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Cerca de 25% das exportações minerais brasileiras para os Estados Unidos, o equivalente a mais de US$ 380 milhões, devem ser impactadas pelas novas tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Apesar disso, o vice-presidente da entidade, Fernando Azevedo, vê nas terras raras uma oportunidade estratégica para o Brasil negociar com os americanos. “O Brasil é a segunda maior reserva do mundo. Isso, na minha área, é uma munição geopolítica muito forte”, afirmou em entrevista ao Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nesta terça-feira (05).

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Uma análise do Instituto Brasileiro de Mineração mostra que de 1 bilhão e 530 milhões de dólares
00:07em exportações minerais brasileiras para os Estados Unidos, cerca de 25% devem ser afetados
00:14pelo tarifácio de 50% anunciado por Donald Trump.
00:17E para falar sobre os impactos desta medida, eu converso com o Fernando Azevedo, vice-presidente do Ibram.
00:25Fernando Azevedo, muito bom dia para o senhor, seja bem-vindo aqui ao Agora, tudo bem?
00:30Muito bom dia aí, Eric, a Mariana e bom dia a quem tem nos assistido aí da CNBC, é um prazer estar com vocês aqui.
00:39O prazer é todo nosso de recebê-lo.
00:41Fernando, a gente já viu, por exemplo, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, falando que os minerais críticos,
00:48terras raras, podem entrar aí na negociação com os Estados Unidos.
00:52O senhor acredita nisso e isso poderia beneficiar o setor?
00:55Olha, eu acredito sim, eu estava vendo até a matéria, Eric, que você estava falando sobre as terras raras.
01:04E tudo isso aí, isso aí denota da importância em que esse minério chamado terras raras,
01:12que são 17 elementos, tem na geopolítica.
01:18E o Brasil, ele é privilegiado em relação a isso.
01:23O Brasil é a segunda maior reserva do mundo em terras raras.
01:27Isso é uma, na minha área, uma munição geopolítica muito forte, muito forte.
01:35A China é o primeiro, ela detém 60%, o Brasil detém 27% das reservas,
01:43mas o beneficiamento das terras raras ainda está com a China, ela beneficia 85%.
01:51Então, isso é um ativo muito importante às terras raras,
01:56mas como outros até que ficaram de fora das exceções, vamos chamar assim,
02:03que o Brasil, ele é beneficiado muito, ele tem praticamente uma tabela periódica
02:11no seu sob-solo, Eric e Mariana.
02:15Essa questão das terras raras, parece que agora Donald Trump trouxe para o centro do debate.
02:20A gente, era alguma coisa que ninguém falava muito, mas já se sabia.
02:26Sabia quem está nessa área, como vocês, sabiam que isso era um tema,
02:29a gente até já entrevistou aqui o Ibrahim outras vezes, falando da importância estratégica,
02:33mas agora virou um grande tema.
02:36Minha pergunta para você é, por que o Brasil, se é o segundo grande detentor aí disso,
02:41está tão atrás da China do ponto de vista de beneficiamento?
02:44O que faltou para o Brasil para avançar nessa área?
02:47É, não só o Brasil, Mariana, mas, exceto a China, quase o mundo inteiro,
02:55inclusive o americano.
02:58A China despertou para essa estratégia desde o século XX, na década de 1970.
03:04Ela começou a fazer o seu planejamento.
03:08O Brasil está no embrião ainda, infelizmente, nós temos que avançar muito nisso.
03:13Nós temos, por exemplo, em termos geológicos, nós temos mapeado o território nacional,
03:22em termos geológicos, 27% na escala ideal, ou a melhor escala, que é 1 por 100 mil.
03:33É muito pouco.
03:34Então, a gente não conhece ainda o potencial geológico que o Brasil tem.
03:41Isso, todos os minérios.
03:44Aí vem a importância agora dos minerais críticos e estratégicos, das terras raras.
03:53Então, como o Ibram, o telespectador que está nos assistindo,
04:00é o Instituto Brasileiro de Mineração, que conta com 300 e 1 associado,
04:05é muito importante que a gente evolua nisso aí.
04:11É muito importante.
04:13Então, não só ficar na exportação de matéria-primas, de commodities,
04:20nós temos que partir para o valor agregado.
04:23Se nós tivemos já a era da pedra, era do ouro, no século XX, a era do petróleo,
04:31o século XXI, com certeza, é a época dos minerais.
04:37Tá, Mariana e Eric?
04:41A gente percebeu que as terras raras foi um dos elementos aí de negociação
04:48que acabou evoluindo entre Estados Unidos e China, né?
04:51Essas terras raras, esses minerais raros, críticos,
04:54são muito utilizados pelas empresas de tecnologia,
04:56semicondutores também, pela indústria automotiva,
05:00no caso do setor de carros eletrificados,
05:02e há uma demanda muito forte lá das indústrias norte-americanas.
05:07Essas terras raras brasileiras podem sensibilizar Donald Trump,
05:12que busca um acesso a esse tipo de material,
05:17para que o governo norte-americano aceite diminuir a taxação dos 50%
05:24em relação aos outros produtos brasileiros que ficaram fora daquela lista de exceção?
05:29É, Eric, eu vou falar em nome do meu setor, né?
05:34Que é o minério.
05:36Mas, com certeza, você falou na negociação entre os Estados Unidos e China,
05:42com certeza foram as terras raras.
05:45Mas, antes disso, você lembra, vocês lembram,
05:48o telespectador, lembram também,
05:51de que o apoio americano à Ucrania foi em relação a terras raras.
05:57Então, a geopolítica e o minério estão dominando isso aqui.
06:02Vocês noticiaram isso aqui, é de conhecimento público,
06:06que o nosso Instituto Ibram foi procurado pelo encarregado de negócio americano.
06:12Ele foi ao Ibram, né?
06:15Eu e o presidente Raul Jurgma conversamos com o encarregado de negócios
06:20e, lógico, que o assunto também foi a importância que o minério tem.
06:26Então, é um fator geopolítico importante,
06:29o Brasil é a layer nisso e nós temos que evoluir.
06:33Nós temos que evoluir, né?
06:35E, com certeza, o Brasil irá evoluir isso.
06:38Nós já temos aí alguns locais mapeados de terras raras,
06:43nós temos uma produção em escala industrial em Serra Verde,
06:48enfim, em Araxá, a CBMM e por aí vai.
06:53Mas nós temos que evoluir, sim.
06:55Agora, com certeza, foi um fator importante,
06:59é um fator que o mundo olha para o Brasil,
07:02não só o americano como o chinês,
07:05mas o mundo olha para o Brasil como um player.
07:10Um exemplo aqui, um exemplo.
07:13Terras raras.
07:14A minha área, a minha origem é a de defesa, né?
07:17A defesa.
07:19As terras raras são fundamentais.
07:22Quanto maior, Eric e Mariana,
07:25quanto mais avança em tecnologia,
07:29mais precisa dos minerais estratégicos,
07:33caríticos e terras raras.
07:35Para vocês terem uma ideia,
07:37a aeronave de guerra, vamos chamar assim,
07:41de caça americana mais moderna,
07:43que mais vende no mundo,
07:45que é o F-45,
07:47ele tem 418 quilos de terra rara.
07:52O submarino da Calácia e Virgínia,
07:56dos Estados Unidos,
07:58ele tem 4,5 toneladas de terras raras.
08:02Isso é defesa.
08:04Fora os radares,
08:05fora a mudança climática.
08:08Então, o minério está envolvido
08:10na segurança alimentar,
08:12os fertilizantes,
08:13na segurança mineral, é lógico,
08:16e na segurança energética.
08:19Eu acho que estou falando muito, né, Eric?
08:21Imagina que é isso, Fernando Azevedo.
08:23Um prazer ouvi-lo
08:24e saber um pouquinho mais
08:26do setor de mineração,
08:28principalmente num momento tão delicado,
08:30tão sensível para a economia brasileira,
08:33que é esse tarifácio de Donald Trump.
08:35Fernando Azevedo,
08:36vice-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração,
08:39muito obrigado pela sua participação
08:40aqui no Agora.
08:41Uma ótima terça-feira para o senhor
08:43e a gente espera que tudo se resolva, né,
08:46e que seja bom também
08:47para o setor de mineração.
08:49Eu também espero.
08:51E o setor espera.
08:52Um bom dia a você.
08:53Obrigado.
08:54Obrigado.
08:54Um abraço.
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