04:07como vimos lá no Rio Grande do Sul, viu, Felipe?
04:10E, professor César, quando a gente fala de um plano emergencial,
04:15o ideal é que a gente esteja calculando uma coisa que dure por quanto tempo?
04:20Porque, de fato, a gente não sabe, as negociações, elas continuam ali pelas vias diplomáticas,
04:26vias setoriais, etc., mas a gente não sabe se isso vai ter alguma solução, alguma coisa ou não.
04:31Então, assim, até quando que dá para segurar isso com esse caráter emergencial
04:35e quando que passaria a preocupar e afetar, de fato, a economia aqui no Brasil?
04:40É, o importante é que a gente, muitas das decisões de exportação já foram tomadas
04:45em função até do anúncio de 50%.
04:48Outro aspecto importante é que 694 produtos ficaram de fora,
04:52ou seja, as grandes corporações, de alguma forma, contornaram o problema
04:56e, assim, fica restando o médio e o pequeno produtor.
05:01Esse, sim, precisa de ajuda.
05:03São produtos bastante, tipo mel, pescado,
05:06que precisam de, realmente, um tratamento especial.
05:08Há uma expectativa de que esses produtos possam ser utilizados também internamente,
05:13seja na merenda escolar, em termos de programas públicos.
05:16Mas isso é importante.
05:18Agora, o mais importante é descobrir mercados para esses produtos.
05:23Geralmente, vai demorar em torno de seis meses para você ter um equilíbrio ou um pouquinho mais.
05:29Mas esse segundo semestre vai ser fundamental para encaminhar essas decisões
05:33como forma de equalizar, sobretudo, o pequeno e o médio produtor.
05:39O setor de calçados, o setor teixo, que tem impactos também no agronegócio,
05:44em função do algodão, do couro.
05:46Ou seja, não temos que demorar muito.
05:49Essa ajuda já está chegando um pouco tarde.
05:52Espero que o Congresso aprove as medidas e discuta.
05:55Mas não tenha dúvida de que existe uma necessidade do pequeno e médio produtor,
06:00sobretudo, também, de auxílio técnico.
06:02É importante o Sebrae, a Apex, agir junto a esses produtores e fornecedores.
06:08E é fundamental também essa proposta do drawback aí,
06:12porque tem empresas dependendo de importação para exportar
06:14e muitas delas têm questão de capital de giro que precisa ter,
06:18senão, realmente, acaba até comprometendo o próprio negócio.
06:23Exatamente.
06:24Felipe, mais uma sua.
06:24Legal. Professor, em relação à relação do Brasil com China, Índia,
06:32o que o senhor acha...
06:33Com a China, a gente já tem uma relação forte já faz algum tempo.
06:36Mas com a Índia, por exemplo, é uma coisa um pouco mais nova
06:39e eu acho que tem um potencial muito grande entre esses dois países.
06:42De certa forma, esse tarifácio pode ter um impacto,
06:44se é que a gente pode chamar de positivo,
06:46de ter acelerado o estreitamento das relações entre Brasil e Índia, por exemplo?
06:51Olha, Felipe, já havia uma negociação, inclusive,
06:56para fechar acordo entre Mercosul e União Europeia,
06:58que é importante também.
07:00Mas não tenha dúvida que essa novidade com relação à Índia,
07:03essa aproximação, é fundamental.
07:05Existia, realmente, um trabalho, e hoje já mostra isso,
07:09que a China é a nossa principal em transações comerciais,
07:16as exportações e importações.
07:18Agora, a Índia, ela tem um mercado enorme e também já é grande
07:22a relação entre Brasil e Índia,
07:25sobretudo na área de fertilizantes, de medicamentos,
07:29e pode melhorar ainda no sentido da tecnologia,
07:32porque a Índia já é muito avançada nessa área de tecnologia.
07:35Então, pode sim avançar.
07:37Eu acredito também que outros países, como a África do Sul,
07:40a própria Rússia, pode realmente, de alguma forma,
07:44contribuir para amenizar um pouco.
07:46Agora, não tenha dúvida que nós precisamos mais dos Estados Unidos
07:49do que dos Estados Unidos da gente.
07:51Então, o ideal seria que o Brasil negociasse,
07:55evitasse temas que possam causar maior impacto
07:58e aumentar a temperatura na negociação,
08:01e tentar, de alguma forma, buscar um acordo com os Estados Unidos,
08:05porque não temos como, nesse momento,
08:07falar que o Brasil não vai ter nenhum prejuízo
08:09em função da questão americana.
08:12E, bom, professor, o senhor, como economista, sociólogo,
08:17é... Ah, o professor sumiu, estava aqui.
08:19Será que ele está ouvindo ainda, gente?
08:21Vamos ver se caiu o sinal como um todo.
08:24Desapareceu, caiu.
08:24Ah, que pena, eu já ia caminhar para a minha última pergunta, né?
08:27Mas falamos aqui com o César Bergo,
08:29economista, sociólogo e professor da UNB.
08:32E, bom, professor.
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